domingo, 17 de novembro de 2013

Cadeia igual para todos!

Finalmente! Estão indo pra cadeia os ladrões de dinheiro público. Mas que dificuldade, hein? Será que os demais 500 mil presos do país tiveram a mesma chance de defesa? Quanto embargos infringentes apresentou a garota menor de idade trancafiada no Pará na mesma cela com outros 14 presos e por eles estuprada diariamente? É essa a igualdade que pregam esses esquerdistas de araque? É essa  a ditadura do proletariado que queriam os comunistas de carteirinha do passado? Na hora do aperto é ao estado "burguês" que recorrem. Se estivessem na República Popular da China, um estado proletário como eles enaltecem, receberiam apenas uma bala na nuca e estaríamos conversados! Sem choro, nem vela.
Mas, aqui, num "estado burguês dominado pelas elites inimigas do povo", eles têm todos os direitos e garantias e ainda acham pouco. Queriam mais. Queriam embargos dos embargos dos embargos... Queriam ampla defesa, como se não a tivessem tido, como se não tivessem bancas milionárias advogando a seu favor.
É até interessante saber como esses advogados estão sendo pagos e quem os está pagando? Para que fique claro que não é o dinheiro publico, previamente desviado, que está custeando essas defesas. Isso seria o absurdo dos absurdos.
Mas, voltando ao tema, seria útil também para a democracia uma comparação entre o tratamento que tiveram  e ainda terão esses "próceres da República"  e os demais cidadãos comuns que estão por aí amontoados nas celas, nas masmorras, como disse o ministro Tófolli. 
A igualdade de que tanto se fala é só no papel! Quero dizer que eles deveriam ser jogados em masmorras semelhantes? Não, não é o ideal, mas se não há celas em condições dignas para todos, não deve haver para ninguém. Advogados argumentam que eles tem que ficar em celas individuais porque o Estado, que os custodia, tem que preservar a sua integridade física e mental. Concordo absolutamente, mas isso não vale também para os outros cidadãos? Só Genoíno, Dirceu, Cristiano Paz, Delúbio, Marcos Valério e demais comparsas tem que ter essa proteção do Estado? Só a integridade física e mental deles é importante?
Um partido que se diz de esquerda, que proclama lutar pela igualdade, que quer até implementar um sistema de cotas raciais no serviço público, segundo eles, para reparar desigualdades passadas, não pode defender uma discriminação como essa sem perder a coerência e a credibilidade. 
Pelo menos Dirceu e Genoíno, em nome do seu passado e de sua ideologia, deveriam pleitear dividir com os demais presidiários as condições comuns do cárcere. Isso, sim, ao invés de braços erguidos, seria capaz de conferir-lhes ainda alguma dignidade nessa hora.



sábado, 16 de novembro de 2013

Patético

Punhos cerrados, braços esquerdos levantados! Foram assim, as cenas patéticas de velhos ex-militantes, agora simplesmente corruptos, querendo passar a imagem de um ativismo político e uma indignação juvenil que está longe deles. Com disse hoje alguém de minha família: "Eles não perceberam  que a política andou e eles desandaram?". Frase perfeita!
O mundo andou pra frente, o comunismo ficou pra trás com seus mortos e sua falta de liberdade, e essa gente ainda quer fingir que tudo continua como antes! A quem querem enganar?
E, nas notas que distribuiram à imprensa, dizem que  se consideram presos políticos, condenados por uma perseguição das elites. 

Que elites, caras-pálidas? O governo é do PT, que tem maioria folgada no Congresso e os governos petistas indicaram 8 dos 11 atuais ministros do Supremo! Essas elites não estão portanto alojadas em nenhum dos 3 poderes da República. Serão então os empresários que estão querendo pôr Genoíno e Dirceu no xilindró? Ou quem sabe serão os banqueiros? Ou os ruralistas? 

Se isso acontece numa democracia, se existem elites numa república capazes de fazer a Suprema Corte do país desrespeitar a Constituição para perseguir políticos inocentes e trancafiá-los na cadeia, isso é um caso muitíssimo sério. Dirceu e Genoíno tem a obrigação moral e política de dizer claramente os nomes desses agentes para que a democracia possa se livrar deles.

A quem querem enganar? Qual é o jogo que fazem? Não penso que queiram, nessa altura, que alguém acredite nessa versão. Eles são suficientemente inteligentes para saber que ninguém vai engolir uma lorota desse tamanho! A questão pois é  que insistem nessa tese porque nao tem mais nada a dizer. Vão dizer que roubaram? Que desviaram, sim,  dinheiro público para comprar apoio e votos? Alguma face, mais ou menos apresentável, eles tem que mostrar, ao menos para os correligionários. Dar à militância um mote para continuar a sua defesa. Ninguém acredita, mas continuam dizendo que sim. Afinal, quando os livros de história forem contar à posteridade esses episódios pouco engrandecedores, pensam que haverá ao menos uma versão, mesmo que absurda, mesmo que incrível, para apresentar como uma outra "leitura". É uma tentativa de salvar pelo menos a própria biografia. Em vão!




quinta-feira, 14 de novembro de 2013

República?

A história oficial nos diz que a República foi proclamada em 15 de novembro de 1889. A monarquia foi abolida é certo, porém há dúvidas se a República foi realmente estabelecida nessas terras. República, desde Platão, quer dizer um sistema político em que o bem publico, a coisa pública, seja o regente da organização social.
Para começar, o maior ausente nesse processo foi justamente o povo, aquele que as Constituições dizem que detém o poder soberano. O povo assistiu entre perplexo e assustado àquela movimentação de tropas no campo de Santana sem entender direito o que estava acontecendo. Aliás, segundo alguns historiadores, nem mesmo Deodoro tinha consciência e intenção de proclamar uma república naquele momento. Tudo o que queria era derrubar o Conselho de Ministros. Mas parece que o fato de D.Pedro pretender nomear primeiro-ministro, em substituição ao visconde de Ouro Preto, um inimigo de Deodoro, o qual deveria assumir o governo em 20 de novembro, foi o que o fez converter um golpe em outro. Ou seja, motivos pessoais é que foram determinantes para que a República passasse a ser o nosso regime político. E o jornalista Aristides Lobo escreveu à época, o "povo assistiu bestializado" à proclamação. E continua assistindo bestializado até hoje aos desmandos dos governantes.
Quem assumiu o controle da situação foi a mesma classe que já governava o país antes, a elite rural. Essa Republica de uns poucos perdurou até a revolução de 30, quando foi substituída por uma outra república, até pior, porque autoritária,  populista, sindicalista e fascista, liderada pelo caudilho Getúlio e que, no fim, deu no que deu, ou seja, no golpe militar de 64. Pois foi Jango, um herdeiro direto de Getúlio,  quem resolvera retomar o populismo varguista e restabelecer uma república sindicalista e autoritária, agora com tintas esquerdistas. Calculou errado, buscou suporte nos sargentos do exército, nos marinheiros e nos sindicalistas e depositou fé no apoio popular das massas, o que não aconteceu. Ao contrário, as massas eram conservadoras e foram para as ruas no movimento reacionário "Marcha da Família com Deus pela Liberdade". O exército, uma instituição de classe média, fez o que a classe média queria, deu o golpe. E Jango, com todo o suporte que parecia ter, com o apoio militar de seu cunhado Brizola, governador do Rio Grande do Sul, nem mesmo esboçou uma reação. Fugiu e deixou seus correligionários ao deus-dará.
Aí vieram 21 anos de ditadura. Mais uma vez uma república sem participação popular.
Então, depois da Constituição de 88, depois do impeachment do Collor, quando se pensava que as coisas tinham começado a mudar nesse pais temos que chegar à conclusaõ de que o povo só participa nessa república como agente passivo, aquele que trabalha, paga impostos e sustenta a mesma cambada que não larga o osso do poder. Todo o nosso arcabouço jurídico, político e social é feito para a eternização dessa gente que explora, rouba e suga os recursos dos país em benefício próprio. São os donos dos bancos Rurais; são os Eikes Batistas, useiros e vezeiros de pegar empréstimo do BNDES; são os capitães-donatários como a família Sarney; os arrivistas políticos filhinhos-de-papai como Fernando Collor, que deu a  volta por cima; são os Maluf que são julgados e condenados e continuam com a mesma cara-de-pau e nada lhes acontece; e recentemente essa turma viu chegar novos amigos, uma gente que chegou com fome, comendo o que via pela frente, falando de boca cheia e arrotando à mesa, mas que tinha votos e um canal de comunicação com o povo, aquele ser místico do qual todos dependem de 4 em 4 anos. Como as tetas são grandes e elásticas dá para todo mundo mamar. Foram todos acomodados e convivem em harmonia Genoínos, Sarneys, Collors, Malufs, Lulas, Delúbios e Renans. Nem dá mais para distinguir uns dos outros. Quem fica de fora, bestializado como sempre, é aquele que deveria ser o autor e ator principal, a razão de ser da coisa pública. Não há coisa pública, ela foi sempre tomada, usurpada e transformada em coisa privada por alguns espertalhões.

Fraude explica

A carga tributária no Brasil atinge inacreditáveis 60% do PIB!. Sabe o que isso significa? Isso quer dizer que trabalhamos 219 dias por ano, só para pagar impostos. Nos outros 146 dias restantes temos que ganhar o suficiente para pagar escolas, moradia, transporte, roupa, comida, plano de saúde, remédios, energia elétrica, telefone, etc.
Mas se o governo arrecada tanto, por que nunca tem dinheiro para investir na educação pública universal e de qualidade, na segurança e transporte públicos, na saúde, etc., etc.? Aí é que está a questão. Dinheiro tem, basta ver que o BNDES está sempre pronto para financiar qualquer projeto mirabolante, tal como financiou o Pró-Álcool  e as empresas do Eike Batista. Dinheiro tem, se consideramos todos os bilhões de investimentos prometidos pela Dilma para as creches, postos de sáude, trem-bala, transposição do S.Francisco, rodovias, portos e aeroportos espalhados pelo país.

No mundo oficial o Brasil é nada mais nada menos que um feliz canteiro de obras. Há que ter dinheiro para bancar essas obras todas. Agora mesmo, Dilma, irresponsavelmente, enviou projeto ao Congresso para cração de mais alguns órgãos públicos inúteis que só vão servir de cabides de emprego para os cabos eleitorais a serem contratados nas próximas eleições. São eles: o Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste, o Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal e um tal de Instituto Nacional de Águas.

Do outro lado, o Brasil real é aquele em que uma ministra usurpa um helicóptero de socorro para fazer passeios e campanha eleitoral com o nosso dinheiro. O Brasil real é aquele onde 50.000 homicídios são cometidos por ano  e 97% ficam impunes. O Brasil real é aquele onde morrem outras 50.000 pessoas anualmente no trânsito. O Brasil real é aquele onde um deputado ganha 28 mil por mês, sem a obrigação de fazer coisa alguma e um policial que põe a vida em risco todos os dias, ganha 1200. O Brasil real é aquele onde faltam escolas, transporte público, estradas,  assistência médica, segurança. É onde impera o estado paralelo do tráfico de drogas e do crime organizado. O Brasil real, enfim, é aquele onde predomina a fraude e a corrupção em todos os escalões, em todos os níveis e em todas as instituições. É isso e apenas isso o que explica a nossa indigência como nação.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pelo andar da carruagem...

O quadro político brasileiro começa a ficar interessante. Dilma não é Lula e o poder de Lula transferir votos parece que só era possível quande ele detinha não só a caneta presidencial, mas principalmente a visibilidade da superexposição programada na mídia e disfarçada de agenda de governo. Dilma tem agora essa mesmas ferramentas e está tentando usá-las, mas os resultados tem sido pífios. Isso é preocupante para um partido que tinha planos de ficar 30 anos no poder, no mínimo.
E quer dizer que seus aliados esperarão até um determinado momento e, quando tiverem a certeza que a vassoura da Dilma não vai decolar por falta de combustível, partirão para outra opção, que pode ser até, como sempre, uma nova velha candidatura do Molusco. Caudilho é assim mesmo, pode até sair do poder, mas o poder não sai dele nunca (vide Getúlio).
Se Lula atropelar Dilma na reta final e se candidatar, o panorama muda todo. Porém o que mais vai definir o futuro dessa história será o estado em que Dilma deixará a economia do país. Estamos descendo rapidamente a ladeira. E, em 2014, alguns analistas sérios e até mesmo favoráveis ao governo, como Delfim, estão prevendo a "tempestade perfeita", uma conjuntura de fatores que atuando sinergicamente podem nos levar ao caos econômico como aquele do final do governo Sarney.
Dilma parece que não tem a compreensão suficiente da situação. Parece pensar que basta o "marquetismo" e algumas ações demagógicas aqui e ali para lhe garantir o segundo mandato. A continuar nesse passo, a carruagem não chegará nem ao segundo turno.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Precisamos de um Tea Party

É claro que esse assunto não ver ser dito no horário eleitoral, porque eles não são bobos, mas a turma da equipe econômica já conta com isso para equilibrar as contas. 
Se conseguir outro mandato Dilma vai aumentar a alíquota máxima do Imposto de Renda de 27,5% para 35%!!!! Pasmem, mas é isso que está nos planos. Afinal, como é que se vai continuar bancando aviões da FAB como taxi aéreo  gratuito pras otoridades? E o caviar das crianças? E a quantidade de ministérios além de qualquer senso crítico!


Quem ganha acima de 4.271,59 vai passar a ter descontado na folha, 1495 reais ao invés dos 1174,68 atuais, que já são um escândalo, considerando que o Estado nada nos dá em troca.

Em outras palavras, com essa alíquota o governo ficará com o fruto do nosso trabalho de quatro meses e meio por ano e nós ficaremos com o dos restantes 7 e meio, só para o Imposto de Renda. Se considerarmos os demais tributos indiretos (ICMS, ISSQN, IOF, PIS/COFINS) que pagamos sem saber, por tudo o que compramos, além dos IPTU's, RENAVAN, DPVAT's, o valor deve chegar à casa dos 60% das nossas receitas.

No regime feudal da Idade Média, um senhor suserano  jamais sonharia cobrar tão altos impostos dos seus vassalos. Temia pela rebelião, o que por muito menos aconteceu algumas vezes. Na Inglaterra a Magna Carta foi instituída para limitar o poder dos reis de cobrar impostos.
A independência dos Estados Unidos se deu pela recusa em pagar a taxa do chá, na revolta que ficou conhecida como Tea Party. É a isso que faz referência hoje o grupo Tea Party; mesmo que atualmente constituído de republicanos hidrófobos, sua mensagem de que impostos tem que ser consentidos é histórica na vida das nações democráticas.
A Inconfidência Mineira também se fez em revolta contra o pagamento do quinto do ouro, ou seja, vinte por cento!

Precisamos urgentemente de um partido com um programa que defenda a redução da carga tributária nesse país. Não é por essa via que os mais pobres serão atendidos, até porque não o são, apesar dos impostos escorchantes. A pobreza será erradicada do país com investimentos na educação, não nos desvios de verbas e nos salários e mordomias indecentes desses que se dizem nossos representantes.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

É irregular mas toca pra frente

Eu fico impressionado com a cara de pau dos nossos governantes. O tribunal de Contas da União já é um órgaõ, a meu ver, absolutamente tolerante. Não fosse assim, tantos escândalos, desvios e roubalheira pura e simples não aconteceriam. Ainda assim, o TCU tenta exercer um certo papel fiscalizador, que é o que está determinado na lei.
Entretanto, a presidente da República que deveria ser o cidadão-exemplo é a primeira pessoa a desconsiderar tudo isso, como fez a gerenta em recente pronunciamento no sul. Disse ela que não se podem parar as obras, mesmo que o TCU tenha assim recomendado em função de grossas irrgeularidades. Estamos falando, não de roubalheira mixuruca, um desviozinho aqui, um malfeitozinho ali. Estamos falando de irregularidades graves, segundo a própria conclusão do Tribunal.
Ora, o dinheiro publico é sagrado! Com o dinheiro publico não se pode admitir tolerância nem mesmo com as menores irregularidades. No entanto, quem está dizendo que o TCU não deveria fazer o seu papel legal e constitucional é a própria presidenta da República! 

E o pior é que isso não causa o menor espanto! Nem chega a ser manchete na mídia. A presidenta diz que não vai respeitar o TCU, um órgão de outro poder, o legislativo, que por sua vez não se manifesta em defesa do Tribunal e nem se sabe se acolherá a recomendação de parar as obras irregulares ou a da presidenta de tocar pra frente assim mesmo.
Há momentos em que não acredito no que vejo e ouço nessa pindorama! Definitivamente não somos um país sério.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Tempestade Perfeita

Delfim Neto pode ser qualquer coisa, menos burro. E também nunca foi de sensacionalismos em suas análises. Serviu à ditadura por longos anos, foi o czar da economia, comandou o "milagre brasileiro" dos anos 70, que depois se revelou ter suas falhas estruturais (a inflação nunca foi controlada, muito dinheiro foi desperdiçado, além da corrupção institucionalizada e da promiscuidade entre o Estado e empreiteiras), mas o fato é que o Brasil chegou a crescer até 11% ao ano.
Foi Delfim quem profetizou que a melhor maneira de acabar com o PT seria deixá-lo chegar ao poder. Profecia cumprida.
Agora, vem ele com outra previsão do futuro. Segundo o ex-ministro estamos nos aproximando da "tempestade perfeita", um cataclisma econômico para ninguém botar defeito.
Esse cataclisma seria desencadeado por alguns fatores convergentes: o fim dos incentivos monetários nos Estados Unidos em março de 2014 conjugados aqui com uma instabilidade cambial, juros altos, inflação fora do controle, despesas públicas elevadas, deficit fiscal primário de 10,8 bilhões, deficit nas contas de comércio exterior, dívida bruta de 2,7 trilhões (59 % do PIB) e o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pelas agências de classificação de risco.
Eis o que diz Delfim: "Violações da ordem fiscal vão se acumulando, sem consequências aparentes no curto prazo. Mas a história e a análise teórica ensinam que, em algum momento, provavelmente em tempo superior ao mandato do poder incumbente, elas geram uma "emergência" que explode num desequilíbrio fiscal, inflacionário e cambial simultâneo, que reduz a pó a economia nacional. Todo brasileiro com mais de 20 anos já assistiu em branco e preto a tragédias como essa."

Com uma tempestade dessas se delineando no horizonte, não importa se somos viajantes de primeira classe, executiva ou econômica, se não mudarmos de rumo rapidamente, a aeronave vai sacolejar feio para todo mundo. Delfim termina seu artigo alertando:

"Se isso [a tempestade] ocorrer, teremos uma rápida elevação da taxa de juros no mundo, uma mudança dos fluxos de capitais, um ajuste instantâneo e profundo da nossa taxa de câmbio, uma redução do crédito bancário, uma queda dramática da renda real dos trabalhadores e a volta - em legítima defesa - de taxas de juros reais aos absurdos níveis com que vivemos durante tantos anos, acompanhados por um aumento do desemprego. Isso sim -- e não fantasia política - poderá comprometer a confortável posição atual da presidente Dilma Rousseff no processo eleitoral."

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O plano "secreto"

Era uma vez um país não muito distante onde um partido se aboletou no poder. Esse partido enganou muita gente. Dizia ser contra a corrupção, o coronelismo, o nepotismo, a política de compadrio, o fisiologismo, os conchavos, a privatização do Estado, etc. 
Mal acabou de chegar lá esse partido começou a operar o seu plano secreto. E qual era esse plano? Nunca mais devolver o poder, ficar nele para sempre ou pelo menos o maior tempo possível. Décadas, se não puder ser séculos. Para isso foi necessário fingir aceitar a via democrática, como um meio de conquistar essa posição e depois começar o trabalho de destruição dessa mesma democracia. Afinal, democracia implica em alternância, o que não interessa a esse projeto.
Esse partido, dominando as instituições, começou por aliciar aqueles que antes eram apresentados como inimigos, porque sabia como aliciá-los. Todos eram venais e o partido passou então a comprá-los, um a um, para formar a tal base aliada, que nada mais é que o controle do parlamento, do poder legislativo. Claro que nesse processo muita ilegalidade teve que ser cometida, portanto era necessário ter contatos no submundo empresarial. Um publicitário e um banco voraz foram os mecanismos encontrados para criar um sistema de desvio de dinheiro público sob a aparência de contratos legais. O publicitário simulava negócios com empresas públicas, como a Petrobrás e o Bnaco do Brasil, e o dinheiro ia parar em vários bolsos, entre eles o de vários membros do partido vermelho, porque afinal ninguém é de ferro.
Comprada a base aliada, com dinheiro ou com cargos (que significam dinheiro) ficava fácil mudar as leis de modo tal que aos poucos fosse sendo garantido ao partido a sua permanência no poder. Em paralelo, o Judiciário foi também sendo colocado sob o mesmo jugo. Em 10 anos de governo, nomearam 8 juízes do Supremo em um total de 11. Mesmo que alguns, como o ministro Joaquim Barbosa e o ministro Fux, demonstrem total independência em suas decisões, há exemplos de outros que se revelam submissos aos desejos do chefe do Executivo! 
Dominados os 3 poderes o que resta fazer para se implantar uma ditadura no Brasil? Resta submeter o quarto poder, os militares! Digam o que disserem, a Comissão da Verdade não deixa de ser uma tentativa de intimidação aos quartéis. A imprensa, quando não puder ser dominada pelo aliciamento (rede Globo por exemplo) e pela simples compra via publicidade oficial, será eventualmente silenciada pelo "controle" social da mídia, um eufemismo ao estilo marxista chinês para censura pura e simples. Já tentaram também amordaçar o Ministério Público.
Luiz Felipe Pondé publica hoje  uma crônica  muito boa mostrando as garras e dentes desse projeto totalitário dentro das universidades brasileiras, especialmente na área de ciências sociais. Vejam aqui.

sábado, 2 de novembro de 2013

Mau humor

É paradoxal verificar, em tempos politicamente corretos, surgirem esses "humoristas" barra-pesada, tais como Danilo Gentili e Rafinha Bastos, que extrapolam todas as fronteiras do bom gosto e do respeito à sensibilidade das pessoas. Não defendo o "politicamente correto" até porque o acho,  além de chatíssimo, muito hipócrita. 
Portanto uma das funções do humorista, como crítico de costumes, seria denunciar esse politicamente correto quebrando os paradigmas. É isso o que um bom humorista sempre fez. Mas há um limite, além do qual o humor se transforma em agressão e aí já não deveria ter o apoio da sociedade. Passar desse ponto é o que um bom humorista jamais faria. Estabelecer qual é o ponto certo, qual é a dose correta de iconoclastia é o trabalho de um artista, o que, supostamente, os humoristas são. Entretanto para o bem e para o mal, a democratização da mídia hoje proporciona a qualquer um se intitular artista e, em especial, humorista. O "Youtube" está cheio de vídeos de gente que pensa que fazer arte e humor é gravar e publicar aquele monte de baboseiras que se postam por lá.
Reconheço também que, diante do esforço que os politicos fazem para encarnarem os papéis mais ridículos, fica difícil para um humorista se sobressair. Mas não precisavam apelar assim. Primeiro, o Rafinha Bastos veio com aquela "piada" sobre o estupro e agora o tal de Danilo Gentili nos brinda com um escracho, em termos bastante baixos, sobre a maior doadora de leite do Brasil.
E pensar que o humor no Brasil já foi representado por Millôr, Péricles, Chico Anísio, Manoel da Nóbrega, José Vasconcelos, Paulo Gracindo, Juca Chaves, Grande Otelo, Oscarito e outros. Nem mesmo a causticidade de uma Dercy Gonçalves chegou a tanto. Dercy era desbocada e sem papas na língua, mas não me lembro de tê-la visto calcar o humor sobre ofensas e desrespeito ao outro.
É claro que defendo o direito de livre expressão desses "humoristas", até mesmo para todo esse "humor" de baixo calão. Não é essa a questão. A questão é que, do mesmo modo que eles podem falar o que quiserem, a parcela da sociedade que se sente agredida por eles também pode. E deve!
Demonstrar o repúdio e não dar publicidade a esse mau humor é a melhor maneira de fazê-lo recolher-se ao seu nicho no submundo de onde nunca devia ter saído.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O "xis" da questão

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, esse é o nome do BNDES. Como tudo o que se faz aqui, o nome pomposo quer evocar uma função que não tem nada a ver com a realidade da instiuição e ainda faz uma piada de humor negro com o "...e social".
O que faz esse banco? Empresta dinheiro para os ricos e muito ricos a juros subsidiados. Essa é a função social.

A função "desenvolvimento econômico" fica mais clara quando se computam os investimentos que esse banco fez por exemplo para o desenvolvimento da produção de etanol no Brasil. Lembram-se do Lula dizendo que o Obama iria ter que importar etanol do Brasil? Um dos "grandes investimentos" no desenvolvimento econômico brasileiro foi esse na produção do etanol; outro foi nas empresas do grupo "X".
A OGX, menina dos olhos do grupo, está com uma dívida de quase 12 bilhões. O valor dos ativos da empresa perfaz 2,7 bilhões de dólares, ou seja, quase 6 bihões de reais, a metade do valor da dívida! Em outras palavras, a  dívida só se paga com rendimentos futuros. Traduzindo: com os ovos que ainda estão nos fiofós das galinhas. Se esses ovos não forem botados, chocados e virarem outras galinhas, não haverá como pagar.

Se a dívida fosse constituída apenas de capital privado seria um problema particular de quem confiou e investiu nas empresas do grup "X". O "xis" da questão, porém,  é que o BNDES enfiou muito do nosso suado dinheirinho nessas empresas. O Banco diz que não fez empréstimo à OGX, só às outras empresas do grupo, que, no entanto, totaliza 10,4 bilhões! E o BNDESpar tem participação acionária na OGX. A "nossa" Caixa também tem empréstimos ao grupo, especialmente à OSX, que também será afetada pela derrocada da petroleira.
Apesar de tudo isso, "ouve-se" um silêncio sepulcral do governo! É o nosso dinheiro que está em questão, mas ninguém fala nada. Dilma, que antes não se cansava de elogiar Eike Batista e que há pouco até cogitou em socorrê-lo, está muda da silva. É a tática Lula: na hora em que a coisa aperta, cala-se o bico fanfarrão e finge-se de morto. 



quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Santas casas

O governo do PT alardeia aos quatro ventos sua preocupação com a saúde do povo brasileiro. Está aí uma excelente oportunidade de provar que essa "preocupação" não é apenas demagogia eleitoreira. As Santas Casas, muitas das quais estão em situação pré-falimentar, mereceriam uma política pública séria. As Santas Casas tem 80% de seus leitos dedicados ao SUS e recebem menos do que gastam no tratamento dos pacientes. O dinheiro é repassado da União, primeiro para as prefeituras, alí permanece fazendo "caixa" sabe-se lá quanto tempo, só depois é que o repasse chega ao destino final. Pergunta-se: por quê esse dinheiro tem que fazer esse trajeto tortuoso? por quê o SUS não faz o pagamento diretamente às Santas Casas?
O "Estado de Minas" traz uma notícia hoje sobre essa questão. Segundo o jornal, a Santa Casa de Belo Horizonte tem uma dívida de 5 bilhões em impostos federais atrasados (cujo pagamento foi negociado para ser feito em 15 anos). E, de seus 1.314 leitos, 1.085 são dedicados ao SUS. É uma situação absurda: quanto mais leitos o hospital oferece ao SUS, mais aumenta o seu prejuízo. E o governo fica fazendo pose enquanto empurra para o setor privado a responsabilidade da resolução dos problemas públicos.
É o mesmo que ocorre com a educação superior, por exemplo. O governo faz convênios e mais convênios com escolas particulares ao invés de aumentar a oferta de vagas nas universidades públicas. Só que nesse caso, como, do outro lado da mesa estão empresários dedicados aos seus negócios, o que acontece é uma verdadeira sangria de recursos públicos. Mas isso é outro assunto.

No caso das Santas Casas é incompreensível que elas não sejam isentas do pagamento de impostos. São instituições filantrópicas e de utilidade pública seculares. Se as Igrejas são isentas, por quê não isentar também as Santas Casas? Seria muito mais lógico, uma vez que são credoras e devedoras da mesmo entidade, a União e fazem esse trabalho suplementar de suporte à saúde pública. Mudar a lei para isso e revisar os repasses do SUS eliminado as interferências indesejáveis das prefeituras, diminuindo também o risco de desvios, seria uma atitude correta de um governo legitimamente preocupado em dar melhor assistência à saúde do brasileiro. O resto é só conversa mole e mentiras.




terça-feira, 29 de outubro de 2013

Mera coincidência

Saiu o relatório "Doing Business" do Banco Mundial. Alguma surpresa? Nenhuma. Continuamos na rabeira como sempre, apesar da Dilma ter cantado vitória em Belo Horizonte, porque o Brasil "saltou" da 130ª posição para a 116ª. Melhorou? Contra números não há argumentos. Relativamente a outros países, melhorou. Foi mérito nosso ou de algum governo? Definitivamente não! O grande "salto" brasileiro no ranking se deve a uma mudança na metodologia de tabulação das burocracias! Isso dona Dilma não falou, é claro!

Mas mesmo que não tivéssemos sido beneficiados por essa manobra aritmética, a nossa posição (116ª em 189 países) não é de modo algum confortável, especialmente quando vemos países latino-americanos como Chile, Peru, Colômbia, México, Panamá, Guatemala, Uruguai, Costa Rica, Jamaica e até mesmo o Paraguai e a Guiana na nossa frente.

Comparando globalmente, estão em melhor situação que nós, não só os óbvios países "de olhos azuis", mas também Ruanda, Gana, África do Sul, Namíbia, Tunísia, Líbano, Paquistão e Zâmbia

E, se serve de consolo, fiquemos sabendo que  Argentina, Bolívia, Nicarágua, Suriname e Venezula estão em pior situação que o Brasil. Interessante notar que em todos esses "retardatários" impera uma política populista, demagógica, corrupta e autoritária. Será mera coincidência?

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Deus dará

Uns tem xisto, outros tem xistose. E ainda dizem que Deus é brasileiro! 
Dessa crença talvez resulte o nosso conformismo, a nossa inércia, a nossa  resignação. Como já dizia Chico Buarque: "...diz que Deus dará. E se Deus negar, ó nega, eu vou me indignar e chega. Deus, dará. Deus, dará." 

Acreditamos piamente que Deus teve um predileção especial pelo Brasil quando criou o planeta; plantou aqui as maiores delícias, o clima, a natureza exuberante, as praias maravilhosas, as frutas, o alimento fácil ("Em se plantando, tudo dá."). 
E por fim, o que faltava, o petróleo, até esse apareceu. Na verdade, meio que escondido nas profundezas marítimas, mas está lá, esperando para ser retirado. Mais uma comprovação da cidadania divina! Será? Comparemos.
Há no hemisfério norte, uma nação de território ainda mais extenso que o território brasileiro, com quase as mesmas riquezas naturais, apesar do clima mais adverso e da frequência de catástrofes naturais (furacões, tufões, terremotos, nevascas). É uma nação também de imigrantes. Também teve a sombra da escravidão e foi também colônia de uma nação européia. Mas o povo, que diferença...
Esse povo não só tomou as rédeas de seu destino nas mãos, desde o princípio (Declaração de Independência - 1776), como também ajudou outros povos a definir o seu:  inspirou a Revolução Francesa, a Inconfidência Mineira e ajudou a independência de Cuba, lutando contra a Espanha. Em 100 anos construiu uma nação tão próspera, que em 1876 Alexander Graham Bell já estava patenteando sua maior invenção, o telefone.
A nossa independência se deu 46 anos depois. Em termos históricos essa diferença temporal foi quase insignificante, mas em termos sociais parece que se passaram séculos. São várias e extensas as razões dessa diferença, mas cabe apontar uma delas, que, no meu entender, é o fator fundamental dessa desigualdade. A nação americana é meritocrática. Lá se valoriza aquele que trabalha e se esforça para progredir. Aqui se valorizam o parentesco e as relações sociais. Daí o nepotismo e o compadrio. 
Lá o trabalho é o que  promove a ascensão social, aqui a ascensão é promovida pela adesão fisiológica e o puxa-saquismo. Por isso se disseminou entre nós o culto da cordialidade e da resignação. Nós não protestamos. Nós aceitamos o poder discricionário e tentamos, ou aderir a ele ou burlá-lo. Não valorizamos o sucesso obtido com esforço. Como dizia Tom Jobim: "No Brasil, fazer sucesso é ofensa pessoal!"
Por isso perdemos os bondes da história, um atrás do outro e, enquanto eles, com naturais avanços e recuos, acabam por vencer as dificuldade e progredir, nós ficamos sentados à beira do caminho esperando o que Deus dará.










sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Promessas da candidata

Como a dita-cuja já está em plena campanha eleitoral, ou seja, está pedindo votos de novo ao povo brasileiro, não custa nada relembrar o que ela prometeu na campanha passada. Cada um que confira o que foi cumprido ou não. Vou dar só a lista:


  1. Tornar o Brasil a quinta maior economia do mundo: caímos para o sétimo lugar.
  2. Reduzir a dívida pública líquida para 30% do PIB: aumentou para quase 60% do PIB.
  3. Reduzir fortemente os juros e manter o controle da inflação: sem comentários!
  4. Construir 8.600 unidades básicas de saúde em todo o país e 500 UPA's.
  5. Construir 6.000 quadras esportivas e 800 complexos esportivos, culturais e de lazer.
  6. Construir 6.000 creches.
  7. Construir 800 novos aeroportos e 5 refinarias com tecnologia de ponta.
  8. Construir 2 milhões de moradias no Programa "Minha Casa, Minha Vida" 
  9. Terminar a transposição do S. Francisco.
  10. Investir 11 bilhões de reais em proteção de encostas e prevenção de enchentes.
  11. Investir 34 bilhões de reais em saneamento básico e abastecimento de água no Nordeste.
  12. Construir 2.883 postos de polícia comunitária.
  13. Aumentar para 7% do PIB os investimentos públicos na educação.


 Além dessas 13 promessas específicas, ainda fez outras vagas, como: erradicar a miséria e o analfabetismo, eliminar as filas para exames especializados, fazer uma reforma radical no sistema penitenciário brasileiro e proteger as fronteiras contra o tráfico de armas e drogas reequipando a polícia federal e comprando 10 drones (ou VANTs - Veículo Aéreo Não Tripulado)  para isso.

Como dizia o Chico Anísio na pele do Coronel Pantaleão : 
"- É mentira, Terta? 
- Verdaaade..."




quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Pobre país rico

Qual é a diferença entre extrair petróleo de águas marítimas profundas e extraí-lo à flor da terra? Custo! A diferença, brutal, é o custo. Claro que trabalho e risco estão envolvidos, mas tudo isso pode ser convertido em números e ser traduzido por uma palavra: custo.
O custo muito mais baixo da extração do petróleo de xisto, comparado com o de águas profundas como o do pré-sal, se traduz, ou em maior lucratividade para as empresas exploradoras, ou em preços mais baixos do produto final. Geralmente, quando isso acontece e quando se associa a isso a "lei da oferta e da procura", com a maior abundância do bem oferecido as duas coisas se verificam: o lucro aumenta e os preços caem.
Aonde quero chegar com isso? Quero dizer que quando o governo faz as contas da dinheirama que pretende ganhar com o petróleo do pré-sal está contando com o ovo ainda no fiofó da galinha. 
Senão, vejamos. A estimativa de recuperação de óleo do pré-sal varia de 8 a 12 bilhões de barris, segundo a ANP. Fiquemos com 10 bilhões. O período de extração será de 35 anos até se esgotar a reserva. Ao preço de 100 dólares por barril essa reserva valeria mil bilhões (ou seja, 1 trilhão de dólares). O custo estimado da extração é de 25 dólares por barril. Até aí tudo bem. Todos estão ganhando muito. O problema é o "se". 
Com a descoberta das reservas de xisto nos EUA e considerando o custo muito mais baixo dessa extração, o preço do óleo (e gás) não se manterá em 100 dólares pelos próximos 35 anos! Também não se sabe ainda com certeza se o custo da exploração do pré-sal será só de 25 dólares por barril! pode chegar até 50!
Se o preço do gás já caiu de 13 para 2 dólares por BTU nos Estados Unidos e eles, que são o maior importador, tornando-se autossuficientes, pode se imaginar que efeito terá sobre os preços internacionais do petróleo.  Não seria espantoso, nesse cenário, se o preço do barril voltasse aos 30 dólares dos anos 80. Aí, bye, bye, valor das reservas do pré-sal.
Portanto o que Dilma tem a comemorar até agora é ainda um conjunto de incertezas. Não se sabe ainda se as reservas recuperáveis são mesmo de 10 bilhões de barris, não se sabe se o custo de extração nas águas ultra-profundas do pré-sal será mantido nesses 25 dólares por barril e não se sabe se o preço do petróleo permanecerá no patamar de 100 dólares.
Mas comemora-se assim mesmo, afinal o que interessa a ela é apenas a reeleição. Depois, quando as coisas derem errado, o problema será somente das futuras gerações do povo brasileiro.

Há países e países. Há aqueles cujo povo e, consequentemente, os dirigentes procuram construir uma nação rica e poderosa e há aqueles em que o povo e os dirigentes querem fazer o contrário. Ambos conseguem.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Sucesso! A dívida da Petrobrás vai aumentar!

E viva o pré-sal! Aplausos! Maravilha! Vendemos a melhor parte da riqueza do pré-sal a um único ofertante e pelo preço mínimo do leilão. Ou seja, não houve leilão! Não houve disputa porque ninguém mais se interessou. Nem a gigante British Petroleum, nem a ExxonMobil, nem a Chevron, nem mesmo a mexicana Pemex ou a norueguesa Statoil se interessaram. Mesmo assim, Dilma comemorou a formação do "maior consórcio do mundo". Tinha que ser alguma coisa "maior do mundo". Menos que isso não atinge os objetivos marqueteiros e populistas do governo.
O "sucesso" foi também comemorado pelo ministro da Justiça e pela diretora da ANP, Magda Chambriard, que disse que um "sucesso maior que esse era difícil de imaginar".
Realmente. Imaginemos se houvesse dois ou mais consórcios concorrentes, disputando a tapa o campo de Libra. Que horror! Que falta de civilidade! O bom mesmo é fazer leilão com um só interessado.  Assim não há briga e todos saem satisfeitos comemorando.
Apesar desse "sucesso" todo, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, não quis dar declarações. Talvez esteja preocupada com os 6 bilhões que a Petrobrás vai ter que pagar pela sua participação no consórcio, mas é uma bobagem se preocupar com isso.
Para quem já deve 176 bilhões (a maior dívida de empresa de capital aberto do mundo!), o que são mais 6 bilhões, menos 6 bilhões?

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Neo-liberalismo da Dllma

Estou apostando que quem vai ganhar a privatização do campo de Libra do pré-sal hoje (se o leilão puder ser realizado, apesar das liminares e dos protestos) será uma empresa... chinesa e, obviamente, estatal.
Os motivos são vários, mas chego a essa conclusão, principalmente, porque a China é o país que detm as melhores condições de poder bancar o pesado investimento que essa atividade exigirá de imediato. De quebra, entregará 15 bilhões de reais para o governo Dilma cobrir os rombos das contas públicas em 2013.
Melhor é impossível para a gerentona, que entrará em 2014 em plena campanha eleitoral buzinando aos quatro ventos as maravilhas da sua condução econômica, temporariamente "saneada".
E o seus partidos PDT/PT que tanto berravam contra o "entreguismo" das riquezas brasileiras ao capital estrangeiro, ficarão caladinhos, fingindo-se de mortos.
É claro que, para eles, "entregar" para a China não é o mesmo que "entregar" para os Estados Unidos ou para a nação britânica. Nisso, os brios e as coceiras nacionalistas petitas e pedetistas ainda mantém a mesma posição ideológica. Afinal a China, pelo menos na forma, é ainda um país comunista. Imperialismo e neo-colonialismo, para eles, é só aquele patrocinado pelo hemisfério norte de olhos azuis! Para os demais, como os "comunistas" chineses, isso deve ter um outro nome: talvez "cooperação estratégica" ou "parceira terceiro-mundista".

Após 5 anos das bravatas lulistas sobre o pré-sal, lá vamos nós ao primeiro leilão com a nossa estatal do petróleo quebrada. Sua dívida passou de 49 bilhões (em 2007) para os 176 bilhões atuais, mesmo tendo havido a tal megacapitalização. Ou seja, em cinco anos o PT quebrou a Petrobrás. A sociedade brasileira não pode deixar que os recursos do pré-sal sejam desperdiçados da mesma maneira. 
O discurso é um, mas a prática é outra. Por isso assistiremos hoje ao espetáculo tragicômico do petismo fazendo todos os malabarismos para justificar suas ações neo-liberais! 
Como no caso das biografias, na hora "H",  a ideologia que conta mesmo para eles é a que garante o vil metal.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Biografias manchadas

Censura é coisa de ditadura. Ponto. Não há como argumentar. Em democracia ou você tem liberdade de expressão, para dizer o que quiser (e depois responder pelos eventuais excessos), ou não é democracia.
Houve uma polêmica recente que ilustra essa questão. Trata-se da "Marcha da Maconha" como uma livre manifestação do pensamento. Aqueles que queriam a proibição da "Marcha" diziam que era incitação ao crime. Os que a defendiam diziam que era livre expressão do pensamento, o que acabou confirmado por decisão do Supremo.
Gostemos ou não do que as pessoas dizem, elas tem o direito de dizê-lo. Esse é um bem democrático absoluto e inegociável. Não há como relativizar! Não dá para argumentar com o direito à privacidade, até porque os direitos tem uma hierarquia entre si. Há direitos que tem precedência sobre os outros, como por exemplo, o direito à vida, à liberdade, que não podem estar no mesmo nível do direito ao sossego e à privacidade.
A censura restringe um dos direitos fundamentais do Homem, que é a liberdade de expressão. Os biografados que me desculpem, mas ao aceitarem os bônus decorrentes de uma vida pública, tem que aceitar também os ônus que vem junto. A moeda tem duas faces e não dá para querer ficar só com uma delas.
O mais estranho ainda é dizer que as biografias escritas por jornalistas não autorizados, contra as quais eles se insurgem, podem ser liberadas se o biografado (ou herdeiros) receber royalties por elas! Ou seja, a questão que está sendo conduzida como uma defesa da privacidade, muda completamente quando aparece o fator "grana".
Francamente, aí já fica muito parecido com uma espécide de prostituição. A intimidade de alguém pode ser acessada, desde que se pague por isso.
E ver exercendo desse papel de censor, pessoas como Chico Buarque de Holanda é penoso para quem o admira e que viveu todo aquele horror dos anos de chumbo. A posição do Caetano e do Gil não me espanta muito, até porque nos anos 60 e 70, a gente reclamava que eles eram muito "alienados", como se dizia na época. Não faziam música "engajada". Enquanto o pau comia nos DOPS, eles curtiam um auto-exílio dourado em Londres e preferiam fazer "um iê-iê-iê romântico" e procurar "flying saucers in the sky" (1971). Não mudaram nada. 
Mas, o Chico, apesar da incoerência de morar na ilha de S.Louis, um dos lugares mais exclusivos e caros de Paris e ainda assim defender o regime cubano (pros outros, é claro!), por ter sido um dos artistas mais censurados durante a ditadura militar não poderia, ou melhor, não deveria deixar seu nome associado a esse movimento retrógrado de censura. Isso sim é que mancha uma biografia.

Bagunça econômica

A presidenta está se superando na bagunça em que lançou a economia brasileira. O PIB, já sabemos, não cresce de modo algum. A inflação real (não a fictícia produzida pelo Mantega) já chega aos dois dígitos, assim como os juros básicos (taxa Selic) que já estão em 9,5%. A taxa de desemprego recomeça a subir e o dólar atinge os píncaros, obrigando a intervenções gigantescas do Banco Central. O rombo das contas externas bate recorde atrás de recorde, e a dívida pública alcança 60% do PIB, já colocando o Brasil em posição de risco.
Não é à toa que o Investimento Estrangeiro Direto (ED) também caiu. O IED é aquele dinheiro que vem de fora para ser aplicado na produção, portanto muito mais barato que o dinheiro de empréstimo, e que é usado para cobrir esses rombos. Pois bem, o investimento estrangeiro caiu cerca de 8% em relação ao mesmo período de 2012. E caiu porque os estrangeiros andam muito, mas muito, desconfiados com o intervencionismo da gerentona. Caiu porque o Brasil se torna, cada vez mais, um lugar hostil aos negócios. Caiu porque todos estão esperando um descontrole ainda maior na economia sendo 2014 um ano eleitoral. Todos sabemos que a reeleição do poste vai ser extremamente difícil e por consequência haverá uma derrama de dinheiro na praça e o descontrole econômico só tende a aumentar.
De todos os índices, o mais preocupante é a dívida pública, que, chegando aos 60% do PIB, toca em um ponto historicamente sensível. Quando a dívida ultrapassa os 60% do PIB o descontrole da economia assume proporções de catástrofe. Foi o que aconteceu com Portugal, Grécia e Espanha.
Nesse andar da carruagem, torrando dinheiro público em campanha eleitoral disfarçada de ações de governo, em 2014 as contas públicas brasileiras vão estourar. É óbvio que a gerenta vai tentar segurar as consequências do estouro até as eleições. Depois será o "Deus-nos-acuda".
Exemplo simples: ela está disposta a quebrar a Petrobrás para garantir a sua reeleição. Abertas as urnas e contados os votos, virá a ressaca. A primeira coisa que vai acontecer será um aumento brutal no preço dos combustíveis, de uma só vez, mas evidentemente só depois da eleição...
Ela é suficientemente burra e irresponsável para conduzir a economia desse jeito. Já deu mostras que não sabe onde pisa, nem onde põe o nariz, mas pensa que sabe tudo e que é a dona da verdade. Esse é o seu pior defeito!  Além disso tem uma capacidade enorme de inventar números fantasiosos para encobrir uma realidade ruim. Se não, onde estão as 6.000 creches? Onde estão os 800 novos aeroportos? As 5 refinarias? Onde está o resultado espetacular do leilão do pré-sal? A transposição do S.Francisco? E o trem-bala? E a fábrica chinesa de iPads, a Foxxcon que viria para o Brasil?
Na hora em que o ambiente esquenta ela vai à televisão e solta mais uns factóides: plebiscito, reforma política, "Mais Médicos", qualquer coisa que o marqueteiro lhe diga para enganar a patuléia. Com isso engabela o povo mais um pouco e o Brasil vai caminhando cada vez mais rapidamente para o brejo. Êta, caveira de burro!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Os aeroportos da Dilma

Um cidadão sai de casa de manhã cedo no Canindé, com o assum preto cantando na sua janela, arreia o jegue, monta nele e vai pro aeroporto. Não, não me enganei! Vai pro aeroporto do Canindé mesmo!  
Chegando lá, amarra o jegue no estacionamento e pega seu voo para Quixeramobim. Faz o que tinha de fazer, vai ao mercado, ao banco, pita um cigarro de palha na pracinha com os amigos e de tarde volta para o Canindé, desamarra o jegue no estacionamento do aeroporto (o vigia do estacionamento já deu água e capim pro jegue durante o dia) e ruma feliz para casa, com todos os seus negócios em ordem.
Esse é o cenário que deve ter povoado os devaneios da presidenta, nas horas mortas do Palácio da Alvorada, quando a titia e a mamãe estavam jogando canastra ao invés de conversar com ela e o assessor não estava lá para ajudá-la a matar o tédio com umas voltinhas de moto.
Sim, porque há um ano e meio ela, a presidenta, em viagem à França, nos prometeu, sem que pedíssemos, que até o final de seu governo (espero que seja o atual primeiro e único) iria construir 800 (oi-to-cen-tos!)  aeroportos pelo país. Acho bastante razoável que Canindé e Quixeramobim sejam dois dos municípios beneficiados com esse grande investimento, não? As respectivas economias municipais hão de avançar séculos em dias e milênios em anos.
Mas se não forem esses dois municípios hão de ser outros mais ou menos equivalentes (Nova Lima e Raposos; São Sepé e Formigueiro; ou Pedra Branca do Amapari e Pracuúba), trocando-se apenas os jegues por mulas, ou burros, que continuarão a servir de mote aos devaneios presidenciais.
Ah... e nunca-antes-na-história-deste-país uma presidenta ou um presidento, terá construído 800 aeroportos em um mandato, nem mesmo em 10 mandatos! Isso seria um fato extraordinário e único que nem a oposição mais empedernida poderia negar, caso ainda houvesse tempo, dinheiro e vontade para essa bravata se concretizar. 
Na hora da entrevista, na França, o executivo-chefe da IATA (*), Tony Tyler, perplexo e boquiaberto, perguntou: "Oitocentos aeroportos? Isso não é demais, não?" Jornalistas brasileiros, presentes, acostumados com as mentiras deslavadas, sequer se deram ao trabalho de responder.
A presidenta mente com uma irresponsabilidade e um descaramento total. Sabe que pode dizer qualquer coisa que depois o povo esquece. Isso mostra o seu total desprezo pelo povo de seu país, que lhe serve apenas de massa eleitoral.

(*) Associação Internacional de Transporte Aéreo

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Agronegócio e Sustentabilidade

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Não é mérito de nenhum governo. O mérito é dos produtores rurais que, a despeito do próprio governo, do sol e da chuva, ou da falta deles, arriscam seu capital e seu trabalho na preparação da terra, plantio, colheita e criação de animais. Não sendo produtor rural tenho para mim que essa atividade exige muito de teimosia, obstinação e um pouco de loucura, ou vício, porque fazendo as contas, qualquer outra aplicação daria um retorno, se não melhor, ao menos mais seguro.
Mas é o agronegócio que hoje sustenta o PIB, até porque nessa área, estando a economia bem ou mal, os investimentos não podem ser adiados. Eles dependem do tempo e do clima, portanto, ou você está no agronegócio por inteiro ou está fora fora dele.
Entretanto, hoje, para uma parcela dos brasileiros, o agronegócio é mal visto. Os produtores rurais são considerados vilões destruidores do meio ambiente e exploradores de mão-de-obra. Ainda persiste a imagem do velho coronel fazendeiro, de chicote na mão, exercendo uma autoridade incontestável em seus domínios. Não se percebe que esses velhos coronéis, hoje, preferem exercer seu mando e garantir seus privilégios, não mais à frente de um latifúndio, mas sentados nos gabinetes de Brasília, de onde continuam a mandar nos governos e a definir o futuro da nação, garantindo a permanência do atraso e impedindo que a modernidade chegue até nós. São esses os coronéis Sarney, Collor, Renan e outros, a quem o PT pede a benção todos os dias.
O produtor rural, que vive de seu agronegócio, está, como outros empresários do país, é lutando para sobreviver e dar conta de pagar as taxas e impostos que lhe são impingidos pelos coronéis de Brasília e seus feitores.

Por outro lado, o agronegócio se modernizou. A produção rural conta hoje com o melhor da tecnologia para garantir melhor qualidade e mais produtividade, sem as quais já teria ido à bancarrota. O gado é selecionado, a inseminação artificial melhora a genética do plantel. A manipulação genética, os adubos e corretivos de solo e os pesticidas garantem um aumento exponencial de produção por metro quadrado, tornando as leis de Malthus(*) obsoletas. Se não houvesse esse aumento espetacular de produtividade, seria necessário uma área cultivada muito maior para garantir a mesma produção. Portanto essa tecnologia envolvida na produção rural é um dos fatores a garantir a sustentabilidade e a preservção ambiental, ao contrário do que quer fazer crer a propaganda enganosa do ecofanatismo.

As florestas tem que ser preservadas? Sim, mas as pessoas tem que ser alimentadas em primeiro lugar. Somos 7 bilhões de bocas que deveriam fazer 3 refeições por dia. Se todo mundo comesse o que precisa, a humanidade hoje consumiria mais de 10 milhões de toneladas de alimentos POR DIA! Mas a verdade é que 1 bilhão de pessoas passam fome cronicamente e, segundo a FAO, o mundo terá que aumentar a área agricultável em 144 milhões de hectares até 2050, quando seremos 9 bilhões de pessoas.

A maior causa de desequilíbrio ecológico é portanto a própria humanidade como um todo. Se continuarmos a aumentar em número, em algum momento o planeta não nos sustentará mais. Antes de toda essa elaboração de protocolos internacionais e discussões sobre aquecimento global, etc. o que está urgentemente clamando por uma solução conjunta dos governos é o aumento populacional!
Temos que interromper já esse processo. Ou então assistiremos à calamidade da fome e da sede fazer por mal o que não conseguirmos fazer por bem. E. nesse caso, os maiores sacrificados serão os de sempre: os pobres!

(*) Teoria desenvolvida por Thomas Malthus em que previa um crescimento geométrico da população, devido às melhorias das condições de vida, enquanto a produção de alimentos só cresceria aritméticamente, o que fatalmente levaria a um grande desequelíbrio e à fome.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A culpa é do dito-cujo

A culpa. afinal, não é da Dilma. Embora seu governo seja um dos piores que já tivemos, sem planejamento, com ações pontuais e erráticas, vai numa direção, muda para outra, volta atrás! Apesar de tudo isso a culpa afinal não é dela.
Quem é ou quem foi a Dilma administradora? Um zero total. Foi dona de uma loja de bugigangas que faliu. No mais, só foi "administradora" em funções político-partidárias. Aí é fácil! Não tem que apresentar resultados e nem dar satisfações a ninguém, como acontece de modo geral na administração pública brasileira! 
Sua penúltima encarnação foi como ministra das Minas e Energia, antes de se encarnar na Casa Civil. O que fez nesse ministério? Começou a acabar com a Petrobrás. Promoveu alguns apagões elétricos por conta da obsolescência das linhas de transmissão. E quase desestruturou todo o setor de produção de energia elétrica no país ao querer mudar as regras do jogo com as concessionárias.
Essa mulher não sabe nada. Além de bater na mesa e falar grosso não consegue concatenar um pensamento lógico com começo, meio e fim. É uma enganadora, só isso e cuja popularidade se mantém à custa de marketing.
Mas a culpa não é dela. A culpa é de quem a inventou, o inefável, o grande mentecapto, o molusco de nove dedos. Foi ele quem buscou no fundo do baú do seu partido uma pessoa sabidamente incompetente para esquentar-lhe o troninho, de modo que ele pudesse voltar glorioso em 2014. 
O objetivo de escolher uma incompetente ficou claro. Em primeiro lugar era para evitar que alguém lhe pudesse fazer sombra. O complexo de inferioridade de Lula exige que ele esteja sempre na proa, na posição de proeminência, que seja o maior, o único, o mais isso e o mais aquilo, como nunca-antes-neste-país. Daí a eterna dor de cotovelo com FHC, porque no fundo Lula sabe que, por mais que faça, por mais títulos de doutor "honoris causa" que receba, nunca, jamais chegará perto da capacidade intelectual de Fernando Henrique Cardoso, inegavelmente reconhecida por todos, apesar de todas as restrições que possa haver ao seu governo.
Lula, ao escolher o poste incompetente, garantia para si a manutenção da lenda e do mito. Dilma poderia ser tudo, menos maior que o seu mentor. Além disso a incompetência dela na área política daria a Lula, como deu,  o papel informal de coordenador e tutor político de sua afilhada. Esse é o papel que Lula mais gosta de exercer. Continua presidente, sem a chateação de assinar papelada, presidir reuniões administrativas, enfim governar.
Não é à toa que ontem convocou uma reunião de ministros. Convocou e foi atendido. Até o Guido Mantega foi convocado e compareceu ao Instituto Cidadania em S.Paulo. Para quê? Para redefinir a estratégia da eleição em 2014 em face de a Marina ter se aliado ao governador Eduardo Campos.
E quando começaram as manifestações de rua em junho, pegando todo o governo de surpresa, Dilma correu para se socorrer com quem? Com seu padrinho, chefe e mentor.
Diante de tudo isso, o péssimo governo que Dilma está conduzindo, aos trancos e barrancos, deve ser debitado na conta política do dito-cujo. Ele afinal foi quem nos pôs nessa situação.

sábado, 5 de outubro de 2013

Buaá!

A Petrobrás ganhou como presente de aniversário de 60 anos o rebaixamento de sua classificação de risco de A3 para Baa1. É quase Buááá! porque temos é que chorar o descalabro a que os 10 anos de administração petista levaram a ex-maior empresa do Brasil.
Antes de chegarem ao poder, a Petrobrás era uma referência para o petismo e exemplo de como o Estado podia gerir bem uma empresa. O que eles queriam era estatizar mais algumas áreas e vociferavam contra as privatizações do governo FHC, como se fossem uma traição ao povo brasileiro, que, afinal, era o dono de todo aquele patrimônio.
E agora, povo brasileiro? O que fizeram com o seu patrimônio que não foi privatizado por FHC? Cadê a minha parte?
A derrocada da Petrobrás começou com a invasão das refinarias na Bolívia por Evo Morales, que se apropriou, com armas na mão como um assaltante, de um patrimônio do nosso povo. Esse fato, muito mais grave que a tão esbravejada espionagem americana, não mereceu nenhuma reação do governo brasileiro. Ao contrário, o governo Lula e Dilma só tem atenções e gentilezas para com o falso índio cocaleiro.
Em seguida, na gestão de Dilma, como ministra das Minas e Energia e presidenta do Conselho de Administração da Petrobrás, comprou-se uma refinaria em Pasadena, por 1,2 bilhão de dólares. Hoje não se consegue vendê-la nem por 200 mil. Tamanho do prejuízo: 1 bilhão de dólares!
Com o conto-de-fadas do pré-sal, Lula, segundo ele mesmo, teria comandado a maior capitalização de uma empresa na história do mundo! Conseguiu 120 bilhões e o valor de mercado da empresa (conforme informações da própria Petrobrás em seu site) ficou em 223 bilhões de dólares.
Pois passados menos de 3 anos, a empresa perdeu 50 bilhões de dólares em valor de mercado e a dívida, que tinha caído para 17% do capital, agora atinge mais de 50%. Essa é a razão da desclassificação.
E tem mais. Outro presente no sexagésimo ano é a informação do TCU que o atraso no Complexo Petroquímico de Itaboraí pode gerar ainda um outro prejuízo de 1,4 bilhões. Esse atraso se deve à incompetência de uma empresa (MPE) contratada para a instalação das tubulações. Querem apostar que ainda vamos ter mais notícias "interessantes" dessa empresa? Por ora, já se sabe que venceu as concorrentes na licitação mesmo com preço mais alto que as demais. Deve ter vencido, como direi, "por critérios técnicos"!


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Para discutir com a esquerda

Outro dia um intelectualóide esquerdopata, porque estava puto com quem não concordava com suas idéias, sapecou no facebook: Vá estudar política!
É assim que eles reagem e nem sequer percebem o quanto de elitismo está contido nessa reação. Então quer dizer que só pode discutir política quem está devidamente "qualificado"! Ou seja, quem recebeu o banho ideológico e a lavagem cerebral das instituições acadêmicas! O resto é resto e que se cale, porque não sabe o suficiente para discutir com "suas excelências". 
Isso é mais ou menos como os inquisidores da Igreja se dirigiam aos pobres coitados que caiam em suas garras. Só eles, inquisidores, tinham a capacidade de discernir qual era a doutrina "certa". É evidente o quanto de atraso religioso está contido nesse fanatismo "muderno" adotado pela esquerda latino-americana. Tudo se resume ao lado certo (o deles) e o errado (o dos que não concordam com eles).
Na argumentação do esquerdopata, a quase totalidade da população brasileira não poderia nem votar. Se não estão capacitados sequer para discutir com "Sua Sapiência", como poderiam escolher candidatos e dar-lhes um mandato de representação?
Fico espantado com essa "elite" intelectual brasileira. Esfregaram a bunda num banco de escola por 4 ou 5 anos e já saem vomitando sabedoria e certezas inabaláveis.  Essa mesma elite é a que tem o projeto de transformar o Brasil numa grande fazenda soviética, garantindo a si, evidentemente, e antes de mais nada, os privilégios da "nomenklatura" bolchevista.
Já passamos dessa fase! O socialismo, na "real politik" já mostrou que só sabe fabricar miséria. Parafraseando um grande filósofo carioca eu diria que "o socialismo é bom, mas é ruim, enquanto o capitalismo é ruim, mas é bom". A benção, Tom Jobim!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Tiririca errou

Tiririca errou. Na política brasileira tudo pode sempre piorar. Ou não estamos pior agora, com os embargos infringentes jogando para o dia de São Nunca a finalização do julgamento do mensalão? Ou não estamos pior, com a inflação galopante, os juros subindo de novo (a única coisa que conseguimos mandar para a estratosfera), o pib mantendo-se em estado de dormência, as contas públicas absolutamente deficitárias,  a Petrobrás, maior empresa do Brasil, em situação lastimável e vexatória, as empresas de Eike Batista financiadas com o nosso dinheiro por meio do BNDES, dando calote na praça? E tem mais, os leilões de privatização não tem interessados. A presidenta, depois de esbravejar na ONU, foi de pires na mão pedir aos empresários americanos que invistam no Brasil. Ela, que reclamava há somente 2 anos de um tsunami de dólares, agora bate às portas da Wall Street para mendigar! Que pancada no orgulho esquerdista nacional! Claro que ninguém fala nada. Não se ouve um pio nas redes sociais chapa-branca. Só falam de "regulamentação" da internet, como se isso fosse realmente o nosso problema mais importante.
Acabou por aí? Ledo engano! Agora, meio que na surdina, vai o governo aprovando a medida provisória 621 que na prática acaba com o exame Revalida e passa por cima dos Conselhos para aprovar "na marra" o registro de médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior (leia-se Cuba!).
Se alguém tinha dúvidas sobre o caráter autoritário da bruxa governanta, pode cair na realidade desde já.
Como dizia Mário Henrique Simonsen, relembrado nesta semana por Arnaldo Jabor (aqui), o Brasil é um paciente que está sempre sob "anestesia, mas sem cirurgia". Estamos sempre a um passo da solução, mas a evitamos a todo custo. A questão da saúde não seria diferente. O que é diferente é a truculência, a imposição a ferro e fogo, característica de um governo que se julga onipotente e onisciente. Tiririca errou daquela vez, mas será que agora já chegamos ao fundo do poço, ou ainda há margem para piorar um pouquinho mais?

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Haja alfabeto!

Quantos partidos existem no Brasil? Pouca gente tem essa informação na ponta da língua. Menos ainda sabemos o que são esses partidos, qual a sua ideologia e seu programa. Essa é uma das aberrações do sistema político brasileiro. Afinal partidos políticos foram inventados para representar uma parcela da população que, com esse partido, comungasse de algumas idéias. Votaríamos então no partido que mais se assemelhasse com o que pensamos, ou que defendesse as mesmas bandeiras em que acreditamos, ou que, pelo seu programa, fosse aquele que, no modo de entender do eleitor, trouxesse maiores benefícios à nação.
Isso pode valer em outras plagas, mas não ao sul do equador. No Brasil temos essa cornucópia de partidos, todos garantidos pela Constituição cidadã que vai fazer só 25 anos, mas já está desdentada, cheia de rugas e de cabelos brancos. E essa multiplicidade de siglas partidárias quer dizer exatamente...nada! 
Então me expliquem qual a diferença entre o PTB, PTdoB, PDT, PTC, PRTB, PTN e o PT se se dizem todos trabalhistas! Ou entre o PR, PRB, PRP, PROS, se são todos republicanos (o que quer que isso signifique)! 
Quando se trata de socialismo, marxismo e comunismo então, ao menos no nome, temos o PSB, PPS, PCB, PCdoB, PSOL, PPL, PCO, e o PSTU. A social-democracia (de centro, esquerda e direita!) está também representada por várias siglas: PSDB, PSDC, DEM, PSC, PSD e PSL.  
Para que ninguém reclame, temos dois partidos ecológicos, o PV e o PEN, sem contar com a Rede da Marina, se vier a ser registrado. Da solidariedade também temos dois: o próprio Solidariedade do Paulinho da Força e o PHS, partido humanista da solidariedade. Não é uma graça?.
Não podemos nos esquecer, obviamente, da jóia da coroa, daquele partido que por si só é a encarnação do perfeito balaio-de-gatos, o famigerado PMDB e junto dele o nanico PMN, partido da mobilização nacional.
Não bastasse, ainda pedem registro um tal de Libertários e um Partido Pirata do Brasil! Acho que vou votar nesse.

domingo, 29 de setembro de 2013

Relativismos

Já que a moda na Academia é relativizar, relativizemos; tomemos um mote:"até que a ditadura militar não foi tão ruim assim!" 
O país cresceu, modernizou-se, a infraestrutura de telecomunicações, rodoviária e aeroportuária foi implantada (depois deixaram ir tudo por brejo, mas aí é outra história). As estatais eram grandes empresas que comandavam a economia. A Vale e a Petrobrás eram orgulhos do país. É verdade que havia censura à imprensa (mas só das notícias ruins), sindicatos eram manietados, os inimigos políticos perseguidos, mas isso tudo era um preço que se pagava ela estabilidade social e política. As eleições também eram  indiretas, mas todos sabemos, pela amostra do Congresso atual, que o povo não sabe votar. E havia até oposição! Em 78 a oposição ganhou de lambuja nos candidatos do governo em todos os Estados.
Ah, a questão da tortura é um caso imperdoável, mas a ditadura militar nunca apoiou a tortura e até um general de exército foi exonerado por causa disso.

Certo? Errado! Não mudei de ideia, não estou, nem estarei, defendendo o regime militar. Escrevi isso acima para mostrar o que é o raciocínio relativizador. A que absurdos pode nos levar. Pois é isso o que fazem os nossos acadêmicos!
Quando graduandos, pós-graduandos, pós-pós-graduandos e professores adotam uma falsa neutralidade, uma falsa isenção, sem deixar explícitas suas preferências ideológicas pessoais; quando, enfim, relativizam os erros e os absurdos que o petismo está fazendo contra a nação brasileira, apresentando argumentos a favor desse descalabro sob o manto de sua "autoridade" e de sua formação profissional, estão cometendo uma desonestidade intelectual contra os demais concidadãos. 
Esses cidadãos, que não contam com a mesma bagagem de conhecimento e não tem o necessário treinamento mental, podem ser levados a crer que os argumentos professorais com que esses "intelequituais" promovem a sua ideologia, seriam argumentos científicos e históricos, quando na verdade não passam de um modismo esquerdista europeu que vicejou principalmente no ambiente universitário parisiense na segunda metade do século XX.
Esse "pensamento" derivou de uma consciência culpada perante as ex-colônias européias e foi um modo que essa academia encontrou de poder continuar comendo seus queijos e bebendo seus vinhos com a consciência pacificada, enquanto vociferavam a favor de um socialismo que destroçava seus semelhantes logo ali ao lado.
Nós, daqui do terceiro mundo, que vivíamos sob uma ditadura, só pudemos nos dar ao luxo de ler esses autores e discutí-los no ambiente universitário vinte anos depois, quando a própria Europa já se desfazia do socialismo real.

Os nossos acadêmicos tupiniquins podem até se converter a esse socialismo tardio, se quiserem, o que acho que eles não tem o direito de fazer é retirar qualquer possibilidade de crítica a essa posição, em primeiro lugar não explicitando sua posição política pessoal, em segundo apresentando-a a seus alunos como matéria de consenso da intelectualidade, o que está longe de ser verdade, e em terceiro, criando no ambiente universitário uma patrulha ideológica que reprime toda e qualquer manifestação em contrário. Ou alguém pensa que sairia impune de um debate com a Marilena Chauí (aquela que odeia a classe média) se discordasse dela, ou apresentasse argumentos "direitistas".

Seria realmente muito mais ético se esses "mestres" abrissem o jogo e explicitassem a seus alunos qual é sua opção política partidária. Ficaria claro que em muitos casos eles estarão apenas traduzindo uma opinião pessoal e não um consenso acadêmico. Mas acabaria então o efeito da propaganda.

Em outras palavras, cada um tem o direito de ter a opinião política que quiser. 
O que não se pode, e não se deveria fazer, é injetar essa opinião em teses acadêmicas sem que fique claro aos leitores a motivação do autor. Por isso, o raciocínio relativista a respeito da ditadura militar. Em teoria todo em qualquer assunto pode ser relativizado.

O que não pode nunca ser relativizado é o desrespeito à ética.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

I will spy

Eu espiono, tu espionas, ele espiona, nós espionamos, vós espionais, eles espionam. Nos espionam! Verificam nossos e-mails! nossas conversas mesmo criptografadas! Cadê a Abin que não toma providências? General José Elito! 

Depois de dar o chilique terceiro-mundista na ONU (agora é que o Brasil não leva mesmo o assento no Conselho de Segurança) proferindo um discurso eleitoreiro como se estivesse em cima de um caminhão na porta de uma fábrica do ABC, a nossa presidAnta sai fazendo de conta que deixou os poderosos do planeta a tremer de medo e que convenceu todo mundo a concordar com sua proposta escalafobética de criar um marco regulatório (êta, conceito desgastado) internacional para a internet. 
Então tá então! O Putin vai deixar de espionar a Europa e os Estados Unidos, os países europeus vão deixar de espionar uns aos outros, a Rússia e o Oriente Médio. Os Estados Unidos vão deixar de espionar todo mundo. O Irã jura que não vai mais nem tentar espionar Israel e vice-versa. Até a Cristina Kirchner vai abrir mão de seus arapongas portenhos e dormir tranquila com Itaipu logo ali ao norte.

Será que a Dilma e seus assessores nunca viram nem filme de 007? Ou são perfeitos idiotas, ou então são inteligentíssimos e tem um plano mirabolante que vai pegar todo mundo de surpresa! Quanto amadorismo! 
E o Itamaraty, cuja história já foi tão elegante e inteligente,  tendo que aceitar fazer um papel ridículo desses! Pior só o Lula achando que poderia intermediar um acordo de paz no Oriente Médio!

Eu espionarei. Tu espionarás. Ele espionará... Se a Dilma não sabe conjugar o verbo, vanos ensiná-la. Quem sabe fica melhor em inglês: I will spy, you will spy, he, she, it will spy...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ressaca de um país sem lei

Ainda não saí da ressaca moral decorrente do julgamento do Mensalão. Estou bastante pessimista. Sei que nada vai mudar no meu país. A nossa história anda em círculos e não sai do lugar. Parece que estamos condenados a um inferno dantesco em que somos forçados a repetir os mesmos erros indefinidamente. Não aprendemos, nem com o passado, nem com a experiência de outros povos. E lá se vão quinhentos anos!
Desde que a primeira caravela aqui aportou estamos fazendo as mesmas coisas, repetindo as mesmas mazelas, estratagemas de burlar a lei, compadrio, privatização do Estado. 
No Brasil-colônia jogavam-se os excrementos na rua, mas ainda hoje se vê muita gente, nas grandes cidades,  jogando o lixo pela janela dos carros sem o menor constrangimento. Joga-se lixo, restos de comida, latas de bebidas, garrafas, papel, cigarro, etc. Tudo o que naquele momento não interessa ao cidadão motorizado sai pela janela desse mesmo cidadão que, após estacionar o carro, vai, a pé, passar por monturos fedorentos de lixos atirados por outros concidadãos, tão ou mais mal-educados do que ele.
As filas são feitas para serem furadas, claro! E reparem a cara de quem fura. Faz uma cara fechada, enraivecida, de quem está recuperando um direito perdido, ou então uma cara displicente e tranquila porque conta com a hipótese, bastante provável, que ninguém irá reclamar.
Há também os que ficam à espreita das oportunidades de levar vantagem e se acham inteligentes, espertos, malandros.
Em um clube, ou hotel, na piscina, não se pode afastar um minuto e deixar os objetos desassitidos, senão será roubado, não importa o nível social do clube ou quantas estrelas tenha o hotel. O roubo não é por necessidade, é por hábito!
Infelizmente estou concluindo que somos um país que deu errado. Há aqueles que dão certo e os que dão errado. Fazer o quê? Tudo aqui, todo o arcabouço institucional foi construído sobre a mesma premissa, a que oferece mil portas de escape para os fora-da-lei. É por isso que vimos o poder judiciário, por conta de um legalismo castrador, tomar uma decisão que vai protelar para as calendas gregas o término desse julgamento, uma decisão que na prática cancela a justiça. Pois o fato que não se pode contestar é que se não há punição para quem descumpre a lei, não há lei.  Um aforismo que os amantes do juridiquês adoram repetir é: "Nulla poena, sine lege", que quer dizer "Não há pena, sem lei [que a comine]". Esse mesmo ditado pode ser lido ao inverso: "Nulla lege, sine poena"...Se não há punição, não há lei. 
Estamos conversados.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Para quê servem os juízes?

Em um mundo ideal, teórico, uma sociedade criaria as regras de convivência, as leis, que, uma vez aprovadas por consenso da maioria, seriam obervadas por todos indistintamente. Equivale a dizer que não haveriam crimes, nem criminosos. 
Não é o que ocorre no mundo real, todos sabemos. No mundo real, para que as leis sejam obervadas, isto é, tenham eficácia, é preciso que haja punição para quem não as observe. Simples assim!
Voltando ao mundo ideal, existindo as leis e existindo a punição para quem não as respeite, ainda assim a aplicabilidade dessas leis seria automática. Uma vez definido o que pode e o que não pode ser feito, bastaria haver a transgressão que a punição já estaria prévia e automaticamente estabelecida.
No mundo real, mais uma vez, não é assim. É preciso, primeiro, que se identifique com provas quem transgrediu a lei. Depois como foi dada a transgressão, quais seriam os atenuantes e/ou os agravantes circunstanciais que dariam causa ao aumento ou diminuição da pena. 
Ainda assim, não necessitaríamos, teoricamente, de juízes, pois um simples algoritmo, um programa de computador, uma vez, digitados os dados do culpado e das transgressões, esse software calcularia  a pena, com muito mais eficiência e rapidez que os nossos grandes ministros togados.
Na verdade, precisamos de juízes porque nem a lei, nem os que policiam o seu cumprimento, nem os que a transgridem, são autômatos. Há muito mais a ser visto e analisado. A lei precisa de um intérprete!
Um software, pelo menos nas condições atuais de desenvolvimento da informática, não teria a capacidade de absorver ou reproduzir as nuances psicológicas de um juiz humano ao analisar cada caso. Em outras palavras, é preciso introduzir no processo uma margem de imponderabilidade, de erro mesmo. Não fosse assim, um software daria conta do recado.
No mundo digitalizado, a pergunta que cabe, observando o que fazem os juízes na vida real, é: ainda precisamos deles? Se um drone voa sozinho e pode até tomar decisões de disparar ou não um míssel contra populações indefesas, por que num assento de tribunal temos que ter um ser humano, sujeito as todas as falhas de projeto que um ser humano tem?
Essa pergunta me vem à mente ao observar o voto de ontem do ministro Celso de Mello. O que ele fez foi imitar um drone. Ele simplesmente observou a tecnicalidade da lei e a aplicou, sem se importar com o caso em si, com as consequências para a nação, sem se importar com a opinião pública, como ele mesmo disse. Julgou conforme a letra da lei, cuja letra de "per se" é bastante questionável (cairam ou não cairam os embargos infringentes?). Se o ministro o fez porque assim estava escrito segundo seu entendimento, se não exerceu a prerrogativa maior do juiz que é interpretar, pergunto eu: para quê precisamos de juízes? Passemos logo o tribunal aos drones. Fica mais barato!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Bye, bye, Brasil

Acabou! O ministro Celso de Mello acabou de enterrar na mais profunda lama o Supremo Tribunal Federal e as nossas esperanças de uma nação melhor. Agora nada mais segura essa gente. Já dominam a suprema corte do país e vão fazer o que quiserem. Logo, logo, seremos uma outra Venezuela. Vamos passar por mais um período negro da nossa história.
Delúbio Soares disse que um dia essa história seria contada como piada de salão. Vejam a que ponto chegamos: Delúbio é o nosso profeta! Bye, bye, Brasil.

domingo, 15 de setembro de 2013

O buraco da fechadura é mais embaixo.

Dilma está de mal com Obama. Fez beicinho, bateu o pé e agora vai cancelar a visita aos States. Bem feito, Obama, quem mandou espionar os emails dela! Agora ela não brinca mais.

Até parece que a novata não sabia que na política internacional a espionagem é uma ferramenta de trabalho. Aliás, espionar é uma das atividades humanas mais praticadas desde que se inventou o buraco da fechadura.
Todo mundo espiona todo mundo. Só a Dilma, novata que é, repito, no mundo da grande política, pensava estar imune a isso. Ou fingia pensar.
O que não se entende é o grau exagerado de indignação. Uma nota diplomática de repúdio bastaria para encerrar o assunto, não? Será preciso transformar esse fato num caso de Estado, a ponto de cancelar a visita presidencial? Quando o governo Evo Morales mandou inspecionar o avião onde estava o chanceler brasileiro não se viu um pio nem da presidenta, nem do Itamaraty e isso parece ser um problema muito mais grave que a tal espionagem da NSA pela internet, que acontece todos os dias, no mundo inteiro e todos sabem disso.
Além de ser uma criação de caso desproporcional, essa atitude não levará a efeito prático algum, pois os Estados Unidos e outros países vão continuar a fazer o que sempre fizeram.  O buraco dessa fechadura é muito mais em baixo do que pensa esse governo calouro do Brasil.
O efeito prático que poderá ter o cancelamento da visita é até contrário aos nossos interesses, ou alguém, em sã consciência pensa que romper relações com os Estados Unidos é bom para o Brasil?
O que se vê nesse triste governo Dilma é que a cada passo, caímos mais no terceiro-mundismo ressentido e com complexo de vira-latas. Quem muito tem que reafirmar sua autonomia e soberania é porque no fundo, no fundo, não acredita nelas. Quando é que o Brasil vai crescer?

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