terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O buraco é mais embaixo

O buraco, nas contas públicas, em Novembro, bateu récorde: quase 20 bi. O rombo anual em 11 meses já tinha alcançado a inacreditável taxa de 65% do PIB e as projeções do Banco Central indicam que ao final de Dezembro o déficit alcançará 66,9% do valor de toda a riqueza gerada no país no ano. Em outras palavras, o governo gasta mais do que arrecada um valor equivalente a 2/3 da geração de riqueza no país.

Se esse déficit tivesse que ser imediatamente coberto por impostos, teríamos que entregar ao governo mais 2/3 das receitas produzidas durante o ano de 2015, além daquilo que já pagamos que já é 33% do PIB. Isso significa que o governo teria que confiscar 100% de toda a riqueza nacional.

A nossa "sorte" é que o déficit vai sendo empurrado de um ano para outro. Mas esse é o fator que mais alimenta a inflação. De nada adianta o Banco Central aumentar mais os juros. Só os bancos vão ganhar com isso e a inflação continuará a correr solta, realimentada por sua vez pelo próprio aumento da taxa de juros. Sem uma vida fiscal correta e responsável não há controle da inflação. O governo Dilma está massacrando a Lei de Responsabilidade Fiscal e isso é um motivo grave para o impeachment. Não é preciso mais nada.

O marasmo econômico é consequência do desajuste fiscal, da inflação e do descrédito no governo e em suas equipes econômicas. Basta a saída da Anta do Planalto para que o quadro mude completamente. Com a sua saída o déficit não será zerado de imediato, nem a inflação cairá a níveis civilizados da noite para o dia. Mas a reversão das expectativas dos investidores daria um empurrão, um tranco favorável à economia e em seguida uma melhora na arrecadação, reduzindo o déficit e consequentemente a inflação em um segundo momento. Todo mundo sabe disso e o que falta é fazer o mundo político sair do autismo em que vive e pisar no chão. Se eles não caírem na real por conta própria, nós, o povo,vamos ter que fazê-los cair e mostrar para eles que o buraco é muito mais embaixo.

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