segunda-feira, 21 de março de 2016

Interferência indevida

Roger Agnelli, recém falecido, foi protagonista de um caso que ilustra bem a atuação nefasta de um governo corrupto e com más intenções. Agnelli foi presidente da Vale de 2001 a 2011. Na sua gestão, altamente profissional, a empresa teve seus lucros multiplicados por 10 e passou da posição de oitava mineradora mundial para o segundo lugar. Isso é que é criar valor, o resto é conversa fiada.
Mas Roger Agnelli, um executivo de alta performance, competentissimo, não conseguiu sobreviver ao ataque político. No final do segundo governo Lula (2009), já começando os efeitos do desmando e do oba-oba na economia, tendo o PIB brasileiro se retraído em 0,2% (a primeira retração em 17 anos),  e com a economia mundial ainda sob os efeitos da recessão de 2008, Roger Agnelli tomou as medidas necessárias para sustentar a empresa durante a previsível crise. Uma dessas medidas foi reduzir o quadro de funcionários.

Isso desagradou Lula, cujos planos de eleger o poste, poderiam ser negativamente afetados se a situação econômica no Brasil mostrasse, naquele momento, sinais de deterioração. Em outras palavras, o estelionato eleitoral estava em gestação e o que Agnelli estava fazendo era prejudicial a esse estelionato.

Lula insistiu com ele para adiar a decisão, mas Agnelli foi firme. Dirigia uma empresa, não um governo e tinha compromissos com os acionsitas, não com eleitores. Foi então que Lula começou a campanha contra ele. Tendo sido eleito o poste, a campanha continuou; e usando o poder do governo, ainda detentor de parcela significativa do capital votante, acabou por pressionar a Bradespar (sócio majoritário), que é um consórcio do Bradesco com o BNDES, a demitir o Roger Agnelli e escolher um outro presidente, supostamente mais dócil aos desejos do governo.

Quem perdeu com a saída de um grande gestor foram os acionistas (entre eles o próprio governo, via BNDES), mas quem se importa com isso? Não se pode dizer que a perda de valor de mercado da Vale, posterior à saída do Agnelli, seja só devido a isso. Claro que não. Há muito fatores envolvidos, mas uma coisa é certa: sob o comando perspicaz do Agnelli, com certeza a Vale teria enfrentado as turbulências e os problemas de um uma outra maneira. Afinal é por isso e para isso que se pagam fortunas a certos executivos.



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