terça-feira, 1 de julho de 2014

O dragão sorrateiro

O economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e um dos formuladores do Plano Real, deu uma entrevista à Folha, publicada ontem que é um primor de inteligência e bom-senso. 
Políticos sérios e formadores de opinião, professores e acadêmicos deveriam debruçar-se sobre ela sem paixão ideológica ou partidária. Analisem apenas do ponto de vista lógico, racional, o que diz Gustavo Franco.
O primeiro e inafastável ponto é a inflação. Há apenas 20 anos - digo "apenas", porque isso não é nada historicamente falando - estávamos mergulhados numa hiperinflação. Só quem viveu essa experiência sabe avaliar. A inflação estava por volta de 2400% (isso mesmo, jovens! Dois mil e quatrocentos por cento!) ao ano. E houve períodos em que a inflação chegou a inacreditáveis 12 mil por cento ao ano! Sabem o que isso significa? Significa que algo que custasse 1 real em primeiro de janeiro, estaria custando 1,49 no final do mês e 120 reais em 31 de dezembro do mesmo ano. 
Não é preciso ser economista para concluir o estrago que a hiperinflação causava no bolso das famílias, principalmente das mais pobres. O salário recebido no início do mês perdia 50% do seu valor no final desse mesmo mês. Um operário recebia o salário e dali ia correndo para o supermercado para comprar alimentos antes que tudo já tivesse sido remarcado. Havia até uma profissão nova, a do remarcador de preços que ficava percorrendo as gôndolas com a famigerada maquininha, diariamente, remarcando todos os preços. As donas de casa disputavam com o remarcador quem é que chegava primeiro ao produto. Sem brincadeira!... A nossa moeda não valia nada. Era uma ficção. Os preços dos bens de maior valor eram em dólares. Não se compravam imóveis ou carros com preços em reais. Quem não tinha condição de guardar dólares ou ter aplicações financeiras estava lascado.
Uma geração nasceu e cresceu sem esse terror. As outras pouco a pouco foram se esquecendo disso. Mas isso é que não pode acontecer! Não podemos nos esquecer dos dramas familiares, do estresse na administração do orçamento doméstico, das vidas sufocadas, da pobreza sem solução, da indignidade, da falta de perspectiva e de esperança. "Quem se esquece do passado está condenado a repetí-lo" (George Santayana).
E a grande causa da inflação, como demonstra Gustavo Franco, é a má administração pública. É o governo que gasta muito e gasta mal. E ele dá o exemplo da construção dos estádios milionários, superfaturados e, muitas vezes, com um dinheiro que não existe, ou seja, com o governo fazendo dívidas! 
É exatamente o crescimento da dívida pública a maior causa da inflação. O que está acontecendo no Brasil, com o preço dos alimentos aumentando mais de 10% ao ano, é simples e pura consequência da administração desastrosa da dona Dilma Rousseff com a figura caricata do Sr. Guido Mantega. 
Compete a nós dizer que não. Compete a nós, nas urnas, dizer que não vamos aceitar a volta do dragão. Que não vamos ser coniventes com um governo que seja conivente com a inflação. Não se pode dar a mínima trégua, senão ela volta com força total. Quem tem mais de 30 anos sentiu isso na pele. #AcordaBrasil!

sábado, 28 de junho de 2014

E agora, Josés?

José já foi um nome nobre e respeitado nos países lusófonos. Afinal trata-se do nome do pai adotivo, segundo a Igreja, de Jesus. No Brasil acabou por se reduzir ao popular Zé.
Em tempos de petismo e mensalões, tal como acontece com outros valores, o Zé acabou por se descaracterizar, estando menos ligado à santidade e mais conectado às coisas bem terrenas, como propinas, dinheiro em cuecas, tráfico de influência, enfim, corrupção generalizada. 
Os Zés da atualidade são os Zés do PT e aliados: Zé Dirceu, Zé Genoíno, Zé Janene, Zé Sarney, Zé de Abreu, Zé Eduardo Mendonça (Duda Mendonça), Zé Linguiça (assessor do Prof. Luizinho que recebeu 20 mil na "boca do caixa") e até mesmo um tal de Zé Formiga, assessor do líder do governo na Câmara envolvido em possíveis fraudes de 1 bilhão em licitações com a empreiteira "Leão Leão", nome bem sugestivo.
A história, como tudo que envolve o PT, pode ser escabrosa, mas os nomes... os nomes são reveladores: Guaranhuns, aquela "empresa" que repassava grana para o Valdemar Costa Neto; a indefectível Leão Leão, empresa de coleta de lixo já envolvida em escândalo anterior em Ribeirão Preto; Banco Espírito Santo, ligado à Portugal Telecom; Vil Impress, gráfica de Ribeirão Preto que emitia notas para a Leão Leão; DNA de Marcos Valério, que deixou pistas para todo lado; Delúbio, Rose Nóvoa, o irmãos João e Antônio Lamas, sem contar os Josés.

Claro que todos os demais Josés desse país afora, não tem nada a ver com isso, pois - coitados desses outros Zés - ainda conservam aqueles valores antigos de honra, honestidade e respeito, coisas tão fora de moda. Mas, sinal dos tempos, somos surpreendidos com a notícia que o grande Zé, o maioral da política oligárquica no Brasil, o José de Ribamar, mais conhecido como José Sarney vai desistir de se candidatar. Vai deixar a política. Até que enfim! 
Depois de se locupletar por sessenta anos, constituindo um feudo hereditário no Maranhão, finalmente chegou o seu dia. A família não vai abdicar do feudo, claro, mas o fato de já não disputarem eleições é um ótimo sinal. Perdem a força dos cargos e, pouco a pouco vão acabar tendo que largar as tetas, nas quais mamaram por tanto tempo.
Dois Sarneys, o pai e a filha, desistindo de disputar eleição é sinal de que o povo já não é tão bobo e ignorante como no passado. Só podemos comemorar!

sábado, 21 de junho de 2014

País dos 30 Berlusconi

O site Repórteres sem Fronteiras traz a classificação da World Press Freedom  dos países em relação à liberdade de imprensa. Os dados estão atualizados para 2014. São 180 países avaliados. Advinhem a posição do Brasil! Centésimo décimo primeiro! Isso mesmo 111. Estão à nossa frente: Uganda, Paraguai, Peru, Costa do Marfim, Bolívia, Gabão, Zâmbia, Kuwait, Quênia, Libéria, Guiné-Bissau, Albânia, República do Congo, África do Sul, Togo, Kosovo, Serra Leoa, Senegal, Namíbia, Tanzânia, Tonga, Mauritânia, Argentina, Níger e - pasmem- até o Haiti e o Suriname!
Obviamente ocupam as primeiras posições os países que tradicionalmente respeitam a liberdade de imprensa, estando a Finlândia em primeiro lugar, seguida pela Holanda e Noruega. Os Estados Unidos perderam 14 posições desde o 11 de setembro e se situam agora em 46º lugar, uma posição nada lisonjeira para quem se julga o paladino das liberdades.
Mas a posição do Brasil é vergonhosa. Acreditamos viver em um estado de direito, em uma democracia, mas essa crença não se concilia com a situação da imprensa no país. No relatório consideram que o Brasil, "o país dos trinta Berlusconi",  "é um dos países mais mortíferos do continente para a imprensa; a insegurança se mantém por causa das máfias e do crime organizado". 
Isso tudo ainda sem que o PT tenha conseguido implantar o seu sonho do "Controle Social da Mídia". O decreto 8.243 (ver aqui) já está em vigor e aparentemente muito pouca gente se deu conta do que ele significa: uma simples e pura "bolivarização" do país. Quando nos dermos conta já estará tudo dominado!
E o pior é que, durante a ditadura militar tínhamos a Associação Brasileira de Imprensa e a OAB ao lado da sociedade civil, lutando pela liberdade contra a ditadura. Agora não! Estão mudas essas duas entidades e, quando se manifestam, é para de forma direta ou velada apoiar um governo que não esconde seus pendores autoritários e antidemocráticos.



sexta-feira, 20 de junho de 2014

Democracias exemplares

Lembram-se daquele prefeito do Rio, César Maia, que gostava de lançar factóides na praça para testar a receptividade ou a rejeição a eles, antes de decidir qualquer coisa?
Pois, acredito, foi isso que o Lula fez. Não podendo disputar o terceiro mandato consecutivo, escolheu um simulacro de presidente, um factóide, para ver como se saía. Se desse certo, parabéns para ele, o criador de postes sem luz própria. Se desse errado, a culpa ia ser do próprio poste que não deu a luz pretendida. 

Lula é um cara esperto! Não sabe nada, mas se apropria de todas as (boas ou más) idéias dos outros e consegue reciclá-las como se tivessem brotado de sua própria cachola. 
Traduz tudo numa linguagem "popular" e, apesar dos erros conceituais e mesmo que sua conclusão seja um absurdo lógico, não se importa com isso, desde que "convença" momentaneamente a platéia amestrada e receba os aplausos que lhe afagam o ego.
Agora resolveu reeditar a sua reencarnação anterior, a do sindicalista feroz. Acabou o Lulinha paz e amor. Volta a se fazer de vítima e a fazer o PT de vítima de uma suposta permanente conspiração das elites. Ou melhor, da elite branca, que, segundo ele, lotava o estádio do "Curíntia" quando Dilma recebeu os apupos que já entraram para os anais das Copas (sem trocadilho!).

Penso que nesse caso, porém, apesar de toda esperteza, Lula calculou mal. É óbvio que desejava entregar a presidência para alguém que jamais pudesse lhe fazer sombra, por isso peitou o partido e impôs o nome da Dilma. 
É óbvio que não queria que sua substituta tivesse luz própria e pudesse se desvencilhar dele em algum momento futuro. Mas não acredito que imaginava ou supunha que sua escolhida iria se sair tão mal assim. Passou da conta e acabou prejudicando seu projeto de poder. E agora está difícil pro Molusco reverter a situação. Então não lhe resta outra opção, senão apelar para a velha e conhecida vitimização e a invenção de um inimigo imaginário. Assim espera aglutinar as forças políticas ainda mais ou menos leais e, principalmente, injetar gás na militância que andava esmorecida. É a sua derradeira cartada antes de enfrentar a derrocada das urnas em outubro.

Portanto esperemos um recrudescimento das manifestações de ódio partidário. O sinal já foi dado pela cúpula do PT que resolveu fazer a sua "lista de Schindler" ao contrário, ao relacionar nove jornalistas (Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Arnaldo Jabor, Lobão, Demétrio Magnoli, Diogo Mainardi, Guilherme Fiúza, Danilo Gentili e Maurício Madureira) como instigadores do ódio de classe e que são considerados "personae non gratae" para o partido. Não há meio termo, ou você adere ao PT ou é um inimigo que deve ser destruido. É esse o conceiro de "democracia" deles. Vindo de quem considera Cuba e Venezuela como democracias exemplares, não é mesmo de se espantar.





segunda-feira, 16 de junho de 2014

Falta de educação

Tem gente indignada com o xingamento da presidenta na abertura da Copa. Na ESPN estão uma fera com o público brasileiro! Qual será o interesse da ESPN? Não sei, mas sei que eu achei foi muito bom o xingamento da "presidenta". Ninguém estava xingando a Dilma, como pessoa, até porque se ela não fosse a "presidenta" talvez 90% das pessoas que estavam no Itaquerão sequer saberiam quem ela é.
Nas redes sociais apareceu um monte de petistas disfarçados, dizendo fazer oposição à Dilma e se indignando com a falta de educação do brasileiro. Será que não sabiam que o povo brasileiro é sem educação? Somos um povo sem educação, sem segurança, sem saúde, sem transporte, sem governo, sem direitos e, quase, sem esperança!
Outros se disseram envergonhados perante os estrangeiros com o xingamento, apesar de não gostarem da Dilma. Mas deviam se envergonhar, perante os estrangeiros, é da sujeira das ruas, do lixo  jogado no chão e dos buracos, postes e calombos nas calçadas impedindo a mobilidade de idosos e cadeirantes! Deviam se envergonhar dos flanelinhas que "privatizam" o espaço público, dos trombadinhas, dos menores-assaltantes e estupradores que são presos e soltos em seguida a mando da "justiça". Deviam se envergonhar das cracolândias instaladas nos centros urbanos e tornadas intocáveis por um poder público que está destruindo esse país.
Vergonhoso mesmo é o estado em que o PT está deixando a nação depois de 12 anos de desgoverno e de um deliberado plano de desmonte das instituições.

Estádio de futebol não é lugar de rapapés e de linguagem "civilizada". Além do mais, o povo tem muito poucas oportunidades de demonstrar sua insatisfação com esse governo de enganação e mentiras. É preciso mostrar a eles, à elite governante, que já ultrapassaram todos os limites e que a nossa paciência, apesar de enorme, está acabando... 

E, já que ia entrar muda e sair calada, a "presidenta" não devia nem ter ido ao jogo. Pois foi, então que aguente!
A "verdade verdadeira" é que os petralhas estão indignados é porque não vão poder usar as imagens da Copa na sua campanha política, como era o plano inicial do Molusco e asseclas. Como usar, depois que aquele refrão em belo e castiço português, que rima com urubu, ficou indelevelmente associado aos jogos da seleção?

Como disse, não entendo o motivo da vergonha. Afinal, vergonhoso mesmo é ver a situação dos doentes nos hospitais do SUS. Aí não dá para não gritar: Ei, Dilma! Vá tomar no SUS!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Credibilidade

Onde é que os institutos de pesquisa fazem pesquisa? Não conheço ninguém que já tenha sido entrevistado em uma pesquisa de intenção de voto. Eu sei que que os dados são colhidos por amostragem, mesmo assim é estranho porque, em outras pesquisas até menos abrangentes, eu já fui "consultado" ou conheço alguém que já foi.
Mas não se trata disso. O que me soa estranho é que por todo lado que se vá, encontram-se majoritariamente pessoas que nem suportam ouvir o nome ou ver a cara dessa senhora que está presidente do Brasil. A amostragem dos estádios nos comprova que há uma grande parcela da população que quer ver Dilma longe do planalto. 
Então a pergunta que não quer calar é: onde as pesquisas ainda encontram (na média!) mais de 30% de eleitores que dizem que vão votar na matrona? Do jeito que as manifestações se espalham de norte a sul do país, a impressão que se tem é que as intenções de voto na Dilma, não passam de 10%.
Esse governicho dela é ruim demais. É ruim com força! Não há uma promessa mirabolante ou não que esteja cumprida. E até onde estava tudo indo relativamente bem, começaram a aparecer problemas graves: a inflação é um exemplo. 
Tudo isso sem falar nas revelações de indícios de grossa roubalheira como o caso da compra da refinaria de Pasadena; ou o custo da "construção" da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; ou a promessa que o trem-bala estaria pronto em 2014; a derrama de dinheiro para construção do porto em Cuba, enquanto aqui a infraestrutura e a rede hospitalar pública está sucateada; os 800 aeroportos, as 3000 creches, etc., etc. A lista vai longe.
Razões existem de sobra para estarmos todos de péssimo humor. Nem uma vitória na Copa muda isso, porque depois de 2 ou 3 dias de comemoração, teremos que voltar à realidade.
Então, pergunto de novo, onde é que os institutos de pesquisa conseguem encontrar tantos eleitores da Dilma? Se eu fosse um diretor dessas agências ficaria muito preocupado com a minha credibilidade, afinal, essa é a mercadoria que vendem.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A hora de pegar o boné

E Dilma, justo na festa do esporte mais popular de seu país, se escondeu de seu próprio povo. Foi blindada pelos assessores. Nem mesmo sua chegada ao estádio foi noticiada. Quis passar desapercebida. No entanto, se o Brasil ganhar, vai tentar se grudar nessa vitória para ver se arranca mais um pouco de popularidade. Traduzindo: votos!
Mas não deixa de ser um vexame ter de se esconder dessa maneira, para daqui a poucas semanas sair pelas ruas abraçando desconhecidos à cata de votos. Sair pelas ruas é força de expressão. Os locais que visitará serão escolhidos a dedo para que não haja surpresas. Já pensou Dilma visitar uma favela e de reprente começar a ouvir aquele coro que já está se tornando o hino da Copa: Ei, Dilma, Dilma, vai tomar no SUS?
É preciso ter muita cara-de-pau para, depois de correr do povo, correr para o povo.
Aí vem uma simples questão: uma figura pública que não pode sair à rua, nem comparecer a eventos públicos sem ser vaiada ou constrangida de alguma maneira, ainda pretende se eleger? Ainda pretende receber o voto de seus concidadãos? Não seria melhor abdicar logo dessa pretensão e, diante da insatisfação popular sobejamente demonstrada, preservar pelo menos alguma dignidade pessoal? 
Seria, se realmente se valorizasse a dignidade. Seria, se os políticos desse país, tivessem algum apreço pela honra. Mas essas são palavras de há muito esquecidas, cairam no desuso, tornaram-se arcaicas e sem significado. O que importa é manter-se no "pudê" e usufruir as benesses que vem junto com ele, principalmente, as benesses financeiras. É por isso que não se envergonham, e nós nem nos espantamos, quando ficamos sabendo que a presidente do Chile, Michelle Bachelet, teve de mudar sua hospedagem porque seu anfitrião, um governador de Estado, estava sendo preso. 
Normal! O governador foi preso? Normal! Foi solto com liminar? Normal! Vai ser preso de novo porque a Polícia Federal descobriu mais uma maracutaia sua? Normal!
Em que ponto chegamos! Mas ainda pode piorar. Sempre pode piorar. Basta que por artes do destino e da burrice do nosso povo, essa megera seja reeleita. Sentiremos saudade daquele último militar-presidente broncão que um dia disse não gostar do cheiro do povo. E teve que sair do Planalto pela porta dos fundos... 
Quando o relacionamento do chefe da nação com o seu povo chega a esse ponto é porque já passou da hora de o primeiro pegar o boné e dar o fora.


sábado, 7 de junho de 2014

Com esperança

Que novidade! A última pesquisa Datafolha nos informa que a Dilma caiu mais um pouco. Agora estaria com 34% das intenções de voto. É muito! Penso que as intenções de voto fora das amostragens são ainda piores, ou melhores, depende do ponto de vista. Nem mesmo os petistas mais empedernidos que conheço votam na Dilma com gosto! Esses, de carteirinha, votam obrigados, mas prefeririam uma outra pessoa, além do "hors concours", claro! Como não é o Lula, nem algum outro mais ou menos palatável, vão votar na Dilma mesmo, mas será um voto cabisbaixo, sem alegria e sem esperança. Enfim, um voto sem militância.
Portanto arrisco um palpite: a Dilma vai perder no primeiro turno! Não adianta espernear, nem contratar marqueteiros a peso de ouro, porque quando o barco começa a virar não tem volta. Estamos na ante-sala das eleições, já não há mais tempo para recuperar a popularidade perdida. O horário eleitoral, que dará exposição aos candidatos da oposição, ainda nem começou e portanto eles ainda são ilustres desconhecidos da maioria do povão.
Isso tudo, somado e dividido, me leva a crer que daqui pra frente será só ladeira abaixo para a dona Dilma. O Moluco saiu da toca, fez umas aparições pirotécnicas ao seu estilo, para marcar presença, falou besteira e desapareceu dentro da toca de novo. Esse pode ser tudo, mas não é bobo. Na hora em que a Dilma menos esperar passa-lhe a perna sem dó nem piedade.
Com o barco afundando, as demais ratazanas se preparam para saltar fora logo. Michel Temer, por exemplo, não pode explicitamente pular fora do barco, mas através de seus comandados, subitamente transformados em rebeldes, já põe os dois pezinhos no convés alheio. Jangadas salvadoras não faltam por aí.
Resta saber como vai se comportar a oposição. Apesar de todo o pragmatismo que norteia as decisões políticas, é preciso que a oposição se dê conta de que estamos em um momento de definição. O povo brasileiro quer algo novo, o povo quer romper com a velha política de compadrio. Pragmatismo nenhum justificaria, por exemplo, aceitar-se o apoio do PP do Maluf. Que a oposição entenda isso, para que possamos ainda ter alguma esperança na política. Do contrário será a barbárie.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Copa é nossa!

Copa do Mundo, estamos aí! Uma euforia quase obrigatória vai tomar conta das pessoas nas ruas. Carros embandeirados, gente com camisa da seleção, perucas verdes e amarelas. Cornetas, trombones, vários instrumentos de sopro e percussão soam perfurando os tímpanos de quem está por perto. Até caxirolas, apesar de banidas dos estádios, aparecem sendo vendidas pelos camelôs nas esquinas. Tudo é festa! 
Mas apesar das aparências, não se pode esconder que ressurge também aquele velho conhecido, o complexo de vira-latas, tão bem diagnosticado por Nélson Rodrigues. 
Sendo a Copa aqui, esse complexo fica ainda mais pungente. Queremos mostrar aos gringos que somos os mais espontâneos, os mais alegres, os mais descontraídos, os mais simpáticos, os mais isso e mais aquilo. Essa ânsia de "provar" o valor de ser brasileiro nada mais é que o velho complexo de vira-latas renascido com outra roupagem.
É que no fundo sabemos que essa fachada que queremos fazer passar por verdadeira é uma grande balela! Não somos nada disso. Somos um povo violento. Isso, sim. Estão aí as estatísticas a nos esfregar na cara essa realidade. Somos um povo mal-educado. As latinhas de cerveja atiradas pelas janelas dos carros o comprova. Somos desorganizados, não sabemos planejar, levamos tudo na brincadeira ou na base do famigerado "jeitinho". Aceitamos a corrupção endêmica e institucionalizada como se fosse um fato da natureza. A lei de Gérson nunca foi revogada e vigora em todo seu esplendor. É cada um para si e Deus contra! Esse deveria ser o lema nacional, ao invés da Ordem e Progresso da nossa bandeira.
Como não podemos esconder a triste realidade das crianças e adolescentes de rua, dos mendigos dormindo ao relento, das cracolândias, dos assaltos, do lixo e sujeira das ruas e calçadas, da prostituição de menores  e também dos pequenos golpes como o do taxista que encomprida o caminho, dos flanelinhas que "vendem" vagas de estacionamento na rua, dos bares e restaurantes que aumentam a conta,  e assim por diante, temos que inventar uma superioridade em alguma coisa, como compensação.
Senão, como olhar para um alemão, um inglês, um francês, sem baixar os olhos com vergonha? Se até mesmo uma Argentina, coitada, chega a nos provocar uma certa inveja...
Nosso complexo de vira-latas exige essa compensação. Então, tome espontaneidade, tome simpatia, tome descontração, mesmo que falsos. E tudo continua como antes no quartel de Abrantes.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Sem futuro

Não sei se é verdade. Circula na internet, nas redes sociais, um texto atribuído ao desembargador Rogério Medeiros. Nele, o desembargador contaria que como juiz da infância e da juventude em Montes Claros, ao prender pela enésima vez três jovens menores delinquentes reincidentes, foi procurado por "defensores" dos direitos humanos que ameaçaram denunciar o juiz à Corregedoria se não mandasse soltar os jovens. O juiz então lhes teria proposto uma solução: mandaria soltar os jovens com a condição que eles, os defensores dos direitos humanos, os levassem para casa e se responsabilizassem pelos menores judicialmente. Advinhem o que aconteceu?...
Essa é a grande questão. Seja verdadeiro ou apócrifo, o texto citado nos leva a refletir: essas ONG's e esses auto-intitulados defensores dos direitos humanos estão realmente interessados na defesa desses direitos e em melhorar as condições de vida sub-humanas em que padecem milhares de jovens pelas ruas das nossas cidades, ou seu interesse é apenas fazer politicagem? 
Esses "defensores" dos direitos humanos chegam a propor alguma coisa de concreto que possa ajudar a solucionar o problema? Será que os direitos humanos desses menores infratores terminam quando eles deixam a porta da cadeia? São muitas as perguntas sem resposta.
A solução, evidentemente, não é simplesmente pô-los na cadeia. Será que é tão difícil para as instituições do Estado, recolher esses jovens, assumir o pátrio-poder, dar-lhes um mínimo de dignidade, escola, higiene, socialização, profissionalização, enfim, dar-lhes um futuro?
Omitindo-se o Estado em cumprir suas obrigações, não é também simplesmente ficando "livres" desses menores que a solução será encontrada, porque, depois de soltos, daí em diante quem "cuida" deles é o traficante, o crime organizado, a quem eles são obrigados a servir. 
Portanto ao lutarem para que o Estado "liberte" esses jovens, o que esses "defensores" dos direitos humanos estão fazendo, conscientemente ou não, é aumentar a oferta de mão de obra escrava ao crime organizado. Ao deixá-los à solta e sob o domínio do crime organizado o Estado também comete por sua vez outro crime, o da negligência.
No texto em questão, o desembargador estaria fazendo uma sugestão. A de se criar o programa "Adote um preso". Assim os defensores dos direitos humanos, poderiam por em prática aquilo que defendem e ajudariam a solucionar dois problemas de uma só vez: o da superlotação carcerária e o do amparo a esses cidadãos carentes.
Não chego a esse ponto, mas eu gostaria realmente que tivéssemos gente que diz defender os direitos humanos, menos interessada na propaganda política e ideológica e mais interessada em promover e transformar essas crianças e adolescentes carentes em cidadãos plenos e com um futuro possível pela frente.

domingo, 1 de junho de 2014

República Popular do Brasil

Pouca gente prestou atenção. A imprensa quase nada comentou. As redes sociais não detectaram, mas, na calada, sem fazer alarde, sorrateiramente, a dona Dilma assinou um Decreto que, na prática, pode acabar com a democracia representativa no Brasil, instituindo a chamada "democracia direta", ou "democracia popular", que de democracia não tem nada, só o nome. Estamos caminhando rapidamente para nos tornarmos uma nova Venezuela.
Trata-se do Decreto 8.243 de 23 de maio passado. Esse decreto institui mais um poder na República, que denominam Sistema Nacional de Participação Social (SNPS). Esse sistema obedecerá às regras de uma tal Política Nacional de Participação Social, instituída pelo citado decreto. A secretaria da Presidência é quem vai "II - orientar a implementação da PNPS e do SNPS nos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta;"(Artigo 7º, inciso II).
O decreto cria também um Comitê Governamental da Participação Social que irá atuar "para assessorar a Secretaria-Geral da Presidência da República no monitoramento e na implementação da PNPS e na coordenação do SNPS.". E será o Sr. Gilberto Carvalho, o agitador, quem vai dispor sobre o seu funcionamento. Simples. O governo escolherá quem fará parte do tal Comitê, que regulará o tal Sistema. Tudo dominado!

Serão criadas: Conferência Nacional, Mesa de diálogo e Consultas Públicas. Qualquer semelhança com os comitês de fábrica soviéticos será mera coincidência.
Ao que tudo indica, essa Conferência Nacional vai se sobrepor ao Congresso e mesmo ao poder Judiciário, para, na prática, legislar, mudar a Constituição e fazer o diabo (não é assim que eles fazem em épocas de eleições?). 
A poderosa decreta, Art. 12º Parágrafo único:"As conferências nacionais serão convocadas por ato normativo específico"... Então, estamos combinados! Apesar do nome, "popular", nada de povo. Ninguém será eleito, os membros serão convocados.
Aliás já existe uma instância popular máxima que é o Congresso Nacional. Ruim ou não, pelo menos seus componentes foram escolhidos por voto popular e tem mandato fixo. Para quê haveria a necessidade de se criar mais uma "representação popular"? E ainda por cima, sem voto!
As tais Mesas de Diálogo, "criadas para o aperfeiçoamento das condições e relações de trabalho " se constituirão nos próprios "sovietes". 
Mas a cereja do bolo deles é o sistema de "consultas públicas", que podem versar sobre qualquer assunto e serem convocadas quando o governo quiser. Ou seja, quando dona Dilma e o PT decidirem que é hora de mudar a Constituição, farão uma "consulta pública" ao invés de um plebiscito. E vapt, vupt. Estará implantada a República Popular do Brasil.



quinta-feira, 29 de maio de 2014

Índio quer mais do que apito!

Nunca vi tanto índio no asfalto. Tem mais índio agora que no carnaval! Doravante quero ver como vamos convencer os estrangeiros que não há índios atirando flechas nas ruas das cidades brasileiras. 
Depois de verem estampadas dezenas de fotos de índios enfrentando policiais a cavalo na capital da República vai ser difícil que eles acreditem.
E alguém pode me explicar por que razão a polícia não quis deixar a manifestação dos indígenas se aproximar do estádio Mané Garrincha? Se é para transformar o estádio no alvo principal das manifestações contra-tudo, que vão explodir no mês de junho, não precisava fazer melhor.
Índios de cocar, arco e flecha são emblemáticos. Melhor símbolo da nação tupiniquim explorada e vilipendiada durante 500 anos não há. Depois de cinco séculos, um brasileiro de tanga, de cocar de penas e arco na mão, responde: Essa terra tem dono
Sim, dona Fifa, essa terra tem dono e parece que ele está acordando agora. E os índios locais não vão se contentar com apitos, espelhinhos e outras bugigangas não. Os índios locais querem escolas, hospitais, assistência médica, aposentadoria, transporte urbano que preste, garantia de poder viver em paz e sem violência. Os índios, enfim, querem civilização! Sim, queremos participar do banquete. Não desse simulacro que aqui foi implantado. Não essa transposição, para os trópicos, de maneirismos europeus, cheios de rapapés nos salões, cheios da polidez formal e falsa dos bacharéis cuja função é fazer valer a lei só para os desvalidos, enquanto quem se locupleta com a festa continua limpando as beiçolas engorduradas com guardanapos de linho e a patuléia olha de fora da janela, com fome, doente e maltrapilha.
Os índios locais se cansaram da enganação. Os índios locais não querem mais os antigos senhores, nem os seus feitores que recentemente chegaram ao poder e são ainda piores que os velhos patrões. Não adianta vir com cavalos. Os índios locais vão tomar as rédeas na mão.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

#NãoVaiTerCopa

O roubo, o desvio de dinheiro público praticado por quem devia defendê-lo por obrigação constitucional, não causa mais nenhum espanto. São tantas as notícias, tantas as investigações, tantos os inquéritos e processos e tão poucas as condenações e menos ainda os ressarcimentos aos cofres públicos, que agora o que espanta é um cidadão, investido em qualquer cargo, ser honesto. O roubo é natural. Faz parte!

Por isso a filha do Ricardo Teixeira e neta de João Havelange postou em sua página, sem o menor problema, o texto que diz: "Não vou torcer contra, até porque o tinha que ser gasto, roubado, já foi."  Ela deve saber o que fala, considerando a família de onde provém e considerando que conhece os meandros do futebol de perto, pois faz parte do comitê executivo organizador local (COL) e recebe uma remuneração nada desprezível de 80 mil reais por mês.
Pois bem, dona Joana Havelange, já que o que tinha de ser roubado já foi, que tal ser devolvido aos cofres da nação com multas e correção e os larápios trancafiados exemplarmente nas diversas Papudas que temos por aí. Na falta de Papudas, temos Pedrinhas também.
O roubo de dinheiro público é um crime de lesa-pátria, de alta traição. Para mim deveria ser julgado por um tribunal marcial. Nada menos que isso merece um traidor de seu país e de seu povo. Foro privilegiado deveria ser a Corte Marcial. Afinal quem deve ser privilegiado quando se cometem crimes contra o país, são as instituições e o Erário, não os ladrões. 




Em consequência desses roubos, milhares de crianças brasileiras morrem todos os anos, não recebem uma educação que os insira no século XXi e estão condenadas à eterna pobreza e indigência. Em consequência desses roubos, somos obrigados a suportar uma violência cada vez maior, por falta de uma política séria de segurança. Por causa desses roubos somos obrigados a conviver com esse caos urbano por falta de transporte público, hospitais aos pandarecos, estradas sucateadas, portos, aeroportos e ferrovias idem. Em consequência desses roubos tudo aqui fica muito mais caro e a economia não deslancha, uma vez que o sistema é construído para satisfazer a outros interesses que não os da população. A essa bastam as esmolas das bolsas-isso, bolsas-aquilo.
A Joana Havelange eu respondo: Exatamente por que o que tinha que ser roubado, já foi, é que eu que vou torcer contra. Eu quero que devolvam. Eu quero que sejam punidos. Estou pouco me lixando para quem chegar de fora e não encontrar um "Brasil lindo", porque eu não quero um "Brasil lindo" só para turista ver, dona Joana. 
Eu quero um Brasil lindo para nós, brasileiros, que moramos aqui, que não temos mansões de luxo em Miami como o seu pai. Eu quero um Brasil lindo para que os meus netos tenham orgulho dele, já que não pude dar aos meus filhos essa possibilidade. É por isso que vou torcer contra. 

É por isso, que eu que nasci no ano em o Brasil perdeu a Copa em casa, e esperei tanto tempo para ver o Brasil ganhar em casa, já não quero mais. Quero que a seleção brasileira perca em casa mais uma vez. Dessa vez, a seleção perdendo é o que vai fazer o Brasil ganhar. É por isso, dona Joana Havelange, que para mim #não vai ter copa. Entendeu? Ou preciso desenhar?



terça-feira, 27 de maio de 2014

Mordechai x Frankenberger

Uma família rica de judeus austríacos de nome Frankenberger teve uma empregada de origem alemã, chamada Maria Schiklgruber que engravidou, solteira, aos 42 anos, supostamente do filho de seu patrão. Esse filho, registrado como Alois Schiklgruber (o sobrenome da mãe) mais tarde mudou o nome para o do padastro, Hiedler, e registrou seus filhos com o sobrenome Hitler. Um de seus filhos foi o famigerado Adolf Hitler.
Uma outra família rica de judeus da Prússia de nome Mordechai abandonou o judaísmo e converteu-se ao luteranismo por questões de aceitação social. Herschel Mordechai era filho do rabino de Triers, mas, depois da conversão mudou seu sobrenome para Heinrich Marx. Um de seus filhos foi o famigerado Karl Marx.
É interessante ver que ambos passaram a vida toda cultivando o ressentimento como a fonte da energia e determinação que os movia e, nas ideologias que promoveram ou defenderam, deram a máxima expressão a esse ressentimento. Hitler mandou destruir todos os documentos relacionados com sua família; e o ódio visceral ao judeus, além de incorporar o antissemitismo disseminado na sociedade austríaca e alemã,  tinha muito de ressentimento pessoal, muito provavelmente contra a família Frankenberger.
Marx rompeu com o pai e depois com o sogro, o barão von Westphalen, dilapidou a herança paterna, assim como a herança de sua mulher. Viveu e submeteu a família a toda uma vida de penúria e carência, sobrevivendo precariamente às custas do dinheiro dos amigos, principalmente de um burguês rico, Friedrich Engels, filho de um industrial alemão. 
Apesar de propugnar por uma luta mundial a favor da "libertação das classes oprimidas", submeteu uma empregada de sua família à mais abjeta forma de opressão, a qual engravidou e cujo filho jamais reconheceu ou sustentou. Essa operária, Helen Demuth, era uma criada do seu sogro e quando Marx se casou a pobre camponesa veio como dote de Jenny, sua esposa. Não recebia remuneração, nem nunca foi oficialmente contratada. Dependia da família Marx para se alimentar e dormir. Quem assumiu a paternidade, a pedido de Marx, foi o seu amigo Engels, que também conseguiu que a criança, Henry Friedrich Demuth, fosse adotada por uma família proletária de Londres. Três de seus filhos morreram na infância, devido às péssimas condições de vida e duas de suas filhas cometeram suicídio. 
Não é de se estranhar, que o ressentimento pessoal de Marx contra a riqueza, acabe por impregnar toda a sua teoria.
Esses dois grandes ressentidos foram direta ou indiretamente os promotores ou a fonte de inspiração dos maiores genocídios da história humana.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

É a mãe!

Ninguém fala mais que  a Dilma é a mãe do PAC. Quando esse tal Plano de Aceleração do Crescimento era ainda uma invenção de propaganda demagógica na boca do Lula e apenas uma miragem na cabeça dos bobos que acreditavam nele, a toda hora a gerentona eficiente dona Dilma era associada à sigla.
Agora é silêncio total. Não se fala mais em PAC. Nem podem falar mesmo. Que aceleração? Que crescimento? Dona Dilma conseguiu a façanha de produzir um crescimento à la Sarney, ou seja, uma estagflação, que é o pior dos mundos: uma estagnação com inflação.
E olhando para as obras do PAC, o que vemos? A transposição do rio S. Francisco, que já custou o dobro do valor orçado e nem sinal de ficar pronta; a refinaria de Abreu e Lima em Pernambuco, mais uma fonte de escândalos que já está custando dez vezes mais que o valor estimado. Vou repetir: DEZ VEZES!!!
Aeroportos novos seriam cerca de 800, depois esse número mirabolante foi reduzido para 270, mas apenas 16 estão em obras (de reforma).
Da ferrovia Norte-Sul, que supostamente ligaria o Pará ao Rio Grande do Sul, só o trecho entre Aguiarnópolis no Maranhão e Palmas, no Tocantins, está concluído. São 400 quilômetros que consumiram mais de 1 bilhão de reais. Deve ser o trecho ferroviário mais caro do planeta! Não vale nem a pena calcular o custo per capita, considerando a exígua população a quem esse trecho serve, para não se ficar roxo de raiva.
O próprio site do governo (http://www.dados.gov.br/dataset/obras-do-pac-programa-de-aceleracao-do-crescimentodisponibiliza dados de dezembro de 2013 (ver abaixo)
que nos permitem calcular que o percentual do PAC já concluido até então era de pífios 5,4%. Mais da metade (56,1%) ainda estavam em fase preparatória; em contratação, 8,3% e em obras, 21,1%. Isso acontecendo no alvorecer do último ano do governo da gerenta.

Diante de tudo isso, é compreensível que a figura da mãe do PAC desapareça para dar lugar a uma outra ficção. Resta saber se o povo vai se deixar enganar mais uma vez.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Cartas marcadas

Teori Zavaski. Esse é o nome do mais recente ministro do Supremo nomeado pela Dilma. Votou a favor dos embargos infringentes e agora manda soltar o doleiro, o ex-diretor da Petrobras e os demais envolvidos que tinham sido presos no decurso da operação Lava-Jato da Polícia Federal. Tudo deverá estar perfeitamente justificado em jurisprudências e argumentações jurídicas tecidas por gente de notório saber.
A realidade porém - aquilo que realmente importa - é que, mais uma vez, o nosso egrégio Supremo Tribunal passa a mensagem para a nação de que o crime compensa, sim, e muito. Essas pessoas tem contatos e muito dinheiro e vão procurar escapar de qualquer consequência. Fugirão, como fugiram o Henrique Pizzolato, o Abdelmassih, o Cacciola e outros. 
Então fica para a nação a sensação de que existem duas classes de cidadãos: os que pagam impostos escorchantes e só tem deveres e os que se beneficiam desses impostos e só tem privilégios.
O mais estranho nesse caso é que o ministro voltou atrás e manteve a prisão de 11 dos investigados, mas deixou o ex-diretor da Petrobras em liberdade. Qual seria a razão da discriminação? Se as prisões são ilegais, devem ser todas relaxadas, mas se são legais devem ser todas mantidas. Simples!
O fato de soltar apenas o ex-diretor da Petrobras não ajuda na credibilidade da justiça. Esse senhor, detentor de muitas e importantes informações de esquemas milionários de desvio de dinheiro público, é um homem-bomba. Um eventual acordo de delação premiada com ele poderia destroçar de vez com grande parte do crime organizado que se encastelou nas entranhas do poder.
Pois foi somente ele o que ficou solto nessa história.
O ministro, com certeza, estará absolutamente bem fundamentado em sua decisão, repito, mas para as pessoas comuns reforça-se a impressão de que tudo isso não passa de um jogo de cartas marcadas.
  

segunda-feira, 19 de maio de 2014

E a polícia, como é que fica?

Falar mal de policiais é um esporte cultivado com carinho pelos esquerdopatas. Associam a atividade policial à repressão dos anos de ditadura e se esquecem que sem polícia fica impossível viver em sociedade. As recentes greves da PM na Bahia e em Pernambuco demonstramn claramente a instalação do caos social na ausência do policiamento urbano.
Se mesmo com a polícia atuando, a violência tem atingido a escala de guerra civil, imagine-se sem ela.
No entanto, nossa sociedade, quando está tudo aparentemente normal, presta pouca atenção a essa classe de servidores públicos. As polícias são usualmente mal remuneradas, mal equipadas, mal treinadas e ainda são o alvo preferencial das reclamações das ONG's de "direitos humanos".
Ninguém se dá conta que um policial é um ser humano e um cidadão como qualquer outro de nós e que se submete à pesada exigência profissional de arriscar a vida para defender a de outros cidadãos.
Enquanto isso, o "sistema" está cheio de salvaguardas e proteções aos bandidos. Não admira que o crime prospere nessas circunstâncias. A começar dos menores infratores que praticamente tem imunidade para assaltar e matar, a ausência de punição e de defesa da sociedade continua também depois da maioridade.

Na noite de sexta-feira, dia16/05,  em Belo Horizonte, mais uma vez um policial for assassinado por um bandido que já tinha sido preso por quatro vezes e era portador de ficha criminal onde constavam roubos, furtos, tráfico de drogas. Essa pessoa, com essa história, representando um risco permanente à sociedade, estava solta, armada e pode tirar a vida do PM André Luiz Lucas Neves, de apenas 27 anos, quando esse policial à paisana e fora de serviço, tentou cumprir seu dever e evitar um assalto.
A Polícia Militar está revoltada, com razão,  e assim também está grande parte da população. Até quando vamos permitir que bandidos sejam soltos e possam tranquilamente continuar sua trajetória criminosa, eliminando, em seu caminho, vidas inocentes e preciosas?
É preciso rever o Código Penal e eliminar as barreiras à punição de criminosos contumazes. É preciso que a lei puna ainda com mais rigor aquele que tira a vida de um agente policial. É preciso que a atividade policial seja mais valorizada, que o policial seja mais bem treinado, possa estudar, aprimorar-se, receba um salário condigno e seja corretamente equipado com o que de mais avançado tecnologicamente houver nessa área. Se quisermos ter paz social é preciso que a polícia seja respeitada e temida pelos bandidos. Não o contrário!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Bolsa-Cumpanhero

Dá pra escolher o assunto. Vamos falar das refinarias de Pasadena, do Japão e Abreu Lima? Vamos falar da Copa das Copas e dos zilhões de reais desperdiçados em estádios de futebol? Vamos falar da transposição do São Francisco que já consumiu quase o dobro do previsto?
Para onde quer que se olhe, o que se vê é uma montanha de dinheiro público indo pro ralo.
Só em Abreu e Lima, a maior obra do PAC, gastou-se 36 bilhões de reais a mais do que o valor orçado. O custo estimado era de 4 bilhões e já ficou em 40!!! O caso Pasadena não é nada, comparado a essa soma monstruosa que desapareceu pura e simplesmente em Pernambuco, por obra e graça do líder mor, Lula da Silva. 
Agora ficamos sabendo que a Petrobras já tinha "captado" 10,5 bilhões de reais para a construção da refinaria do Hugo Chávez, antes mesmo de ter aprovado o estudo de viabilidade econômica. O diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, que está preso, já havia firmado com a Jaraguá (também envolvida no episódio desvendado pela Operação Lava-jato da Polícia Federal) contratos de mais de 1 bilhão em novembro de 2009. O estudo de viabilidade só foi apresentado e aprovado pelo Conselho em janeiro de 2010.
Esse mesmo diretor assinou mais de 150 aditivos aumentando o valor dos contratos.
Há mais! Uma outra notícia está passando despercebida! Trata-se da Petrobras Asphalt, constituída em 2010 e fechada em 2013, que fabricaria asfalto como subproduto do petróleo refinado em Pasadena. Nem mesmo os acionistas foram comunicados da criação de mais esse sumidouro de dinheiro. Esse esqueleto ainda está guardado no armário. Deve haver muitos outros. Por quê não haveria? A cumpanherada tem que ganhar o leite das criancinhas, não é?

Dá para entender por que o PT não quer largar o governo. Com esse programa bolsa-cumpanhero eles vão fazer de tudo para não terem que abandonar as deliciosas tetas estatais. Vale até chute na canela e dedo no olho do adversário, para não dizer outra coisa.

terça-feira, 13 de maio de 2014

País Maravilhoso

Dilma foi ao nordeste "inaugurar" a transposição do S.Francisco! A obra, que estava prevista para estar pronta em 2010, vai ficar pronta - se ficar - conforme a última previsão, ou melhor, o último chute, somente em 2015. 
Em um raro acesso de humildade a soberana admitiu que as obras estão atrasadas! Que espanto! Quase nada se faz com atraso aqui! Nada é superfaturado! Nada estoura os valores orçados! 
Dilma, ao mesmo tempo em que admitia essa "falha", justificava-a dizendo que a causa do atraso "é que a obra foi subestimada"! É mesmo? Verdade? Não dá pra acreditar que um país tão organizado, com tanto planejamento, coloque em marcha uma obra faraônica desse porte, sem uma criteriosa e perfeita avaliação de todos os obstáculos, problemas e circunstâncias que possam interferir com o seu cronograma. Não! Jamais o estado brasileiro iria investir bilhões em um projeto dessa magnitude, sem se precaver contra todas as possibilidades negativas, afinal, trata-se de dinheiro público e isso aqui é cuidado sempre com o maior critério.
Mas, já que por razões insondáveis, cometeu-se o pecado de se subestimar a "complexidade da coisa", temos que aceitar as desculpas da soberana. Se não tivesse sido subestimada, a transposição do rio S.Francisco estaria então pronta. Dona Dilma diz textualmente: "Fomos aprendendo durante o processo. Os projetos melhoraram de qualidade e tivemos que refazê-los".
Será que entendi direito? Como os projetos foram melhorando durante a obra (primeiro caso no mundo!), tiveram que refazê-los para manter o padrão anterior?
Continua a sabichona do planalto: "As negociações também avançaram...e as empresas hoje estão mais capacitadas". Agora, entendi corretamente. Quando o poder público abre uma licitação para uma obra qualquer, as empresas que ganham essa licitação não estão plenamente capacitadas, gente! Muito lógico!
Mas à medida que as negociações "avançam" a capacitação das empresas aumenta exponencialmente. Quanto mais avanços nas negociações, mais capacitadas ficam as empresas! Como é que eu não tinha percebido isso antes? Como é que a oposição não enxerga isso? 
Os custos - ela não tocou nesse assunto - também avançaram! Partindo do valor subestimado inicial de 4,6 bilhões, as negociações "avançaram" para um valor de 8,2 bilhões. Houve só um acréscimo de 80%, aumento que deve ter ocorrido também logicamente com a capacitação das empresas. Somos um país maravilhoso! Ninguém vê isso?

sábado, 10 de maio de 2014

Auto-imagem

Apesar do eterno complexo de vira-latas, não exorcizado nem por cinco títulos mundiais, o brasileiro tem uma auto-imagem em geral positiva. Gostamos de nos ver como um povo afável, pacífico, de fácil relacionamento, aberto às novidades, sensual e maroto. Acreditamos ser gentis, cordiais, alegres, brincalhões, talvez um pouco descompromissados mas isso até faz parte da nossa "leveza". Somos ligados à família, aos amigos, somos irreverentes, informais, descontraídos. Alguns estrangeiros chegam a pensar isso de nós também. Esse seria o retrato do "brasileiro médio".
Até que ponto esse retrato corresponde à realidade? Somos afáveis, cordiais, gentis? Então explique-se o linchamento dessa pobre Fabiane no Guarujá, o assassinato do menino Bernardo Boldrini por sua madrasta, o de Isabella Nardoni por seu pai e pela madrasta, o dos pais da Suzane Richthoffen, o da atriz Daniella Perez por sua colega de trabalho e por aí vai. 
Esses são apenas os casos rumorosos, que dão assunto para a mídia. No anonimato, entretanto, temos dados estatísticos assustadores, como o número de homicídios por ano, que já passa de 50 mil e representa 30% de todos os homicídios da América Latina. Em 2012 o número de homicídios no Brasil já representava 11% do total mundial, ou seja, de cada 10 pessoas assassinadas no mundo, uma é brasileira. Como diz Olavo de Carvalho:"A taxa anual de homicídios no Brasil significa, pura e simplesmente, que não há ordem pública, não há lei nem direito, não há Estado, não há administração, há apenas um esquema estatal de dar emprego para vagabundos, sanguessugas, farsantes. O Estado brasileiro é uma instituição de auto-ajuda dos incapazes.
Isso é equivalente a 3 guerras do Iraque por ano. Mata-se mais no Brasil do que na Faixa de Gaza ou na guerra civil da Síria.
Segundo o Escritório para Drogas e Crime da ONU (UNODC), estamos em 12º lugar no mundo em número anual de homicídios para cada 100 mil habitantes.
André Singer toca no mesmo assunto em sua coluna publicada hoje na Folha e conclui admitindo que não entende a razão do fenômeno.
Penso porém que, mesmo que as causas subjacentes à violência sejam várias e de difícil equacionamento, há uma causa comum que, se não produz violência por si só, pelo menos permite que ela se manifeste sem peias. É a ausência do Estado. O Estado brasileiro, privatizado em favor de grupelhos e oligarquias, está ausente da vida da maioria dos cidadãos. A presença do Estado só é percebida quando se trata de nos extorquir impostos ou quando seus funcionários usam a posição e o poder para achacar as pessoas. Quando o cidadão precisa do Estado para tratar da sua saúde, se locomover, educar seus filhos, aposentar-se com dignidade, não o encontra. Esse mesmo Estado é o que está presente nas áreas onde não é necessário: refinarias de petróleo, instituições financeiras, fundos de pensão e estádios de futebol!
Em todos os lugares e em todas as épocas em que o Estado, sob quaçquer forma, se omitiu, instituiu-se a anarquia e a desordem social.
Infelizmente é o que está acontecendo no Brasil. Aqui, quem está substituindo o Estado em áreas cada vez mais amplas é o crime organizado do narcotráfico.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Falastrão Irresponsável

Lula fala qualquer coisa, sem compromisso algum com a coerência. Lula fala qualquer coisa, sem compromisso algum com a verdade. Lula fala qual-quer-coi-sa!!! E não se preocupa com as consequências, com a  contradição, com o respeito aos seus adversários ou às instituições. Não se preocupa nem mesmo com o ridículo.
Lula conta com a falta de memória e com o baixo nível de cidadania do nosso povo, que ainda não aprendeu a exigir dos governantes um mínimo de responsabilidade e de consistência no discurso e nas atitudes. 
A falta de caráter de Lula fica mais clara quando relembramos alguns momentos. Vejam os vídeos abaixo:
                                       ANTES     

                                     DEPOIS


Só mais esse basta!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A transparência do governo Dilma

Em um país sério, ou mesmo no Brasil de alguns anos atrás, seria impensável fazer o que o governo está fazendo no Congresso para impedir a instalação e o funcionamento das CPI's da Petrobras. Diante do absurdo de tanto indício de fraude e de roubalheira, com um ex-diretor dessa empresa trancafiado na cadeia e um outro tendo sido exonerado pela própria presidente, que disse ter sido enganada por ele quando era presidente do conselho da estatal, em outros tempos em hipótese alguma o governo se mexeria tão acintosamente para esconder as coisas.
Só de tentar impedir a instalação da CPI isso já é um forte indicador de culpa. Se a presidenta diz que foi enganada por um relatório "falho", deveria ser ela a primeira a querer a apuração completa dos fatos. Ainda mais sabendo que o caso repetiu-se com o mesmo "modus operandi" na compra de outra refinaria, a de Nansei no Japão.
Houve o mesmo relatório "falho" e fez-se a negociata igualmente prejudicial à Petrobras. Mais um prejuízo bilionário para ser bancado pelos acionistas e pelo povo brasileiro.
Agora está bem claro porque o PT tinha pavor que a Petrobras fosse privatizada. Não era só para usá-la como cabide de empregos, nem para dividir o domínio feudal entre os apoiadores da base aliada. Quanto mais estatais houvesse, mais amplo e propício seria o ambiente para as maracutaias. Para eles seria o máximo se as empresas de telecomunicações ainda constituissem uma grande empresa estatal.
Agora jogam todas as cartas, usam de todos os recursos, descaradamente, para dizer ao povo brasileiro que não podem deixar que a maior empresa do país, patrimônio público, seja investigada. E encontram, claro, um lacaio da pior estirpe, como o Sr. Renan Calheiros, para fazer aquilo que o governo quer e precisa que seja feito no sentido de embolar os trabalhos e não se apurar nada. 
Dizem os cínicos que isso faz parte do jogo. Sim, faz parte do jogo deles. Do jogo em que eles fazem as regras, eles dão falta no adversário e eles mesmos fazem gol de mão. Essa é a transparência do governo Dilma.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Desmantelamento do país

Eu pensava que o processo de desmantelamento do país era 100% de caso pensado, que fazia parte de um plano, algumas vezes explicitado no Forum de S.Paulo. Agora acho que, além de um plano, existe também uma boa porção de incompetência e burrice pura e simples.
Quando se trata de dona Dilma, coitada, percebe-se que se trata de uma mistura de burrice com altas doses de má-fé. No caso dela, o tico e o teco, além de não conversarem um com o outro, ainda jogam contra.
Mas foi no governo Lula que se começou esse processo, primeiro aparelhando as instituições do executivo, as agências reguladoras, os milionários fundos de pensão, as empresas estatais e autarquias como o Banco do Brasil e o BNDES, a Polícia Federal, depois, avançou comprando o voto de deputados no que acabou se tornando o maior escândalo político depois do impeachment de Collor. Simultaneamente passou-se a ameaçar os adversários com a confecção de dossiês falsos atribuindo aos opositores toda sorte de crimes e leviandades que eles mesmos praticavam, ou tinham a intenção de praticar e/ou acobertavam de seus aliados e comparsas. Era a tal máquina de moer reputações denunciada por Romeu Tuma Filho em seu livro recente. 

Lula deu e ainda dá o péssimo exemplo de desrespeito contínuo e repetido às instituições republicanas, quando essas instituições representam um entrave às suas pretensões imperiais. Fez isso recentemente em Portugal ao declarar em alto e bom som que o Supremo Tribunal de seu país não seria um tribunal sério, pois teria feito um julgamento 80% político dos mensaleiros. 
Um ex-Chefe de Estado, faz uma declaração estapafúrdia como essa, em um país estrangeiro, denegrindo seu próprio país sem a menor cerimônia e nada lhe acontece. 
No governo Lula, o desmantelamento das instituições foi de caso pensado, planejado e executado. E, como já disse o Zé Dirceu: o exercício do poder executivo e legislativo tem como objetivo "cuidar do partido".
Já com Dilma é diferente. Ela gosta de mandar e de se impor pela rudeza e pelo grito. Age como uma comandanta cucaracha, talvez para esconder sob os gritos a sua absoluta incapacidade cognitiva. Aí entramos no terreno da incompetência.
Um governo mal intencionado, seguido por um governo estúpido, tinha que dar no que deu. O pior é que o próximo governo vai ter que enfrentar uma situação caótica e dramática; e o PT, já então na oposição, vai voltar a fazer o que sempre fez bem: gritar e tentar bloquear qualquer tentativa de progresso, insuflando a desordem das invasões e as greves de motivação puramente política. Preparemo-nos.

domingo, 4 de maio de 2014

Democracia de menos

Eleições de menos faz mal à democracia. Eleições demais, também faz. No Brasil pós-ditadura vivemos um porre de eleições. De dois e dois anos somos chamados às urnas para decidir quem nos representará em alguma esfera. No entanto, nada muda. Quem nos devia representar e que, na verdade, só representa a si mesmo e aos interesses de seu grupelho, são sempre os mesmos. Há uma eternidade algumas múmias como Sarney, Maluf, por exemplo, só para citar dois casos emblemáticos,  estão na cena política, desempenhando sempre o mesmo papel.
Nesse caso, pergunta-se: se não é para mudar nada, nem ninguém, para quê eleições com tanta frequência? O sujeito mal foi eleito e ainda sequer constituiu seu secretariado ou ministério e já começa a fazer campanha para a eleição seguinte! 
E, como cada campanha consome somas milionárias, começam desde antes de governar a fazer os conchavos que lhes garantirão o fluxo do próximo propinoduto que, além de lhes financiar a próxima campanha, ajuda a lhes garantir também um rendimentozinho extra-oficial e livre de impostos que será depositado nas contas dos paraísos fiscais mundo afora.
E o propósito original e legítimo das eleições vai para as cucuias.
Todos ficam felizes, menos o povo abestalhado, ou seja, nós, que além de elegermos essa corja, ainda lhes pagamos o salário com nossos suados impostos.
Se queremos ter uma democracia digna do nome, e um dos fundamentos dela se chama representatividade, já passou da hora de exigirmos mudança. Não é por termos muitas eleições que nossa democracia será mais perfeita. Precisamos espaçar mais as eleições e precisamos, principalmente, mudar o seu caráter pois o objetivo delas deveria ser produzir um quadro político de melhor qualidade e maior representatividade. 
Para isso, um das condições é mudar o regime saindo desse presidencialismo oligárquico e arcaico, para um moderno parlamentarismo em que os mandatos não tem prazo fixo e o governante só permanece enquanto estiver fazendo um trabalho que satisfaça o povo. Alguém pode argumentar que, no parlamentarismo, se os governantes forem ruins, o número de eleições vai até aumentar.
Em um primeiro momento isso pode ocorrer. Mas a depuração da classe política se faz de modo muito mais rápido e eficaz, porque quem perde o mandato no caso de mau governo, não é só o chefe do governo, mas o parlamento inteiro. A solidariedade com a boa governança é então uma imposição do sistema. 
Acabam-se as manobras de bastidores, quem é situação é situação. Quem é oposição é oposição. No dia em que o governo perder apoio, caem todos e começa-se do zero. Está na hora de o país começar a pensar seriamente nessa possibilidade. Bons exemplos não faltam pelo mundo afora.



sábado, 3 de maio de 2014

Lula não volta

Estou apostando que Lula não se candidatará, nem mesmo se os índices de intenção de voto em Dilma despencarem ainda mais do que já estão despencando.
Lula é esperto e malandro. Não será nessa hora em que, não somente Dilma, mas todo o PT com suas artimanhas e sortilégios, estão absolutamente desgastados perante a opinião poública, que o Molusco com seus nove dedos vai posar de salvador da pátria. Isso deu certo ao final do governo Fernando Henrique, mas FHC era de outro partido e, portanto, bode preferencial para expiar a culpa de todas a mazelas do país.
Lula recebeu das mãos de seu antecessor o governo de um país que andava bem das pernas, com a casa e a economia em ordem, tanto que, espertamente, apesar de reclamar da herança maldita, Lula não mexeu nessa área.
No caso presente, a herança maldita vai ser atribuída a quem? A bagunça que dona Dilma ajudou a plantar no cenário econômico está de tal forma onipresente que o novo governo gastará pelo menos dois anos para reverter a situação. Serão dois anos de ajustes e medidas duras e impopulares, para que o bonde volte aos trilhos.
Lula é quem vai fazer isso? Lula terá a competência e a vontade de fazer esse papel? Tenham a santa paciência. O que Lula quer é palanque para se exibir e mostrar como ele é imprescindível para a política brasileira, como ele é um gênio da raça que reinventa a história do Brasil cada vez que assume o cargo. Lula nunca foi de trabalhar duro. Nunca foi de trabalhar de jeito algum. Portanto podem perder a esperança aqueles que estão no movimento "Volta, Lula." 
Nessas circunstâncias e se for para "pegar rabo de foguete" que não se conte com o apedeuta, que a praia dele é outra, de maré muito mais mansa.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Dia do Trabalhador

Emblemática a condução do Zé Genoíno à prisão exatamente no dia do trabalho, ele que foi presidente do Partido dos Trabalhadores... Como dizia Joelmir Beting: "O PT começou como um partido de presos políticos e acabou sendo um partido de políticos presos."
É evidente que a indigência moral da classe política não é privilégio petista. Já se disse isso mil vezes. A questão é que o PT se apresentava à sociedade brasileira como uma alternativa sadia a essa política nojenta, de trocas de favores, de conchavos, de privatização do Estado, de roubalheira pura e simples.
E bastou chegar ao poder para se revelar um partido tão sujo quanto aqueles a quem criticava. Talvez até mais, pois vinha faminto de cargos, mordomias e maracutaias.
A falta de pudor chegou ao ponto de considerar natural e defensável aliar-se a representantes do mais sujo e do mais profundo atraso que há na atividade política brasileira. O que parecia inconcebível, ver Lula elogiando Sarney, tornou-se corriqueiro e quando o PT foi em comitiva beijar a mão do Maluf já não causou mais espanto.  Lula, Dilma, Collor, Sarney, Maluf, Renan, são todos gatos, ou melhor, ratos, do mesmo balaio.
Agora que as coisas estão mais definidas e mais claras, algumas outras começam a fazer sentido. O sindicalismo no Brasil, até quase o final da ditadura militar, nunca foi de esquerda. Eram simples pelegos sem ideologia. Quem juntou-se ao sindicalismo, na formação do PT, e o coloriu de vermelho, foram as comunidades eclesiais de base da Igreja Católica e os intelectuais acadêmicos. Foram esses que emprestaram ao PT a fachada de esquerda e até o discurso marxista. Emprestaram a pele, mas não mudaram o lobo, que continuou sendo o que sempre foi. Outro ponto que faz sentido é a atuação do gen. Golbery escolhendo a dedo o sindicalista Lula da Silva para transformá-lo em líder de uma "oposição confiável" que se fazia necessária na transição para a democracia. Antes, Lula, que seria um líder cooptado e domesticado e controlador das massas operárias, do que uma liderança mais afoita e mais genuinamente esquerdista que poderia forçar demais a mão e errar na dose de oposição consentida. Foi desse caldo que surgiu o PT e que, tão logo começou a abocanhar cargos executivos nas prefeituras, pôs em prática o seu esquema de privatização das instituições em favor do partido e do desvio de verbas sistemático e contumaz. Os puros e ingênuos ainda continuaram por um bom tempo acreditando no discurso, até que os fatos se impuseram com mais força e eles foram obrigados a optar: aderir ou cair fora. Assim sairam ou foram saídos do PT: Luiza Erundina, Plínio de Arruda Sampaio, Hélio Bicudo, Vladimir Palmeira, Fernando Gabeira, Marina Silva e outros. Acho que dessa turma, ainda continua no partido somente o senador Eduardo Suplicy, mas esse é tão lento que nem conta.
O PT já não engana a mai ninguém. Isso ficou absolutamente claro hoje com a situação carregada de significado simbólico que foi o ex-presidente dessa agremiação, José Genoíno, se dirigir para o xilindró em pleno 1º de Maio. E a grande esperança que surge foi explicitada pelas vaias e apupos com que os petistas foram recebidos e impedidos de discursar no evento da CUT e no evento da Força Sindical em São Paulo.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Somos todos macacos

A Europa deu uma resposta exemplar ao ato de racismo de um torcedor no estádio Villareal no domingo e que repercutiu no mundo inteiro. Já identificou o torcedor e já o puniu com banimento perpétuo do estádio. Se fosse aqui ainda estaríamos procurando o autor, com grandes possibilidades de jamais identificá-lo.

Na Coréia (do Sul, claro!), depois da tragédia do naufrágio de uma balsa com várias mortes, o primeiro-ministro renuncia ao cargo declarando: "fui incompetente para evitar que tragédias como essa acontecessem e fui incompetente em tomar as providências necessárias depois que aconteceu, portanto só me resta pedir desculpas e renunciar ao cargo". Exemplar também.

Enquanto aqui, um pilantra fantasiado de deputado, pego traficando influência no ministério da Saúde, faz doce anunciando que renuncia e depois que renuncia à renúncia. Deve ter aprendido essa técnica com o Mercadante. E ninguém se espanta. 
Renunciar ao pudê, às mordomias, à dinheirama de acesso fácil e sem dono, quem há de? Nessa terra descoberta por Cabral não existem amadores como esse primeiro-ministro sulcoreano. Aqui somos todos profissionais. Sabemos enrolar desculpas que já carregamos desde pequenos na ponta da língua. Ninguém acredita nelas, mas todos continuamos a nossa vidinha, como se acreditássemos, como se isso fosse um fato inevitável, uma contigência da natureza, tal como chover ou fazer sol.
Aqui nestes trópicos exuberantes, com esse sol, esse mar, esse céu azul de abril, alguma coisa tinha de dar errado para compensar tamanha generosidade da natureza. 
Macacos bípedes somos todos nós, seres humanos, mas em alguns lugares a macacada aprendeu algo que se chama civilização. E a civilização exige um preço. O preço da renúncia ao instinto animal de cada um em benefício da preservação do direito de todos.


domingo, 27 de abril de 2014

Não vai ter Copa!

A Copa do mundo pode até acontecer. Afinal são muitos e milionários os interesses envolvidos. Mas o gostinho que o governo esperava, de que o povo, esquecido de seus problemas, saisse às ruas, eufórico, vibrando com  a Seleção e dando uma banana pros críticos do governo, esse gostinho o governo Dilma não vai ter.
Ao contrário, se dará por satisfeito se a Copa transcorrer sem maior participação popular, ou seja, sem maiores problemas que não aqueles inevitáveis originados da desorganização e da falta de planejamento que são marcas nacionais. A participação popular na Copa é problemática para o governo porque, devido ao grau generalizado de insatisfação, por um triz tudo pode descambar. E a repressão polícial só vai piorar as coisas.
É por essas e por outras que Blatter e Dilma cancelaram os discursos. Será a primeira abertura de Copa do Mundo sem nenhuma palavra, quer do chefe de estado do país sede, quer do presidente da entidade mundial do futebol! Só por issa, essa Copa já entraria para a história. Mas, provavelmente, vai ter muito mais. 
Se o Brasil ganhar, jogando em casa, não terá feito mais que a obrigação. E se o Brasil perder, a insatisfação do povo acumulada com a roubalheira, a inflação, a calamidade da saúde, a violência, será adicionada à frustração do fracasso esportivo.
Pior ainda, será logo depois, na ressaca da folia, quando tivermos que voltar à realidade nua e crua e nos confrontar com o fato de que esse evento quase nada trouxe de benefício para o país, exceto para aqueles grupelhos de sempre que se locupletaram com os gastos mirabolantes nos estádios.
Agora não tem mais jeito. Mesmo que o governo quisesse, não pode cancelar o evento. A imagem do Brasil, que já não está boa, ficaria em uma situação lastimável. Arrependido está o Sr. Blatter, como já declarou, e deve estar também a dona Dilma. Enquanto isso, Lula, o mentor de tudo, fica caladinho, escondidinho, fingindo, como sempre, que não tem nada a ver com isso.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Violência doméstica

Eu não queria tocar nesse assunto, mas diante do horror de tudo que se ficou sabendo e, pior, diante de tudo o que se pode imaginar, não há como fugir do tema. Não se pode agir como os pacatos cidadãos alemães agiram diante das evidências do Holocausto, fingindo que nada estava acontecendo.
O assassinato dessa criança de 11 anos no Rio Grande do Sul traz à tona uma ferida que jaz semi-escondida  no meio da nossa sociedade e na qual ninguém gosta de tocar. Trata-se da violência familiar.
É sabido, conhecido e aceito, que os pais podem e, para alguns, até mesmo devem castigar fisicamente os filhos. Há um ditado que diz: quem dá o pão, dá o castigo. Então somos um povo que admite a violência paterna como meio de educação. E qual seria o limite "normal" para essa violência? Aí é que começam os problemas. Não há como definir isso. Somos animais agressivos e, quando a agressividade se desencadeia, o auto-controle fica comprometido. A relação entre as partes é assimétrica. Os pais tem poder e força, as crianças são indefesas fisica e psicológicamente. É uma relação dominador-dominado. A situação já é ruim para muitas mulheres que são vítimas da violência dos seus parceiros. Para as crianças isso piora.
Em um ambiente sadio, os pais não perderiam jamais o controle sobre suas emoções em relação aos filhos. Infelizmente isso não é a realidade. Ainda por cima, com a deterioração das relações familiares, casamentos desfeitos, uniões instáveis, relações cada vez mais neuróticas, a situação tende a piorar. Nesse estado de coisas as crianças acabam por serem as maiores vítimas. São a parte mais frágil e sempre a mais submetida aos abusos. São usadas como moeda de troca ou de vingança entre ex-parceiros, manipuladas na relação de poder, negligenciadas, maltratadas nos novos núcleos familiares a que são obrigadas a pertencer, humilhadas, degradadas, espancadas, estupradas e mortas. A escala vai assim.
E nós como sociedade fazemos o quê? Nesse último e, sob todos os pontos de vista, deplorável caso, a sociedade brasileira falhou redondamente. Suas instituições simplesmente não funcionaram. O menino procurou espontâneamente a ajuda do Estado. E as instituições, mantidas com o dinheiro dos impostos, o que fizeram durante 1 ano? Nada que valesse a pena. Consumiu-se na burocracia, na papelada, nos procedimetos legais e deixou que uma vida inocente fosse destruída. Pergunta-se: para quê precisamos dessas instituições? Para quê precisamos de Conselhos Tutelares, Juizado de Menores? Não é exatamente para casos como esse? No mínimo, o que o Juiz, o Ministério Público ou o Conselho Tutelar deviam ter feito era ter abrigado a criança sob custódia da avó materna, ou de alguma família que lhe desse segurança até que se investigasse a situação e se determinasse a melhor solução.
É preciso fazer alguma coisa. Não podemos assistir impávidos ao holocausto quotidiano em conta-gotas desses pequenos e indefesos seres humanos.

Desculpe, Neymar (Edu Krieger) #Copa2014

domingo, 20 de abril de 2014

Esquerda direitista

Depois de ler o sensacional texto do Gabeira, "O farmacêutico do ar" (ver aqui), fiquei refletindo sobre o significado hoje no Brasil de alguém ser de direita ou de esquerda. Eu sempre me considerei de esquerda. Como o Gabeira, apoiei o PT, cheguei até a votar neles, confesso. Mas o Gabeira é o meu álibi e o meu consolo. Se até ele, que esteve na clandestinidade, que conheceu pessoalmente vários dos atuais líderes dessa facção, se enganou com essa gente, quem sou eu para ter estado a salvo desse engano? 
Mas isso é uma digressão. Voltando ao assunto, o que significa ser de esquerda ou de direita no Brasil de 2014? Se o rechonchudo André Vargas com aquele punho levantado é uma imagem da atual "esquerda" brasileira, estou longe deles. Se Lula beijando a mão de Maluf também é uma imagem icônica da esquerda, quero distância. Se a "amizade" com a família Sarney ou com Fernando Collor é um pré-requisito para ser de esquerda, "tô fora"!

Prefiro estar em companhia de um Gabeira, mesmo desiludido como ele. Talvez, na nova definição política dos militantes descerebrados e dos militantes aproveitadores e oportunistas, Fernando Gabeira seja "de direita". Afinal, todos os que não concordam com essa lamaceira espalhada pelo PT, todos os que ainda procuram achar um caminho político que não seja cínico, são taxados de direitistas hidrófobos.
O PT desmoralizou tanto a atividade política que aparelhou até mesmo o conceito de esquerdismo político e apropriou-se dele, como se apropriou do Estado brasileiro. E, ao apropriar-se, destruiu-o, como está destruindo as instituições estatais. Aquilo que o PT considera hoje esquerda é de um conservadorismo atroz (Maluf), oligárquico e reacionário (Sarney), mas, antes de tudo, representa apenas um grande, retumbante e monumental atraso, cujo grande exemplo é seu aliado Marcos Feliciano. O PT criou um novo conceito político no Brasil. O PT criou a esquerda direitista.

sábado, 19 de abril de 2014

A Evolução da Maracutaia

A temporada de caça da campanha eleitoral já começou. O momento é bastante ruim para o PT, mas qual seria um momento bom desde que as maracutaias começaram a aparecer a partir a morte de Celso Daniel? A cada momento a situação só complica. O caso Daniel foi encoberto, mas parecia um caso mais ou menos isolado de corrupção municipal com capitalização financeira para o partido, no decorrer do qual alguns mais afoitos desviaram um pouquinho também para si.
Depois viu-se que o "processo" foi amplificado naquilo que viemos a conhecer como mensalão. E depois do mensalão, parece que não há uma área sequer onde se metam agentes ligados ao PT que não tenha um componente de corrupção, ilegalidade e mau caratismo. 
Não há santos na política, isso é um dado da realidade. Mas, não significa, que devamos aceitar que o exercício da política seja inevitavelmente confundido com banditismo. 
O PT conseguiu transformar a atividade política em algo similar ao crime organizado, com todas as características desse tipo de atividade do submundo. E, como todo crime organizado, tem agentes infiltrados em todas as áreas, nos três poderes, na polícia, no judiciário, nas organizações sociais, na mídia. Esses agentes fazem o trabalho de sabotagem, de ir minando por dentro o tecido social para que os "capi" e as "famiglie" tenham mais e mais poder e sejam submetidos a menos fiscalização e menos cobrança.
O partido fisiológico por natureza, o PMDB, nunca se erigiu em,  nem pretendeu ser nenhum guardião dos bons costumes. Nunca quis fazer pose de vestal, nem de bonzinho. É um partido de políticos profissionais, que cuidam de suas carreiras como cuida qualquer executivo de grande empresa. Mas o Pt é diferente. É o partido das vestais, dos que atiravam pedras. E querem continuar posando de virgens, querem continuar atirando pedras e isso é que os torna ridículos.
O PT foi o responsável pela evolução da maracutaia, palavra introduzida por Lula no nosso vocabulário, o PT elevou-a ao estado da arte. É isso que mais atrai o PMDB e os partidos da base aliada: a capacidade petista de tirar dinheiro das instituições publicas e injetá-lo nas campanhas e nas contas das  ilhas Caimã.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Macondo é aqui

Morreu, no dia do meu aniversário, Gabriel García Marquez, o grande escritor colombiano. Sou da geração em que ler "Cem Anos de Solidão" era uma exercício obrigatório se você tinha interesse em ser admitido nos círculos mais intelectualizados. Do mesmo modo como era "obrigatório" admirar os filmes de Glauber, Goddard, Buñuel e Bergman.
O tempo passou, a patrulha ideológica se virou para coisas mais comezinhas e o desencanto com muitos dos mitos do passado se tornou uma marca da maturidade. Não que as obras desses grandes artistas tenha perdido seu valor. A obra de Bergman e de Buñuel são e serão clássicos do cinema, mas o mesmo não se pode dizer exatamente de Glauber e de Goddard. Os filmes de Glauber mostram uma centelha de genialidade que entretanto não se concretiza em uma obra com princípio, meio e fim. Os enredos e os diálogos são falhos, pouco naturais e incompletos, às vezes sem pé nem cabeça ou excessivamente delirantes. E Goddard, para mim, é simplesmente um chato de galochas, como se dizia na época.
Quanto ao Gabo, acredito que suas obras mais importantes, "Cem Anos de Solidão", "Crônica de uma Morte anunciada" e "O Amor nos Tempos do Cólera", são clássicos da literatura mundial, que em nada ficam a dever à qualidade de um Shakespeare ou de um Dante Alighieri. 
Politicamente, sua amizade com Fidel Castro foi uma contradição e um paradoxo para uma pessoa que calcou sua obra em uma crítica permanente às ditaduras e caudilhos da América Latina. Isso lhe rendeu até mesmo uma bofetada do grande escritor peruano e também Nobel, Vargas Llosa. 
Mas as posições políticas contraditórias não diminuem a qualidade de sua arte que permanecerá como um símbolo da literatura sulamericana. Foi-se o criador mas Macondo permanece intocada ainda em vários rincões desse triste canto de mundo.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sem Graça

O Grão-Mestre maçom Collin Foster emprestou seu nome de família à sua esposa e atual presidente da Petrobras. A ela o sobrenome caiu bem. Foster em inglês quer dizer "adotivo". 
O que não lhe cai bem é o prenome Graça, porque não há nada de engraçado na história que ela contou ao Congresso esta semana sobre o nebuloso e inacreditável processo decisório que levou à compra da refinaria de Pasadena.
Num depoimento de 6 horas, Foster não disse novidade alguma. Como seria óbvio, negou também qualquer contato entre seu marido e a estatal. O problema é que não explicou porque a Petrobras efetuou várias compras na empresa A.C.Foster sem licitação. Claro, que se houver alguma irregularidade nessas compras, isso seria apenas um pecadilho diante da monstruosidade que foi a compra da refinaria americana.
Mas, mesmo sendo valores de ordens de grandeza diferentes, tudo isso tem um valor simbólico, a nos mostrar a condição de absoluto desgoverno, indigência moral e negligência a que chegamos em todas as áreas em que há dinheiro público envolvido.
E nosso povo não reage e bovinamente continua a pagar a pesada carga tributária como se isso fosse uma fatalidade natural contra a qual não adiantaria lutar.
Quem diria que a Petrobras, orgulho de tantas gerações de brasileiros, iria ser depenada, privatizada da forma mais aviltante e danosa para o patrimônio da nação. 
Antes, FHC tivesse conduzido a privatização da Petrobras há alguns anos, como fez com a Vale. Além de não termos que pagar, via Tesouro, os prejuízos e as dívidas monstruosas, ainda teríamos o benefício do recolhimento dos impostos de uma empresa sólida e lucrativa. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A dança do IBGE

O IBGE é a bola da vez. Depois de aparelhar o poder executivo em vários escalões, de cooptar o Congresso via mensalão, mensalinhos, cargos e doação de ministérios, de aparelhar também o Supremo como o julgamento dos embargos infringentes nos mostrou, de afundar a Petrobras, a Eletrobras e usar o Banco do Brasil e a Caixa Deles como instrumentos de campanha, chegou a hora de destruir também os números. Se a realidade está negra e difícil, esconda-se a realidade.
Se os números não são bonitos, faça-se uma maquiagem neles, um botox aqui e acolá para levantar o pibinho, um laquê para domar a inflação rebelde, um cílio postiço no desemprego e está tudo resolvido. Vale tudo. A única coisa que o PT, como os coronéis da República Velha, não admite é perder a eleição.
O partido não trabalha com a hipótese da alternância no poder, com a possibilidade de voltar a ser oposição. Não! Depois que experimentaram, viram que ser governo é muito melhor!
E até que cheguem as eleições e sejam proclamados os resultados, vamos ver de tudo: dossiês falsos circulando por aí, bloguismo sujo fazendo o trabalho que vai da difamação pura e simples à desinformação, boatos de que o bolsa-isso, bolsa-aquilo vai acabar, que as pessoas vão ter que devolver a sua-casa-sua-vida...
Se as ações ficarem só no âmbito da desinformação e da mídia estará até muito bom, pois black blocs arruaceiros ao estilo das SA alemãs e fingindo-se de opositores do governo, podem invadir as ruas a provocar o caos, o medo e a insegurança. Foi assim que conseguiram acabar com os protestos de junho do ano passado. Não que a insatisfação das pessoas tenha acabado, muito ao contrário, mas ninguém quer sair às ruas para protestar pacificamente e ser atropelado por vândalos.
É um governo de falsidades. Uma falsa gerente, com uma falsa competência, assessorada por 39 falsos ministros, gerindo uma falsa economia, baseada em números falsificados. Dava pra pensar que só o IBGE não ia entrar na dança?

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