Seria muita ingenuidade pensar que a operação Lava Jato continuaria a desvendar toda a sujeira escondida debaixo dos tapetes dos palácios de Brasília, sem ter nenhuma obstrução, nenhuma tentativa de bloquear suas atividades, ou, pelo menos, anular seus efeitos.
Tudo o que estamos vendo o governo Temer fazer, desde a nomeação do atual ministro da Justiça, é tentar melar todo o processo. O mesmo pode se dizer do conjunto da Câmara e do Senado, com algumas ramificações no Judiciário.
Estão todos combinados, articulados e orquestrados para fazer essa operação não chegar a lugar algum, ou, pelo menos isentar toda a classe política de qualquer punição. Agora, não importa mais a ideologia, nem o partido. Agora é "um-por-todos-e-todos-por-um". São eles contra o Brasil.
Isso mostra que a força da Lava Jato é também a sua fraqueza. Ao desvendar a universalidade da roubalheira, a Lava Jato deixou claro que não é seletiva, não tem partido; mas, a exposição de gregos e troianos, demonstrando que todos estão no mesmo barco, fez com que eles se unissem no mesmo propósito.
Agora não interessa mais ao PT se degladiar com o PSDB, nem vice-versa. O que interessa agora é tentar salvarem-se todos. Para isso, são todos muito hábeis e traquejados. A mudança de tom de Gilmar Mendes e de Reinaldo Azevedo já foi o prenúncio de que a máfias estavam se unindo. Já não se vê, nas redes sociais, a petralhada atacando o Aécio, nem mesmo atacando o Temer. Aliás, quem ataca o Temer e o Aécio, agora, são os coxinhas de ontem.
Esse é um momento crítico de nossa história: ou eles vencem a guerra e saem livres e acaba-se o que resta desta malfadada república, ou vencemos nós e teremos que reconstruir esse país, com uma nova Constituição e novas estruturas de poder.
Para que ocorra a segunda hipótese, é necessária uma liderança política competente, isenta e comprometida com a cidadania, que possa coordenar esse processo, que não será fácil. O grande problema é: onde está essa liderança? Quem poderá desempenhar esse papel?
domingo, 25 de junho de 2017
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