O ministro Marco Aurélio de Mello está pagando direitinho o favor que a Dilma lhe fez ao nomear sua filha como desembargadora. Ele demonstra que é muito mais agradecido que o Janot que, segundo Lula, não soube reconhecer o tanto que "fizeram" por ele.
No meu ponto de vista, esse primo do Collor, nunca foi confiável. Os sinais disso são aquela voz empostada, aquela cabeleira à poeta romântico do século XIX e uma vaidade de pavão extravasando pelos poros, ou seja, o homem faz "gênero"; mas nada indicava sua opção preferencial pelo PT.
Agora, entretanto, passou dos limites na subserviência ao poder Executivo. E ainda se espantou, na entrevista que deu ao Roda Viva, com o fato de os brasileiros, tal qual o jornalista José Nêumanne, não confiarem na Corte Suprema do seu país! E não confiamos mesmo! Como Nêumanne deixou bem claro, há bastantes motivos históricos para não confiarmos. E não é à toa, que bandidos, sempre que podem, preferem se escudar no foro privilegiado.
Nunca essa Corte os decepcionou. Absolveu o ex-presidente Collor, já mandou soltar bandidos de toda espécie, deixou de julgar casos escabrosos ou de fazer condenados cumprirem a pena. O ex-senador Luiz Estevão foi condenado há 10 anos e conseguia protelar a execução da pena, com recursos e mais recursos intermináveis. No caso do mensalão, não há um político cumprindo pena de prisão. Vários obtiveram o perdão judicial, como Delúbio Soares, José Genoíno e outros.
Mesmo que o ministro Marco Aurélio goste de acreditar em lendas, tais como a de que o Supremo é a última cidadela da cidadania, o fato é que historicamente, essa Corte nunca representou esperança de justiça para o cidadão comum. Haja vista os milhares de presos sem julgamento que existem por todos os cantos do país. E, nas horas mais difíceis na nação, o Supremo, ou se absteve, ou ficou do outro lado, como nos anos de chumbo da ditadura, em que jamais se ouviu a voz desse Tribunal contra as prisões arbitrárias ou contra a tortura.
O Supremo é, sim,a última cidadela do criminoso rico. Esse pode esperar a benevolência da Corte, os cuidados da Corte, a preocupação com o direito da defesa que se extende até a impunidade. E isso acontece exatamente porque o Supremo tem muitos ministros como o Marco Aurélio e pouquíssimos como o Joaquim Barbosa
terça-feira, 5 de abril de 2016
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