sábado, 15 de dezembro de 2012

O poder vicia

Não é de bom tom, no Brasil, falar mal dos mortos ou dos doentes graves. Acho que é mais uma questão de superstição que de polidez. As pessoas temem que  a "coisa" se volte contra elas e por isso evitam falar no assunto, ou, quando o mencionam, afirmam desejar as melhoras e o bem, mesmo dos piores inimigos ou bandidos.
Se um crápula como Hitler estivesse com uma doença terrível em estado terminal, tenho a certeza que a maior parte dos seres humanos, especialmente os perseguidos por ele, se rejubilaria ao invés de lamentar.
No caso presente, por exemplo,  eu seria cínico e hipócrita se dissesse que estou triste com a situação de Hugo Chávez. Como pessoa, como ser humano, pouco me importa a saúde ou a doença dele. Como pessoa, ele me é completamente indiferente. Mas, considerando o homem público, com essa influência nefasta na América Latina, fico feliz de vê-lo afastado do poder, seja por que motivo for.
Lamento a morte de pessoas como Niemeyer, Décio Pignatari, Dave Brubeck, etc.
No caso de Hugo Chávez, até posso desejar, apenas por compaixão, que ele se vá sem dor, mas que se vá logo e deixe os venezuelanos e o povo latino-americano em paz. Sem Hugo Chávez, como mais uma peça no tabuleiro das demagogias pseudo-esquerdistas que proliferam na América Latina, o mundo ficará melhor.
O que ainda é mais patético, nesse caso, é o apego ao poder. O homem está morrendo e sabe que nada vai levar consigo para o caixão. No entanto, ainda se apega ao poder ferrenhamente. Não renunciou ao mandato para se tratar e viajou para Cuba, deixando uma série de instruções até para depois de seu falecimento. Isso mostra que se estivesse com saúde não seria tão cedo que deixaria o poder, tal como Franco e Salazar ou Stalin.
Um ditador, depois que se instala,  só sai do poder quando morre ou é deposto.

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