Chega! Depois dessa overdose de mensalão, após 53 sessões plenárias do Supremo, chegou-se ao fim. Missão cumprida, ministro Joaquim Barbosa! E, dia-se de passagem, cumprida a duras penas. Além de um problema de saúde que lhe inflige dores excruciantes durante as intermináveis sessões, teve que enfrentar pressões de toda ordem e magnitude, todos os dias e por todos os lados.
E com um agravante maior: ter suportar o min. Lewandowski com seu notório e absurdo empenho em livrar a cara dos assaltantes da República. E até no final, S. Excia teve que se defrontar com mais uma alfinetada, absolutamente desnecessária.
Incompreensivelmente o min. Marco Aurélio se rebelou contra o pronunciamento do presidente do Tribunal que, ao encerrarem-se os trabalhos, quis agradecer aos seus colaboradores diuturnos desses últimos sete anos. Sem o empenho e a disposição desses funcionários, até além de suas obrigações funcionais, é muito provável que a AP 470 ainda estivesse nas "gavetas" do STF. Entretanto o min. Marco Aurélio não concordou com os elogios que o min. Barbosa tecia aos seus colaboradores e se retirou do plenário em protesto.
Para o povo brasileiro o que deve parecer essa atitude? Diante de tanta desfaçatez e de tantos crimes desfiados por meses à vista da nação, o ministro Marco Aurélio não mostrou a mesma indignação; ao contrário, se postava sempre com um sorriso irônico.
Diante dos elogios, como os que fez o min. Lewandowski a um criminosos ao fim condenados pelo Supremo, como Genoíno e Zé Dirceu, ou como os que fez o ministro Dias Tóffoli à Sra. Kátia Rabello, o ministro Marco Aurélio não esboçou tampouco qualquer reação.
Não considerou anti-regimental um ministro assumir a posição de advogado de defesa dos réus. Não considerou impróprio à liturgia do cargo um juiz fazer o elogio dos réus durante o julgamento ao votar. Mas considerou impróprio o min. Barbosa elogiar seus subordinados ao final dos trabalhos. E se retirou do plenário em atitude desrespeitosa, impolida e vulgar.
Entretanto, sinta-se premiado ministro Joaquim. Do mesmo modo como há amizades que depreciam, há inimizades que enaltecem. Há certas pessoas, das quais, o menosprezo é uma honra, um galardão.
Mesmo que muita gente ainda não saiba o bem que o ministro Joaquim Barbosa fez a elas, um dia isso será reconhecido e podem ter a certeza que esse ministro entrou definitivamente para a história e para o panteão dos heróis brasileiros. Obrigado, ministro Joaquim!
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