domingo, 27 de novembro de 2016

Os anéis e os dedos

Eles não aprendem nada e não esquecem nada! É assim com essa classe política brasileira. Depois de tudo o que o pais passou nos ultimos 2 anos, no meio de uma recessão econômica e de uma crise institucional que não acaba, depois de tantos escândalos revelados e tanta gente presa, julgada e condenada, ainda vemos expoentes do governo, ministros como Geddel e Padilha, criarem uma nova crise por causa de um interesse particular!

Nessa altura do campeonato, nem que fosse por medo, ou por cautela, deveriam ter um pouco mais de compostura!

Um governo frágil, contestado, como o do Temer, sujeito ainda a ser deslegitimado pelo TSE até o final do ano, tudo o que não precisa é de mais turbulência! E o então ministro (agora ex) Geddel, diante de tudo isso, só está pensando em fazer tráfico de influência para resolver um problema particular? E o presidente, que deveria estar concentrado em resolver os nós econômicos e institucionais em que estamos metidos, acha tempo para, no seu dizer, "arbitrar conflitos" de natureza estritamente privada? 

Convenhamos! Isso é brincar com fogo! É tripudiar sobre a paciência do povo! Esse partido, o PMDB, esses políticos, estão agindo como a aristocracia francesa diante da Revolução iminente. O povo faminto batendo às portas de Versalhes e a nobreza dando festas e ignorando solenemente a realidade. Ou como a monarquia brasileira, às vésperas da proclamação da República, bebendo e dançando no Baile da Ilha Fiscal, como se o seu mundo não estivesse desabando! Em ambos os casos, deu no que deu. 

Parece que é uma fatalidade, que as oligarquias não percebam quando seu tempo acaba. Isso se chama cegueira psicológica e é um mecanismo de defesa, uma recusa em aceitar o inevitável, uma vez que não estão dispostas a mudar e a mudança é a única atitude aceitável em face de novos tempos. Só existem duas instituições tradicionais, que foram inteligentes o suficiente para conseguir se adaptar aos novos ares, abrindo mão dos acessórios para conservar o principal: a Igreja Católica e a Monarquia Britânica. 

O resto acabou, foi destruído, se desfez como pó, diante das mudanças.  A classe política brasileira se enquadra entre esse resto. O país está se desmanchando e eles continuam preocupados em salvar os anéis. Vão acabar perdendo os anéis e os dedos.

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