terça-feira, 1 de agosto de 2017

Filme de terror

Já está até cansativo de tanta repetição. A cada vez que cai mais um corrupto, ouvimos mais ou menos a mesma história: aparelhamento do Estado pelo PT, formação de quadrilha com os próceres dos maiores partidos do país, liderados pelo PT, desvios monumentais de verbas públicas em proporções épicas, intimidação de testemunhas e obstrução de justiça, continuidade delitiva até mesmo depois de presos, confiança absoluta na impunidade, e por aí vão os delitos se sobrepondo.

Os atores desse filme de terror também são quase sempre os mesmos, mudando às vezes, os personagens e os papéis, mas lá estão, sempre, as mesmas caras conhecidas: Palocci, Mantega, Geddel, Jucá, esses são os do segundo escalão. 

De vez em quando aparece também a carantonha de um chefe: um Lula escapando pela escuridão e se escondendo atrás de uma lápide, uma Dilma se fazendo de songa-monga, um Michel Temer fingindo que é apenas o mordomo do filme, mas mostrando os dentes com manchas de sangue.

Há também um personagem secundário, ou terciário, mas cuja presença é sempre sentida, ou intuída, nos bastidores da cena principal. É uma verdadeira Entidade! Seu nome: Gilberto Carvalho, o seminarista!

Desde o caso Celso Daniel, a sombra fugidia de Gilberto Carvalho se faz notar nas entrelinhas de todos os escândalos. O sabujo está sempre lá, discreto, mas fazendo diligentemente o trabalho que lhe mandam fazer. Agora, mais uma vez, a digitais do seminarista aparecem em uma operação escusa, a tentativa de Bendine de intimidar e fazer calar o motorista Sebastião Ferreira, que lhe prestou serviços ao tempo do Banco do Brasil. Bendine tentou fazer contato com o motorista através de Gilberto Carvalho, segundo o juiz Sérgio Moro, para convencê-lo a não depor perante o Ministério Público. Diz o juiz em seu despacho: "...são provas, em cognição sumária, de um vergonhoso episódio, no qual o então presidente do Banco do Brasil teria pressionado testemunha, pessoa simples, motorista que prestava serviços a ele e à instituição financeira, para não falar a verdade, obstruindo assim a Justiça. "

Bendine tentou fazer, com o motorista, o mesmo que fez Palocci com o caseiro. O "modus operandi" da quadrilha é sempre o mesmo. 
E esse filme de terror não acaba. Ficamos, nós, cidadãos, presos dentro dessa sessão de cinema interminável, porque os atores e os personagens não querem sair de cena. Mas terão que sair. Cedo ou tarde, alguém, em algum momento, vai desligar o projetor e nos veremos livres desses monstros, que, despidos de suas máscaras horrendas, terão que enfrentar a realidade nas prisões de Curitiba, Rio, Distrito Federal e outras mais.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Corrupto honesto

É como se fosse um vício, uma dependência química! O corrupto não pára de agir como tal, nem mesmo perante os riscos iminentes. Veja-se o caso Bendine. Nas vésperas de assumir a presidência da Petrobras, pediu propina à Odebrecht, para blindar a empreiteira contra as investigações da Lava Jato dentro da estatal. E, segundo Marcelo Odebrecht, a propina foi paga quando ele, Marcelo, já estava preso!

Eles não aprendem nada e não esquecem nada. Não desistem de suas atividades criminosas, ou confiando na impunidade, ou porque não conseguem resistir mesmo. Aldemir Bendine chegou até à sofisticação de recolher Imposto de Renda sobre a propina! Isso é que é corrupto honesto, pagador de impostos, cidadão consciente de seus deveres e responsabilidades! O Brasil é mesmo insuperável no quesito piada pronta.

Aldemir Bendine, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e Geddel Vieira Lima, são nomes que entrarão para a história da corrupção, cada um por um motivo diferente, mas todos pelo surrealismo de suas atitudes. 

A Psiquiatria e a Psicanálise tem que se debruçar sobre esses casos, para tentar entender o que se passa no cérebro dessas pessoas. Não parece ser só uma questão de dinheiro. O corrupto-dependente não consegue ver passar uma "oportunidade" sem fazer nada, mesmo que o risco seja alto e o valor seja baixo. Geddel, por exemplo, perdeu o cargo de ministro por conta de um apartamento na  praia. Ora, para um corrupto velho-de-guerra como ele, acostumado a amealhar milhares de reais ao longo de toda uma vida de "trabalho", a liberação da construção de um prediozinho no qual Geddel tinha um apartamentinho, não seria motivo para correr risco. Mas, ele não resistiu. Isso é compulsivo!

O mesmo se pode dizer de Eduarco Cunha e Sérgio Cabral, cujas digitais estão impressas em todas as áreas por onde passaram e tiveram algum poder ou influência. Cunha surrupiava até o fundo de aposentadoria dos funcionários da companhia de água e esgotos do Rio (Cedae). Cabral ganhava comissão até sobre os aumentos das passagens de ônibus.

Nas mãos de gente assim, é que está colocado o destino da nação. Aterrorizante, mas verdadeiro. Eles tomaram mesmo o poder. A dúvida é se conseguiremos expulsá-los de lá.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Histeria esperta

O que é Gleisi Hoffmann? Essa mulher está em estado permanente de surto psicótico! O mundo em que sua mente habita, não tem nada a ver com o mundo real das pessoas comuns.

Até para os correligionários petistas -que já são meio alucinados por permanecerem petistas depois de tudo o que foi revelado sobre seus líderes - deve ser difícil conversar com ela.

Por exemplo, recentemente defendeu o governo de Maduro, na Venezuela - até aí nada de mais, considerando-se de quem veio a afirmação - mas chegou ao ponto de "condenar o ataque à Corte Suprema", quando, na verdade, foi um bando de capachos do Maduro, chamados de Corte Suprema, que deu um golpe abolindo o parlamento venezuelano.

Depois, integrou, ou liderou, aquele grupo de senhoras histéricas e mal-educadas que invadiram a mesa do Senado da República e conspurcaram o ambiente comendo "quentinhas" e mastigando de boca aberta à vista das tevês de todo o mundo.

Gleisi, ou é mesmo amalucada, sem contato com a realidade, ou é apenas uma palhaça oportunista que, diante da iminente denúncia por corrupção, faz esse "show" todo para desviar a atenção do ponto principal, que é ela e seu marido terem desviado dinheiro público do FGTS e dos empréstimos consignados aos aposentados. A segunda hipótese é mais verossímil, até porque Gleisi apenas repete (elevando-o exponencialmente) o comportamento, o "modus operandi" do PT, que sempre que confrontado com seus "malfeitos" esbraveja, grita e acusa os seus acusadores de perseguição política.

Gleisi consegue elevar essa histeria, muito bem calculada, ao estado da arte. A única coisa de que ela se esquece é que não há mais espectadores dispostos a ouví-la, muito menos aplaudir esse espetáculo circense.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Sobrou pra nós!

A gente já sabia. O governo  do PT fez e aconteceu, principalmente o segundo governo Lula e o governo Dilma. Altamente irresponsáveis, só pensavam nas próximas eleições e nos seus índices de popularidade junto à massa analfabeta politicamente. Gastaram o que podiam e o que não podiam. Empenharam, na sua sanha de poder, o futuro de toda uma geração.

O mito da elevação de pobres à classe média, não durou uma década. A reversão à miséria, piorada com o desemprego, está aí à vista de todos, só que, outra vez, a situação calamitosa vem sendo usada pelo mesmo PT para buscar mais uma vitória nas urnas por "defender os pobres e os trabalhadores".
É um discurso que ainda "cola" para a parcela mais ignorante do povo, mas só para essa parcela.

O resultado é que o pagamento da conta, como sempre, sobrou para nós, os "contribuintes". E, conversa vai, conversa vem, o Congresso continua  a irresponsabilidade, só olhando para o próprio umbigo e, devagarinho, como quem não quer nada, vão apresentando a conta para nós.  Tocar nos privilégios das castas, nem pensar! Portanto, o tal equilíbrio fiscal, que de equilíbrio nunca teve nada, só se mantém à custa de mais impostos sobre a população.

Nunca, em época alguma, em governo algum, houve redução de gastos públicos no Brasil. Isso porque quem está lá, refestelado nas mamas generosas do Estado-Mãe, não abre mão e quer continuar recebendo as benesses, seja um simples auxílio do Bolsa-Família, seja uma mordomia de deputado, seja um salário de marajá do serviço público. A discussão irracional e o adiamento da reforma da previdência é um exemplo clássico! 

Assim não vamos resolver essa questão agora e temos que nos defrontar com ela daqui a 5 ou 10 anos em situação pior. Isso condena o Brasil a viver aos solavancos e espasmos. Nossos períodos de crescimento econômico são voos de galinha. Logo aterrizamos com estardalhaço, nos esborrachando no chão, levantando poeria, sem ter ideia do que foi que nos fez cair. O que nos faz cair sempre é uma mistura de preguiça com burrice.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Esse discurso não "cola" mais.

Blá-blá-blá!... E Lula continua vomitando asneiras. O boquirroto-mor da República não pára de falar. Fala qualquer coisa, independente de o que ele fala ter correspondência na realidade.

Pede ao povo para voltar a ter autoestima. Como? Se foi o governo do PT que provocou uma das maiores calamidades da história recente do país: 14 milhões de desempregados! Dá para ter autoestima sem emprego e sem salário? Vendo a família passar fome? Vivendo de favores? Que autoestima, cara-pálida?

Eu me pergunto para quem Lula faz esse discurso? Para os desempregados é que não é. Para a "nova classe média" que regrediu a posições piores das que estava antes do lulismo, também não é. Para os "coxinhas" tampouco. Para os ricos? Ah, os ricos, ou estão se lixando pro Lula, ou estão tentando se livrar da enrascada em que se meteram com Lula.

Então esse discurso fajuto só tem um endereço: a militância! É uma maneira de tentar livrar a cara diante da militância.
Ao invés de explicar o triplex, o sítio, a relação espúria com empreiteiras, a institucionalização da corrupção como método de governo, Lula quer fazer engatar o discurso de vítima e de líder carismático.

Só que não "cola"! Não "cola" mais. Nem mesmo a militância mais aguerrida está sentindo confiança em continuar a defender o indefensável. Quem permanece ao lado de Lula são somente aqueles que têm mais a perder se o abandonarem. Quem fica ao lado dele é uma Gleisi Hoffman, que é um caso perdido, um Lindbergh Farias, um safado oportunista, e os quadros do partido, mais por obrigação talvez, do que por vontade própria.

Digam as pesquisas o que disserem. Eu até gostaria de ver Lula candidatando-se em 2018, para encerrar de vez qualquer veleidade política desse enganador.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Lula lá

O último passo foi dado antes do xilindró. O dia 12 de julho de 1917 ficará gravado como aquele em que um cidadão, que chegou a ocupar o mais alto cargo do país, foi condenado por um crime comum. Nunca antes na história deste país!...

O Molusco e sua turma vão espernear, vão apelar para o velho chavão da perseguição política, como se houvesse ainda no país uma ditadura militar e não o império da lei em plena democracia. O discurso há muito tempo não cola mais e, se continua sendo produzido, é só para consumo interno.

Afinal, a militância não pode simplesmente assumir que seu líder inconsútil tenha metido os pés pelas mãos e agido, tão somente, como um reles gatuno, igual a todos os outros que eles sempre se compraziam em acusar. Igual, por exemplo, ao seu ex-arqui-inimigo Paulo Salim Maluf, o símbolo da corrupção impune.

Esse é o discurso-óleo-de-peroba, para passar na cara antes de subir no palanque. Mas não convence mais o povão. Todos já sabem, há algum tempo, que Lula e seu partido foram uma coisa falsa, mais uma, na qual eles acreditaram e agora se vêem frustrados e desesperançados. O PT traiu a toda uma classe, a todo um eleitorado que chegou a dar a Lula oitenta por cento de aprovação. Tudo isso para depois vir a descobrir que, quem Lula realmente beneficiava, eram as OAS, Odebrecht e JBS da vida, nomes que eles nem sabem pronunciar direito.

O Exu de Garanhuns podia ter parado quando chegou lá. Teria construído uma biografia espetacular. Embora agora saibamos que tudo aquilo era só fachada, nos parecia espetacular.
A biografia de fato tinha sido construída mesmo nos porões da ditadura, na deduragem na casa do delegado Romeu Tuma e nas reuniões regadas a uísque da FIESp, quando Lula acertava com os patrões o comportamento de "peãozada" no dia seguinte, na porta das fábricas. A relação de Lula com esse tipo de "empresário" é portanto a força oculta que fez com que ele acabasse por chegar LÁ!

Como a verdade, mais cedo ou mais tarde, prevalece, chegou a hora do acerto de contas de Lula com a sua biografia.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Para quê eleições?

Sou uma pessoa otimista e já fui chamado até de ufanista, por acreditar desde sempre que o Brasil ia dar certo.
Há coisas no Brasil incomparáveis com o resto do mundo, a começar pelo calor humano, simpatia e facilidade de convívio entre as pessoas. E aqui começa um ponto negativo: já fomos melhores nesse departamento! Estamos perdendo a jovialidade, a leveza, o trato fácil. Estamos nos tornando um povo abrutalhado, impaciente, agressivo e desrespeitador.

Alguns dirão que isso é fruto da urbanização; que à medida que fomos deixando de ser uma população rural e interiorana, tornando-nos urbanóides habitantes de megalópolis, os vinculos sociais foram se afrouxando e se perdendo. Isso deu lugar ao individualismo exacerbado e suas consequências, como a solidão, o egoísmo, a indiferença com o outro, que acaba se traduzindo em agressividade.

Com certeza essa é uma explicação, embora parcial porque não explica tudo. Outros povos passaram pelo mesmo processo, até mesmo por guerras devastadoras, e nem por isso se desagregaram como sociedade.
E é isso o que estamos vivendo no Brasil de hoje, nossa sociedade está se desagregando. A violência atingiu picos impensáveis e se tornou uma calamidade pública. Somos um dos países mais violentos do mundo! Como é que isso pode coexistir com uma sociedade dita jovial, fraterna?

Somos um país de injustiças. Um país em que a lei não é igual para todos, ao contrário, é aplicada diferentemente conforme o estrato social, a conta bancária e o poder político. E aqui chegamos ao ponto principal: a sociedade brasileira sabe, há muito tempo, que estava sendo roubada, expoliada, extorquida. Sabe que a classe política, homiziada com alguns ditos empresários (na verdade compadres do poder, que de empresários não tem nada), sempre reservou para si os privilégios, enquanto o resto que se danasse.

A questão é que esse arranjo foi possível até certo ponto. Com a própria urbanização, com o acesso cada vez maior à informação, e com a deterioração cada vez maior do Estado, chegamos ao ponto de ruptura. O descaso ou mesmo ausência do Estado, causa da miséria urbana,  nos levou a essa situação de escalada da violência, de domínio do crime organizado em extensas áreas, e, para tornar a coisas ainda mais insuportáveis, nos vimos, de repente, confrontados com a exposição clara, insofismável, de tudo o que já pressentiamos. Só que agora são gravações, testemunhos, documentos, provas. E o volume de dinheiro roubado é um valor inimaginável para a maioria da população carente. Completando o quadro, não há referências morais a quem se possa apelar, não há liderança política. Todos, ou são suspeitos, ou estão comprovadamente envolvidos no esquema criminoso.

Assim chegaremos a 2018. Mas a pergunta que nos fazemos perplexos é: para quê eleições, se não temos em quem votar?


quarta-feira, 5 de julho de 2017

Criminoso inconfesso

Aécio Neves encolheu e - quem diria? - ficou do mesmo tamanho do Temer. Para um senador, de um estado importante como Minas, e que recebeu mais de 50 milhões de votos há apenas 2 anos e meio, esse discurso chinfrim ontem no Senado foi uma vergonha pública. Melhor, se tivesse ficado calado.

Subir ao púlpito para proclamar uma inocência, sobejamente desmentida por gravações, acusar seu amigão de meses atrás, como qual batia papos descontraídos, regados a palavrões, de ser um "criminosos confesso" é simplesmente repetir o que dizem Michel Temer, Lula e demais acusados. Atacar o delator, ou a delação, não é defesa. É apenas o último recurso de quem não tem mais nada a dizer a favor de si próprio.

Aécio foi flagrado em uma conversa espúria, na qual pedia, mendigava, por 2 milhões de reais, uma parte dos quais foi efetivamenre entregue ao seu primo, mencionado na gravação como quem seria o "homem da mala", uma pessoa que se "pudesse matar antes de fazer a delação" disse Aécio rindo da própria piada. Isso tudo agora em Março de 2017! 
E então sobe à tribuna do Senado e não dá a minima explicação sobre nada? Tal qual Michel Temer, apenas acusa o delator, a quem chama "criminoso confesso"?

Pois esse criminoso confesso era a quem Aécio se dirigia com um papo de boteco sujo. Esse mesmo criminoso confesso foi recebido às altas horas da noite, secretamente, na residência do presidente da República, com quem manteve também uma conversa pra lá de estranha.  

Não dá mais para assistirmos a essas encenações sem fazer nada. Estamos de saco cheio desse bando de delinquentes. O que eu quero agora é fazer um "recall" do meu voto. Votei no Aécio para o senado, só que agora não quero mais que ele me represente. Retiro a parte que me cabe do mandato que lhe outorgamos.

domingo, 2 de julho de 2017

Que preguiça!

Tem hora que o Brasil dá uma preguiça! Êta país cansativo! Anda pra lá, anda pra cá e nunca sai do mesmo lugar. Num momento é uma inflação descabelada, absurda, paralisante, como a que durou por aqui por mais de 30 anos.
Outra hora, é a economia como um todo, que patina. Nos anos 80 tivemos uma década perdida. Agora, tudo indica que estamos indo pra outra.
E ainda há as crises políticas, das pequenas, das médias e das grandes.

De 25 em 25 anos o Brasil passa por uma crise de grandes proporções. Só de constituições, já tivemos 7, em nossos menos de 200 anos de independência. A primeira, em 1824, foi "outorgada" pelo Imperador, portanto nascida ilegítima após um golpe de Estado, em que o D. Pedro I dissolveu a Assembleia e mandou prender vários constituintes. Entretanto, foi a que mais tempo durou.

Na República, tivemos a segunda Constituição, promulgada em 1891 e nove meses depois de sua promulgação, o primeiro presidente, Deodoro da Fonseca, deu um golpe e fechou o Congresso. E 20 dias depois foi obrigado a renunciar. Como se vê, começamos bem.

Depois, passamos pelas Constituições de 34, 37, 46 e 67, até chegarmos à atual Constituição de 1988. E, no intervalo entre elas, uma série interminável de golpes e contragolpes, além de períodos em que não houve constituição alguma em vigor, como, por exemplo, entre 1930 e 34. É muita coisa para uma nação em tão pouco tempo.

Só como comparação, a constituição americana vigora desde 1789, ininterruptamente.

Agora estamos, de novo, em plena crise política, talvez a maior da nossa história, misturada com uma baita crise econômica, ambas sem perspectiva de terminarem tão cedo. Novamente, as questões básicas como educação e saúde, ficam pra depois. Estamos sempre adiando o futuro, que jamais é alcançado. É cansativo viver em um país assim.


sexta-feira, 30 de junho de 2017

Togas na lama

De vez em quando, murcha um pouco a esperança que a gente tinha de que esse país iria ser passado a limpo. Essas recentes decisões, a absolvição de João Vaccari e a restituição do mandato ao Aécio, são dois maus exemplos de que a reação à Lava Jato tem conseguido vitórias importantes. Tudo isso, sem falar na reação, aberta e frontal, que Gilmar Mendes vem comandando de cima de suas cadeiras, no Supremo e no TSE.
É a reação de quem quer preservar o velho, o antigo regime, o regime de benefícios e privilégios a uma casta, enquanto o restante da população só tem deveres e contas a pagar.

É por isso que chegamos a essa situação: um país rico com um povo pobre e ignorante. A esquerda sempre atribuiu esse descompasso social aos interesses imperialistas. Se fosse assim, estaria fácil a solução. Depois de 8 anos de governos petistas, não teríamos mais a tal influência imperialista e todos estaríamos no paraíso. 
Isso é a lenda. A realidade é que não há influência imperialista alguma. O que há é que os donatários das capitanias hereditárias estão ainda por aí. São eles que mandam e desmandam.  Antes, esses donatários eram escolhidos por el-Rey, dentre as famílias a quem interessava cooptar ou adular, em troca de apoio à Coroa.

Agora, são escolhidos pelos poderosos de plantão, entre as empresas com as quais interessa trocar favores. E o sistema funciona para protegê-los, de ambos os lados do balcão de negócios.

O mais nojento de tudo é ver o poder Judiciário fazendo parte desse teatro, dessa trágica peça terceiro-mundista. As togas ficam ainda mais ridículas nas costas de pessoas com as caras de Lewandowski, Gilmar Mendes e Marco Aurélio. Provocam vergonha alheia.

Tudo o que se fez na Lava Jato está sendo desfeito - despistadamente, mas está - quando os processos chegam aos "altos escalões da República". É um triste país, esse que não consegue sair da lama. E coitado do seu povo.


segunda-feira, 26 de junho de 2017

Temer: herança maldita

O americanos chamam de pato manco ("lame duck") ao presidente em final de exercício de mandato, quando já não manda nada; e nem os garçons lhe servem mais um cafezinho.

E o que é Michel Temer nessa altura do mandato senão um grande, enorme, exuberante, pato manco? O mandato ainda não está no fim. Ou está? Ninguém sabe, mas em qualquer circunstância, Michel Temer já não manda nada.
Michel Temer agora é um refém da Câmara. Dela agora depende o seu futuro, o seu foro privilegiado e seu próprio mandato. Que vai sangrá-lo até obter todo o butim ainda possível de ser obtido.

Após a denúncia de Janot, o governo Temer acabou. O que veremos daqui pra frente é um país em frangalhos, sofrendo, ansiando por uma liderança impossível, e tendo que assistir o tempo passar, até que 2018 chegue com suas novas, e mesmo assim, parcas, esperanças. E Michel Temer não terá a grandeza de renunciar. Jamais! Vai lutar com unhas e dentes para continuar sentado naquela cadeira, que o afasta de Sérgio Moro. E que se dane o país!

Temer jamais foi um gigante no espectro político. Ao contrário, sempre foi um anão. Sempre foi um homem de conchavos, de conversinha, de acertos de bastidores. Foi jogado ao proscênio da política, pelo PT, que precisava cooptar o PMDB para fazer as falcatruas que fez. Temer é a herança maldita do PT. Não podemos esperar agora, que esse anão político tenha um gesto de grandeza.

Temer foi um acidente de percurso. Em nenhuma outra circunstância, chegaria à presidência da República e sequer ao Senado. A Câmara é o seu habitat. A acomodação dos interesses do quadro partidário a sua força. Fora isso, não existiria o político Michel Temer. Mas, também não passa disso e só chegou à presidência pelas artes, ou melhor, pelas bruxarias do dono e senhor absoluto do PT. A vida política de Michel Temer está no fim. Vamos ver quanto tempo dura um pato manco.



domingo, 25 de junho de 2017

Bundas novas

Qual é a solução para o Brasil hoje? Tenho me perguntado isso e não estou encontrando resposta.

A atual classe política, viciada, corrupta, é que vai fazer as reformas que são necessárias? Não estou falando da reforma trabalhista, nem da reforma da previdência, que são necessárias, mas secundárias, diante da importância maior da grande reforma, necessária e urgente, que é a reconstrução do Estado Brasileiro! Sem isso, qualquer outra coisa está fadada a, mais cedo ou mais tarde, nos conduzir a novas crises.

O modelo patrimonialista do Estado nos levou a essa catástrofe. Não podemos permitir que isso se repita. Não podemos aceitar que o Estado Brasileiro seja entregue nas mãos de grupos privados, enquanto o conjunto da sociedade, os financia, mediante impostos que não retornam em benefício algum.

Mas, se não for a classe política, quem é que vai conduzir esse processo? O executivo já está descartado por razões óbvias, até porque é a vertente mais perigosa da classe política, em função do poder que concentra. Seria então o poder Judiciário? Não me parece adequado, nem sequer possível.

A conclusão, a que se chega, é que não temos instituições preparadas para uma situação como essa. Fôssemos uma monarquia parlamentar teríamos a figura do monarca pairando acima dessa sujeira, dissolvendo o parlamento e convocando novas eleições, não só para formar um novo governo, mas até mesmo para elaborar uma nova Constituição.

Mas, se fôssemos uma monarquia parlamentar, provavelmente não teríamos chegado ao ponto a que chegamos... Porém, não adianta sonhar. Temos é que enfrentar a nossa dura realidade: não há, no horizonte político, uma solução à vista. E então? Como ficamos? Vamos continuar a arrastar essa crise até quando?

Alguém tem a ilusão de que em 2018 tudo vai se resolver com uma nova eleição, nos mesmos moldes de tudo o que já foi feito? Com a mesma divisão de poder e a mesma repartição do Estado? Mudaremos apenas as bundas nas cadeiras, mas os velhos métodos vão prevalecer?

Hoje sabemos que se, ao invés da Dilma, tivéssemos eleito o Aécio em 2014, estaríamos na mesma, ou até mesmo em uma pior situação. Portanto, não será elegendo um novo corrupto, efetivo ou em potencial, em 2018, que solucionaremos a questão.

É nesse horizonte escuro e enfumaçado que muita gente vê como solução a intervenção das Forças Armadas.  Elas tomariam as rédeas e conduziriam o país a uma refundação! Em tese, até poderia ser, mas quem é que garante que as Forças Armadas vão se comportar direitinho assim? Quem é que as controlará?

Não está fácil ser brasileiro hoje em dia. Mas, uma coisa é certa, precisamos mudar o país e as instituições já.  O sistema de privilégios e castas precisa ser abolido. O poder tem que realmente provir do conjunto dos cidadãos. O Brasil precisa se transformar urgentemente numa democracia, antes que se torne uma anarquia generalizada.

Cadê o líder?

Seria muita ingenuidade pensar que a operação Lava Jato continuaria a desvendar toda a sujeira escondida debaixo dos tapetes dos palácios de Brasília, sem ter nenhuma obstrução, nenhuma tentativa de bloquear suas atividades, ou, pelo menos, anular seus efeitos.

Tudo o que estamos vendo o governo Temer fazer, desde a nomeação do atual ministro da Justiça, é tentar melar todo o processo. O mesmo pode se dizer do conjunto da Câmara e do Senado, com algumas ramificações no Judiciário.
Estão todos combinados, articulados e orquestrados para fazer essa operação não chegar a lugar algum, ou, pelo menos isentar toda a classe política de qualquer punição. Agora, não importa mais a ideologia, nem o partido. Agora é "um-por-todos-e-todos-por-um". São eles contra o Brasil.

Isso mostra que a força da Lava Jato é também a sua fraqueza. Ao desvendar a universalidade da roubalheira, a Lava Jato deixou claro que não é seletiva, não tem partido; mas, a exposição de gregos e troianos, demonstrando que todos estão no mesmo barco, fez com que eles se unissem no mesmo propósito.

Agora não interessa mais ao PT se degladiar com o PSDB, nem vice-versa. O que interessa agora é tentar salvarem-se todos. Para isso, são todos muito hábeis e traquejados. A mudança de tom de Gilmar Mendes e de Reinaldo Azevedo já foi o prenúncio de que a máfias estavam se unindo. Já não se vê, nas redes sociais, a petralhada atacando o Aécio, nem mesmo atacando o Temer. Aliás, quem ataca o Temer e o Aécio, agora, são os coxinhas de ontem.

Esse é um momento crítico de nossa história: ou eles vencem a guerra e saem livres e acaba-se o que resta desta malfadada república, ou vencemos nós e teremos que reconstruir esse país, com uma nova Constituição e novas estruturas de poder.
Para que ocorra a segunda hipótese, é necessária uma liderança política competente, isenta e comprometida com a cidadania, que possa coordenar esse processo, que não será fácil. O grande problema é: onde está essa liderança? Quem poderá desempenhar esse papel?

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Avalanche de vícios

Além da corrupção pura e simples, simbolizada por mochilas de dinheiro vivo sendo entregues e recebidas sorrateiramente, há no comportamento dos agentes públicos desse país, uma frouxidão moral inquietante.

Juízes da Suprema Corte, por exemplo, não se avexam de pegar carona em jatinhos de terceiros, ou de receber, mediante sociedades das quais participam, polpudas doações ou "patrocínios" de empresas de duvidosa reputação. 
Um presidente da República é visitado à noite, clandestinamente, por um investigado da Lava Jato e tem com ele um diálogo pra lá de suspeito.

Já se foi o tempo em que se dizia que um agente público teria que ser como a mulher de César: ser e parecer honesto! Isso é a tal da reputação ilibada exigida pela Constituição para que se preencham determinados cargos da administração pública.

Hoje, basta não haver provas cabais contra o citado agente, ou mesmo, havendo abundância de provas, se por acaso, alguma tecnicalidade legal não for satisfeita, os homens públicos são considerados honestos para todos os efeitos. E a vida continua. É por isso que se chega ao ponto em que chegamos. É por isso que um Eduardo Cunha e um Sérgio Cabral são possíveis.

A tal da reputação ilibada virou letra morta e a atividade pública transformou-se em uma atividade de delinquentes, de todos os estratos, de todos os partidos e de todos os poderes.

A delinquência começa com pequenos gestos, pequenas violações, que, sendo aceitas, abrem a porta para comportamentos cada vez mais ousados. É assim na vida urbana e é assim na vida política. Assim como se faz nas megalópolis, temos que fazer na vida pública, para extirpar a bandidagem: tolerância zero! Alguns vão dizer que isso é fundamentalismo, ou histeria moralista. Que seja! Talvez seja necessário esse "excesso" de virtude para enfrentar a avalanche de vícios sob os quais a nação está sendo soterrada.

domingo, 11 de junho de 2017

Estado Islâmico no TSE

Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar 
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão 
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar 
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar 
E a morte, o destino, tudo, a morte, o destino,tudo 
Estava fora de lugar, eu vivo pra consertar 
Na boiada já fui boi, mas um dia me montei 
Não por um motivo meu, 
ou de quem comigo houvesse 
Que qualquer querer tivesse, 
porém por necessidade 
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu 
Boiadeiro muito tempo, laço firme, braço forte 
Muito gado, muita gente pela vida segurei 
Seguia como num sonho 
em que o boiadeiro era um rei
Disparada - Geraldo Vandré



Dentre todas as coisas esquisitas, suspeitas, maliciosas, ridículas, hilárias, cômicas e vergonhosas, desse julgamento do TSE, destaca-se uma pela bizarrice: o gesto do ministro Napoleão pedindo que a ira do Profeta caia sobre seus desafetos e lhes corte as cabeças!

Citou, supostamente, um trecho do Alcorão e formulou o desejo que  as cabeças, dos que considera inimigos, sejam cortadas. Parecia um aiatolá em fúria!

Eu me perguntei se, acaso vivêssemos em um regime que desse tal poder a esse homem, não haveriam mesmo cabeças rolando. Haveriam! Podem ter certeza!

Pois em plena democracia, em um país majoritariamente cristão, esse homem, um juiz de um Tribunal Superior (que até parece ser evangélico), não um cangaceiro de Limoeiro, pedia de público a ira do Profeta (e ainda esclareceu, para quem tivesse dúvida, que se tratava do Profeta Maomé) e a degola, pura e simples, dos seus "inimigos", o que se poderia esperar se tivesse à sua disposição a Sharia e o fanatismo dos seguidores?

A que ponto chegamos? Esse gesto do Napoleão de Limoeiro sequer causa impressão. Foi mencionado "en passant" na mídia e pronto. Seus colegas ouviram em silêncio. Mesmo quem não concordasse não teve coragem de levantar a voz em protesto.

Isso demonstra que essa gente saiu das grotas, passou um verniz, vestiu uma toga, mas não deixou para trás os cacoetes de senhores de engenho. Pensam que ainda são coronéis, oligarcas, cuja vontade é absoluta, que tem poder de vida e de morte sobre seus súditos e não podem jamais ser contrariados, menos ainda contestados.

O Brasil está assim porque essa mentalidade de país agrário atrasado ainda está entranhada na cabeça e no comportamento da classe política dirigente. Estamos no século XXI, mas na cabeça deles ainda não saímos do XIX. Sejam esses políticos de aparência moderninha, como um Aécio, ou antiquada mesmo, como um Napoleão e um Gilmar Mendes, a mentalidade que os guia é a do "dono de gado e gente". 

E, infelizmente, até mesmo quem fazia parte do gado, quando "um dia se montou", resolveu também virar senhor de engenho. Como o poder é inebriante!

sábado, 10 de junho de 2017

Pra quê Justiça Eleitoral?

Ontem, ficou claro que a Justiça Eleitoral é de mentirinha, é uma brincadeira sem graça. Não serve para nada.

Pois ainda que diante de "provas oceânicas", como disse o ministro Herman Benjamim, quatro de seus integrantes as desconsideraram, tornando nulo um trabalho de mais de um ano, tornando nulo tudo o que se fez nessa investigação, jogando na lata do lixo tudo o que se provou ali, a pergunta que se segue é: para quê precisamos de uma Justiça Eleitoral?

O bufão-ministro Gilmar Mendes, em sua espalhafatosa fanfarronice, deveria ter dificuldade em explicar porque lutou tanto para instaurar esse processo, para, agora, ficar contra a consequência mais lógica dele, que seria reconhecer que a campanha foi tocada com propinas da Petrobras.

Mas o ministro aparentemente não teve essa dificuldade. Não há nada difícil para quem tem cara de pau. Ele quis nos convencer que, para ele, a montagem dessa farsa toda era só para nos intruir sobre como se fazem as campanhas eleitorais no Brasil. Da minha parte, eu agradeço, ministro, mas já sabia de tudo isso. Não precisava ter se dado ao trabalho.

Como eu, outras pessoas também concluiram isso, por exemplo:
SERGIO SPINOLA - No Estadão.
Pelo que entendi do portentoso Ministro Gilmar Mendes, o objetivo deste julgamento burlesco seria promover uma didática acerca da corrupção. Pelo que entendi, a lição ensinada às nossas crianças é a de que O Crime Compensa e que um resultado de julgamento pode ser previamente contratado, quando o acusado pode nomear seus julgadores. Para aplicar este tipo de lição, a este custo, melhor mesmo seria extinguir este tribunal e direcionar estes recursos para a saúde e educação básicas.
Aproveitando o momento em que estamos tentando colocar nos eixos as contas públicas, seria importante a sociedade decidir se quer continuar a bancar esse custo de 5,4 milhões por mês, apenas para o TSE, sem contar todas as demais instâncias, até aquelas que chegam ao interior de Limoeiro, terra do ministro Napoleão.

Grandes democracias, como os Estados Unidos e o Reino Unido, jamais tiveram ou cogitaram em ter uma Justiça Eleitoral. O que há é Justiça e pronto. E que funciona.







As fotos da netinha!

Resultado posto na mesa, resta agora tocar a bola pra frente. Essa constatação porém não nos impede de examinar como foi que as coisas se deram. Ao contrário, temos a obrigação de examiná-las, para saber o que devemos mudar nas nossas instituições para que elas representem a vontade e o interesse públicos.

Os bandidos conseguiram vencer essa batalha, mas não vão conseguir vencer a guerra contra o país. Temer, usando de sua prerrogativa constitucional (mais um ponto a ser mudado na reforma política), indicou, às vésperas da votação, dois ministros. Coincidentemente, votaram a favor de quem os indicou.

Um deles, Admar Gonzaga, teve seu impedimento argüído pelo Ministério Publico, uma vez que teria participado como advogado de uma das campanhas de Dilma. O vice-procurador , ao fazer essa argüição, estava cumprindo seu dever de ofício, entretanto foi violentamente atacado por Gilmar Mendes.
A mensagem que esse destempero passa ao país é que a casta dos juízes é intocável. Estão acima de todos e da Lei. Não podem ser contestados, nem confrontados! Calma lá, Gilmar Mendes! Talvez lá, em suas terras do Mato Grosso, como disse Joaquim Barbosa, o ministro grite com seus capangas e seja senhor de baraço e cutelo, mas não na mais alta corte eleitoral do país! Isso é inadmissível!

O Brasil precisa mudar muito! Ainda estamos longe de ser uma república! Certas "autoridades" ainda pensam que podem fazer o que quiserem, que são cidadãos de uma classe especial, imune ao alcance da lei, e que não tem satisfações a dar a quem lhes paga os salários. Isso não é república, quando muito uma república de bananas!

Outro fato muito estranho terá que ser investigado e esclarecido ao país. De repente, o filho do ministro Napoleão chega ao tribunal e, quer porque quer, entrar no plenário, onde se desenrolava a sessão, para entregar ao pai um envelope, que segundo o próprio Napoleão, conteria fotos de uma neta!

Conta outra, ministro! Qual seria a urgência de lhe entregarem as fotos? Era uma urgência de tal ordem, que teria que se interromper uma sessão histórica do tribunal? Isso não poderia esperar pelo intervalo de almoço? E, em tempos de mídia social, essas "fotos" não poderiam ter sido mandadas por algum aplicativo de celular?

Pode até não acontecer nada, mas a nação não deveria ter que conviver com mais esse mistério. Nós não merecemos isso! Ou será que merecemos?

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Defender o mandato ou o país?

Qualquer que seja o resultado do julgamento de hoje da chapa Dilma-Temer, no TSE, uma coisa é certa: o ministro Herman Benjamin entrou para a história e para o panteão dos homens dignos dessa sofrida Pátria.
Dentre suas frases lapidares e seu estilo direto e didático destaca-se uma, referindo-se aos colegas que querem enterrar provas: 
"Eu recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar de velório, mas não carrego o caixão".
É assim, que, aos poucos, vamos identificando no meio dos escombros de um país arrasado pela corrupção, que ainda existem homens públicos honrados. Isso nos resgata um fio de esperança. Nem tudo está perdido.

Nesse processo doloroso, já pudemos identificar, além do nome mais emblemático, o do juiz Sérgio Moro e dos procuradores de Curitiba, representados por Deltan Dallagnol,  outros, como o juiz federal Marcelo Bretas do Rio, o de Brasília, Valisney Oliveira. Agora, tomamos conhecimento da composição do TSE, e o ministro Herman Benjamin fez um trabalho espetacular, não só no sentido de desmontar a trama urdida por detrás das fachadas de legalidade das campanhas eleitorais, como preparou um voto primoroso e o defendeu com unhas e dentes no plenário, ao ponto de o ministro Admar Gonzaga (que foi indicado com a missão de defender o Temer) confessar seu constrangimento diante do relator.
Como, diante de provas oceânicas de corrupção, como afirmou o ministro Herman, ainda se vai dizer que não houve abuso de poder econômico? tem que ficar constrangido mesmo! 

Oxalá, esse constrangimento seja suficiente para o ministro Admar e o ministro Napoleão mudarem de ideia e resolverem defender o Brasil.

Cousas e lousas II

O Brasil não pára de produzir momentos hilários de subdesenvolvimento. Que falta faz um Stanislaw Ponte Preta!

  • Distraído, Temer viajou, mais de uma vez, no jatinho de prefixo PR-JBS. Mesmo não sabia quem era o dono da aeronave, nem desconfiava.

  • No dia do embarque para Comandatuba, Joesley mandou entregar flores para a Marcela no hangar e provocou a fúria ciumenta de Michel. Teve que dizer que sua mãe era quem tinha mandado o buquê.

  • Uma mulher tentou entrar no palácio do Planalto hoje (07/09) e, quando foi impedida pelos seguranças, jogou-se ao chão gritando: "Michel Temer, eu te amo!" O nome dela é Janete!

  • Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves mantinham uma conta conjunta na Suíça! Que lindo!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Suruba geral

Michel Temer e toda a família viajaram para Comandatuba no jatinho particular do Joesley Safadão. Confrontado com a delação, Temer inicialmente, como todos fazem, negou.

Depois, diante de fatos incontestáveis, passou a admitir que viajou, sim, como vice-presidente no tal jatinho e, para não perder o costume, a viagem não foi registrada na agenda oficial da vice-presidência!

Diz também que não sabe quem era o dono da aeronave e que, obviamente, não pagou pela viagem da tropa! Como assim? Uma aeronave aparece do nada? Surge assim no aeroporto e o vice-presidente fica sabendo que pode embarcar nela, com toda a família, sem pagar um centavo e viajar para onde quiser! Ida e volta! E, nem sequer tem a curiosidade de saber quem é o generoso benfeitor?

E a segurança oficial? Deixa o vice viajar assim com a família em uma aeronave de proprietário desconhecido?

Gente, chega disso! É tudo uma suruba geral! Presidente, vice-presidente, senadores, governadores  e outros, não registram encontros furtivos, reuniões secretas, viagens não-contabilizadas. E com cara de inocentes enfrentam a opinião pública e conseguem dizer as maiores barbaridades na nossa cara nos chamando de idiotas! É um país inacreditável!

terça-feira, 6 de junho de 2017

Cousas e lousas

O ex-deputado Rocha Loures, aquele que tentou surrupiar uma propina da propina, agora está preocupado se vão raspar-lhe o cabelo! Fui ver na foto, se o cabelo dele era essa coisa toda! Meu Deus! É melhor que raspem!
O deputado Jean Wyllys (Escreve-se com dois Y mesmo) quer incluir na reforma da Previdência, uma aposentadoria especial para as prostitutas, ao completarem 25 anos de "trabalho". Jean Wyllys não esclareceu de onde virá o dinheiro para pagar essa conta, nem como esse período trabalhado vai ser comprovado. Na sua ótica, basta fazer a lei e pronto.
Pensando bem, faz sentido. Sobre a questão dos recursos, o deputado poderia propor que se criasse um fundo com as propinas roubadas por Lula, Dilma, Mantega e Palocci para garantir a aposentadoria das prostitutas. Afinal, as pessoas devem cuidar de suas mães na velhice.
A Polícia Federal, no âmbito do processo investigativo do presidente da República, fez a ele 82 perguntas. Umas delas chama-nos a atenção:
Pergunta 12. Vossa Excelência tem por hábito receber empresários em horários noturnos e sem prévio registro em agenda oficial? ...
Conforme a resposta, Temer será também candidato a receber a aposentadoria especial proposta por Jean Wyllys.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Já deu!

Pode parecer estranho, mas a prisão do Rocha Loures piorou as coisas...pro Lula! Explico: o maior argumento de Lula e do PT é que haveria uma perseguição política contra ele e contra o seu partido.

Os fatos recentes derrubam essa tese de uma vez por todas. A prisão da irmã do Aécio, a sua defenestração do cargo de Senador e agora  a prisão do assessor especial e homem de absoluta confiança do Temer, demonstram que não há perseguição alguma. Quem tem culpa no cartório está sendo confrontado pela operação Lava Jato, seja quem for, pertença a que partido pertencer.

Só nessa breve análise, são 3 os partidos envolvidos e os maiores e mais importantes politicamente. E os personagens também não ficam atrás: um presidente em exercício, um ex-presidente (também em pleno exercício de qualquer coisa e eterno candidato) e um senador que quase foi presidente. Não é pouca porcaria! Ao contrário!

Mas agora, o Lula vai dizer o quê? Que contra os outros é verdade e só é perseguição quando é contra ele? Ou então vai dizer que estão sendo todos perseguidos? Por quem? Qual é esse poder oculto que resolveu perseguir a toda a classe política indistintamente?

Acabou, não é, Lula? Já deu!

domingo, 4 de junho de 2017

Quem não deve, não Temer

O trocadilho é infame, mas irresistível e, além disso, expressa uma verdade cristalina da qual nos esquecemos no dia a dia da política suja desse país. É costume ver-se no noticiário, coisas como: fulano de tal teme a delação de A ou de B. 

Hoje, por exemplo, a manchete principal do Estadão é: "Rocha Loures é preso e Planalto teme delação". 
A pergunta que cabe a seguir é: por que o "Planalto" teme? Se teme é porque o delator tem algo a dizer que compromete o atual chefe de Estado. Ao manisfestar temor o suspeito só faz aumentar o grau de suspeita sobre si. É praticamente uma confisão de culpa.

Fosse o "Planalto" inocente, não temeria coisa alguma. Ao contrário, faria como Itamar fez no caso Hargreaves (então ministro da casa Civil): demitiu o funcionário suspeito e o readmitiu depois que, terminadas as investigações, concluiu-se que não havia indícios para incriminá-lo.

Nesse caso, o "Planalto" saiu ileso. Mesmo que Hargreaves tivesse sido acusado, e eventualmente condenado, o "Planalto" teria continuado ileso. Essa foi uma atitude de chefe de Estado, que não devia e não temia. E, só uma notinha a mais de esclarecimento, Henrique Hargreaves era amigo pessoal de longa data de Itamar. A relação entre os dois não se abalou nem um pouquinho.

Bom, isso é de uma época em que negócios de Estado não se confundiam com negócios de partido, e, muito menos, com negócios pessoais. Portanto, aqueles que dizem que a corrupção vem desde o descobrimento, e que isso e aquilo, que não tem jeito, que atinge a todos, etc., etc., fiquem sabendo que, mesmo assim, mesmo no reino normalmente sujo da política, há possibilidade de se fazer as coisas sem a malfadada corrupção. 

Além do exemplo de Itamar, na democracia, há o exemplo de Castelo Branco, na ditadura, que demitiu seu próprio irmão, Lauro, da Receita Federal por ter recebido um fusca (ou Aero Willis, segundo outras fontes) como presente. Castelo teria exigido a devolução, ao que Lauro argumentou que ficaria mal como ocupante do cargo, por ter que devolver o presente. Teria que pedir demissão. Castelo respondeu: demitido do cargo, você já está. O que estou decidindo é se mando prendê-lo ou não. 




sábado, 3 de junho de 2017

Caê, o vanguardista ultrapassado

Pessoas de vida pública, como artistas, por exemplo, deveriam saber envelhecer e não querer ficar bancando o adolescente anacrônuco.
A respeito disso, aqui vai uma excelente crônica de Jerônim Teixeira, publicada em Veja:
Síndrome do Vanguardista Ultrapassado: temos de ser compreensivos com quem padece dessa merencória condição.

A SVU (não confundir com SUV, detestado veículo da elite suja de Higienópolis) é uma espécie de Parkinson estético, produzindo tremores das convicções artísticas e políticas.


Eis aí Caetano Veloso, o tropicalista, o criador de discos para “entendidos”, o qualquer coisa, o leãozinho, o quereres. Gosto da música dele, mesmo. Da música que o cara já fez: não corro atrás de discos novos. O mais recente está lá no Spotify e eu não ouvi. Pois o baiano insiste em matar o velhote inimigo que morreu ontem. Golpe, fora Temer, a treta toda. A UJS que vaiava no Festival da Record agora pira. Os stalinistas que antes achavam a coisa toda muito alienada e colonizada, hoje convertidos em freixistas e haddadetes, estão prontos pra deixar o corpo ficar Odara. Aplaudem. Viva a Vaia? Não mais: Viva o Véio!

Mas então a Folha foi lá descobrir um coxinha do MBL que faz carreira paralela num tal Bonde do Rolé. Parece que o cara falou de uma “direita transante”. (Eu não entendi a novidade: fascista decerto não faz sexo? Esses bolsonaros juniores que concorrem a todos os cargos possíveis acaso nasceram por geração espontânea?) Bastou isso pro desespero bater em Painho: epa, tem algo novo aí! O Bonde do Rolé vai passar e eu vou ficar comendo poeira nos trilhos urbanos. E lá vai o Caetano, na mesma Folha, caetanear, aliterativo: “a direita transante é interessante”.

A expressão não é dele, certo. Mas a alegria, a alegria com que ele a abraçou! Terá escutado nela uma alusão lisonjeira ao disco londrino Transa? (Narciso, afinal, só acha bonito o que é espelho.)

Transante, derivado do verbo transar! Quando até o pueril “ficar” já caducou nestes dias do rude “pegar”, “transar” é uma brasa, mora? Nada denuncia tanto a idade quanto uma gíria ultrapassada.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Danos irreparáveis

É inacreditável! Um ex-ministro da Fazenda, por 8 anos, teve  e ainda tem uma conta no exterior, não declarada ao fisco, no valor de 600 mil dólares!
Durante esses 8 anos em que foi o chefe da Receita Federal, órgão encarregado de fiscalizar, entre outras coisas, as contas no exterior dos cidadãos brasileiros, o Sr. Guido Mantega, então ministro, simplesmente se esqueceu de declarar essa conta!

Acontece que Guido Mantega simplesmente chefiava o órgão arrecadador ao qual deveria, como cidadão, tê-la declarado! E isso não causa comoção alguma! É apenas mais um registro no meio de toda essa podridão que está sendo escancarada aos nossos olhos.

Definitivamente, o Brasil não é um país sério! Como é que as pessoas podem acreditar nas instituições de uma republiqueta como essa? Seria mais ou menos equivalente ao ministro da Justiça ser traficante de drogas, ou o ministro do Trabalho não registrar a sua empregada doméstica!

Até mesmo os petistas, acostumados a defender o indefensável,  se espantaram! Valter Pomar, quadro histórico do PT, escreveu sobre isso, reclamando que a existência dessa conta desde 2006, sem ser declarada, durante todo o tempo em que Mantega esteve ministro, era um petardo contra o PT. E previu que "isso é um detalhe perto do que está por vir".

Será que ele estava se referindo às possíveis contas do Lula no exterior, provável assunto principal da delação do Palocci? O que mais falta ser revelado e que poderia causar danos irreparáveis ao PT? Naõ tenho imaginação suficiente para isso.

domingo, 28 de maio de 2017

Caos necessário

O Brasil é um país muito engraçado! As leis aqui, além de não valerem para todos, não tem aplicação imediata após sua aprovação e publicação. Fazem-se leis, aliás fazem-se leis em profusão, mas sua aplicação depende...
Depende de quem é por elas atingido, depende de quem está mandando, depende do momento e das circunstâncias.

Querem um exemplo? Dilma e Temer concorreram juntos na mesma chapa; quem votou em um, automaticamente votou no outro. A campanha foi a mesma, borrifada com propinas milionárias como já suspeitávamos e agora temos certeza. A lei é clara e simples: em caso de constatado o abuso do poder econômico, a chapa deve ser cassada! Resolvida a questão? Não!

Surgem no horizonte, Cassandras de todo tipo a vociferar que, se a chapa for cassada e Temer perder o mandato, será o caos! Portanto, a chapa não pode ser cassada, concluem. Mas, e a lei? Dane-se a lei!

Que bela contribuição ao aprimoramento institucional do país estão a dar esses próceres da nação! Aprimoramento institucional, em primeiro lugar quer dizer: o império da Lei! O império da à lei é o que importa em países civilizados, não importa o que aconteça, não importa quem seja atingido. A lei tem que estar acima de todos e valer para todos. Isso é civilização, isso é democracia, isso é progresso social.

O maior mal dessa colônia malfadada é exatamente esse, que vem desde os tempos do descobrimento: a lei não é válida para todos. Isso permitiu as maiores distorções históricas, isso permittiu o ambiente de impunidade que aqui floresceu, isso proporcionou a relação incestuosa entre o poder econômico e o poder político, isso determinou o nosso atraso político, cultural, social e civilizatório.

Se Temer perder o mandato agora, talvez seja o caos mesmo. Mas é disso que estamos precisando. Estamos carentes de um caos que afinal jogue por terra toda essa nossa vergonhosa história e desse caos talvez possa surgir um país novo.


sábado, 27 de maio de 2017

País insano

De repente, me vi perguntando? Pode um país perder a sanidade? A resposta, assustadora, é: pode! 

Sabe-se que, grupos de pessoas podem começar a agir como se fossem um único indivíduo, tendo reações comuns e até mesmo sentindo as mesmas emoções, ao mesmo tempo. Freud chamava isso de "contágio psíquico". Jung alargou o conceito, considerando o fenômeno uma manifestação do inconsciente coletivo.

Esse "contágio" nos afeta a todos, por exemplo, quando se chega em um grupo em que as pessoas estão rindo. Mesmo sem saber a causa do riso, acabamos por rir também. O mesmo acontece no conhecido caso do bocejo. Basta alguém bocejar na nossa frente, que somos assaltados por uma vontade incontrolável de fazer o mesmo.

Esse fenômeno está presente nas manifestações de torcidas de futebol, nas histerias coletivas de fundo religioso ou politico; enfim, nós, seres humanos, nem sempre agimos como indivíduos livres e independentes uns dos outros. Em outras palavras, todos somos, em maior ou menor grau, afetados pela psique coletiva.
Assim sendo, podemos ser contaminados pela sanidade ou pela insanidade dos outros.

Historicamente, sabemos de casos em que grupos populacionais enormes, até mesmo países inteiros perderam a sanidade mental. A Alemanha (e, em menor grau, a Itália) dos anos 30 e 40 são exemplos clássicos; os pogroms contra judeus e ciganos no leste europeu e as caças às bruxas dos puritanos norte-americanos no século XIX, são outros exemplos.

Agora parece que vivemos no Brasil uma situação de insanidade coletiva. As manifestações dessa insanidade são as depredações de patrimônio publico e privado por qualquer motivo, ou melhor, sem motivo algum. O que se viu em Brasília na semana passada ficou claro. Mas, ao mesmo tempo, em que vândalos quebravam vidraças em Brasília, ocorria uma manifestação em S.Paulo "a favor" da cracolândia! Dá para acreditar em uma coisa como essa?

Em um país, que não dá conta de tratar seus doentes que morrem nas portas dos hospitais públicos, que não dá conta de pagar seus aposentados, querem que o governo gaste dinheiro público para manter uma cracolândia! Segundo os manifestantes, o governo deveria instalar banheiros públicos para os viciados (o nome politicamente correto é "usuário"), oferecer psicólogos, psiquiatras, médicos de várias especialidades, assistentes sociais, etc., etc, etc. Isso é defendido por alguns advogados, juristas e promotores! É ou não é um exemplo de loucura coletiva?

É óbvio que em uma situação ideal, em um país com recursos, como uma Suécia, por exemplo, a abordagem dos viciados deveria ser conduzida de um modo mais, digamos, holístico, mas, em um país que não consegue oferecer educação básica às suas crianças, sinto muito, mas a prioridade não é tratar de "usuários" de crack!


Coisas do passado: Bandidos e mocinhos

Houve uma época em que a gente sabia quem era bandido, quem era mocinho. Não só no cinema ou na TV, mas também na chamada "vida real".
As coisas começaram a complicar quando Lúcio Flávio, bandido carioca do anos 70, assaltante de bancos e joalherias, teve de reafirmar: "Polícia é polícia, bandido é bandido".
Isso era um sinal de que as coisas estavam se misturando. Daí pra frente, só piorou.

Hoje, nem no governo, nem na oposição, nem no executivo, nem no legislativo, nem no judiciário, podemos dizer com certeza quem é bandido e quem não é.
Parafraseando a energúmena: não se pode dizer quem é bandido, quem não é. Todos são inocentes e todos são bandidos. Enfim, todos vão roubar e o povo é quem vai perder.

Pois foi agora, em março de 2017, depois do impeachment, em plena Lava Jato, estavam esses bandidos confabulando, não só para destruirem a operação de limpeza, mas para continuarem acertando as contas entre si, comprando segredos, pagando por crimes pretéritos, ajustando crimes futuros. Inacreditável!

De repente, descobrimos que não há opção política! São todos, todos, ladrões. E diante dessa situação nos perguntamos como é que ficam as instituições? Vamos tê-las oficialmente comandadas por criminosos, ou, na melhor das hipóteses, suspeitos?
Na presidência da República já está sentado um deles. Na presidência do Senado e da Câmara, outros. Dentro do Supremo Tribunal, vários. Nos demais tribunais e outras instâncias, já há até gente presa. O principal líder do PT, réu em 6 processos. O principal líder do maior partido de oposição ao PT, destruído politicamente.

Quem sobra? Quem (ainda) não se maculou por ser recente na atividade política, como João Dória. Esperemos que se mantenha assim!
Ou quem sempre foi um "outsider" como Jair Bolsonaro.

A esse ponto chegamos, pela irresponsabilidade e pela ganância desses filhos da puta! Não há outra palavra para definí-los.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Quebra de decoro

É até ridículo o parlamento brasileiro falar em quebra de decoro! Se o decoro fosse assim tão importante, Aécio Neves já estaria cassado. Ou não foi quebra de decoro ele ter dito a Joesley que o seu "boy" para a coleta da grana "tem que ser um que a gente mata ele antes de delatar".

Que conversa de mafioso é essa? Além do mais, o tal do Fred (Frederico Pacheco de Menezes, que está preso) é, nada mais, nada menos, que seu primo! É filho da prima de sua mãe. Foi diretor de Gestão Empresarial na Cemig, até 2015.

isso indica que a Cemig também deve ser investigada. Afinal já suspeitas de uma relação mal explicada, de compra e venda de ações, entre a Andrade Gutierrez e a Cemig, pelas quais a construtora teria ganho muito dinheiro, em detrimento da estatal. Vamos ver se o Ministério Público em Minas toma a iniciativa de investigar e se há algum juiz com coragem de levar a investigação à frente, com isenção, como faz o juiz Sergio Moro em Curitiba.

Está na hora de abrir a caixa preta da administração tucana em Minas e por em pratos limpos essas histórias, a do aeroporto em Cláudio, a das propinas da Cidade Administrativa e da Linha Verde, e outras mais, que surgirem no horizonte. Minas não pode ser um feudo de ninguém. Nem dos petistas, nem dos tucanos, nem de nenhum outro partido ou administração. O mensalão mineiro foi escamoteado e nunca andou. O governador era o tucano Eduardo Azeredo. Aqui são todos compadres, até o PT e o PSDB se bicam e se beijam. Pior para os mineiros.

Hoje, temos que agradecer aos céus pelo fato de Aécio não ter ganho as eleições. Provavelmente não teríamos esse desdobramento da Lava Jato e, por medo e raiva do PT, ainda estaríamos defendendo o governo dele. Por essa e por outras, é que, apesar de tudo, ainda há esperança para o Brasil. Mas vamos ter que depurar a sujeira toda. Doa a quem doer.

sábado, 20 de maio de 2017

Democracia representativa?

Fica muito claro, nas falas do Aécio, como ele atuava nos bastidores para aprovar a anistia do caixa 2, a lei do abuso de autoridade e para combater o projeto de lei de iniciativa popular das 10 medidas contra a corrupção.
E pensar que esse sujeito quase foi eleito presidente! E pensar que esse sujeito foi líder da "oposição" ao governo do PT!

Agora fica tudo muito claro. Quando a gente reclamava da oposição light que o PSDB fazia ao governo do Lula e da Dilma, estávamos era fazendo (mais uma vez) o papel de bobos. Agora sabemos que não havia, nunca houve, oposição nenhuma. A briga deles era para saber quem ficava com a maior parte do butim.

E aí vem a pergunta: esses caras foram eleitos para quê mesmo? Qual é a legitimidade de alguém que, eleito para defender uma ideia, um programa, na verdade estava enganando os eleitores o tempo todo? Que representatividade tem essa nossa classe política? Que democracia é essa sob a qual vivemos?

Para ser assim, é melhor uma ditadura descarada; ao menos se sabe quem é o inimigo e não se espera do ditador nenhuma representatividade. Esse disfarce de democracia representativa é o que de pior pode acontecer na política, porque não é representativa, nem democracia e só pode conduzir ao caos, à anarquia; isso depois de dilapidar os recursos de um país inteiro.

É por isso que as nossas estradas, ferrovias e portos estão caindo aos pedaços. É por isso que não há hospitais, nem postos de saúde decentes, nem medicamentos, nem material hospitalar; nem escolas, nem um sistema de educação eficaz. É por isso que não há segurança nas ruas, que o tráfico prolifera comandando verdadeiras cidades. Estamos sob o domínio do crime organizado em todos os níveis.

E não adianta clamar por novas eleições! Para eleger quem? Não temos um sistema de "recall" em que pudéssemos destituir os políticos do cargo ao verificarmos o desvio de função! Isso seria uma solução: após um período de, por exemplo, 2 anos de mandato, os políticos deveriam ser submetidos a uma nova avaliação popular. Se não atingissem um nível minimo de aprovação, perderiam automaticamente o cargo.

Outro fator moderador dos apetites seria a perda de mandato definitiva para quem aceitasse qualquer cargo no executivo. Afinal, o sujeito foi eleito para o poder legislativo. Ao aceitar cargo em outro poder, terá reunciado automaticamente ao mandato. Simples assim. Tão simples, que não parece factível em um país como o nosso.

Há algumas décadas, fomos à ruas pedir o fim da ditadura militar e o retorno dos civis ao poder. Se soubéssemos no que ia dar, será que teríamos feito aquilo?


sexta-feira, 19 de maio de 2017

Partido da Roubalheira

Gentem! Fiquei até mudo! A realidade ganhou de longe da ficção. Até House of Cards admitiu a derrota.
A gente já sabia, suspeitava, deduzia, tinha quase certeza, mas uma coisa é imaginar e outra é ouvir e ver, preto no branco, a desfaçatez com que essas figuras tratavam a coisa pública.

Mesmo depois de deflagrada a Lava Jato, mesmo depois de prisões emblemáticas terem sido feitas, a sanha desses criminosos era tal que continuavam a confabular e a exercer suas atividades criminosas, no melhor estilo das máfias mais encarniçadas do planeta. 

Continuavam não, continuam. Devem continuar. Afinal de contas, ainda estão soltos os principais chefes e seus capangas: Dilma e Lula, Aécio e Temer, Geddel e Jucá, Moreira Franco e Renan. Alguém ainda será ingênuo de pensar que estão todos quietinhos, sentadinhos em frente à televisão, vendo seus nomes serem expostos, correndo o risco de serem presos, e não vão fazer nada para tentar impedir isso?

Uma coisa fica clara para a população: não há partidos no Brasil! O partido é um só, o Partido da Roubalheira. Os partidos são apenas fachadas de organizações criminosas, para cumprir um dispositivo legal. Não há programa partidário, ideologia, nem oposição política. Estão todos do mesmo lado. E contra nós!

Destruiram totalmente o que restava de credibilidade na  política! Apossaram-se do Estado e o usaram a seu bel prazer para conseguir vantagens pessoais através de empresas que também se beneficiavam dessa relação. E dane-se a população! Danem-se os que pagam impostos. Dane-se a nação! Dane-se a pátria!

E agora vamos ter que ficar ouvindo mais mentiras dos mesmos cafajestes que continuarão a tentar justificar o injustificável? Não há na República nenhuma instância que a possa proteger desse assalto? Meu Deus! Chegamos a uma situação impensável tal como nunca se viu antes na história do Brasil. Isso demonstra que as coisas podem sempre piorar. Que ninguém duvide!





quinta-feira, 11 de maio de 2017

A culpa é da falecida

Dá até dó, coitado! Como pode uma pessoa ser tão azarada assim? Uma alma pura, honestíssima,  que, por azar, vive cercada de gente corrupta por todos os lados! E ele nem desconfia de nada e de ninguém!
São os amigos milionários corruptos, os companheiros de partido corruptos, auxiliares de governo corruptos, capachos corruptos, indicados para várias diretorias da Petrobras corruptos, irmão corrupto, filhos corruptos, nora corrupta e agora até a falecida.

Uma única vez, alertado pela imprensa que Renato Duque, seu indicado para um cargo de Diretor na Petrobras, poderia estar recebendo propinas, imediatamente o convocou para uma conversa no hangar do aeroporto de Congonhas em S.`Paulo - um local bem apropriado para uma conversa desse tipo, diga-se de passagem -  e disparou à queima roupa: "Estão dizendo que você recebe propinas e as deposita contas no exterior? Você tem contas no exterior?" Ao que o outro respondeu: "Não". Pronto! Assunto encerrado! 

Afinal, não é função do presidente da República zelar pelo patrimônio público, nem mandar investigar casos suspeitos em sua administração! Isso é coisa para o Ministério Público que fica fuçando na vida das pessoas! Não! O presidente tem coisas mais importantes a cuidar, tais como, por exemplo, fazer lobby para empreiteiras para alavancar o desenvolvimento do país!

As pessoas não entendem como é difícil ser presidente! As pessoas, burguesas que são,  não aceitam que um semi-analfabeto possa chegar a um cargo tão elevado, por isso, o perseguem. E, como ele tem esse azar, de sempre aparecer um corrupto em seu círculo próximo, essas pessoas aproveitam-se disso para atacá-lo politicamente.

Nunca se viu na história desse país, um ex-presidente ser tão enxovalhado, mas, apesar de tudo, ele vai se candidatar novamente e, se ganhar, vai mandar prender todos aqueles que inventaram todas essas mentiras.

Então, estamos combinados, Lula!

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Macron, enfim o século 21.

Finalmente, o século XXI chegou à política. Até agora, o que se via nos diversos governos era a cara bolorenta do século XX, o século das ideologias genocidas. Demorou, mas finalmente apareceu no horizonte político uma cara nova, de um jovem não contaminado por essa prática política que já deveria ter sido enterrada junto com o século que acabou.
Dizem que Macron é de centro! Isso é ainda reminiscência de um raciocínio obtuso, bidimensional, que insiste em classificar as ações políticas e seus agentes em direita ou esquerda; e quando não conseguem, só resta dizer que "fulano é de centro".

Macron, no meu modo de pensar, não é nem de esquerda, nem de direita, nem de centro, no sentido em que ser de centro signifique combinar caracteristicas de um lado e de outro. 

Macron representa uma nova geração, que pensa de uma outra maneira, cujos paradigmas são multi-dimensionais, cujas crenças não se submetem a dogmatismos, portanto não filiado a nenhuma dessas correntes de pensamento que tantos males trouxeram ao século que findou.

Que o sopro de vitalidade e renovação, que vimos surgir na França, naquela tarde de domingo, seja a aurora de um novo mundo, em que as fronteiras geopolíticas não sejam um motivo de opor uma parte da humanidade contra a outra, um mundo que seja um só e de todos. Isso não deixa de ser um pouco o ideal da Era de Aquarius. Quem sabe começamos a vivê-la agora?

sábado, 6 de maio de 2017

Voto histórico?

O ministro Gilmar Mendes, do alto de sua vaidade brega, disse que tinha dado um "voto histórico" no caso da concessão do habeas corpus ao Zé Dirceu. Acertou! Deu mesmo um voto histórico! Jamais nos esqueceremos dele. 

Gilmar Mendes vai entrar para a história ao lado de nomes tão execráveis quanto Gama e Silva, por exemplo, que, apesar de jurista (ou talvez até por causa disso), não teve peias, nem vergonha, de confeccionar uma peça tão horrorosa quanto o AI-5. 

Por ironia, o AI-5 suspendeu o habeas corpus, o que permitiu ao regime militar prender à vontade, agentes políticos como o Zé Dirceu, sem julgamento e sem apreciação judicial. Do outro lado do muro da história, Gilmar Mendes o concedeu, indevidamente, ao mesmo personagem, só que este agora já condenado 3 vezes por pura e simples corrupção. Uma das condenações foi dada pelo próprio Supremo, ou seja, em última instância.

O Dirceu de 1968, líder estudantil, encarnava a figura do personagem um tanto romântico de uma revolução comunista já previamente condenada ao fracasso e que, nem por essa circunstância, comovera os seus insufladores e financiadores da extinta União Soviética, que expunham esses jovens a morrer por uma causa perdida.

Esse Dirceu se transformou no todo-poderoso ministro da Casa Civil de um governo que se apresentava como defensor do povo e dos pobres, enquanto seus dirigentes enchiam as burras com o dinheiro da burguesia que diziam desprezar.

Terá Dirceu traído a Ideia? Ou a Ideia já seria, mesmo na origem, apenas uma pantomima, uma vez que, na mesma União Soviética, o que se via eram os seus dirigentes se locupletando dos prazeres burgueses nas dachas da nomeklatura, enquanto o povo morria de fome?

Essa é uma questão que a história, ao fim e ao cabo, vai nos responder. De qualquer modo, o Dirceu de hoje é apenas um ladrão contumaz. Por mais que queira vestir a fantasia de guerrilheiro, ele só engana àqueles que querem ser enganados e que são cada vez menos. A esse Dirceu, símbolo do atraso e da corrupção endêmica do pais, o ministro Gilmar Mendes concedeu a liberdade com um voto que, pela sua vociferação nervosa, seria mais apropriadamente denominado voto histérico. A história registrará!

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Vassalos ilustrados

O Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do TCU, exemplo de serenidade e, ao mesmo tempo, de seriedade no trato com a coisa pública, postou hoje no Twitter uma frase lapidar: "Ainda somos o país da impunidade. Da impunidade altaneira, orgulhosa, incensada, cortejada e mantida por vassalos ilustrados".

Não há melhor definição da miséria institucional e política do Brasil. Isso aqui tem dono! É deles! Nós, o povo, o cidadão brasileiro, só temos obrigações, pagamos impostos escorchantes, mas não podemos exigir nada. Não temos voz, nem vez.

Eles, os donos do Brasil, se cercaram de vassalos que lhes mantém os privilégios. E o maior desses privilégios se chama impunidade. Estão acima e além da Lei. Quando, por acaso, a Lei os pega, garantem sua imunidade e impunidade pelos mecanismos institucionais que seus vassalos criaram para protegê-los. Um desses mecanismos é o foro privilegiado. Outros, a morosidade das instâncias judiciais, a chicana processual, a prescrição administrada, a infinidade de recursos, as "garantias" constitucionais, que garantem tudo, menos a aplicação da lei penal.

Essa vassalagem é um triste processo histórico do qual não nos livramos e se mostra mais ativa exatamente no poder judiciário. Diz-se que os ricos e poderosos tem bons advogados e por isso se safam. Na verdade, os ricos e os poderosos tem é bons juízes, ou melhor, juízes bonzinhos, submissos, vassalos. São vassalos ilustrados, como disse o Procurador, mas, nem por isso, menos servis.

Esses representam uma das ervas daninhas que temos que extirpar no país, se quisermos que o Brasil seja uma nação moderna e próspera. Não dá para continuarmos a ser um país de vassalos e suseranos. Ou somos iguais, ou não somos nada. Ou a lei vale para todos, ou não vale para ninguém. E aí, seria a barbárie, da qual estamos nos aproximando perigosamente.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Segunda Tchurma: vergonha nacional

Gilmar Mendes está mostrando serviço. Agora já sabemos por antecipação que tudo o que cair nessa segunda Tchurma vai ter esse desfecho favorável aos criminosos.

E essa história de presunção de inocência seria risível, se não fosse trágica. Que inocência, cara-pálida? O homem já tem 3 condenações! Uma no mensalão, pelo próprio Supremo e duas pela Lava Jato! E ainda assim tem que ser presumido inocente? Conta outra, Dias Tóffoli. Isso mostra o quanto a Justiça anda distante do cidadão comum.

O executivo e o legislativo já não tem legitimidade porque não representam mais a nação. Só faltava o judiciário e agora não falta mais. Vergonha nacional! Não há um cidadão lúcido, de bem, que possa concordar com o que foi feito hoje. E nem se trata de ideologia. Trata-se de brio, vergonha, honradez.

Um país sério não pode se dar ao luxo de ter um ladrão contumaz como o Zé, circulando entre a pessoas como se fosse um cidadão de bem. Eu não dividiria a mesma calçada com ele. E não quero dividir com ele o espaço da liberdade.

Gilmar Mendes está fazendo o trabalho sujo para o qual foi designado, sabe-se lá por quem. O fato é que, depois que ficou claro que próceres do PSDB estavam tão implicados na Lava Jato quanto o PT, PMDB e PP, Gilmar Mendes desensarilhou as barbatanas e começou o trabalho de ataque e de solapar a Lava Jato. Essa gente está disposta a tudo para se livrar da cadeia, mesmo que isso signifique acabar com as instituições e jogar o país no caos.

Ao outro lado, o nosso, junto com os juízes íntegros e o Ministério Público, só resta resistir, resistir e resistir.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Homens de saia

A Igreja Católica está pondo as manguinhas de fora de novo! Não bastasse já ter criado o PT e a mística do Lula, a CNBB demonstra que não esqueceu nada e, pior, não aprendeu nada.

Muitos de nós, que fizemos carreatas pelo PT, que votamos e torcemos por essa agremiação no passado, fomos sendo desiludidos e aprendendo com a dura realidade, que tudo não passava de uma fantasia, de um mito. O que os próceres do PT queriam mesmo era se lambuzar na mesma lama que acusavam seus opositores de se lambuzarem. O que o PT tinha era inveja deles.

E a Igreja poderia ter se enganado também. Poderia ter se desiludido também. Poderia ter aprendido, como muitos de nós aprendemos. Essa lista é extensa e estrelada : Fernando Gabeira, Ferreira Gullar, Arnaldo Jabor, Nélson Motta, Lobão, etc.
Mas a Igreja jamais fez o "mea culpa". Ao contrário, agora que o PT caiu em descrédito total, parece que a Igreja quer assumir o seu (dele) lugar. Está apoiando a "greve" contra as reformas, como se fosse um partido político, distribuindo cartilhas, comunicados, padres vociferando nos púlpitos.

Estranho é que, desde o mensalão e nos piores momentos da exposição pública das entranhas podres do seu partido de estimação, não se ouviu um pio da Igreja. Jamais ouvimos algum padre reclamando da roubalheira, do desmonte da economia do país. A Igreja, que diz defender os pobres, não disse nada quando o desemprego provocado pela Anta-presidenta já crescia assustadoramente em 2014. Só agora, quando seu mito maior aproxima-se cada vez mais da prisão, a Igreja ressurge. E ataca. Ataca sem sequer saber o que faz. Ataca provocando, se seus apelos fossem atendidos, mais recessão e mais problemas para uma população, que está pagando caro pela escolha que fizemos no passado.

A questão da Previdência é uma questão matemática, não ideológica. Aliás, só é ideológica quando se tenta preservar da reforma algumas classes privilegiadas, como a do setor público. Para quem prega igualdade, não haverá maior contradição!

Se a Igreja quer ajudar no debate nacional, deveria pelo menos procurar se inteirar do assunto, antes de sair dando pitaco dos púlpitos. Meu pai, anticlerical, é quem tinha razão quando dizia: "não se pode confiar em homem de saia".

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Povo ferido

O povo brasileiro está machucado, ferido em seu brio, em sua auto-estima, em seu amor próprio. O povo brasileiro, um povo que adora ser alegre, otimista, "pra cima", está de cabeça baixa, humilhado perante outros povos, sem perspectiva de um futuro melhor, sem esperança quase.
Os políticos e seus comparsas empresários não roubaram só nosso dinheiro, roubaram os nossos direitos, nossas novas gerações, nosso futuro, nossa saúde, nossa educação, nossa qualidade de vida.

Cometeram crimes de alta traição à pátria. Crimes sem perdão e sem contemporização. Quando vejo ministros da mais alta Corte do país, com peninha de Bumlai porque está doente, com câncer, eu me pergunto: ficaram esse ministros com peninha das crianças que morreram por causa dos crimes que o Sr. Bumlai cometeu?

Quando um juiz manda para casa uma Adriana Ancelmo para cuidar de seus filhinhos adolescentes e riquinhos que estão sem pai e sem mãe, eu me pergunto: e os milhares de adolescentes cujas mães, vítimas do tráfico e da dependência, estão nas celas imundas e fétidas dos presídios, sem a menor perspectiva de sair de lá? E os milhares de adolecentes, capturados pelo tráfico, muitos que nem nunca souberam quem eram seus pais, que vivem como molambos abandonados à própria sorte, exatamente porque o Estado foi assaltado por uma Adriana Ancelmo, que até pouco tempo desfilava com seus sapatos Loboutin de sola vermelha? Esses deserdados do poder público não merecem a preocupação dos senhores juízes? 

Pois eu e muitos brasileiros, queremos é que o Sr. Bumlai , assim como muitos outros, apodreçam. Que vão para o quinto dos infernos, com câncer ou sem ele e preferivelmente de dentro de uma cela tão suja e infecta quanto foram os crimes que cometeram contra o seu país, contra o seu povo.

Eles não merecem nada mais que a Lei. O braço pesado da Lei. Só assim resgataremos o nosso orgulho, a nossa capacidade de acreditar no Brasil.

Trio Ternura do Supremo

As maiores ameaças ao país hoje tem nomes próprios: Ricardo Lewandowski, Dias Tóffoli e Gilmar Mendes. Esse é o trio ternura do Supremo.
Ajuntaram-se para melar tudo o que for de competência da Segunda Turma com relação à Lava Jato.

Lewandowski estava isolado nessa Turma, quando sua composição era: Cármen Lúcia, Teori Zavascki, Gilmar Mendes, Celso de Mello e o próprio. 
Com a saída de Cármen Lúcia para assumir a presidência do Supremo, Dias Tóffoli pediu para migrar para essa Turma, provavelmente para fazer peso junto com os votos de Lewandowski. Foi nesse momento que as delações começaram a implicar também o PSDB. De repente, viu-se um Gilmar Mendes bufando,  tomado de ira santa contra a Lava Jato, contra o que chamou de "prisões alongadas", a favor da lei de abuso de autoridade, etc. Tudo isso para minar o poder do juiz Sérgio Moro, para destruir-lhe a estratégia e manter o "status quo ante" (*)
O PSDB e seus agentes estavam muito felizes com a derrocada do PT, mas quando viram o fogo se aproximar de suas vestes cândidas, perceberam que essa estratégia iria queimá-los também. Melhor nesse caso, não arriscar. Mesmo que o PT se safe, ao PSDB interessa é se salvar também. Por isso a mudança de tom de Gilmar Mendes, que parece ser amiguinho de infância de Tóffoli e Lewandowski. Agora são 3 contra 2, sendo que Celso de Mello não é confiável e o próprio Facchin já fez campanha eleitoral para o PT. 

Até agora, tudo indica que o ministro Facchin está se comportando como um verdadeiro magistrado, mas o grande teste será na hora em que tiver que tomar medidas difíceis; até lá não podemos ter certeza de suas posições. Então, houve uma grande virada nessa turma e, de cara, já melhorou a vida de 3 corrputos: o Bumlai, que já estava em prisão domiciliar e agora estará solto; o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu, reincidente do mensalão, e o lobista Fernando Moura, cuja prisão preventiva foi convertida em domiciliar.

Eles são pacientes. Eles esperam, esperam, até a oportunidade se aprentar, a sociedade cansada diminuir a pressão e aí, num golpe rápido, decidem a questão como nos velhos tempos do compadrio. Pobre Brasil!








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