quinta-feira, 28 de abril de 2016

O Gordo, o Breu e o Buraco

Jô Soares defende a cusparada do Zé do Breu e de, quebra, defende também Chico Buraco, dizendo que as pessoas não podem discordar dele, pois é um patrimônio nacional. E quase chorou ao dizer isso!
No episódio Zé do Breu, a culpa de ter levado a cusparada é das vítimas, que teriam "ofendido" o ator global. Oh, que blasfêmia! Segundo O Gordo, o advogado não poderia ter feito nenhum comentário à entrada do Ator-da-Globo no restaurante, apesar de o Ator-da-Globo estar se pronunciando sobre matéria política há muito tempo e por todos os meios ao seu dispor.

Ora, quem tem vida pública está sujeito às reações do público. Se fossem aplausos, podia! Só não pode se são criticas ou questionamentos, em público, a alguém que se manifestou publicamente. Se o Ator-da-Globo não quisesse ser importunado nas ruas, que mantivesse a sua opinião no âmbito particular.
O que o Ator-da-Globo não tem, nem ninguém tem, é o direito de cuspir nas pessoas, mesmo que a ofensa verbal tivesse passado dos limites.
E uma coisa interessante a se notar é que a esposa ou namorada do rapaz foi cuspida duas vezes e eu não ouvi um pio das feminazis de plantão! Cadê a Maria do Rosário? A Jandira Fecali? A Benedita? O feminismo delas também é seletivo? Não vale para as mulheres brancas, burguesas e coxinhas? Não vale para as belas, recatadas e do lar?

E o Chico Buraco? Ele também pode ter a opinião política que quiser. Mas quando a expõe publicamente tem uma intenção. E uma intenção política, qual seja a de convencer as pessoas. Então, tem que se sujeitar ao contraditório. É simples assim.
E não tem essa de invocar uma suposta imunidade por ser quem é. Isso é apenas a atualização do famoso: Sabe com quem está falando?
Oh, é o Chico, é o patrimônio nacional. Ele pode falar o que quiser que ninguém pode contestá-lo. Lastimável que O Gordo esteja tão decrépito a ponto de não perceber isso. Ou percebe muito bem, mas tem interesses a defender. Pena! Um crédito, porém, tem que ser dado a Chico. Ele, pelo menos, não reclamou das críticas. Quem está reclamando é o lastimável Gordo, cujos dias como humorista estão contados e que já perdeu o pique há muito tempo. Tem gente que não percebe a hora de parar!

Que falta faz o Millôr Fernandes! Aliás, Millôr protagonizou uma altercação com Chico Buraco, exatamente sobre esse assunto. Millôr disse uma vez ao Chico que "eu desconfio de todo idealista que lucra com seu ideal". Está dito!

Veja da própria boca do Millôr aqui.


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Uma outra história de Millôr e Chico foi contada na FLIP de 2014 pelo Jaguar. Vejam que esse negócio de cuspir já vem de muito tempo:

Uma vez, num bar no Leblon, ele [Chico Buarque] perguntou: 'O que você tem contra mim?'. Millôr não respondeu. Chico deu uma cusparada nele. Millôr atirou tudo que tinha na mão na direção do Chico, mas não acertou nada. Contei essa história dizendo que o maior humorista brasileiro brigou com o maior compositor brasileiro. Me ligaram para perguntar se eu tinha brigado com o Martinho da Vila.

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