sábado, 2 de abril de 2016

A radicalização do governo

Penso que a estratégia do PT e do governo é levar essa situação a se exacerbar a ponto de criar uma desordem social. Assim, das duas, uma. Ou eles saem ganhando, ou as Forças Armadas terão que intervir e aí eles saem posando de vítimas convalidando o discurso de golpe. Só pode ser isso.
Acusados de todas as maneiras, evidências saltanto aos olhos, confissões atrás de confissões de ex-cumplices, eles sabem que não há maneira institucional de se livrar do impeachment, nem de se livrar da cadeia. Para eles agora, a única salvação é o confronto.
O que os ajuda, nessa estratégia é o sistema político brasileiro, lento, corrupto, que não decide, que se deixa comprar. O tempo joga a favor da estratégia deles, pois a população está cada vez mais exasperada, a indignação crescendo e a falta de resultados pode levar alguns a cederem à tentação da violência, ainda mais se provocados.
Provocação é a ferramenta mais usada pela CUT, pelo MST e demais movimentos "sociais".
Senão, nada justificaria a presidente da República, no exercício de suas funções, receber no palácio do Planalto esses bandos e ouvir calada à seguinte afirmação, do coordenador do MST, Alexandre Conceição:
"O juiz Sergio Moro, esse golpista, prendeu nossos companheiros há três anos sem justificativa. Nós não cometemos crimes, e quem comete crime é o latifúndio e o juiz Sergio Moro, que faz com a sua caneta maldades contra o povo brasileiro”.
O que a presidente está fazendo ao concordar com essa fala? Incitação à violência; ameaça ao poder judiciário; desrespeito a um juiz federal.
Entre os crimes de responsabilidade, tipificados na Constituição estão:

Art 85 - São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.


De todos os tipos acima, o único crime que ela (ainda) não cometeu foi atentar contra a existência da União.

Vale aqui lembrar o poema de Eduardo Alves da Costa, muito citado pela esquerda e erroneamente atribuído a Maiakowski ou a Brecht, que diz o seguinte:

"Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada"

Essa advertência continua valendo para nós, brasileiros, que assistimos calados a toda essa demonstração de autoritarismo e desrespeito à Constituição e nada fazemos. Se o Judiciário não estiver aparelhado, alguma providência terá que tomar na próxima semana, antes que tudo descambe.

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