quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O imponderável

É ingenuidade pensar que o governo, com sua máquina monumental, vai ficar parado esperando para ver como vai se desenrolar a crise. No início do ano, Dilma estava catatônica, sem saber o que fazer.
À medida que a crise foi se aprofundando, os comparsas viram que deixar Dilma sozinha significaria que iriam todos juntos pro buraco. Então, começaram a se mover. Quanto mais se sentem ameaçados de serem pegos pela Lava Jato ou pela pressão popular, mais rápido se unem e tentam buscar uma saída.
Houve um momento em que até o Lula torcia para a derrocada de Dilma. Queria se descolar da sua pupila para disputar as eleições de 2018 sem ter que carregar esse volume morto. Mas, ao ver cada vez mais próxima a possibilidade do impeachment e as investigações da Lava Jato chegando perigosamente perto de suas relações com as empreiteiras, o Molusco deu uma guinada e passou a "colaborar" com Dilma para achar essa tal saída.

Se conseguirão eu não sei. Mas sei que estão jogando todo o peso da máquina para trabalhar a seu favor. Estão atuando pesadamente no TCU, no Ministério Público, na cooptação do Procurador-Geral da República, negociando a sua recondução ao cargo e por todos os outros meios de pressão. Parece que Renan, que nunca esteve do lado de cá, já passou de novo para o lado de lá. Na história de Renan isso não é novidade. Já foi aliado do Collor, inimigo do Collor, aliado de novo do Collor.
Dependendo de que direção o vento sopra e de quanto se vai lucrar, vários outros "representantes do povo" estão dispostos a mudar de lado. O Exu de Garanhuns sabe disso e é nisso que ele se apoia para traçar uma estratégia para a Anta, que agora não esperneia mais e faz o que lhe mandam fazer.

O que pode perverter toda essa estratégia são dois fatores: o principal é o povo da rua, a voz do povo, a voz rouca do povo nas ruas. E não poderá ser só no dia 16 de agosto. Temos que fazer várias manifestações até que o mundo político, os representantes,  resolvam escutar o que os representados querem que seja feito. O segundo fator é , como dizia Nélson Rodrigues, o Imponderável de Almeida.
Agosto é o mês preferido do Imponderável e quando ele aparece tudo pode acontecer. Já estamos vendo a sombra dele nos documentos que revelam a relação incestuosa do Molusco com a OAS.

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