sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O espírito patriótico

Ai, ai! Agora D. Dilma apela para os empresários. Apela para o seu espírito patriótico e conclama-os a investir e confiar no Brasil. Só faltava essa. 
Depois de nos mandar gargalhar com os apagões - como se fosse engraçado, uma pessoa no escuro e sem energia elétrica, sendo defrontada com as desculpas mais esfarrapadas (foi raio, foi uma chave que caiu, foi falha humana...)  e ainda gargalhando diante de tanto humor - a gerentona, ao perceber que seus pitacos na economia não estão produzindo resultado algum (aliás, estão, só que no sentido contrário), resolve apelar aos empresários para tentar salvar o PIB do país.
Na hora de decidir jogar contra a nossa moeda, desvalorizando-a brutalmente em menos de um ano, não perguntou a opinião de ninguém. Na hora de interferir nos contratos em andamento com as concessionárias de energia elétrica, afastando de vez os possíveis investidores que daqui a um ano poderiam disputar as novas concessões, também não se aconselhou com ninguém. Na hora de decidir criar barreiras protecionistas para alguns segmentos industriais (leia-se: indústria automobilística) também não procurou o mercado para se aconselhar.
Agora que a "sua casa, sua vida",  está caindo aos pedaços, vem, de modo matreiro, querer atribuir a responsabilidade pelo crescimento econômico aos empresários, que, se não investirem, é porque não acreditam no Brasil. São pouco patriotas.
Tenha a santa paciência! Não se pode esperar de uma economista, que quase completou doutorado, que ignore esse axioma corriqueiro: a atividade econômica privada é atividade de risco. E só se arrisca, quem sabe ou supõe que vá ganhar alguma coisa. O empresário se arrisca quando percebe uma conjunção de fatores que possam justificar o empreendimento. Quando as regras do jogo não são claras, quando se muda a toda hora de direção, quando o poder público interfere com mão pesada o tempo todo, quando o ambiente corrupto deturpa a livre-concorrência, quando a taxação é abusiva, quando o emaranhado de regras e normas é quase ininteligível, quando a mão de obra local, de baixo nível de educação, é pouco produtiva, não se cria um quadro muito animador para os investimentos.
Quem já investiu, até fica, para ver se consegue salvar alguma coisa, mas ninguém vai colocar mais um pouco do rico dinheirinho enquanto a situação permanecer nebulosa. 
Dos investidores estrangeiros, então, nem se fala. Podendo escolher entre investir no México, na India, em Singapura, sem falar na China, por quê iria escolher o Brasil para apostar?
O governo não tem "caixa" para bancar nem os investimentos tipicamente estatais, como os da infra-estrutura. Não há poupança interna no Brasil, aliás os brasileiros  estão sendo estimulados a consumir e se endividar. Necessitamos portanto de capital estrangeiro para crescermos. Aquele capital de olhos azuis que, de tempos em tempos, serve de bode expiatório para as nossas mazelas.
A propósito de olhos azuis, D. Dilma, a senhora não estava querendo ensinar à Angela Merkel como deve administrar a zona do euro? E a nossa zona aqui, quem é que administra?

2 comentários:

  1. Eustáquio, seu texto não poderia ser mais oportuno. Nossa presidenta,com toda a sua trupe, nos fazem de palhaços todos os dias. Cansei dessa gente, que é muito bem paga,para não fazer absolutamente nada pelo país. Cobrar mais uma vez do povo já é falta de escrúpulos em demasia.

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  2. Eustáquio, seu texto não poderia ser mais oportuno. Nossa presidenta,com toda a sua trupe, nos fazem de palhaços todos os dias. Cansei dessa gente, que é muito bem paga,para não fazer absolutamente nada pelo país. Cobrar mais uma vez do povo já é falta de escrúpulos em demasia.

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