terça-feira, 19 de abril de 2016

A fórmula mágica da Marina

Marina Silva é uma política engraçada. Nas horas mais difíceis ela desaparece na mata e só reaparece, como um curupira, depois que a  tempestade passa. E, ao reaparecer, vem com uma receita pronta, uma formula milagrosa, que vai salvar o Brasil. Essa receita é original e  é só dela. As demais idéias e propostas, que os outros agentes políticos e a sociedade civil estão pondo na mesa de discussões, não prestam. A receita milagrosa de Marina Silva é sempre a terceira via que vai resolver todos os problemas do país.
Quando, no ano passado, o país sofreu o maior desastre ecológico de sua história, não se ouviu um pio, nem se viu em lugar algum a figura da que se diz líder dos movimentos ecológicos! Seis meses se passaram e até agora qual foi a  contribuição, ou mesmo a crítica, de Marina Silva a respeito desse assunto? Na-da! Ninguém sabe sequer a opinião dela a respeito: se acha que as mineradoras tem que mudar seu sistema de deposição de rejeitos, se acha que é assim mesmo e que se danem as populações que vivem ajusante às barragens, o risco é delas.
O mesmo pode se dizer da questão do impeachment. Marina não participou de nada e não apoiou nenhum movimento contra ou a favor do governo Dilma. Só na reta final, surgiu ela, com sua fórmula milagrosa: eleições gerais já!

O que Marina quer é surfar na onda anti-política-tradicional e ver se assim se elege. Ela sabe que a população brasileira está cansada e enojada com os políticos em geral e quer aproveitar dessa onda, uma vez que ela consegue fingir não fazer parte dessa "política que está aí", mesmo tendo sido militante petista por mais de 20 anos, mesmo tendo sido ministra no governo de Exu de Garanhuns.

Marina é outro engodo. É o petismo verde, que, nem por ser verde, deixa de ser petismo. E pregar eleições gerais agora é pregar, isso sim, uma ruptura constitucional, um casuísmo. A Constituição diz o que deve ser feito no caso de impeachment. Qualquer coisa diferente disso é uma violação à Constituição. Mesmo que seja uma emenda constitucional. Já vimos esse filme, quando se adotou o parlamentarismo para permitir a posse de Jango. Não deu certo!

Nossa Constituição é muito nova para sofrer solavancos dessa natureza. Uma mudança desse porte, casuística, acaba por ser um precedente para outras mudanças casuisticas. Não se resolvem problemas políticos, mudando a Constituição, porque os problemas políticos, por sua natureza, não acabam; e as leis, as regras do jogo, que tem ser estáveis.
Se tivemos que fazer emendas à Constituição para alterar as regras agora, então é melhor que já se mude radicalmente tudo e se adote, desde já, o parlamentarismo, um sistema moderno e provado de estabilidade que acaba com essa política de conchavos, uma vez que só governa quem tiver maioria e enquanto tiver essa maioria, podendo terminar a qualquer momento.
Mas, quem, no Brasil, vai querer um regime em que o governo  e o próprio mandato parlamentar possa simplesmente terminar em 1 ano ou dois, se não estiver agradando ao povo que o elegeu?


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