segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Frases do Ano (2012)


Na política:

"O PT é, de fato,  um partido interessante. Começou com presos políticos e vai terminar com políticos presos." (Joelmir Betting)

"Perto do Lula, eu sou comunista." (Paulo Maluf)

"Ninguém tem autoridade para falar sobre Lula." (José Sarney)

"Lula sabia de tudo." (Marcos Valério)

"Não sei de nada. Fui apunhalado pelas costas." (Lula)

"O político no Brasil é muito mal remunerado." (Sen. Ivo Cassol)

“No cafezinho do Congresso Nacional, todo mundo sabe quem tá roubando, aonde (sic) e em favor de quem. E quem é que paga mensalão, mensalinho e mensamédio”. (Ciro Gomes)

Enganaram-se os que pensavam que o STF iria ter um negro submisso, subserviente.  (Joaquim Barbosa)


Merecem capítulo especial as frases da Dilma:


“Petróleo…  petróleo… Ocês não vão gostá do que vô dizê… Tá? Petróleo ocês não vão gostá. Então eu vô dizê uma coisa pra vocês. Num tem… não acreditem que vocês conseguirão res… resolvê a distribuição de hoje pra trás. Então, lutem pela distribuição de hoje pra frente”  (Dilma Roussef)


“Quem não tem casa no Brasil? Ah, é você! E purquequi não tem casa? Porque não conseguia comprá a casa. Por um motivo muito simples: não conseguia comprá a casa”. (Dilma Roussef)


“O governo brasileiro está incentivando que os estudantes brasileiros venham aqui para a Índia”. (Dilma Roussef em Moscou)


E as do Millôr, que são eternas:


Hoje em dia, a universidade é o local onde a ignorância é levada `as últimas consequências.
(Millôr)

No momento em que aumentam as nossas descobertas arqueológicas fica evidente que o Brasil tem um enorme passado pela frente. Ou um enorme futuro por detrás, se preferem.
 (Millôr)











sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O espírito patriótico

Ai, ai! Agora D. Dilma apela para os empresários. Apela para o seu espírito patriótico e conclama-os a investir e confiar no Brasil. Só faltava essa. 
Depois de nos mandar gargalhar com os apagões - como se fosse engraçado, uma pessoa no escuro e sem energia elétrica, sendo defrontada com as desculpas mais esfarrapadas (foi raio, foi uma chave que caiu, foi falha humana...)  e ainda gargalhando diante de tanto humor - a gerentona, ao perceber que seus pitacos na economia não estão produzindo resultado algum (aliás, estão, só que no sentido contrário), resolve apelar aos empresários para tentar salvar o PIB do país.
Na hora de decidir jogar contra a nossa moeda, desvalorizando-a brutalmente em menos de um ano, não perguntou a opinião de ninguém. Na hora de interferir nos contratos em andamento com as concessionárias de energia elétrica, afastando de vez os possíveis investidores que daqui a um ano poderiam disputar as novas concessões, também não se aconselhou com ninguém. Na hora de decidir criar barreiras protecionistas para alguns segmentos industriais (leia-se: indústria automobilística) também não procurou o mercado para se aconselhar.
Agora que a "sua casa, sua vida",  está caindo aos pedaços, vem, de modo matreiro, querer atribuir a responsabilidade pelo crescimento econômico aos empresários, que, se não investirem, é porque não acreditam no Brasil. São pouco patriotas.
Tenha a santa paciência! Não se pode esperar de uma economista, que quase completou doutorado, que ignore esse axioma corriqueiro: a atividade econômica privada é atividade de risco. E só se arrisca, quem sabe ou supõe que vá ganhar alguma coisa. O empresário se arrisca quando percebe uma conjunção de fatores que possam justificar o empreendimento. Quando as regras do jogo não são claras, quando se muda a toda hora de direção, quando o poder público interfere com mão pesada o tempo todo, quando o ambiente corrupto deturpa a livre-concorrência, quando a taxação é abusiva, quando o emaranhado de regras e normas é quase ininteligível, quando a mão de obra local, de baixo nível de educação, é pouco produtiva, não se cria um quadro muito animador para os investimentos.
Quem já investiu, até fica, para ver se consegue salvar alguma coisa, mas ninguém vai colocar mais um pouco do rico dinheirinho enquanto a situação permanecer nebulosa. 
Dos investidores estrangeiros, então, nem se fala. Podendo escolher entre investir no México, na India, em Singapura, sem falar na China, por quê iria escolher o Brasil para apostar?
O governo não tem "caixa" para bancar nem os investimentos tipicamente estatais, como os da infra-estrutura. Não há poupança interna no Brasil, aliás os brasileiros  estão sendo estimulados a consumir e se endividar. Necessitamos portanto de capital estrangeiro para crescermos. Aquele capital de olhos azuis que, de tempos em tempos, serve de bode expiatório para as nossas mazelas.
A propósito de olhos azuis, D. Dilma, a senhora não estava querendo ensinar à Angela Merkel como deve administrar a zona do euro? E a nossa zona aqui, quem é que administra?

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Terrorismo "cowboy"

Há uma diferença flagrante entre o terrorismo islâmico, patrocinado por governos como os do Irã e da Síria, e o terrorismo de loucos como os do norueguês Breivik, do Unabomber e de  outros atiradores avulsos como esse recente de Connecticut.
No primeiro caso, o terrorismo é de caso pensado, utilizado como uma arma política e pode ser abandonado se e quando a célula, que o mantém, assim o decidir. Esse tipo de terrorismo não depende de uma figura central. Embora emblemática no plano simbólico, uma figura como a de Bin Laden desaparecendo, não significa que a Al-Qaeda toda vá desaparecer ou sequer interromper suas atividades. Esse terrorismo independe das pessoas que o praticam.

O outro, não. O terrorismo avulso é um complemento da patologia pessoal. Geralmente pensado, planejado e executado sozinho, mesmo que vinculado a um grupo ou corrente ideológica.
Aliás toda e qualquer ideologia extremista atrai desequilibrados mentais que vêem naquele extremismo uma possibilidade de preencher a sua nulidade psíquica, mediante um simulacro de realidade, nem que seja por poucos minutos. É como se, ao perpetrarem uma tragédia de proporções épicas, estivessem provando ao mundo e a si mesmos a realidade de sua própria existência. Existem porque são capazes de fazer aquilo. A prova está lá, estampada nas primeiras páginas dos jornais.

Assim o que esse louco tem de fazer é algo de proporções tais que ultrapassem o local, o bairro, até mesmo a cidade. A repercussão terá que ser, se possível, mundial. Assim eles, ou escolhem numerosas vítimas, ou uma vítima que por si só repercuta da mesma maneira. Foi assim com John Lennon, foi assim com as crianças do Rio, foi assim com Breivik, na Noruega. Chapman agiu sozinho do começo ao fim. Já Breivik alistou-se em grupos de extrema esquerda.

O mais estranho é que esses tipos de loucura não acontecem aleatoriamente. Toda psicopatologia tem preferências culturais relacionadas ao seu próprio tempo e lugar. No Oriente Médio, as pessoas são capazes de se amarrar em bombas e se explodir em um lugar público, matando-se e levando consigo as que se encontravam aleatoriamente ao seu redor. Nos Estados Unidos é diferente. Ninguém se explode desse jeito. Ali a preferência é por um atirador solitário, que mata, um por um, antes de dar cabo de si. Isso fica culturalmente explicado. No Oriente, o coletivo é mais importante que o individual. Já nos EUA o ideário celebra o herói solitário que resolve "tudo" sozinho.

Ambos são muito difíceis de combater, mas o terrorismo político talvez seja mais fácil de se prevenir porque segue uma "lógica" política por trás de suas ações. Já o terrorismo individual, na minha opinião, não se combate com a restrição à venda de armas, mas com uma mudança cultural. Enquanto os americanos continuarem a considerar a si mesmos como os "cowboys" do mundo, terão que enfrentar, de tempos em tempos, esse tipo de problema interno.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Direito penal do inimigo

Nas discussões sobre o mensalão, veio à tona uma questão que foi tratada "en passant" mas que tem relevância nesses tempos de política anormal em que vivemos e que deve ser discutida pela sociedade. Trata-se do direito penal do inimigo.
Em síntese, a teoria questiona se o inimigo da democracia teria o direito de usufruir dos bens democráticos para os destruir. E a resposta que dá é não. Nada mais, nada menos que isso. 
Em um regime totalitário não são permitidas manifestações democráticas, nem oposicionistas. Nesses regimes, ao contrário, quem não adere, sofre perseguição constante e de toda espécie. Por que então em um regime democrático vamos permitir que grupos ou pessoas sejam livres para pregar e tentar implantar o totalitarismo? Imagine-se um partido nazista sendo fundado no Brasil. Seria justo dar-lhe liberdade para propagar suas idéias racistas e  totalitárias, disputando eleições com os demais partidos e podendo, eventualmente, chegar ao poder? Não. Não é justo permitir-se isso e, de fato, a lei brasileira não o permite. Isso é aplicação da teoria do direito do inimigo.
Do mesmo modo, cabe a pergunta: Não se deveria aplicar o mesmo a qualquer outro partido ou agremiação, seja ela de direita ou de esquerda? Por quê temos horror somente ao totalitarismo de "direita"? Por quê aceitamos a ditadura cubana com tanta benevolência, mesmo quando essa ditadura tenta influir nas questões políticas internas no Brasil, como fez e faz no Forum de S.Paulo?
É preciso que a sociedade brasileira acorde e diga a todos os aventureiros que pretendem implantar uma ditadura nessas terras, seja de esquerda ou de direita, que isso não será consentido. Que a democracia, que levamos tanto tempo para conquistar, é um bem que preservaremos de qualquer ataque. É preciso que a sociedade demonstre essa vontade, antes que seja tarde demais.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Nação de mendigos

Não bastassem as cotas raciais, vem o governo com mais uma demagogia que não resolve o problema e apenas engana o povo. É a questão das cotas para estudantes egressos de escolas públicas. A justificativa disso é uma grande desfaçatez, ou melhor dizendo, um grande cinismo.
O governo abdica de sua função republicana e constitucional de proporcionar educação universal e de qualidade a todos os seus cidadãos indistintamente. Entrega essa função à iniciativa privada, criando um grande novo ramo de negócio, o que é demonstrado pela proliferação de escolas particulares em  todos os níveis e pelo seu faturamento anual.
No próprio site Portal Brasil temos a seguinte informação: são 31 milhões de alunos matriculados no ensino fundamental e 8 milhões no ensino médio. Desses, 12,7% (4 milhões) no ensino fundamental e 11,67% (970 mil) no ensino médio, estão em escolas particulares.
No ensino superior, temos a situação inversa, são 6,7 milhões de alunos matriculados, sendo 5,7 milhões em escolas particulares e somente 1 milhão  na rede pública (Inep).
Isso demonstra, mais que cabalmente, a deficiência do sistema público de ensino que não gabarita seus alunos para o curso superior, os quais, por isso, não conseguem entrar na universidade pública tendo que contentar-se com a escola privada. 
Além disso, nos últimos 30 anos, as ofertas de vagas no ensino público superior tiveram uma expansão  bastante inferior à expansão ocorrida no ensino superior privado. Isso significa que houve demanda, só que não foi satisfeita pelo poder público.
Se olharmos pelo lado do investimento, aí então há um paradoxo absurdo. O investimento feito pelo Estado brasileiro em educação tem crescido a taxas muito maiores que o crescimento da rede de ensino e das ofertas de vagas. Ou seja, os governantes podem até se gabar de estarem investindo mais na educação. Só não vão contar a história direito, porque uma parte expressiva desses gastos são direcionados para as escolas... particulares! 
Como? Via subsídios (financiamentos para a educação), via renúncia fiscal (isenção de impostos). O governo desvia assim uma boa parcela do dinheiro público para as contas das empresas privadas de ensino sob a demagogia de estar estimulando e financiando o estudante carente. Dinheiro que poderia ser muito melhor aproveitado se fosse destinado ao ensino público.
Não é com esmolas e migalhas caídas da mesa do rei que se vai promover o desenvolvimento do país. Um povo que precisa de ajuda do governo para sobreviver é uma nação de mendigos; E uma nação de mendigos não escolhe o seu destino, apenas se submete ao que lhe é imposto.

País esquizofrênico

Se pudéssemos comparar um país a uma pessoa eu diria que somos um país esquizofrênico. Temos duas, ou várias, personalidades e uma não sabe da outra. 
Por exemplo, nosso ordenamento penal é cheio de bondades para com os que cometem crimes. Esse é o lado do Bem.
Os criminosos, see tiverem mais de 70 anos, vão cumprir pena em regime domiciliar. Ninguém fica preso por mais de 30 anos, não importa quantas atrocidades tenha cometido. Ninguém cumpre a pena no total a que foi condenado, pois há o sistema de progressão da pena que vai liberando o vândalo aos poucos, de regime fechado, para semi-aberto e aberto (que é o  mesmo que não estar preso). Tudo muito bonito e muito humanitário no papel e só valendo para quem tem dinheiro e prestígio. 
Para os demais, as prisões medievais. 
Aí entramos no terreno do lado escuro da "personalidade" brasileira. O sistema prisional é um horror dos horrores. Como disse, recentemente, o próprio Zé Dirceu: "Nenhum governo, nem mesmo o do PT, se preocupa com o   sistema penitenciário." as condições de encarceramento e as condições de trabalho dos próprios carcereiros são dignas das piores masmorras do século XIII. É um sistema destinado a destruir o ser humano. No país não temos a pena de morte, mas para alguns casos em que as pessoas são abandonadas nas celas, era preferível que houvesse, como o próprio min. da Justiça admitiu ao dizer que preferiria morrer a ser preso.
Nessa área, como em outras, preferimos "criar" uma realidade fictícia na qual fingimos acreditar, enquanto isso o problema real permanece sem solução. Enquanto permanecermos assim, enquanto não sairmos dessa, continuaremos a ser enganados pela classe dirigente, que come os nossos tributos sem nos dar nada em troca. E não reclamamos.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Meio mandato já se foi

D. Dilma vai completando o segundo ano de um governicho pra lá de medíocre, como já se podia esperar. Lula desgovernou no segundo mandato e mandou às favas qualquer prudência na reta final, tudo valendo para eleger o poste. Gastou o que podia e o que não podia e gastou mal, gastou em projeto eleitoreiros, de resultados rápidos e tonitroantes, mas de benefícios duvidosos. Nada investiu em infra-estrutura nos seus oito anos, apesar das balelas de PAC, etc.
A economia mundial ia bem até o final de 2008 e Lula tirou proveito político disso. O Brasil era visto como a bola-da-vez para os investimentos e uma enxurrada de dólares correu para cá. E, principalmente, Lula tinha Meirelles como presidente do Banco Central, a quem manteve, apesar da chiadeira do PT e das "isquerdas".
O poste foi eleito, a economia mundial já estava paralisada, Meirelles saiu, a China pisou no freio e aí, como diz Warren Buffet: "Na hora em que a maré baixa, é que se vê quem estava nadando pelado." 
Agora que o governo Dilma chega à metade do mandato, o Brasil mostra a bunda pro mundo todo. Cadê o PAC?  Cadê os investimentos em energia elétrica? no aumento de produção da Petrobrás? nas estradas, nos metrôs, nos portos? A falta de "timing" foi tanta que há 8/9 meses D. Dilma estava reclamando do excesso (que ela chamou de tsunami) de dólares entrando na nossa economia! A fonte secou repentinamente e daqui pouco estaremos de pires na mão pedindo aos estrangeiros que voltem a investir aqui. A única coisa que D. Dilma conseguiu foi desvalorizar a moeda brasileira em 25%, espantar os investidores com seu intervencionismo excessivo e fazer a inflação disparar!
Dilma é uma péssima jogadora, daquelas que blefa e depois corre da mesa. Foi à Rússia falando grosso, que só ia comprar helicópteros russos se eles liberassem a compra de carne do Brasil. Foi e voltou falando...fino. Os russos não liberaram a compra da carne, mesmo assim ela colocou o pedido da compra dos helicópteros!
O pior para nós é que enquanto Dilma faz que vai e não vai, faz que vem e não vem, o país vai parando. Os Estados Unidos, que são o símbolo da crise, cresceram no último trimestre, mais de 3%! Nós, estamos abaixo de 1% e não adiantam promessas de que em 2013 vai ser diferente. Essa mesma turma, Dilma, Mantega e Tombini, anunciou um crescimento de mais de 4% para 2012 e o resultado foi o vexame que se viu. Nada indica que vão acertar suas profecias agora.
Um axioma econômico diz que "sem investimento, não há crescimento". Isso vale para as empresas privadas e vale para as nações. Com  D. Dilma espantando os investidores estrangeiros e não havendo poupança interna para investir, o crescimento econômico não cairá do céu, como milagre. Nem mesmo sendo 2013 um ano cabalístico, ou talvez, até por isso mesmo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

2013 - Ano do Acerto de Contas

O falastrão, que estava mudo, abriu a boca novamente. Provavelmente  estimulado pela platéia de puxa-sacos babões no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, sentiu-se novamente à vontade para falar as bobagens de sempre.
Claro, sem mencionar o nome de Marcos Valério ou da Rose, porque, nessa área, em que ele deve explicações ao povo brasileiro, o Molusco não tem nada a dizer.
Mas, diante de uma platéia amestrada, não poderia perder a oportunidade de fazer a auto-louvação e desferir ataques rasteiros aos seus supostos adversários, ou seja, todo mundo que não concorda com seus métodos. Por milagre não falou mal de FHC desta vez!
Mas, dentre as "pérolas" que soltou, duas chamam à atenção:"Vocês não podem perder de memória que nós, no sindicato, quando queríamos falar mal de patrão, a gente falava da Volkswagen, da Ford e da Mercedes Benz. Por que delas? Porque eram as três maiores. Ninguém iria falar de fabriquinha"
Isso ilustra muito bem o pensamento do Molusco. Deixa claro que  as fabriquetas podiam fazer o que quisessem. Podiam não se importar com as condições de trabalho, com a segurança e/ou o direito dos operários que o sindicato não as incomodava. Por outro lado, as multinacionais, com certeza com gestão muito mais organizada e  maior responsabilidade social, eram as vítimas do ataque sindical. Por quê? 
Lula, responde: porque isso dava publicidade, visibilidade ao ataque. Ou seja, era tudo um jogo de cena. Ninguém estava ali preocupado com as condições de trabalho, mas com a exploração política e demagógica que poderiam fazer disso. Muito claro, Sr. Lula! É isso mesmo que pensamos que você faz.
A segunda "pérola" foi: " Só existe uma possibilidade de eles me derrotarem: trabalhar mais do que eu. Mas se ficar um vagabundo numa sala com ar-condicionado, falando mal de mim, vai perder"  
É o velho jogo de estimular o ressentimento de pobres contra ricos e vice-versa. Até parece que Lula continua morando na caatinga. Não transita em salas com ar condicionado, ora em Paris, ora do Instituto Lula. E - todos sabemos - trabalha demais, como trabalha. Dá até pena!
Lula não deixa de ser Lula. É incorrigível, mas agora parece que a sorte virou e vai acabar tendo que responder pelos seus atos cometidos contra a nação. O ano de 2013, coincidentemente, vai ser o ano do acerto de contas com o verdadeiro chefe da quadrilha.






segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Obrigado, ministro Joaquim.



Chega! Depois dessa overdose de mensalão, após 53 sessões plenárias do Supremo, chegou-se ao fim. Missão cumprida, ministro Joaquim Barbosa! E, dia-se de passagem, cumprida a duras penas. Além de um problema de saúde que lhe inflige dores excruciantes durante as intermináveis sessões, teve que enfrentar pressões de toda ordem e magnitude, todos os dias e por todos os lados. 

E com um agravante maior: ter suportar o min. Lewandowski com seu notório e absurdo empenho em livrar a cara dos assaltantes da República. E até no final, S. Excia teve que se defrontar com mais uma alfinetada, absolutamente desnecessária.
Incompreensivelmente o min. Marco Aurélio se rebelou contra o pronunciamento do presidente do Tribunal que, ao encerrarem-se os trabalhos, quis agradecer aos seus colaboradores diuturnos desses últimos sete anos. Sem o empenho e a disposição desses funcionários,  até além de suas obrigações funcionais, é muito provável que a AP 470 ainda estivesse nas "gavetas" do STF. Entretanto o min. Marco Aurélio não concordou com os elogios que o min. Barbosa tecia aos seus colaboradores e se retirou do plenário em protesto. 
Para o povo brasileiro o que deve parecer essa atitude? Diante de tanta desfaçatez e de tantos crimes desfiados por meses à vista da nação, o ministro Marco Aurélio não mostrou a mesma indignação; ao contrário, se postava sempre com um sorriso irônico. 
Diante dos elogios, como os que fez o min. Lewandowski a um criminosos ao fim condenados pelo Supremo, como Genoíno e Zé Dirceu, ou como os que fez o ministro Dias Tóffoli à Sra. Kátia Rabello, o ministro Marco Aurélio não esboçou tampouco qualquer reação. 
Não considerou anti-regimental um ministro assumir a posição de advogado de defesa dos réus. Não considerou impróprio à liturgia do cargo um juiz fazer o elogio dos réus durante o julgamento ao votar. Mas considerou impróprio o min. Barbosa elogiar seus subordinados ao final dos trabalhos. E se retirou do plenário em atitude desrespeitosa, impolida e vulgar.

Entretanto, sinta-se premiado ministro Joaquim. Do mesmo modo como há amizades que depreciam, há inimizades que enaltecem. Há certas pessoas, das quais, o menosprezo é uma honra, um galardão.
Mesmo que muita gente ainda não saiba o bem que o ministro Joaquim Barbosa fez a elas, um dia isso será reconhecido e podem ter a certeza que esse ministro entrou definitivamente para a história e para o panteão dos heróis brasileiros. Obrigado, ministro Joaquim!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Tres Homens-Bombas

No Brasil já tivemos os 3 patetas (triunvirato militar que tomou o poder com a doença de Costa e Silva). Já tivemos os 3 porquinhos da Dilma e agora temos os 3 homens-bombas (*). São eles: Marcos Valério, o principal, o não menos importante Carlos Cachoeira, e agora o Paulo Vieira, um dos bebês de Rosemary Noronha.
Esses três constituem hoje o maior arquivo-vivo da República. Conheceram e se entranharam em todos os porões, esgotos e sarjetas do poder. Sabem quem rouba, quem manda roubar, quem deixa roubar, quem ajuda a roubar, quem rouba-mas-faz, quem rouba-e-nada-mais-faz, etc.
A Justiça pode muito bem cotejar as informações de todos eles. No que coincidirem, haverá fortes indícios de verdade. É, pois, de extremo interesse do país que se faça algum tipo de acordo com eles, para que falem, desembuchem tudo o que sabem dessa podridão que se espalha pela política, quase chegando ao ponto de desacreditá-la totalmente.
Já passamos da hora da verdade. O governo instalou uma comissão da verdade para escarafunchar o passado e o período da ditadura. Realmente precisamos deixar todo aquele período em pratos limpos. Obviamente dos dois lados, mas isso é assunto pra outro post. De todo modo a Comissão se refere a uma verdade passada, a algo que ameaçou o país no passado. É importante sabermos o que houve, mas não traz nenhuma ameaça presente.
Muito mais urgente é sabermos a verdade daquilo que nos ameaça agora. Essa ameaça é pior porque o mal que ela faz e pode fazer ainda não se completou.
Portanto, senhores procuradores, chegou a hora! Vamos ver os que esses arquivos contam. São arquivos muito sensíveis e podem ser apagados de uma hora para a outra.

(*) O plural de homem-bomba pode ser tanto homens-bomba, como homens-bombas.











sábado, 15 de dezembro de 2012

O poder vicia

Não é de bom tom, no Brasil, falar mal dos mortos ou dos doentes graves. Acho que é mais uma questão de superstição que de polidez. As pessoas temem que  a "coisa" se volte contra elas e por isso evitam falar no assunto, ou, quando o mencionam, afirmam desejar as melhoras e o bem, mesmo dos piores inimigos ou bandidos.
Se um crápula como Hitler estivesse com uma doença terrível em estado terminal, tenho a certeza que a maior parte dos seres humanos, especialmente os perseguidos por ele, se rejubilaria ao invés de lamentar.
No caso presente, por exemplo,  eu seria cínico e hipócrita se dissesse que estou triste com a situação de Hugo Chávez. Como pessoa, como ser humano, pouco me importa a saúde ou a doença dele. Como pessoa, ele me é completamente indiferente. Mas, considerando o homem público, com essa influência nefasta na América Latina, fico feliz de vê-lo afastado do poder, seja por que motivo for.
Lamento a morte de pessoas como Niemeyer, Décio Pignatari, Dave Brubeck, etc.
No caso de Hugo Chávez, até posso desejar, apenas por compaixão, que ele se vá sem dor, mas que se vá logo e deixe os venezuelanos e o povo latino-americano em paz. Sem Hugo Chávez, como mais uma peça no tabuleiro das demagogias pseudo-esquerdistas que proliferam na América Latina, o mundo ficará melhor.
O que ainda é mais patético, nesse caso, é o apego ao poder. O homem está morrendo e sabe que nada vai levar consigo para o caixão. No entanto, ainda se apega ao poder ferrenhamente. Não renunciou ao mandato para se tratar e viajou para Cuba, deixando uma série de instruções até para depois de seu falecimento. Isso mostra que se estivesse com saúde não seria tão cedo que deixaria o poder, tal como Franco e Salazar ou Stalin.
Um ditador, depois que se instala,  só sai do poder quando morre ou é deposto.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Vale para todos

Como é estranho esse PT! Seus militantes falam qualquer coisa sem corar, atropelam o raciocínio lógico mais elementar e negam até os fatos mais objetivos.
Agora então, com a saia justa do seu guia máximo, a militância deixou de lado qualquer pudor. Ontem, a base aliada conseguiu impedir a convocação para depor do Sr. Marcos Valério. Anteontem diziam que não se pode dar crédito a Marcos Valério, porque ele é um criminoso, blá-blá-blá, condenado, etc., etc. Se o que Marcos Valério fala não tem importância, por quê o esforço para não convocá-lo? 
A Polícia Federal do governo Dilma investigou e indiciou a secretária-amante por vários crimes. O mesmo governo Dilma faz tudo para impedir a mesma secretária de prestar depoimento no Congresso.
Não contente, a base aliada comandada por ninguém mais, ninguém menos que Elle, Fernando Collor, conseguiu aprovar requerimento para convidar para depor... o Sr. Procurador-Geral da República e Fernando Henrique Cardoso.
Deixa ver se eu entendo. As nove digitais do Lula aparecem em cenas de crime de toda espécie e resolvem convocar para depor:  Fernando Henrique e Roberto Gurgel?! 
Até mesmo para os padrões brasileiros  isso é o absurdo dos absurdos. Não que FHC ou o Procurador estejam acima de qualquer suspeita. Ninguém está, ou ninguém deveria estar. Se algo de concreto for aventado contra qualquer cidadão, ele deve ser chamado a prestar esclarecimentos e ser submetido à investigação.
A questão é: quem está devendo explicações ao país é o Sr. Luis Inácio Lula da Silva, que até mesmo para salvar sua biografia (se for possível salvá-la), deveria expontâneamente se colocar à disposição do Congresso para depor, ao invés de emudecer e fugir para o exterior.
D. Dilma deveria também cumprir com seu dever de presidenta e deixar o Congresso agir sem interferência, especialmente em um caso que envolve possíveis crimes contra a República e o sistema democrático.
Em um regime republicano e democrático ninguém está acima da Lei. Não tem essa de grande homem, grande presidente ou qualquer outra bobagem que queiram falar. Em uma democracia todos somos iguais em direitos e deveres.
Isso vale para o Lula também. Isso vale para a Rosemary também. Vale para o Paulo Okamoto, vale para o Paulo Vieira e seu irmão Rubens. Vale para todo mundo. Não pode é valer só para um lado. Se deixarmos isso acontecer não haverá mais possibilidade de se fazer política séria nesse país.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Acidentes acontecem (ou Pergunte ao Freud)

Ali Babá foi finalmente desmascarado. As pessoas com um mínimo de inteligência e senso crítico não toldado pela lavagem cerebral da ideologia partidária, sabiam que era impossível o presidente da República desconhecer o esquema criminoso orquestrado e dirigido no/do andar de cima do seu gabinete.
Mais impossível ainda desconhecer o que estava ocorrendo na sala ao lado, ocupada por ninguém menos que o seu secretário, Freud Godoy, que recebeu 150 mil reais em espécie, depositados na conta de sua esposa. Isso é o que sabemos até agora.
Quanta candura! diria o ministro Lewandowski.
Mas faltava um elo, uma informação que pudesse ser rastreada e, no Brasil, a jurisprudência não aceita a teoria do domínio do fato, portanto fica sempre difícil incriminar os chefes. Só os peixes miúdos e as secretárias mequetrefes é que caem nas redes.
Finalmente, Marcos Valério falou. Agora o Ministério Público tem o que procurar, nem que seja para inocentar Lula. 
Basta quebrar o sigilo das contas do Sr. Freud Godoy que se saberá para onde foi o dinheiro. Seria interessante também quebrar o sigilo do Sr. Paulo Okamoto. Essa figura surge sempre das sombras toda vez que o Molusco se vê ameaçado. Recentemente foi ele um dos que "acalmaram" a Rose, outra que deve ter o sigilo também quebrado, se quiserem fazer uma investigação digna do nome.
As vozes partidárias agora se levantam contra Marcos Valério.  "Não vale nada, é um mentiroso, como se vai dar crédito a um criminoso condenado", dizem eles. Cabe a pergunta: como é que dão crédito então a Zé Dirceu, Genoíno e João Paulo?
A polícia sabe muito bem que as melhores informações são obtidas dos próprios bandidos. Não é em convento de freiras que se vai saber o que acontece na zona boêmia! As testemunhas estão lá, no mesmo meio, convivendo no mesmo esquema, compartilhando as mesmas armas e informações. Quem seria o melhor delator?
O primeiro deles foi Roberto Jefferson e o segundo agora, um dos principais atores desse pastelão, o carequinha.
A maré definitivamente não está pra Lula. Mal aparece o caso Rose, desvendado pela PF do governo Dilma - diga-se de passagem - vem o vazamento da delação do Marcos Valério. Fica até a dúvida: a quem interessa isso? Bem, o primeiro interessado, melhor dizendo, a primeira interessada é a própria Dilma que, fritando o Molusco, se livra desse fantasma em 2014. E ela sabe das coisas, participa do governo há 10 anos. Pode até não ter se envolvido, mas, que sabe, sabe. E não seria o primeiro caso de a criatura se voltar contra o criador. Como o criador, no caso, tem rabo de palha, fica até fácil. Claro que tudo manipulado de uma maneira que pareça um "acidente".





segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Estado Palestino

Aquilo que começa errado, fica difícil de consertar depois. Em primeiro lugar as nações colonialistas, ao fazerem a partilha do Oriente Médio, depois da Primeira Guerra, não levaram em consideração as relações sócio-políticas existentes na região. Começou tudo errado. França e Inglaterra dividiram a região considerando unicamente seus próprios interesses geopolíticos e que se danassem as etnias, a história, as divisões tribais e religiosas (sim, a região não é um monólito muçulmano).
Nesse pano de fundo, já conflituoso por natureza e definição, ocorre a Segunda Guerra e, ao final dela, emerge a consciência culpada do "ocidente" ao se defrontar com a monstruosidade inenarrável do Holocausto.
O povo judeu merecia uma reparação e, na minha opinião, essa consciência culpada precipitou uma pseudo-solução, que, como vimos, não solucionou nada, ao contrário, criou um beco quase sem saída.
Faltou visão de longo prazo aos dois lados e, para mim, o radicalismo palestino,  muito pior que qualquer radicalismo judeu, só prejudicou...os palestinos!

No filme "O Gladiador"há uma cena em que os romanos mandam um emissário parlamentar com os bárbaros germânicos. Esses decapitam o negociador e devolvem seu corpo sem cabeça sobre seu próprio cavalo. Nesse momento o general romano diz: "os povos deveriam saber quando já estão derrotados". É isso. A história tem seu próprios mecanismos que não são tão auto-evidentes no momento em que operam, mas há coisas que antes de ocorrerem no tempo físico, já pre-existem num tempo supra-físico e vão se materializar inevitavelmente, queiramos ou não.
No caso retratado pelo filme, os germânicos já haviam perdido antes mesmo de ser travada a batalha. Os romanos eram mais fortes, mais poderosos, mais avançados em civilização, tinham maiores exércitos e melhores armas e táticas e queriam (na verdade, precisavam) se expandir para o noroeste europeu. Por que lutar então? Por que sacrificar vidas se o resultado já deveria ser evidente? Por que não fazer um acordo?

Com os palestinos aconteceu mais ou menos o mesmo. O Estado de Israel era historicamente inevitável. O povo judeu necessitava de um Estado! Um povo sem estado é um pária onde quer que esteja. Os judeus cultivam uma tradição milenar de aplicação ao aprendizado, ao aprimoramento do ser humano pelo estudo, pela reflexão filosófica, talvez mais que qualquer outro povo ou outra cultura sobre a terra. Com isso acumulou um cabedal de cultura e sabedoria que transborda os limites do judaísmo  Em virtude disso, aqueles judeus que fizeram a diáspora para o ocidente encontraram as condições ideais de se tornarem  a nata da nata. Tornaram-se ricos e poderosos, destacaram-se nas artes, na filosofia e na ciência. Pois esse povo, com esse cabedal, após o martírio sob Hitler decidiu que bastava, decidiu que era passada a hora de formar um estado, o Estado, que o sionismo já pregava havia um século. 
No conflito de culturas, a história nos demonstra que sempre a mais avançada ou destrói ou incorpora a menos avançada no seu "corpus". Isso é da natureza, é darwiniano e não há o que se possa fazer.

Naquela situação de pós-guerra o que tinham a favor de si os palestinos? Esquecendo as bobagens do politicamente correto, há que se dizer a verdade e,  sem juízo de valor, apenas como constatação de fatos. Se não houvesse sido criado o estado judeu, teriam os palestinos criado um estado próprio naquele momento? Tudo indica que não. Não havia, como não há nenhuma unidade política a congregar os palestinos. O que havia, como ainda hoje, eram e são facções cuja legitimidade é imposta pela força e que digladiam entre si em busca do poder e da supremacia. Hoje essas forças estão representadas pelo Hamas em Gaza e pelo Fatah na Cisjordânia.
O  que tinham de comum para apresentar como base cultural de um estado nacional, além de um amontoado de casebres onde vivia uma gente iletrada e sem instrução, sem qualquer tradição democrática, submetida a uma religião medieval e sem organização política na época para constituir nem mesmo um partido político quanto mais um estado?
Os palestinos, pela prevalência da religião em sua história, constituíam (como ainda constituem) uma sociedade autoritária, sem qualquer perspectiva de evolução para  a democracia. Ao contrário, acostumados a viver sob tirania e a considerá-la um fato da natureza, esse povo tem como "liga" apenas uma tradição religiosa arcaica, fanática e autoritária. Esse povo, por conta do atraso comandado pela religião, abriu mão da contribuição da metade de sua população, as mulheres, e as condenou ao nada! 
Esse povo foi quem decidiu que Israel não iria existir! E os fatos de 1948 comprovam a solução que adotaram. Não queriam um acordo, queriam a vitória, que nunca chegou, nem chegará.
Rejeitaram a proposta de partilha da ONU porque não queriam aceitar uma solução conciliatória e provavelmente porque, com a partilha, iriam ver o Estado de Israel florescer (como floresceu) ao lado da sua estagnação. Sem o Estado palestino podem jogar a culpa de seu atraso sempre em Israel e nos Estados Unidos.  Eu, particularmente, não acredito que a existência de um estado palestino tivesse proporcionado melhores condições a esse povo.  Só se o estado palestino tivesse tido o condão de evitar a guerra entre eles, coisa que também duvido.
Bangladesh e Paquistão estão aí a demonstrar a tese. No mesmo ano de 1948, quando o Paquistão se recusou a fazer parte do estado indiano, decretou sua futura cisão em dois estados, o que veio de fato a acontecer depois. A India, democrática, como Israel, floresceu e o Paquistão que se cindiu em dois estados miseráveis, permaneceu vítima da corrupção e do autoritarismo, sem futuro a curto e médio prazo para seu povo.
O mesmo, penso, irá acontecer com o estado palestino, quando for criado. Acabará por cindir-se em Cisjordânia e Gaza; continuarão, ambos, reféns dos grupos religiosos fanáticos e sem futuro a médio e a longo prazo.

A partir daí, não é necessário repisar os fatos. Sabemos o que houve. Sabemos que Israel também muitas vezes se excedeu, sabemos que os fanáticos dos dois lados querem é a perpetuação do conflito. Esse é o combustível que lhes dá razão de ser. É isso que Arafat queria, até se converter em líder da Autoridade Palestina, e é isso que o Hamas quer, é isso que os salafitas querem. Pouco importa ao Hamas que morram mulheres e crianças palestinas, que são usadas como escudo humano para impedir Israel de atacar e quando Israel, mesmo assim, ataca, servem para fazer a "propaganda" mundo afora a favor da "causa palestina". O que me incomoda é ver tanta gente inteligente engolir isso tudo. O que me incomoda é ver a opinião pre-fabricada de gente que odeia o bem estar, a prosperidade, a cultura e a educação (dos outros) e gosta de louvar a pobreza e o atraso (também dos outros), como se fossem virtudes. Essa gente, são os intelectuais de que falava Joãosinho Trinta.

A solução, se existir, não há de ser outra que a secularização do futuro estado palestino e a melhoria do nível de sua população através da educação, coisa que Israel pode até contribuir para que aconteça, além evidentemente da participação da ONU e de organismos internacionais de ajuda.
Já que Israel presta ajuda financeira à Cisjordânia, que a preste exigindo investimento em educação. A ONU deveria destituir a Autoridade Palestina, assentar tropas de paz nos dois territórios (Gaza e Cisjordânia), criar um governo pacificador internacional por 20 anos na região e promover o desenvolvimento sócio-econômico da Palestina até que eles possam andar com suas próprias pernas.
Isso não agradaria a nenhum dos grupos radicais dos dois lados, nem seria uma solução fácil de implementar, mas não há outra possibilidade. O contrário disso é a guerra, a morte e a carnifica dos dois lados.



Perda de mandato


O Supremo decide hoje sobre a perda de mandato e de  direitos políticos dos condenados no processo do mensalão (AP 470).
Imagino que vai haver outro bate boca provocado por Lewandowski, que já sinalizou que o STF não tem que decidir essa questão; que é uma atribuição da câmara, etc.
Entretanto o artigo 55 da Constituição estabelece que perde o mandato o deputado ou senador condenado com sentença transitada em julgado (ou seja, sem possibilidade de apelação) pelo tempo que durar a sentença. Não há o que discutir quanto a isso. Não é questão de desrespeitar o Legislativo. É questão de respeitar a Constituição.
Há um problema, sim, mas que pode e deve ser sanado pelo Supremo. O problema é que as Constituições brasileiras são feitas ao sabor do momento e não para durar. Isso vem desde a primeira, outorgada em 1824. Todas elas estão eivadas de erros, contradições, omissões e (paradoxalmente) excessos. Seria tão mais simples se o Artigo 55 não tivesse parágrafo algum. O contra-senso é o parágrafo 2º que se opõe ao "caput" do artigo, que diz categoricamente "Perderá o mandato...etc, etc"
Entretanto, repito, não há o que discutir quanto a isso. E, como existe esse parágrafo contraditório, mas também como é função do Supremo interpretar a Constituição,  fica claro que o Supremo é que tem que declarar a perda do mandato e fazer jurisprudência nesse caso.
Ou seja, mais uma vez, por incompetência, ou má fé, dos nossos legisladores, o Supremo vai ter que legislar suplementarmente. Paciência!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Uma Rose não é uma rosa, não é uma rosa, não é uma rosa

Gertrude Stein escreveu: "Rose is a rose is a rose is a rose" (Sagrada Emília, 1913). Pretendia afirmar e reafirmar que nada supera a realidade dos fatos. Uma rosa é uma rosa, um político é um político e um ladrão é um ladrão. Será?
Ao sul do equador parece que todas as coisas viram de cabeça para baixo. A lógica se inverte e aqui demonstramos que, quase sempre, as coisas não são o que parecem. Políticos são ladrões, ladrões são políticos, há juízes que são bandidos de toga (conforme a Dra. Eliana Calmon) e, consequentemente há bandidos de toga que são juízes. Uma secretária da presidência, pode ser uma amante do presidente, e também, justamente por isso, uma traficante de influência. 
O que a Polícia Federal deixou claro é que nossa Rose não é, definitivamente,  uma flor que se cheire. A operação abafa entrou em ação e não sabemos se o Paulo Okamoto ou o próprio Molusco falaram com a Rosemary pedindo, ou impondo, o seu silêncio. Com uma ajudazinha, é claro, do governo da Presidenta, mediante o seu ministro da Justiça  que, para manter a tradição, agindo como advogado de defesa da indiciada, bloqueou todas as tentativas de convocá-la ao Parlamento e declarou que não houve corrupção no "seio do governo" (sic).
Pode até não ter sido no seio...
O fato é que depois que o ministro entrou em ação, em tempo recorde a PF deu por encerrado os trabalhos da OPS. O recado já estava dado e entendido. Let's move on!

PS- Hoje é o dia de combate à corrupção. Será que a presidenta tem alguma coisa a dizer?








sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Matemática de Lewandowski

Quando a gente pensava que Lewandowski já tinha se recolhido à insignificância, eis que ressurge para atrapalhar mais um pouco o julgamento do mensalão.
Em princípio queria revisar todas as penas de multa de todos os condenados, mesmo nos casos em que foi voto vencido, usando uma regra de três, em que A está para B, assim como B está para X... Quase deu uma aula de aritmética elementar para os seus pares do Supremo! Foi contido pelo ministro Barbosa, que já deve andar mais que exasperado com essa situação.
Não contente, Lewandowski começou a defender a tese que o Supremo não tem poder para cassar os mandatos dos parlamentares condenados. Segundo ele, o Supremo pode apenas retirar os direitos políticos, mas quem tem que cassar o mandato é a Câmara.
A tese de Lewandowski é surreal. Como pode alguém sem direitos políticos, depois de condenado por crimes contra a República, ainda manter os mandatos parlamentares? E ele não se envergonha de fazer essa proposta.
Para Lewansdowski então o Supremo está subordinado à Câmara e aí acabou-se a harmonia dos 3 poderes. 
A divisão em 3 poderes foi um artifício para introduzir um sistema de pesos e contra-pesos nos poderes do Estado de modo que nenhum deles se sobrepusesse aos demais. É um sistema de controle.
Por isso foi tão grave a compra de votos, por que isso feria principalmente e frontalmente a independência dos poderes.
No Brasil temos um problema: o poder legislativo já tende a se deixar cooptar e andar a reboque do poder Executivo. isso produz distorções como: a incapacidade de fiscalizar, de cobrar e até mesmo de julgar os atos do Executivo.
Agora, com a tese Lewandowskiana, o poder Judiciário teria  que se submeter ao Legislativo. Ora, se A manda em B e B manda em C, logo A manda em C.  O Judiciário submetido ao Legislativo, que, por sua vez,  se submete ao Executivo.
Em matemática isso se chama propriedade transitiva, mas em política se chama ditadura mesmo.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Adeus, Niemeyer

O grande arquiteto fechou os olhos. O homem que não acreditava na imortalidade, parecia que ia viver para sempre. No meu modo de pensar, Niemeyer cometeu o maior equívoco de sua vida, ao defender, até o fim, o stalinismo. Recusava-se a crer nos crimes de Stalin e dizia que isso era contra-propaganda americana. Não concordo com sua posições políticas, mas entendo o homem.
E até mesmo o admiro por isso.
Meu pai, embora mais novo, não deixava de ser da mesma geração e era também um cabeça dura. Homens de convicções.
Coisa que falta bastante nesse mundo pós-moderno e cínico em que vivemos e no qual as pessoas, os valores, as convicções mudam conforme o preço.
Niemeyer foi de uma época em que a honradez era inegociável. Niemeyer nunca teve preço, por isso e pela sua arte vai fazer muita falta ao Brasil.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Podres poderes

Um ministro do Supremo tem que ser uma pessoa de notório saber e reputação ilibada. Deve ser indicado pelo presidente da República e aprovado pelo Senado. É o que reza a Constituição. 
Mas isso faz, dos candidatos, reféns antecipados do poder executivo. A entrevista do min. Fux à Folha, publicada hoje, escancara essa situação constrangedora.
O ministro tinha como meta profissional chegar ao Supremo. Desejo legítimo, que, penso, deve ser o sonho de muitos magistrados. Porém, para que isso acontecesse, para que seu currículo fosse lembrado e considerado, teve ele que fazer um périplo mendicante por várias esferas do poder.
Teve que ir a Delfim, Palocci, João Paulo Cunha (condenado na AP 470) e até mesmo ao Zé (outro condenado na mesma Ação). Na época, ainda não tinham sido condenados, eram portanto, legalmente,  inocentes presumidos, mas isso não diminui a gravidade do fato. Imagine-se o juiz Fux pedindo ao Zé para ser indicado ao STF. Por quê o Zé o ajudaria? A troco de quê?  Por quê um sujeito que esteve operando na ilegalidade dentro do Palácio do Planalto não usaria o seu poder para tentar obter desse candidato uma "promessa" de absolvição ou de alívio na pena futura? Não sabemos o que houve, nem nunca saberemos. Sabemos que o ministro Fux não "aliviou". O ministro Fux foi exemplar nos votos que deu. Quanto a  isso não há dúvida. Tomara que continue exercendo essa autonomia absolutamente necessária. E é isso que tanto irritou a quadrilha política. Decerto esperavam um comportamento subserviente e agora se dizem traídos.
Mas o fato é que, simplesmente por ter ido ao Zé e ao João Paulo, o ministro Fux agora está da situação constrangedora de ter que se explicar.
Ficam no ar várias perguntas: E se, o ministro Fux tivesse concordado com os futuros réus e proferido seus votos conforme eles queriam?
Será que outros ministros não enfrentaram também situação semelhante? E será que estão votando inteiramente conforme sua convicção, ou seu voto está sofrendo um viés moderador?
Será que isso explica o papel de advogado de defesa adotado pelo ministro Lewandowski, seguido por Dias Tóffoli?
Por aí vemos que o PT não quis somente cooptar o poder Legislativo, mas também (como eles mesmos confessam) o poder Judiciário.
Isso é gravíssimo! Só não temos uma grande crise nessa República porque a sociedade está apática. E isso demonstra, mais uma vez, que esse sistema de escolha dos ministros do Supremo tem que mudar. Já escrevi sobre isso no post "Como escolher um ministro do Supremo". É preciso que pensemos a respeito e que a sociedade organizada se levante, antes que a nossa República caia de podre.



sábado, 1 de dezembro de 2012

Agências (des)reguladoras

As agências reguladoras foram criadas para exercer o controle do Estado sobre as concessionárias de serviços públicos: aviação civil (ANAC), energia elétrica (ANEEL), telefonia e internet (ANATEL), agência de petróleo (ANP), e por aí vão muitas ANA's.
A função primordial dessas agências é regular e controlar as atividades dessas concessionárias para que não sobreponham o interesse do lucro privado (necessário e legítimo) ao interesse coletivo da população à qual servem. Essas concessionárias estão substituindo o Estado nesses papéis.  O Estado, por não poder, ou não querer, prestar esse serviço à população, o entrega a empresas privadas, mas sob certas condições pre-ajustadas naturalmente. O que as agências reguladoras tem que fazer é fiscalizar se o cidadão está recebendo serviços de qualidade, a preço justo, se as regras estão sendo cumpridas ou não e, nesse último caso, aplicar as sanções cabíveis.

As agências são independentes e autônomas financeiramente. Os membros de direção de cada agência tem mandatos fixos exatamente para manter a independência e são escolhidos pelo(a) presidente da República, sendo nomeados após aprovação do Senado.

No dia a dia, entretanto, as reclamações sobre a qualidades desses serviços só tem piorado. Nos PROCONS as campeãs de reclamação são as empresas de telefonia e as empresas de transporte aéreo, por exemplo. 
O Brasil é um país que tem uma das mais caras tarifas de passagens aéreas do mundo e a qualidade dos serviços vem caindo dia a dia. Voos são cancelados sem a menor cerimônia ou explicação, atrasos nos horários são a regra e percebe-se muitas vezes um desdém afrontoso com a situação do passageiro.
Na área da telefonia e internet a situação é ainda pior. Há pouca ou nenhuma concorrência. As tarifas de telefonia e internet, outra vez, estão entre as mais caras do mundo. As larguras de banda são ridículas e paga-se por um plano, mas o que se recebe é só 10% do que se contratou.

Nessa situação, pergunta-se: o que fazem as agências reguladoras?  Por que não fiscalizam? Por que não cobram e aplicam sanções?
Um das respostas está aí à vista de todos. Dois dos "amigos" de Rosemary foram indicados e nomeados, na verdade por ela, por causa de seu (dela) relacionamento íntimo com o Molusco. Assim deve ser também o caso de vários outros diretores das várias outras agências. Por que não seriam? Por que só a ANA e ANAC teriam sido maculadas? Não sejamos ingênuos.
Esses diretores e conselheiros, amigos dos amigos do Rei, estão lá preocupados com a missão da agência ou com a defesa dos direitos do cidadão? Claro que não. Estão lá é para se locupletarem, estão lá para ocupar espaços no aparelhamento do Estado. Estão lá para completarem o "toma lá, da cá" que a Dilma pediu que a jornalista explicitasse.

Pois o toma lá dá cá é isso, D. Dilma. É por isso que a senhora tem que desfazer tudo o que fez. Nomeia, exonera, blinda, nomeia, exonera e blinda. 
Quando a senhora parar de blindar essas pessoas que estão roubando o Erário, talvez tenha condições de nomear e manter.
E as agências-cabides-de-emprego, passem talvez a exercer o papel que lhes foi destinado, para alívio e conforto do cidadão que paga os salários de todos vocês.

Leia também: Sujando o cocho



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O país das mequetrefes

Quando a Polícia Federal começou a investigação sobre as maracutaias milionárias do porto de Santos e terminais próximos, Barnabé e Bagres (*), deu-lhe o nome de Operação Porto Seguro e, provavelmente, não imaginava que iria colher as nove digitais do Planalto espalhadas por todo lado, nas cenas do crime. 
Foi aí que tudo começou e a secretária que havia gasto "os tubos" no cartão corporativo da Presidência da República, mas que fora blindada pelo governo, iniciou a queda livre.
A funcionária mequetrefe, ficamos sabendo no bojo da operação Porto Seguro, esteve "impulsionando" negócios de 1 bilhão em Santos.
É a mesma mequetrefe que conseguiu indicar dois nomes para as Agências Reguladoras, ANA e ANAC. Um deles foi rejeitado duas vezes pelo Senado, mas Sarney (olha o Sarney aí de novo, gente!) conseguiu aprová-lo em terceira votação.  
A funcionária mequetrefe também arranjou emprego para o ex-marido (família é tudo!)  na BB Seguros, a seguradora do Banco do Brasil,  conseguindo inclusive um diploma universitário falso para ele. E registrado no MEC!
Ainda, a mesma mequetrefe fez 23 viagens internacionais acompanhando o presidente da República e viajava como clandestina! 
Sim, a mando do presidente, a secretária mequetrefe, mas que possuia passaporte diplomático, viajava quase sempre na comitiva presidencial sem ter, como deveria, seu nome registrado e publicado no Diário Oficial. Mas com Lula não há problema. Ele nunca deu bola para normas, regras e regulamentos.
Não bastasse esse enrosco, agora começa  a vazar uma história digna de revista de salão de beleza. Tudo indica que a secretária mequetrefe fazia horas-extras com o chefe. E que horas extras. 
Mas parece que não é história nada nova. Rose já  era conhecida em Brasília como a "rainha dos cartões corporativos" e "primeira-dama do governo submerso".
O que a PF apurou foi que Lula falou 122 vezes com a mequetrefe nos últimos 19 meses, ou seja, uma vez a cada 4/5 dias. Ou é assunto particular (e Dona Marisa deve querer saber) ou é assunto público (e nós queremos saber). Entenderam de onde vinha o poder de Rosemary? Vinha doooo..., daaaa.... intimidade com o Lula. Será que o Paulo Okamoto vai assumir também o "affair"? Afinal, amigo é pra essas coisas!

E dizem que quem está rindo à socapa (para usar um termo caro ao Supremo) é a Marta Suplício! Está relaxando e gozando com essa história, porque quem insistiu pela candidatura de Haddad à prefeitura de S.Paulo, barrando a dela, foi a onipresente secretária mequetrefe.

(*)Em 2010 Lula foi à China pedir um empréstimo de 2 bilhões de dólares para o complexo portuário, adivinhem... Barnabé-Bagres!!! Será que a Rose estava em sua comitiva, como sempre como clandestina? 


Como diz o Blog Sanatório da NoticiaTENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Duas presidentas

Demoramos tanto tempo para ter uma mulher na presidência e agora temos duas. Sim, são duas Dilmas. Tem a Dilma que é fã do Lula, que sobe nos palanques que ele indica, que nomeia quem ele quer, que se reúne com ele e o Palocci no gabinete da Presidência da República em S.Paulo (mesmo nenhum dos dois tendo qualquer função oficial na República). E tem a outra Dilma, a segunda Dilma, a Dilma do B, que exonera as pessoas que a primeira Dilma nomeou, que não obedece quando ele manda que ela desrespeite o Supremo, que parece até feliz quando uma operação como essa Porto Seguro dá uma rabanada nas ratazanas, mandando-as de volta para o buraco de onde não deviam ter saído.
Qual delas é a verdadeira? Imagino que a resposta seja: Nenhuma! Sabem porquê? Porque nenhuma delas existe de fato. Elas, ambas, são uma criação do megalomaníaco-mor-deste-país. Foi ele quem criou a figura da gerentona eficaz, que não aceita erros, que grita, demite. Mas de eficaz ela não tem nada, se não, o PAC não seria esse desastre que é; se não, a Petrobrás, quando lhe era subordinada, não teria camuflado prejuízos como camuflou; se não, o PIBinho seria um PIBão, e por aí vai o show de incompetência.
A outra Dilma, a submissa, a que lambe a mão e aceita a tutela do seu criador, essa nem é preciso dizer quem a inventou.
E aí, como ficamos? São duas presidentas e nenhuma! Uma desfaz o que a outra faz e fica tudo empatado, na estaca zero! 
E assim vai a presidenta, conforme sua conveniência, incorporando ora a Dilma que admira Lula, ora a que quer distância dele.
E assim vamos, de popularidade em popularidade, todos pra o buraco.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Black Friday e os bebês de Rosemary

Os irmãos Rubens  e Paulo Vieira são conhecidos nas agências reguladoras, ANA e ANAC, para as quais foram nomeados a pedido de Rosemary Noronha, por um apelido bem revelador: "os bebês de Rosemary".
O filme de Roman Polanski (*), um "thriller" de 1968, baseado no "best-seller" de mesmo nome, conta a história de uma jovem, casada, que fica grávida do demônio e cujo filho é protegido por uma seita satânica (da qual até seu marido acaba por fazer parte) até que nasça. Por mais horror que Rosemary tenha, ao ir descobrindo do que se trata, o instinto maternal fala mais forte e ela acaba por aceitar a criança como filho. Esse bebê é portanto o Anti-Cristo da lenda, o filho do diabo.
Bem sugestivo, o apelido, uma vez que Rosemary (a de carne e osso) foi secretária de José Dirceu por 12 anos antes de ser nomeada por Lula em 2005 para a função que exercia até sexta-feira passada, a Black Friday
A continuar a metáfora e as associações, podemos dizer que, no caso atual, os bebês de Rosemary (cujas iniciais coincidentemente são R e P como em  Roman Polanski)  são também filhos do diabo, do Zeca Diabo.


(*) O filme, além de ter sido um campeão de bilheteria por si só, tornou-se ainda mais intrigante porque pouco tempo depois, a esposa de Polanski, Sharon Tate, estando grávida, foi assassinada por membros de uma seita satânica, os seguidores do maluco Charles Manson.


Duas notícias

Basta uma passagem de olhos pelas notícias dos jornais, para se perceber a  situação de penúria a que chegamos, abandonados, pelos governos, à nossa própria sorte e sem ter  a quem recorrer. A culpa é nossa mesmo. Fomos nós que os elegemos, somos nós que os sustentamos, somos nós que os mantemos lá, sem um pio. Só reclamamos aos sussurros, "falando de lado e olhando pro chão" como dizia um antigo poeta que, ao vender a alma, perdeu a inspiração:

Notícia 1:
O Juiz e Desembargador Fausto de Sanctis (aquele que mandou prender Daniel Dantas, o qual conseguiu depois um habeas corpus no Supremo) disse em entrevista à Folha:
Pergunta: O que ocorre hoje em São Paulo com a morte dos policiais e suspeitos, do que se trata?
Resposta: A certeza da impunidade. Acho que hoje o policial brasileiro está totalmente abandonado. O policial não tem nenhuma estrutura de apoio institucional. O policial é massacrado. O policial é malvisto. E o policial não é só um policial, ele representa a sociedade. O que está acontecendo é uma guerra civil. 

Juiz federal há 21 anos, o desembargador do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região (SP e MS) Fausto Martin De Sanctis, 48, saudou uma "mudança de viés" do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão.

Notícia 2: 

Os investigados na operação [Porto Seguro]  responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. 

Essa segunda notícia refere-se aos investigados na operação Porto Seguro da PF, todos do mais alto escalão de governo: Secretaria da Presidência, ANAC, ANA e que tais.

Fica claro que uma notícia explica a outra. Enquanto o Estado brasileiro está sendo assaltado pelos ladrões de casaca e de colarinho branco,  a ausência desse mesmo Estado, naquilo que seria sua obrigação inalienável, deixa a porta aberta para que outras organizações usurpam o seu papel. 
Por quê preparar o sistema de segurança? Por quê remunerar o policial adequadamente? Por quê proteger esse mesmo policial (a pessoa física!) que é quem põe a sua vida em risco, dos achincalhes que uma certa academia leitora de Foulcault insiste em demonizar? Se tudo está muito bem para uma classe de aproveitadores do poder público, para quê se incomodar com isso? O Estado é uma vaca enorme, com tetas quilométricas, das quais os espertos se aproveitam e dane-se o resto. O resto, quando acha ruim, é rotulado de reacionário, direitista, enfim, "do mal". Eles é que são "do bem". Do bem bom.




domingo, 25 de novembro de 2012

Porto Seguro

É uma coisa que não acaba! Nem bem chegamos a compreender as minúcias de um escândalo, aparece outro tomando seu lugar. 
Já sabemos que os dez anos de administração petista foram extremamente produtivos na fabricação de maracutaias, entretanto eles se mostram ainda mais férteis, penetrando por capilaridade em todas as instâncias do poder público, infectando a máquina administrativa até os mais profundos recônditos. Não sejamos ingênuos de pensar que em governos anteriores haviam vestais tomando conta da "coisa pública", mas o PT chegou a requintes inimagináveis. Quando os petistas desancavam Collor, deviam estar rindo por dentro, de como o esquema Collor-PC Farias tinha sido ingênuo e amador. Outro amador é o Maluf. Roubar só pra si! Onde se viu? O bom roubo é o que se faz coletivamente, envolvendo todo mundo, incluindo os "puros" como Genoíno e, se possível até a oposição e os adversários, porque assim tudo acaba em pizza mesmo sem maiores esforços.
A operação Porto Seguro da polícia federal é um desses escândalos que já não se esperava. Se fosse na Casa Civil, em algum ministério inútil, na Câmara ou no Senado, já estaríamos até "acostumados".
Mas a chefe de gabinete da secretaria da Presidência da República em São Paulo? O que é que essa senhora fazia, meu Deus, para se envolver em um escândalo federal? Logo, logo, se descobre um fio da meada:  antes de ser nomeada para o cargo que acabou de perder, tinha sido por 12 anos secretária de....(tchan, tchan, tchan)... José Dirceu, o onipresente!
Mais uma vez, as digitais do homem que desafia o Supremo, que diz não existirem provas contra si, que sua condenação foi política e por um tribunal de exceção, mais uma vez, repito,  suas "digitais" são encontradas em local suspeito. Claro, não há provas ainda de nada. A senhora Rosemary Nóvoa de Noronha é inocente até prova em contrário, mas, de tábua em tábua, de tijolo em tijolo, que a casa do PT está caindo, está.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Justiça sem firulas

As instituições brasileiras, talvez por serem historicamente recentes e pelo fato de a nossa democracia republicana ter sido tão agredida e interrompida, muitas vezes capengam, muitas vezes fogem do seu papel de pilares da cidadania e, sobretudo, falta-lhes vigor.
Quando, porém, qualquer uma delas dá mostras de vitalidade vemos,  com satisfação, como o espetáculo da democracia ainda é insuperável, apesar das imperfeições, como forma de governo dos povos.
É assim que assistimos ao poder Judiciário tomando as rédeas de suas prerrogativas e demonstrando o quanto faz falta, a um povo, uma justiça independente, autônoma, isenta e eficiente.
O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, em seu discurso de posse, deu o mote: "por um judiciário sem firulas, sem rapapés". Esse vício bacharelesco da nossa ainda jovem república age quase que como um entrave à administração da justiça. É um linguajar arcaico e muitas vezes ininteligível, cheio de rebuscamentos barrocos, despejado em páginas e mais páginas de papel, tomando um tempo precioso no andamento dos processos, quando poderia tudo ser expresso com muito mais concisão e, obviamente, clareza, o que facilitaria em imenso a democratização da justiça. Falar e escrever desse jeito é uma forma de esconder o vazio do conteúdo. É uma forma também de excluir, uma forma de ser compreendido somente pelos pares, iniciados. Isso torna a justiça quase que uma sociedade secreta, uma maçonaria.
No século XXI, as empresas, a sociedade tem formas muito mais rápidas, econômicas e claras de comunicar idéias e transmitir informações. Não podemos nos arrastar nesse mundo arcaico, onde a forma passa a ser mais importante que o conteúdo; onde o que interessa é a construção gongórica ou parnasiana, não importando a solução real do problema. Essa justiça já era. Por isso, temos que louvar o ministro Barbosa, quando pede ao judiciário para despir-se da vaidade e passar a prestar atenção ao que acontece nas ruas. Um juiz tem que ser um tribuno do povo, do cidadão. É constituído para defender o equilíbrio dos direitos desses mesmos cidadãos e não para manter-se num pedestal de mármore, bafejando as classes poderosas para usufruir dos mesmos privilégios.
Sem firulas, sem rapapés, com a coragem de enfrentar as questões difíceis, com eficácia e rapidez nas decisões, assim o poder Judiciário dará uma  contribuição fundamental para lançar-se esse país definitivamente no rumo do progresso e do desenvolvimento.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Neo anti-semitismo

Tenho para mim que esse sentimento anti-Israel que se encontra tão disseminado na academia nada mais é que uma nova forma de anti-semitismo, disfarçada de bom-mocismo esquerdista.
Israel, como qualquer outra nação , não prima pela santidade, mas os palestinos e demais povos árabes (e até não-árabes, como os iranianos)  do entorno também não. O conflito é um conflito político em que os dois lados erram e os dois lados cometem atrocidades. Por quê então só se lêem e se ouvem comentários que criticam Israel e nada falam das ações do outro lado? Jamais ouvimos, por exemplo, do governo Lula/Dilma alguma menção ou pedido para que o Hamas pare de atirar morteiros diariamente ao território israelense. Agora, que Israel retalia, o Brasil corre à ONU para pedir um cessar-fogo. Todos sabemos que o Hamas faz um jogo, e que lhes interessa qualquer coisa menos a paz, porque com a paz perderiam a razão de ser. Todos sabemos que a população de Gaza é hoje prisioneira do Hamas. 
Talvez tenha sido um erro a decisão de Ariel Sharon de retirar a ocupação israelense de Gaza unilateralmente. Ao fazê-lo, ao criar um vácuo de poder, formaram-se as condições para o estabelecimento do Hamas e sua ditadura. Quem sofre com isso? A população dos dois lados.
Não dá para entender portanto essa opção preferencial por um dos lados e a condenação sistemática de Israel por tudo que faz ou que deixa de fazer. Os judeus tem uma história trágica por milhares de anos e Israel é a sua resposta ao mundo. Israel é a sua garantia de que não haverá outro holocausto. Portanto, partamos da premissa que Israel não será destruído, Israel veio para ficar. Somente a partir desse ponto é que se pode discutir a paz em bases realistas.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A destruição da infraestrutura

Uma das causas do nosso pequeno crescimento econômico, mesmo nos anos de vacas gordas, é a crônica falta de investimento em infraestrutura. Nenhum país cresce sem investimentos em energia e transporte. Não é à toa, que essas duas palavrinhas mágicas formavam o plano de governo de JK: o binômio energia e transporte. É preciso disponibilizar energia (abundante e, preferivelmente, barata) para que se possa produzir e é preciso transportar os bens produzidos. Especialmente em país continental como o Brasil, o transporte adquire relevância fundamental.
Pois nesses 10 anos de administração "companheira" o que vimos foram declarações grandiloquentes do "grande líder" prometendo mundos e fundos, mas que ao final só resultaram em bolsa-disso, bolsa-daquilo e outras ações eleitoreiras e demagógicas que não fazem o país avançar 1 milímetro. Ao contrário, a administração petista, ao tomar de assalto o Estado e aparelhar, com seus apaniguados, toda a máquina administrativa do país o que fez e faz é contribuir para sua destruição.
Já sabemos o que houve na Petrobrás. A incapacidade (para não dizer coisa pior) do Sr. Gabrielli à frente da maior empresa nacional levou-a ao desastre que estamos vendo. Agora estamos tomando conhecimento da bagunça que está sendo instalada no setor de energia elétrica. Essa bagunça, a indefinição do futuro, aliada à incerteza jurídica decorrente do intervencionismo da Dona Dilma vão levar o setor elétrico ao caos rapidamente. Os investidores, com várias pulgas atrás das orelhas, já pisaram no freio. Qualquer um deles, se pudesse, já teria caído fora, pois até agora, apesar do investimento de 200 bilhões (sendo que o governo só investiu 36) feito por eles,  o valor total de mercado do setor elétrico não passa de 6 bilhões. Ou seja, dona Dilma conseguiu fazer a mágica de desaparecer com 194 bilhões de reais em investimentos.
Com essa história de incompetência, alguém vai se aventurar a investir em infraestrutura no Brasil? E o governo tem dinheiro para bancar sozinho esse investimento?
As nossas estradas estão aí a demonstrar ao vivo e a cores a incapacidade administrativa do governo petista. O trem-bala (ou melhor: trem-bola) não sai do papel por falta de interesse. Os investimentos nos aeroportos já se arrastam enquanto que os gastos com as obras já em andamento duplicaram ou triplicaram em relação ao valor orçado no início.
Sem estradas, sem ferrovias, sem portos, sem aeroportos, sem transporte urbano de massa, sem energia suficiente e barata, como é que se pode esperar o crescimento do PIB? Será mais uma década perdida.


domingo, 18 de novembro de 2012

Ministro Ayres Britto

Hoje é o dia em que se despede do Supremo, o ministro Ayres Britto. Sua calma, sua serenidade, sua alegria vão nos fazer falta. Como poeta e como espiritualista, o ministro trouxe um frescor à gravidade de um vetusto tribunal, que dificilmente será igualado.
Conduziu o maior julgamento, o mais complexo, o mais difícil,  da história do Brasil sem perder o sorriso dos lábios e não era um sorriso cínico ou de escárnio, como vemos muitas vezes nas faces das figuras públicas, era um sorriso que nos transmitia sinceridade e paz.
O ministro tentou anteriormente o caminho da política militante e, felizmente para a nação, não foi bem sucedido nesse campo, pois poderia acabar engolido ou massacrado pela máquina partidária, que tudo submete aos seus interesses, nem sempre elevados, nem sempre legítimos. Ao invés, veio a compor e presidir o STF, com vantagens enormes para a sociedade brasileira.
Junto com o ministro Joaquim Barbosa formavam uma bela dupla. Um tangido pela emoção, pela indignação, outro, pela contemplação,  ambos se apoiando e se moderando, celebraram um ato patriótico de defesa da República que ficará na história.
Agora, se vai, merecidamente gozar de um descanso, que esperamos, seja ainda fecundo e produtivo, pois o ministro decerto continuará a escrever e nos brindar com suas belas e filosóficas frases, como aquela com que se despediu, no plenário: "Já não quero ser reconhecido pelo que faço, quero é me reconhecer no que faço".
Pode estar certo, Dr. Ayres Britto, que todos sempre o reconheceremos nesse brilhante trabalho que foi sua presidência da suprema corte desse sofrido, mas esperançoso, país.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

As masmorras e o trem-fantasma

O ministro Dias Tóffoli e o ministro da Justiça, em sua indignação contra as condições sub-humanas das prisões, tem razão no que dizem. As masmorras brasileiras são mesmo medievais. Mas cabe exatamente ao ministério da Justiça, que foi ocupado por longos oito anos pelo advogado Thomaz Bastos, cuidar para que essas condições melhorem. Pergunta-se ao ministro da Justiça: o que foi feito para melhorar as prisões nesses longos 10 anos que o PT ocupa a chefia do governo? Outros governos também não fizeram nada, ou quase nada, mas isso não é desculpa. Quem está reclamando é o atual ministro da Justiça. Mova-se então ministro! Faça a sua parte! Ao invés de jogar fora bilhões de reais com esse trem-fantasma que a Dilma quer porque quer implantar entre o Rio e S.Paulo, convença-a a investir na melhoria do sistema prisional. É mais justo e mais necessário! Talvez então seus amigos ainda tenham tempo de usufruir dessas melhorias.
Quanto ao ministro Dias Tóffoli, quando acusou o Supremo de aplicar penas medievais, incorreu em vários erros. Em primeiro lugar, como lhe explicou o ministro Fux, o juiz não pode inventar penas, tem que seguir o que está na lei. E o que está na lei penal é o que está sendo aplicado, aliás não só aos réus do mensalão, mas a toda a população carcerária do país. Então, que se mude a lei.
Em segundo lugar, ele, Tóffoli,  também está aplicando penas de prisão! Em terceiro, o que é medieval não são as penas de prisão (no Japão, na França, na Alemanha, nos Estados Unidos, também se aplicam penas de prisão a corruptos e não podemos chamar esses povos de medievais). O que é medieval, ministro, são as prisões em si, nas condições em que os presidiários são confinados aqui. O que é medieval são as cadeias brasileiras, assim como as cubanas, que seu líder, Lula, considera adequadas para albergar opositores do regime castrista. O que é medieval é a crença stalinista de que  o Partido e seu líder detém o monopólio da verdade.
Portanto, além da demagogia e da preocupação "companheira", convém que o governo passe a considerar como um programa prioritário o enfrentamento dessas condições, mesmo que isso não renda votos. Talvez uma das consequências benéficas desse julgamento histórico seja a melhora do sistema penitenciário brasileiro já que passará a hospedar agora pessoas "ilustres".

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