quinta-feira, 1 de maio de 2014

Dia do Trabalhador

Emblemática a condução do Zé Genoíno à prisão exatamente no dia do trabalho, ele que foi presidente do Partido dos Trabalhadores... Como dizia Joelmir Beting: "O PT começou como um partido de presos políticos e acabou sendo um partido de políticos presos."
É evidente que a indigência moral da classe política não é privilégio petista. Já se disse isso mil vezes. A questão é que o PT se apresentava à sociedade brasileira como uma alternativa sadia a essa política nojenta, de trocas de favores, de conchavos, de privatização do Estado, de roubalheira pura e simples.
E bastou chegar ao poder para se revelar um partido tão sujo quanto aqueles a quem criticava. Talvez até mais, pois vinha faminto de cargos, mordomias e maracutaias.
A falta de pudor chegou ao ponto de considerar natural e defensável aliar-se a representantes do mais sujo e do mais profundo atraso que há na atividade política brasileira. O que parecia inconcebível, ver Lula elogiando Sarney, tornou-se corriqueiro e quando o PT foi em comitiva beijar a mão do Maluf já não causou mais espanto.  Lula, Dilma, Collor, Sarney, Maluf, Renan, são todos gatos, ou melhor, ratos, do mesmo balaio.
Agora que as coisas estão mais definidas e mais claras, algumas outras começam a fazer sentido. O sindicalismo no Brasil, até quase o final da ditadura militar, nunca foi de esquerda. Eram simples pelegos sem ideologia. Quem juntou-se ao sindicalismo, na formação do PT, e o coloriu de vermelho, foram as comunidades eclesiais de base da Igreja Católica e os intelectuais acadêmicos. Foram esses que emprestaram ao PT a fachada de esquerda e até o discurso marxista. Emprestaram a pele, mas não mudaram o lobo, que continuou sendo o que sempre foi. Outro ponto que faz sentido é a atuação do gen. Golbery escolhendo a dedo o sindicalista Lula da Silva para transformá-lo em líder de uma "oposição confiável" que se fazia necessária na transição para a democracia. Antes, Lula, que seria um líder cooptado e domesticado e controlador das massas operárias, do que uma liderança mais afoita e mais genuinamente esquerdista que poderia forçar demais a mão e errar na dose de oposição consentida. Foi desse caldo que surgiu o PT e que, tão logo começou a abocanhar cargos executivos nas prefeituras, pôs em prática o seu esquema de privatização das instituições em favor do partido e do desvio de verbas sistemático e contumaz. Os puros e ingênuos ainda continuaram por um bom tempo acreditando no discurso, até que os fatos se impuseram com mais força e eles foram obrigados a optar: aderir ou cair fora. Assim sairam ou foram saídos do PT: Luiza Erundina, Plínio de Arruda Sampaio, Hélio Bicudo, Vladimir Palmeira, Fernando Gabeira, Marina Silva e outros. Acho que dessa turma, ainda continua no partido somente o senador Eduardo Suplicy, mas esse é tão lento que nem conta.
O PT já não engana a mai ninguém. Isso ficou absolutamente claro hoje com a situação carregada de significado simbólico que foi o ex-presidente dessa agremiação, José Genoíno, se dirigir para o xilindró em pleno 1º de Maio. E a grande esperança que surge foi explicitada pelas vaias e apupos com que os petistas foram recebidos e impedidos de discursar no evento da CUT e no evento da Força Sindical em São Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo! Deixe aqui seu comentário:

Seguidores do Blog

No Twitter:

Wikipedia

Resultados da pesquisa