quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Estado privado x nação sem povo

O Brasil nunca foi uma nação de fortes vínculos sociais. Nossa sociedade começou constituída por partes estranhas entre si: representantes da metrópole portuguesa, escravos, e uma classe empobrecida de brancos, mulatos e pardos, pequenos proprietários rurais e pequenos comerciantes urbanos, que não se percebiam como elementos de uma só nação. Ninguém queria trabalhar pois o trabalho estava reservado aos escravos, que o faziam por obrigação e sob o chicote. A organização social era zero, cada um por si. O Estado já estava constituído. Era um Estado importado e imposto de cima para baixo, cuja existência tinha o único propósito de arrecadar toda a riqueza que pudesse e levá-la para a matriz, sem qualquer compromisso com o povo que aqui vivia. Isso perpassou todos os séculos 16,17, 18 e 19.
Com a independência e principalmente depois com a República se poderia esperar que a nação tomasse as rédeas do Estado e o submetesse a estar a serviço do povo e não a ser servido por ele. Infelizmente não foi isso o que aconteceu. As oligarquias locais, que antes davam vênias às cortes portuguesas, tomaram conta do butim e fizeram do Estado uma espécie de fazenda particular. Todos os movimentos com a intenção de fazer do Estado realmente uma coisa pública, fracassaram. Essa oligarquia sempre foi "sábia" como a famosa frase de Antônio Carlos de Andrada: façamos a revolução antes que o povo a faça. Ou seja, mudemos para que tudo fique como está.
Assim chegamos ao século XXI e quem vemos no poder? uma ex-guerrilheira, um ex-metalúrgico! , agarrados a eles, a mesma velha oligarquia, agora representada por Sarney, Collor, Temer e companhia; A mesma oligarquia dos velhos tempos, agora aliada ao PCdoB, PDT, PTB, etc., repartindo privadamente a mesma carcaça do Estado.
Dá para entender porque é que nossos problemas nunca se resolvem. Enquanto não alijarmos essa gente e não tornarmos o Estado brasileiro realmente uma coisa pública, nada vai mudar nesse país.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O câncer da nação

Lula está com câncer. Ponto. Há centenas de outros brasileiros com câncer também exatamente nesse momento e não estão recebendo nem a atenção, nem minimamente o conforto que Lula recebe. Por quê? porque a elas só resta a alternativa do SUS, aquele sistema “quase-perfeito” que Lula lhes deixou. Aquele sistema que Lula queria ensinar ao Obama para que o copiasse. Na rede há muitos comentários desejando que Lula se trate no SUS. Isso tem criado um sentimento de indignação na militância petista. Não entendo porque essa indignação. Lula tornou o SUS e a saúde no Brasil quase perfeitos! Por quê não se trataria lá? Não ia gastar um tostão, nem onerar seu plano de saúde e ainda teria um tratamento muito melhor que o do sírio-libanês, um tratamento quase perfeito. O bom é que nesse tempos de superinformação as coisas acontecem rápido e a velha demagogia agora está sendo pega de calças na mão muito mais cedo. Nosso país também está com câncer! A doença insidiosa que está estrangulando o futuro de milhares de brasileiros, drenando recursos que poderiam ser destinados à saúde e à educação, chama-se CORRUPÇÃO e e´um tipo de câncer social. Instala-se furtivamente sem que o hospedeiro perceba, cresce rápido e espalha-se em metástases por todo o organismo e é muito difícil vencê-lo. Mas esse câncer, sim, tem que ser combatido de imediato, com todas as armas disponíveis, com toda a energia da nação, antes que nos destrua.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Gerentona Eficiente?

E a dona Dilma, hein? Que show! ... de ineficiência. Se a carruagem dela continuar andando nesse ritmo, vai emplacar logo o campeonato de pior governo do Brasil de todos os tempos! Vai bater o recorde do Sarney. O governo Dilma não tem rumo, vai atabalhoadamente tomando decisões aqui e ali sem nexo umas com as outras. Uma demagogiazinha aqui para a classe média, outra ali para os "cumpanhero". E, na maioria das vezes, não toma decisão alguma, é simplesmente atropelada pelos fatos. Isso quando não manda chamar ou telefona para o desencarnado para pedir a benção, ou licença, para mandar mais um ministro pra casa depois de deixar o dito cujo sangrar em praça pública e de declarar-lhe "inteira confiança". Uma hora demite 30 próceres de alto coturno, como no ministério do Turismo, e deixa dizerem que está fazendo uma faxina no governo porque isso "pega bem" com a nova classe média; outra hora, diz que não é bem assim, não vai fazer faxina nenhuma, que os partidos da "base aliada" se acalmem, etcétera e tal... Já sabíamos que não houve e não há plano algum de governo. O negócio é governar para a tal base aliada e deixá-los se locupletar por mais quatro anos. Mas há limites até para a desfaçatez do PT e amigos. Até mesmo para eles há limites. A tal opinião pública, que Lula no seu desvario bonapartista dizia que eram "eles" já começou a se mexer. A opinião pública é lenta e gorda e se mexe devagar. Não somos um povo muito afeito às manifestações de rua que não sejam de comemoração de futebol e carnaval. Gostamos das manifestações alegres. Mesmo assim o povo começa a se mexer. Até mesmo antigos simpatizantes do PT, gente de esquerda sem ser militante, já desistiu de defender essa coisa que aí está. E as ainda pequenas passeatas convocadas pelas redes sociais, que o jornalista governista puxa-saco Paulo Henrique Amorim classificou de multidinha, estão se tornando cada vez mais caudalosas. Até mesmo um povo lesado politicamente, como é o povo brasileiro, um dia acorda e percebe que seu bolso está doendo. Aí, sim, pelo lado do bolso, talvez a consciência desperte e a nação venha às ruas cobrar o que é seu de direito e que lhe está sendo surrupiado às escondidas e às claras mesmo. Então não precisaremos mais de guias, gurus, iluminados, nem mesmo de gerentões ou gerentonas para administrar o que nos pertence e principalmente pertence às gerações vindouras.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A pátria: Mãe ou madrasta?

Para a maioria dos cidadãos o Estado brasileiro é uma madrasta cruel e impiedosa. Cobra-nos impostos escorchantes e quase nada dá em troca. Na área da saúde é o caos que todos conhecemos. Quem tem um pouco mais de condição financeira paga seu plano de saúde para ter um atendimento melhorzinho e que está ficando também cada vez mais precário. Afinal empresas que administram planos de saúde (para as quais o Estado é uma mãe) tem como objetivo o lucro e portanto sempre que puderem irão tentar diminuir os custos (pagando pouco aos médicos, recusando autorização para exames, etc. etc.). Na verdade, não era para existirem esses planos, se o Estado cumprisse o seu papel de prover a saúde pública com uma rede de ambulatórios e hospitais exemplares, bem equipados, com médicos e demais funcionários bem pagos e cobrados pela qualidade do seu trabalho. Na área da educação o caos ainda é maior, se isso for possível. O que abre espaço para as entidades privadas de ensino (para as quais o estado é uma mãe), cujo objetivo mais um vez é o lucro e não o investimento na educação dos seus "clientes". Saúde e educação não podem ser objeto de lucro. Todo e qualquer investimento em saúde e educação tem que ser a fundo perdido, que perdido não estará, uma vez que um povo educado e saudável é o maior patrimônio de uma nação. Para onde quer que olhemos, vermos o Estado abdicando de suas funções de interesse público e entregando-as a terceiros cujo interesse é obviamente privado. Vejam as rodovias, os portos, os aeroportos: ou são privatizados ou terceirizados ou concedidos a terceiros que dali, daquele patrimônio público, vão obter seus lucros privados e ainda são "financiados" pelo mesmo Estado, via BNDES, como vai acontecer agora com as concessionárias dos aeroportos. Para essas empresas, o Estado é uma mãe gentil. Outro caso é o da indústria automobilística "nacional". Dona Dilma, alegando estar defendendo a manutenção dos empregos locais, resolveu aumentar o IPI dos carros com componentes importados. Para fazer a mesma "defesa" podia ter diminuído o IPI das empresas locais. Seria uma forma mais eficaz de manter os postos de trabalho e ainda propiciar ao povo brasileiro o acesso a carroças um pouco mais baratas, já que as que temos são as mais caras do mundo. Nessa toada vai o Estado cumprindo esse papel espúrio que lhe desenharam: a privatização dos recursos públicos em favor de uma minoria, de uma elite (essa sim) de oligarcas que há séculos vem mantendo esse povo subjugado na ignorância e na pobreza e que agora tem um parceiro novo: os partidos de "esquerda" cujo papel nessa história será o de coonestar a roubalheira histórica e ainda fazer o controle dos movimentos sociais blindando essa oligarquia contra quem pudesse levantar-se contra ela ao defender o interesse público legítimo. Não, os oligarcas estão ao lado do povo. Isso é "provado" com o apoio a Sarney, Collor e outros, dos partidos da base aliada capitaneados pelo PT. Outros filhos queridos do Estado são as ONG's. Entidades que se dizem "sem fins lucrativos e não-governamentais" só vivem à custa do Erário para as quais são destinados pro anos alguns bilhões de reais. Por serem não-governamentais não estão sujeitas ao controle como estão as autarquias e os órgãos da administração pública. Mas os recursos financeiros, ou seja, o din-din, esse tem que sair do nosso bolso. E agora está claro para que servem essas ONG's, em sua maioria, para esconder ou tentar esconder o desvio de dinheiro público. Não há razão alguma para que o estado tenha de sustentar essas ONG's. Se o trabalho que fazem é relevante e necessário (caso da Fundação Butantã por exemplo) que elas sejam transformadas em autarquias e contempladas com verbas oficiais, um orçamento e controles. Se não, que tentem obter recursos de doações particulares! Mas tirem a mão do meu bolso!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Eu ia comentar o ridículo da nossa presidente na ONU querendo dar lição de moral aos outros povos quando me deparei com esse artigo do brilhante J.R.Guzzo na revista Veja dessa semana. Pronto! Está lá tudo! Não preciso acrescentar mais nada. Leiam, porque é imperdível.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A vanguarda do atraso

Pois é, Steve Jobs se foi e a Apple não chegou ao Brasil. Todos sabemos porque: o Brasil não é um país amigável aos negócios. 
A burocracia e a carga de impostos em cascata dificultam e emperram a instalação de empresas e a inovação. Jobs seria bem-vindo e benquisto em quase todos os países do mundo, menos aqui e em algumas republiquetas de quinta categoria.
Nosso destino é seguir pagando pelos produtos da Apple o dobro do preço que pagam os americanos e continuar com a internet mais cara do mundo e à velocidade de carroças do século XIX.
Não basta termos uma população iletrada maior que a de muitas nações do mundo, não basta termos as maiores taxas de juros, não basta termos, de novo, a maior inflação, não basta a violência e a corrupção desenfreadas, o crime organizado mais infiltrado no tecido social que as máfias italianas. Não basta. Temos que dificultar ainda mais o progresso do país não democratizando o acesso à tecnologia de ponta.
Dilma foi à China e o anúncio mais pomposo daquela viagem inútil foi que a Foxconn (de Taiwan, diga-se de passagem) iria trazer uma fábrica de iPads para cá e criar 6 mil empregos direto em Jundiaí. De imediato o presidente da Foxconn nos chamou de indolentes e pediu financiamento do BNDES, só 12 bilhões de dólares! Até agora nada aconteceu. E tudo indica que essa fábrica só virá para o Brasil no dia em que "o Sargento Garcia prender o Zorro" como disse a corregedora.
Se a "presidenta" está realmente preocupada com a manutenção dos empregos brasileiros ao ponto de aumentar o IPI dos carros importados, por quê não facilita a vida das empresas que estejam interessadas em criar empregos aqui? Por quê não inicia um programa sério de desburocratização (o que ajuda a combater a corrupção) e de desoneração das empresas, se não de todas, pelo menos das empresas de tecnologia e inovação?
A indústria automobilística, de tecnologia velha, não precisa de proteção uma vez que já recebeu seu investimento de volta várias vezes e não traz nenhum benefício tecnológico para o país. Essa mesma indústria automobilística está gerando cada vez  menos empregos por unidade produzida, porque pode substituir pessoas por robôs muito facilmente na linha de montagem.
Outro ramo econômico protegido no Brasil são os bancos. Esses não criam tecnologia alguma e também vão reduzindo o emprego de mão de obra, uma vez que agora somos nós, os usuários, que fazemos o grosso do trabalho de varejo.
Sendo assim só nos resta exportar commodities, que a natureza generosamente nos dotou, e esperar que o seu preço possa compensar todo o "custo Brasil" de burocracia e desperdício que inevitavelmente são exportados junto.
Exportamos nossas riquezas para sobreviver e como tem pouco valor agregado nossa mão de obra é parcamente remunerada e nada de novo em conhecimento e avanço tecnológico fica por aqui.
Enquanto isso, outros países, como Taiwan, Coréia, Singapura e mesmo a China, recebem fábricas de produtos de alto valor agregado e se desenvolvem. Para onde vai a riqueza?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Discurso ultrapassado

O presidente Obama foi direto ao ponto: se os palestinos querem a paz com Israel, que façam-na. Fazer a paz dá trabalho e não se consegue com blá-blá-blá, mas com ações efetivas nesse sentido. 
Na verdade o que a  autoridade palestina ou o Hamas querem é a manutenção do "status quo",  por que é isso que os justifica; e jogam a culpa por não fazerem a paz, em cima de Israel e dos Estados Unidos, que isso é fácil. Estão pouco se lixando para o sofrimento de sua população. São "políticos"!
A nossa presidenta entretanto, desfiou na ONU o mesmo rosário terceiro-mundista, bolorento, datado, velho e ultrapassado. Por essa arenga, a paz tem que ser feita só por um lado, o lado do "imperialismo". O outro, o dos coitadinhos, fica deitado na areia esperando Israel abaixar a cabeça e submeter-se inteiramente às suas exigências que incluem Jerusalém, etc. etc. Mesmo assim nada garante que vão se decidir pela paz e abandonar o projeto da extinção do Estado judeu.


Até os cisnes do Itamaraty sabem que isso jamais vai acontecer. Para os nossos diplomatas (que já foram bons nisso) o fato de que esse discurso nada têm a ver com a vida real não importa. Porém, se para eles tudo é apenas uma questão de marketing político, para Israel é uma questão de sobrevivência e só quem teve sua existência física ameaçada por séculos de intolerância e horror pode avaliar o valor de é ter um Estado que os proteja. 
Israel jamais vai abandonar a defesa de seu povo e a promessa dos sobrevieventes do holocausto foi: Nunca mais! Nunca mais o povo judeu vai se entregar inerme à sanha de assassinos de plantão.


O povo árabe pode viver bem e em paz. Com a riqueza do petróleo era para as nações do oriente, ajudando-se mutuamente, estarem em posição de vanguarda social e econômica, mas infelizmente, governadas por títeres e ditadores ainda não conseguiram sair do estado de pobreza, ignorância e miséria. Tenho a esperança que a primavera árabe seja duradoura e vire o jogo para fazer desses povos, nações prósperas e felizes que possam viver em paz com seus primos e irmãos.


No dia em que o progresso social e econômico chegar aos povos árabes essa luta contra Israel, ou contra quem quer que seja, perderá o sentido: povos ricos, bem alimentados e bem educados não querem fazer a guerra.


Mas não será um palavreado terceiro-mundista que fará esse milagre. Nem a intervenção de nenhuma nação do ocidente o fará, como nunca fez. Só quem pode produzir no mundo árabe essa transformação libertadora é seu próprio povo, como parece que está começando a fazer. Salam aaleik!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

E agora essa do IPI...

Dizem na roça que "em tempo de chuva todo sinal é de chuva". No governo do Brasil, tudo que acontece é motivo para aumentar imposto. O governo Dilma dá sinais contraditórios não somente na política, mas também na economia. Há pouco tempo a presidenta dizia-se preocupada com a crise econômica e o risco de contágio à economia brasileira. Queria estimular o povo a consumir, tanto que resolveu impor ao Banco Central o corte na taxa de juros, passando, como um trator, por cima de qualquer veleidade de autonomia dessa instituição. Preocupava-se também, dizia a presidenta, com a competitividade das empresas brasileiras frente às importações em virtude da nossa moeda fortalecida. Pois bem, justo agora que nossa moeda perdeu em 49 dias (de 25/07 a 11/09) cerca de 18% em valor frente ao dólar, D. Dilma resolve aumentar o IPI sobre carros com componentes importados. O discurso é, como sempre, "proteger a indústria nacional", como se o Brasil só produzisse carros. E os calçados, a indústria têxtil, de brinquedos, eletrodomésticos, eletrônicos e quinquilharias em geral, que são muito mais afetados pelas importações da China? Não merecem a atenção presidencial, nem proteção? Não dão empregos? Não pagam impostos? Pois a poderosa indústria automobilística "nacional" - que lá fora produz veículos de boa qualidade e de preços muito mais baixos e aqui as carroças conhecidas de sempre - segundo a presidenta e seu assecla, digo assessor, o ministro da economia, precisa de proteção "tadinha" pois não consegue concorrer com os carros coreanos e agora também os chineses que chegam por aqui. Segundo o discurso oficial estão protegendo os empregos no Brasil exatamente quando temos uma das mais baixas taxas de desemprego históricas. E o povo, como fica? Vai pagar mais esse imposto indireto se quiser comprar um veículo com mais conforto ou mais segurança do que lhes é oferecido pelas montadoras multinacionais estabelecidas aqui. Por outro lado, as montadoras estão com sorrisos até as orelhas. Suas "filiais" brasileiras já eram as que mais davam lucro entre as unidades espalhadas pelo mundo. Agora, sem a concorrência externa, dificultada pelo imposto adicional de 35%, além das pesadas taxas de importação e da recente desvalorização cambial, as montadoras locais vão espertamente aumentar também os seus preços (oferecendo, é obvio, as mesmas porcarias). O governo ganha dos dois lados pois com o aumento dos preços aumenta a arrecadação de IPI, PIS, COFINS e ICMS dos automóveis produzidos aqui. E nós ficamos acachapados, pagando mais tributos e sem possibilidade de escolha, como sempre. Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra! Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência!

sábado, 20 de agosto de 2011

Faxina mal feita

Sabe aquele caso da faxineira que você contrata para limpar a sua casa e ela sempre vai quando você está fora, no trabalho, e aí você um dia descobre que a faxineira só fingia que limpava, quando, na verdade, escondia toda a sujeira debaixo dos tapetes?
Pois a presidenta Dilma está fazendo exatamente tal e qual a faxineira malandra. Finge que está fazendo uma devassa e extirpando a corrupção do governo quando na verdade ela, durante o governo Lula, conviveu com essa gente toda e com todo esse "esquema" sem abrir o bico. E ainda aceitou como ministros todos esses que agora demite como se tivesse sido traída ou pega de surpresa.
Se, como presidenta, quisesse fazer mesmo uma devassa, seria muito fácil: mandasse investigar os ministérios mais suspeitos e levantasse ela própria os dados para tomar as decisões. Ferramentas institucionais apropriadas estão disponíveis, afinal é para isso que devem servir os arapongas da Abin!
Mas, não, a presidenta é pautada pelos fatos: ou são revelações da imprensa ou são prisões efetuadas pela própria Polícia Federal no cumprimento de suas atribuições. Quando fica impossível ignorar a sujeira ela pega da vassoura. Só e somente só.
Isso significa que a tal faxina nada mais é que uma estratégia de marketing; é um jogo para a torcida; não é para valer e os corruptos sabem disso. Só não podem se deixar flagrar. Se conseguirem roubar no anonimato, sem serem descobertos pela imprensa ou pela polícia, podem continuar em paz que não serão molestados.
Até que um dia, o dono da casa - o povo - talvez acorde e perceba que está pagando a faxineira, mas a casa está ficando cada vez mais suja.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O Brasil já está falido

Uma obra na BR-040 em Minas Gerais, o viaduto Márcio Rocha, erguido em substituição ao traiçoeiro e mortal Viaduto das Almas é um exemplo da falência do Estado brasileiro. Demorou 12 anos para ser construído! Só na sétima data de inauguração foi realmente aberto ao público. E custou 60 milhões de reais ao invés dos 33 milhões previstos inicialmente.
Para um projeto tão minucioso e demorado e uma construção tão lenta e cara, o viaduto é simplesmente uma decepção. A começar pelas suas duas entradas, em curva! Esse viaduto veio para substituir uma pinguela em curva ao final de duas baixadas e que matou mais de 50 pessoas durante sua famigerada vida útil. Mas, as curvas traiçoeiras lá estão, justo nas entradas da ponte.
As pistas de acesso, nos dois sentidos, estreitam-se abruptamente. Caminhões que descem a pista no sentido Rio-BH são obrigados a se embolar nessa parte da pista ou fugir para o acostamento. Logo depois desse ponto há um barranco que tira toda a visão depois da curva, portanto o veículo que estiver no acostamento corre o risco de ser atropelado por um outro na descida que tenha sido obrigado a vir para o mesmo acostamento devido ao estreitamento abrupto da pista.
Conforme reportagem de ontem do jornal "O Estado de Minas" alguns motoristas chegam a preferir o viaduto antigo, pois alí ao menos havia radares e redutores de velocidade que tornavam a travessia um pouco menos perigosa.
Pois bem, os Estados, como organizações sociais, também podem falir e não só no aspecto econômico e financeiro como está acontecendo com alguns dos mais ricos países da Europa e América. O Estado está falido quando não consegue cumprir as suas obrigações básicas para com o povo que o sustenta; e portanto deixa de ter razão de existir.
O Estado está falido quando já não cumpre a sua função, quando deixa de ser instrumento para o bem público para virar uma organização privada. É função do Estado, de qualquer Estado, proteger a vida e promover a educação, a saúde e a segurança de seus cidadãos. Quando não o faz e ainda custa caro é direito e mesmo o dever dos cidadãos proclamar a sua falência e organizar-se de outra maneira mais profícua. No Brasil isso é urgente. Estamos perdendo tempo e gerações de brasileiros estão deixando de se desenvolver. Temos que reconhecer que esse modelo faliu. Vamos nos organizar de uma outra maneira!

Idos de Agosto

Agosto começou pegando pesado: a crise dos Estados Unidos, o rebaixamento, o risco de contágio a toda economia mundial, a fragilidae européia, a queda das bolsas, etc. E, por aqui, também a situação não está nada boa. O governo Dilma vem pulando de crise em crise e quando quer consertar só piora, como foi agora a nomeação de Celso Amorim para o ministério da Defesa. Por outro lado, apesar das quase 30 demissões, as denúncias e até mesmo prisões de figuras do alto escalão do governo não param de pipocar. Na economia, não se sabe o que fazer com o dólar, a inflação resiste a todas a manobras, a taxa de juros não pára de subir e a moeda supervalorizada dificulta as exportações. E não há sinais de reversão desse quadro a curto prazo.
A presidenta já deve estar estafada. Ainda nem começou a governar e já teve que sair de extintor na mão para apagar vários incêndios que, entretanto, nunca se extinguem totalmente. Já teve que chamar o antecessor para ajudá-la, mas não dá para continuar nessa toada porque, além de tudo, isso desmoraliza.
Suas assessoras mais próximas, Ideli e Gleisi, podem até formar uma dupla caipira, mas não são as pessoas mais indicadas para a articulação política. Uma é fraquinha demais e a outra nem conhece Brasília. Dilma, dizem, não tem paciência para a articulação política. Isso fica complicado porque afinal o cargo que ela ocupa não é técnico, é o cargo mais político da República. A presidência fica então sem interlocução, falando sozinha, fechada entre quatro paredes, e se relacionando com o mundo político através da caneta e do Diário Oficial: nomeia, demite, nomeia, demite.
Assim vamos de mal a pior. Cabe então a pergunta: qual era mesmo a intenção de Lula ao tirar do bolso do colete o nome de Dilma para disputar a presidência? Podemos fazer ilações, pois Lula conhecia Dilma muito bem e sabia de sua incapacidade (ou ojeriza) política. E Lula é esperto, como sabemos. Então, ao escolher Dilma, fez um cálculo. Ela podia não ganhar a eleição e assim ficaria: se ela ganha, foi Lula que a elegeu; se perde, perdeu por seus próprios deméritos apesar do apoio de Lula.
Se tivesse perdido, Lula seria automaticamente candidato em 2014. Como ganhou, Lula não pode agora admitir que já é candidato (embora se comporte como tal), mas sabe ele que Dilma não se aguenta até 2014 e que naturalmente sua candidatura se apresentará ao partido como a mais viável.
Até lá, Lula ficará na mídia por bem ou por mal. Quando não tiver nada acontecendo basta uma aparição sua com algumas frases "de efeito" atacando alguém ou falando uma de suas besteiras favoritas que irá para as chamadas dos jornais.
Até lá, se a situação política - que, como dizia Tancredo, é como nuvem - não tiver mudado, e a hora do estelionato eleitoral do PT já não tiver passado definitivamente.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sai, encosto!

O Desencarnado foi quem soprou no ouvido da Dilma o nome do Celso Amorim. Ele foi a pior escolha que ela poderia ter feito para o min. da Defesa. Mas o que o Desencarnado quer com isso? Ora, é a teoria do quanto pior melhor, ou seja, quer um governo instável e sujeito a crises permanentes para que ele, ou venha de extintor de incêndio mostrando o quanto é f…, ou anule todas as chances da megera em 2014 para que ele volte glorioso, sucedendo-se a si mesmo no governo tampão.
O golpe pode até ser bem bolado, mas o tiro lhe pode sair também pela culatra. Depois de empossado, com sua veia rubra latejando de amores por Cuba, Irã e Venezuela, ninguém sabe o que o ministro da Defesa pode aprontar. Como ele é mais realista que o rei vai querer mostrar serviço demais e é por aí que o caldo pode entornar.
Quanto aos militares, só têm duas alternativas: ou se calam e cumprem a Constituição ou se rebelam e aí têm que virar a mesa de novo e ninguém sabe onde iremos parar.
O risco é de todos nós.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Novos líderes mundiais!?

Os Estados Unidos estão quebrando? Essa é a grande interrogação que paira hoje sobre toda a economia mundial. Os Estados Unidos foram tão hegemônicos no século XX, a distância do valor de sua economia da dos demais países era (e ainda é) tão grande, que uma coisa como a quebradeira do país seria inconcebível até pouco tempo atrás.
Pois hoje é um dos grandes temores não claramente confessados pelos economistas, investidores, governos e mesmo o público em geral. Nesse emaranhamento econômico em que vivemos, um terremoto econômico-financeiro no hemisfério norte não deixará de nos abalar a todos, a uns mais, a outros menos, mas vai sobrar tsunami para todo mundo. E dessa vez, a Europa, lidando com seus próprios problemas, não pode sequer amortecer o tombo.

Os grandes impérios não caem da noite pro dia e não caem silenciosamente. Sua derrocada arrasta a todas as nações periféricas e geralmente se produz um retrocesso cultural e tecnológico. Foi assim na decadência do império romano. Está sendo assim na decadência do império americano. Sim, porque o que estamos vivendo hoje nada mais é que a derrocada de um império. Tudo se processa muito mais rápido e tem efeitos cada vez mais globais. E não se sabe se isso é melhor ou pior. O que se sabe é que é incontestável a ascensão da China e de outros emergentes tais como a Índia e o Brasil à liderança da economia mundial. É claro que nenhum desses países tem a estrutura e o desenvolvimento social comparável ao europeu-americano. As inovações e os avanços tecnológicos também não são os carros-chefes da economia desses países.Portanto, a se confirmar sua ascensão ao primeiro plano econômico mundial, vamos provavelmente enfrentar uma estagnação, se não um retrocesso, na evolução tecnológica mundial.
O modelo democrático e, principalmente, o modelo do estado do bem-estar social estão fadados a perder também posição de referência e de ideal a ser perseguido por nações desenvolvidas. A China é uma ditadura e deve permanecer assim por muito tempo, pelo menos enquanto perdurar o sucesso da economia. A Índia, maior democracia do mundo, convive com a miséria e a indigência milenares e os aceita do ponto de vista cultural e religioso. Além disso é uma colcha de retalhos étnicos e religiosos, cujo povo se desentende em 22 línguas oficiais (além do inglês) e mais de 1600 outros idiomas não-oficiais.
E o nosso pobre Brasil, o que tem a oferecer de novidade ao mundo? Somos uma democracia imperfeita em função da baixíssima representatividade política e da ausência quase total de identidade partidária. Nosso senso de coletividade, de bem comum, nossa coesão social também são quase nulos. A corrupção endêmica e a privatização do Estado o tornam caro e ineficiente. Somos grandes produtores de alimentos e de "commodities" e é só. Temos uma cultura alegre e musical, mas que está sendo desmanchada pela violência urbana. Não somos grandes produtores de tecnologia, o nível de educação do nosso povo é lamentável, a infraestrutura, que já não cobria boa parte do país, está sucateada e sem possibilidade de recuperação a curto e a médio prazo pois exige investimentos que o Estado perdulário não pode prover.
Assim, com esses três países sendo a opção da vanguarda econômica, a visão de futuro de curto prazo não pode ser muito otimista. Vamos provavelmente viver um retrocesso cultural e tecnológico até que o processo histórico por si só e por meio de mecanismos semelhantes ao da seleção natural, faça surgir uma nova etapa na história humana e novos modelos sociais e econômicos se levantem no horizonte.
Quem viver, verá.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Hora da limpeza

Tivéssemos uma estadista, ao invés de uma aventureira, na presidência da República, estaria na hora de, à maneira de Sebastian Piñera, presidente do Chile, demitir a maioria dos ministros, especialmente aqueles que não foram de escolha própria. Melhor ainda seria fazer uma grande reforma ministerial, diminuindo o número de ministérios para mais ou menos uns 10.
Virão alguns analistas dizer que isso não é possível em nome da tal governabilidade, que Dilma tem que satisfazer os apetites de todos os partidos de sua base, etc., etc., senão não governa.
Isso é um blá-blá-blá sem consistência e sem apoio na realidade. Afinal, na situação presente, existe alguma governabilidade? Como é que se pode gerenciar um ministério que é uma colcha de retalhos sobre a qual só se tem a autoridade formal? Quem realmente manda sobre essas imensas parcelas do poder público são grupos, partidos, oligarquias e facções que representam outros interesses. Representam tudo, menos os interesses da nação, do povo, que teoricamente os teria escolhido como representantes.
Já que governabilidade não há, como ficou demonstrado na fragorosa derrota da votação do código florestal, ou como se demonstra quotidianamente com a confusão ministerial reinante em que um funcionário de escalão inferior faz chantagem com um ministro, denuncia o outro, ameaça a todos, inclusive a presidenta e ela, ou não tem a coragem, ou não tem a possibilidade de dar-lhe um belo pontapé nas ancas. Por quê?
Essa é a estranha pergunta que fica no ar. Por que cargas d’água uma presidenta que passa a imagem de durona, mandona, autoritária, não toma uma posição firme e decidida contra essa gangue e define um novo ministério, no tapa. Lula não faria isso e sabemos todos por quê. Mas, para uma “corajosa” ex-guerilheira que enfrentou a tortura sem denunciar seus companheiros, mentindo habilmente para os seus torturadores enquanto sofria fisica e psicologicamente dores inenarráveis, fazer isso seria uma brincadeira de criança.
Ah, mas e a questão da responsabilidade? Dilma não pode parar o país para fazer uma reforma dessas, diriam outros. Só que não precisa parar mais do que já está parado. Não se consegue avançar em ponto algum, as obras da Copa estão aí esperando, as estradas caindo aos pedaços, os aeroportos transbordando, os portos atulhados e ineficientes, nem mesmo no famigerado PAC, peça chave da propaganda oficial, há alguma coisa andando. O crescimento da economia se deve unica e exclusivamente à iniciativa privada.
Portanto o país não vai parar por causa de uma troca de ministros, que não fazem nada, por outros que se espera possam fazer alguma coisa. E a redução do número de ministérios seria o item mais importante, não só para reduzir o custeio, mas para melhorar a própria governabilidade. Com mais de 40 ministros, talvez a presidenta não saiba nem o nome de todos eles de cor.
Quais seriam os ministérios a se manter? Na minha lista ficariam onze: a Casa Civil, a Casa Militar, a Defesa, Educação e Cultura, Energia, Indústria e Comércio, Infraestrutura e Transportes, Fazenda, Justiça, Relações Exteriores, Meio Ambiente. Ao invés de três porquinhos, teríamos onze apóstolos, sem o Judas. Sem os tais porquinhos, talvez a lama diminua também.
Tenho a certeza que após o berreiro inicial, todos os governistas e apoiadores de nascença acabariam ficando quietinhos procurando se acomodar no novo sistema e descobrir alguma brecha para voltar às velhas práticas. O máximo de revolta que se pode esperar dessa gente será o falar mal da presidenta pelas costas, mas isso já o fazem.
E, se triscarem, dona Dilma, Sibéria neles!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

14 de Julho - Tomada da Bastilha

Não dava para não comentar o 14 de julho. Que sonho, esse de ver um povo se levantar e tomar o destino nas mãos! Claro que durou pouco e a ditadura do terror que veio depois não compensou. Mas o momento, como inspiração poética e utópica foi talvez único na história da humanidade. Nas ruas de Paris, um povo faminto, sem armas, sem quaisquer outros recursos que a indignação e a raiva, enfrenta o establishment representado pela Igreja e pelo Rei e diz: basta!
Quem dera que outros povos também fizessem o mesmo. Aqui no Brasil necessitamos urgentemente desse basta. Há quinhentos anos somos roubados, há quinhentos anos o futuro de nossos filhos é comprometido. Há quinhentos anos essa nação não tem as rédeas do seu destino nas mãos. Há quem diga, estamos numa democracia, portanto...
Mas que democracia é essa em que o povo não decide, nem direta, nem indiretamente? Temos 16 senadores que não foram votados! Estão lá por maracutaias e acordos de suplência. Estão lá porque doaram dinheiro pras campanhas dos titulares em troca da suplência. E os demais, quantos realmente representam os Estados pelos quais foram eleitos? Sarney, por exemplo, representa realmente os interesses do Amapá? Alguém acredita nisso? Collor representa Alagoas?
E a Câmara dos Deputados com seus 500 e tantos membros? Quem se lembra em qual deputado votou nas ultimas eleições?
O sentimento popular no Brasil é que todos os políticos estão lá para roubar e defender seus interesses particulares. O povo e o Estado são desconhecidos um pro outro, tanto há quinhentos anos como hoje.
Sabemos que temos uma obrigação, pagar impostos, e nenhum direito. O resto é cada um pra si e Deus contra. Precisamos de um 14 de julho na Praça dos Três Poderes.

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