sábado, 6 de dezembro de 2014

Quando a política falha.

Quando os políticos abdicam de seu papel insitucional, acabam por serem suplantados por outros atores. Essa grita que uma parte da sociedade brasileira está a fazer, pedindo por intervenção militar, não pode ser simplesmente descartada com desdém, como coisa de malucos direitistas e sem consequências práticas.
Hoje haverá uma manifestação, no MASP, dos reservistas das Força Armadas pedindo intervenção militar com todas as letras. Essa voz e essa vontade, embora manifestada até agora apenas por grupos pequenos, é entretanto endossada por parcelas cada vez mais crescentes da população. Por quê?
Porque estão descrentes de que os caminhos institucionais possam resolver esse estado de calamidade moral e econômica a que chegamos. Não acreditam que, mesmo com todas as investigações, o poder Judiciário vá punir os ladrões dos cofres públicos, o que é constantemente reforçado pelas atitudes do próprio Judiciário. Menos ainda acreditam em um Congresso maculado pela presença de tantos corruptos e venais como temos visto. Portanto, ao descrerem nas instituições democráticas, apelam para o que consideram ser uma última instância: as Forças Armadas. A culpa da antitude antidemocrática não é desse povo que pede a intervenção militar, nem de uma suposta direita hidrófoba e golpista por natureza. A culpa é dos próprios políticos que levaram o povo a essa descrença. Aliás quem pede a intervenção militar nem mesmo cogita de querer a implantação de uma ditadura. Querem que os militares para livrem o país dessa praga. Querem segurança para andarem nas ruas. Querem poder se locomover em transporte público decente. Querem hospitais e escolas funcionando. Querem ordem e, mesmo que não saibam, querem progresso, pois só com progresso podemos extinguir nossas mazelas e usufruirmos todos das riquezas nacionais. Esse povo que hoje clama por intervenção militar está cansado de esperar, está pedindo socorro. Essa é a voz a que, infelizmente, os políticos estão surdos, como se viu na semana passada, quando o Congresso demonstrou ao país que os deputados tem preço. O problema é que depois de desencadeada, uma eventual reação militar adquire vida e dinâmica próprias e onde terminará ninguém sabe.

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