terça-feira, 12 de março de 2013

O sub-capitalismo brasileiro

Definitivamente o Brasil não é um país capitalista. Ou, melhor dizendo, o capitalismo no Brasil já está em decadência antes mesmo de ter começado.
O nosso modelo econômico privilegia os monopólios e os oligopólios. Há um excesso absurdo de regras, normas e regulamentações que impõem dificuldades e barreiras enormes ao empreendedorismo. A carga tributária é altíssima e o cipoal de tributos transforma o assunto em um labirinto legal intransponível sem a ajuda de bons, e obviamente caros, advogados.
Em algumas áreas, só é possível atuar se a empresa for gigantesca monopolista. 
A Petrobrás é um exemplo clássico do gigantismo e do monopólio juntos. Não importa que seja estatal. Sendo o único fornecedor de petróleo refinado no país, isso determina que o preço para o consumidor final será praticamente o mesmo nas bombas de um determinado lugar, pois não há concorrência na base.
Dos oligopólios podemos citar como exemplos o  transporte aéreo doméstico, a telefonia, a internet e o fornecimento de energia elétrica. 
Há reserva de mercado para tudo, o que impede que empresas estrangeiras possam disputar qualidade e preço com as empresas nacionais, aprisionando o consumidor numa camisa de força que o obriga a comprar produtos caros e, muitas vezes, de qualidade inferior.
As passagens aéreas, oligopólio, dominado pela TAM e pela Gol, estão entre as mais caras do mundo. As companhias aéreas estrangeiras não podem entrar nesse mercado, portanto fica garantido o oligopólio. O mesmo pode se dizer da indústria automobilística, bafejada por D. Dilma com redução de impostos seletivamente para reduzir a possibilidade de concorrência externa. Diz ela estar preservando o emprego de brasileiros, mas o que está sendo preservado realmente é o lucro e a reserva de mercado dessas empresas.
Na área bancária, idem. Aos poucos a concorrência vai diminuindo e hoje estamos condicionados a escolher entre uma meia dúzia deles. Todos com tarifas mais ou menos padronizadas, mas obviamente não constituem um cartel, muito ao contrário, dirá a Febraban.
Sobre a telefonia e a internet nem é preciso dizer nada pois são as campeãs de reclamações no Procon, além de nos proporcionarem uma das comunicações telefônicas e internet mais caras do planeta.
E as agências reguladoras, aparelhadas pelo petismo, viraram apenas cabides de emprego e moedas de troca no "toma-lá-da-cá" da "governabilidade".  Agora mesmo se lê nos jornais é que o PMDB e o PTB estão em disputa aberta por 24 vagas no comando de seis agências reguladoras. As que estão em jogo são: Aneel (energia elétrica), Anatel (telecomunicações), Anac (aviação civil), Ancine (cinema), Anit (transportes terrestres) e Antaq (portos). Por quê será que os partidos querem indicar nomes para essas vagas? Para que seus lídimos representantes possam exercer o controle dessas atividades de modo a beneficiar a nação e o povo que os elegeu? Alguém se ilude com isso?
É esse o nosso capitalismo "sui generis". Um capitalismo no qual as atividades econômicas, quando não estão nas mãos do Estado são a ele submetidas, mas para atender sempre a grupos de interesses privados embora sustentados com a carga tributária que se extorque de todos os cidadãos.

sábado, 9 de março de 2013

Falta do que fazer

Abaixo estão alguns exemplos do "trabalho" a que se dedicam alguns do nossos "nobres" representantes. São vários projetos de lei em tramitação no Congresso:


PLC 4624-2012
Criará o “Programa Segunda Sem Carne”, proibindo os estabelecimentos alimentícios de órgãos públicos de servirem carne neste dia da semana.


Proposto pelo deputado
Ricardo Izar do PSDC


PLC - 4125 / 2012
Dará ao Município de Terra Roxa, no Estado do Paraná, título de Capital Nacional da Moda Bebê.


Proposto pelo deputado
Reinhold Stephanes do PMDB

PLC - 3367 / 2012
Criará o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, a ser comemorado no dia 12 de junho.


Proposto pelo deputado
Ruy Carneiro do PSDB

PLC - 2229 / 2011
Dará ao o título de Capital Nacional do Alimento ao Município de Marília, no Estado de São Paulo, pois o município é um forte produtor e distribuidor de alimentos.


Proposto pelo deputado
Paulo Freire do PR


PLC - 1938 / 2011
Incluirá o cidadão Júlio Prestes de Albuquerque na galeria dos que foram ungidos pela Nação Brasileira para a Suprema Magistratura, para reparar este cidadão que foi impedido de assumir a Presidência da República por causa do golpe de Estado de 1930.


Proposto pelo deputado
Paulo Abi-Ackel do PSDB



E, quando não são irrelevantes ou ridículas, as propostas são claramente imorais:


PLC - 3839 / 2012
Permitirá a candidatura de políticos que tiveram contas de campanha anteriores reprovadas pela Justiça Eleitoral.


Proposto pelo deputado
Roberto Balestra do PP


PLC 2301 / 2011
Proibirá a divulgação e a publicação, durante o período de campanha eleitoral, de qualquer investigação, inquérito, processo ou qualquer ocorrência de natureza criminal de crimes culposos praticados por candidatos à eleição.


Proposto pelo deputado
Bonifácio de Andrada do PSDB


PLC - 2167 / 2011
Aumentará os salários dos servidores da Câmara de Deputados, sejam eles de cargos efetivos, cargos em comissão, cargos em comissão especial e do servidor que ocupa cargo de secretário parlamentar.


PLS - 404 / 2011
Criará a Bolsa-Artista, com o objetivo de promover a formação e o aprimoramento de artistas amadores e profissionais em diversas áreas de atuação.


Proposto pelo senador
Inácio Arruda do PCdoB



Ou, então, simplesmente esdrúxulas:


PLC - 1865 / 2011
Proibirá o casamento civil e o casamento religioso entre pessoas do mesmo sexo, anulando todas as uniões civis já realizadas entre homossexuais, além de proibir a adoção de crianças por casais de mesmo sexo.


Proposto pelo deputado
Salvador Zimbaldi do PDT


PLC - 1780 / 2011
Tornará obrigatório o ensino sobre a cultura árabe e a tradição islâmica nas escolas públicas e particulares, para combater a intolerância e o preconceito contra esta tradição.


Proposto pelo deputado
Miguel Corrêa do PT


PLC - 1423 / 2011
Criará o Dia Nacional da Erradicação da Pobreza que será comemorado anualmente no dia 5 de setembro.


Proposto pelo deputado
José Guimarães do PT

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia da Mulher

Hoje, no dia internacional da mulher, convém que reflitamos sobre a situação feminina em inúmeros países, ou mesmo no Brasil. 
O caso recente da menina indiana, estuprada e assassinada (ver post aqui) por seres animalescos, infelizmente não é um caso isolado, nem acontece só na Índia. Há pouco mais de duas semanas, em plena Savassi, bairro "nobre" de BH, as pessoas presenciaram uma cena em que um ex-marido espancou a ex-mulher na rua, jogou a ao chão, deu chutes, e só não fez mais porque houve intervenção dos transeuntes. 
Ontem, assistimos ao final do julgamento do ex-goleiro Bruno, que ao fim e ao cabo, foi condenado apenas a 17 anos de reclusão, por ter mandado matar Eliza Samudio, com todos os agravantes de: premeditação, frieza, cárcere privado, impedimento de defesa da vítima, tortura, motivo torpe, ocultação e vilipêndio de cadáver, obstrução da justiça, etc., etc. 
Como é réu primário, tem direito a cumprir só 1/6 da pena em regime fechado, ou seja, em 3 anos poderá requerer regime semi-aberto. Como já está preso há 2 anos, daqui a 1 ano, no máximo, estará em liberdade. A vítima, uma mulher - coincidência? - perdeu a vida; o algoz, perde uns três anos de vida na cadeia e estamos conversados.
Depois ainda  criticam o ministro Joaquim Barbosa quando ele disse que o sistema penal brasileiro é frouxo, é pró-crime, pró-impunidade. A Associação de Magistrados considerou um absurdo o presidente do Supremo dizer isso. Qual é o absurdo? Ele ter dito isso, ou um assassino confesso ficar preso só por 3 anos, embora condenado a dezessete?
A inversão de valores nesse país é total. É por isso que nem chega a espantar um deputado homofóbico, racista e enfrentando processo por estelionato no STF,  como esse pastor Marco Feliciano, ser indicado presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Seria uma grande piada, se não fosse triste.

terça-feira, 5 de março de 2013

Petrus Romanus

Dando crédito às profecias atribuídas a S.Malaquias, o próximo e último papa será Petrus Romanus. 
Com esse nome não faltam "papabili", desde D. Odilo Pedro Scherer, o bem cotado arcebispo de S.Paulo, a D. Péter Erdö, arcebispo de Budapeste, também bem cotado, passando pelo africano Peter Turkson, outro com elevada cotação no "ranking". Todos são Petrus.
Para não esquecer ninguém, há ainda D. Jean-Louis Pierre Tauran e D. Jean-Pierre Ricard, arcebispo de Bordeaux.
Dizem  que, no conclave,  "quem entra papa, sai cardeal", portanto pode ser que nenhum deles seja o escolhido pelo Espírito Santo. Aliás, sendo Deus e onisciente, o Espírito Santo já sabe quem será o escolhido, falta só informar isso aos cardeais-eleitores.
A Igreja Católica é como os mineiros, na definição de Millôr: "nunca é o que parece, sobretudo quando parece o que é". Não se pode subestimar a capacidade de articulação e a matreirice desses senhores, cuja soma das idades supera em quatro vezes o tempo de existência da própria Igreja. Podem até disputar prestígio e poder entre si, como disputam, mas na hora "H" eles se unem em uma corporação unida e uniforme, que se mostra monolítica extra-muros.
Gostemos ou não da Igreja, é forçoso reconhecer a importância de seu papel especialmente para o ocidente. A Igreja é constituída de homens e errou (e ainda erra) muito, mas teve um papel inestimável no processo civilizatório, na educação dos povos, na preservação do patrimônio artístico e cultural da Antiguidade clássica. Nenhuma outra organização humana durou tanto tempo, nem sequer exerceu um papel tão preponderante nas mentes e nos corações dos homens. E o Papa, seja quem for, é uma personagem política cujo papel moderador e pacifista tem ajudado a aproximar contrários, como por exemplo, no caso da intermediação entre o ocidente e o Islã.
Entretanto a maior dificuldade do próximo Papa estará dentro da própria organização religiosa. A resistência às mudanças já derrubou mais de um Pontífice, mas o enfrentamento dessas questões é cada vez mais necessário. Ou a Igreja acaba com a corrupção (financeira e de costumes) ou a corrupção acaba com a Igreja. Será que S. Malaquias estava certo?

Respeito ao Supremo!

Pelo menos uma vez por semana, algum dos condenados na Ação Penal 470 (Mensalão) vem a público desancar o Supremo ou o seu presidente. Como as coisas são muito lentas na Justiça, ao invés de estarem trancafiados cumprindo suas penas, ainda estão soltos por aí prontos a dizer besteiras ao primeiro jornalista que aparece. Isso é uma situação desabonadora para a nossa República. As instituições já não tem  muita tradição, não são muito respeitadas ou mesmo conhecidas pelo povo, que não espera muito delas. Aí vem um deputado, ou um senador, que deveriam, em função do cargo, dar um exemplo de respeito e acatamento, fazer exatamente o contrário! Isso deveria merecer alguma sanção. Atacar o Supremo, ou seu presidente, nesses termos (João Paulo chamou o ministro Joaquim Barbosa de irresponsável) teria consequências negativas para o irresponsável atacante, fosse o Brasil uma República que se desse ao respeito.
Infelizmente vamos ter que continuar a conviver com essas provocações até que os senhores ministros se dêem ao trabalho de concluir suas tarefas. Que isso sirva de lição à nossa Suprema Corte em casos futuros. Não basta julgar e condenar quando necessário. É preciso executar a pena, caso contrário estará sujeita ao descrédito por parte dos cidadãos e ao desrespeito por parte dos condenados.

sábado, 2 de março de 2013

O xadrez de Dilma

Dilma antecipou o calendário eleitoral, em verdade e, na prática, diminuindo, o próprio mandato, em dois anos. Por quê ela faria isso? Em dois anos de governo, passou o primeiro demitindo os ministros "trapalhões" que Lula indicou e o segundo à procura de um programa e tentando fazer o PIB não cair no negativo. E agora, vai passar os outros dois em desgastante campanha eleitoral, negaceando o PMDB aqui, cercando o PSB alí e ainda tendo que se defender dos ataques dos tucanos, que, parece, acordaram?
A questão é que Dilma não teve alternativa. O Molusco a obrigou a isso. Quando começou a falar em caravana pelo país, a se reunir com ministros e ditar política externa para a América Latina; enfim, a se comportar como pré-candidato para 2014, o Molusco obrigou Dilma a se colocar definitivamente como candidata antes que fosse tarde, antes que ele e seu partido criassem um fato consumado.
Não bastaram, para calar a boca do Desencarnado, as apurações da Polícia Federal no caso Rose, nem as novas denúncias de Marcos valério, acolhidas pelo Ministério Público. Foi preciso que Dilma assumisse a candidatura desde já e se comportasse como tal, pois agora o espertalhão vai ter que fingir que faz campanha para ela.
Mas isso tem um custo para ela e para o país. Em dois anos com a presidenta em campanha initerrupta a gestão do país vai para as "cucuias". As exigências e ameaças da base "aliada" mudam de tom e passam a ser cada vez mais incisivas, tolhendo qualquer liberdade que a presidenta teria para fazer suas próprias escolhas.  Desde a composição do ministério às inaugurações de obras eleitoreiras, tudo vai ser ditado pela lógica da reeleição em 2014. E o fantasma do Desencarnado permanentemente à espreita de uma oportunidade de dar o bote. Não vai ser fácil equacionar esse jogo de xadrez. Enquanto isso a economia patina e o país espera...Até quando?

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lincoln Continental

Há semelhanças inegáveis entre Lula e Lincoln. Ambos tem a letra "L" como inicial e o Lincoln Continental era um carro que realmente  "bebia" muito.
Acabam por aí as semelhanças. 
Lincoln Continental - 1984
No mais, é preciso ter uma cara-de-pau enorme com muita falta de senso do ridículo, ou ser muito, mas muito, analfabeto para ter a pretensão de se comparar a Abraham Lincoln, o maior presidente da história dos Estados Unidos.
Lula tem um problema psicológico. Inegável. Ele não consegue aceitar a simples existência de Fernando Henrique Cardoso, que foi uma pessoa que o ajudou a distribuir panfletos na porta do sindicato nos anos de ditadura. Subiram juntos aos palanques das "Diretas Já", enquanto Maluf e Sarney, os amigões de hoje, estavam ao lado da ditadura. Isso, antes que Sarney pulasse o muro.
Não importa o mérito ou demérito de FHC, Lula não pode  aceitar o simples fato de que ele exista e seja o cavalheiro que é, a pessoa educada, culta e inteligente que é. Parece que o que incomoda Lula é a cultura, aquilo que ele menos tem. Isso não seria em si um problema para um político. Já tivemos alguns mastodontes incultos, que, entretanto fizeram um governo razoável. Mas isso é um problemão para o Lula. Por quê? Porque Lula não estudou; e não o fez porque não quis...Essa é a verdade verdadeira. Era pobre, foi metalúrgico, mas nada disso o teria impedido de estudar. Vicentinho, outro ex-sindicalista, formou-se em Direito, bem depois de já ter sido lider sindical.
Lula não estudou porque não quis, porque teve preguiça, ou porque chegou a achar desnecessário. Afinal, um político instintivo, sem ter estudado já tinha galgado o posto de líder do PT, para quê estudar? Então passsou a desvalorizar aquilo que outros têm e ele não. Passou a desvalorizar a cultura e a enaltecer a si mesmo e ao analfabetismo como valores. 
Isso até o beneficiou politicamente, pois passou a impressão ao povão de que estudar, esforçar-se por aprender, pensar, enfim toda e qualquer atividade intelectual era, não só desnecessária, como indesejável. Coisa da zelite! Ganhou votos com essa "identificação" com o povo.
O problema é que nada disso resolve o sentimento de inferioridade de Lula. Não admite que os adversários sejam adversários por questões de programa e valores. Os adversários não "gostam" dele porque ele é ignorante, pensa. E aí ataca. Ataca principalmente quem ele gostaria de ser, quem é o seu êmulo. Ou então, elogia a si próprio de uma maneira que deve até envergonhar os seus próximos, aqueles que tenham alguma lucidez.
Acabou de mandar FHC calar a boca num dia  e comparou-se a Abraham Lincoln no outro. Sintomático! Senhoras e senhores psicólogos e psiquiatras, fiquem a postos!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Picaretagem explícita

As contas de luz, cuja futura possível redução, Dilma anunciou com o estardalhaço típico da demagogia populista, já se vê, talvez nem sejam reduzidas ou até aumentem em 7%, devido ao custo da participação das termelétricas na geração da energia.
O ministro da Fazenda, por outro lado, anuncia que vai baixar as alíquotas de importação de alguns produtos para ajudar a conter a inflação. Diga-se de passagem, que essas alíquotas foram aumentadas por esse mesmo governo, no ano passado, para beneficiar, obviamente, alguns amigos-do-rei da indústria local, que se aproveitaram, também obviamente, para aumentar seus preços, uma vez livres da concorrência de produtos estrangeiros mais baratos. A isso se chamou proteção da indústria brasileira. O consumidor que se dane.
Ontem, o mesmo governo, que queria fazer as privatizações dos portos e aeroportos (chamada pudicamente de concessões) oferecendo 5,5% de taxa de retorno (lucro, no bom e velho português) para quem se interessasse, passou a oferecer 15 a 16% de taxa de retorno alavancado, o que quer que isso signifique. Esses 15% estão no mesmo nível das privatizações de FHC, que tanto foram demonizadas pelo petismo.
O BNDES também vai "facilitar" as condições de financiamento. Vai dar mais prazo de carência, mais prazo para pagamento e taxas mais "atrativas".
Sai um molusco, entra um crustáceo. Antes era o programa-lula, agora é o programa-caranguejo de governo. Vai lá, vem cá. Um passo para frente, dois para trás. Um para esquerda, dois para direita. E por aí, entre uma tentativa e outra, uma demagogiazinha aqui, uma benessezinha alí, vamos nos equilibrando em cima de um pibinho que se recusa a crescer e uma inflação que, ao contrário, cresce exuberantemente.
A impressão que se tem é que ninguém sabe o que fazer. Foram desmontando aos poucos, por incompetência e arrogância,  todas as reformas do governo FHC e nada puseram no lugar a não ser palavras, bravatas e mentiras.
Depois só resta manipular os números para não mostrar o tamanho do buraco em estamos nos enfiando.

PS- Recomendo a leitura do excelente texto de João Pereira Coutinho (ver aqui)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Tropas de Assalto (Sturmabteilung - SA)

Algumas pessoas acharam exagerado o meu "post": A serpente saiu da casca. Afinal, dizem, "só foi um grupelho de agitadores que impediu Yoani Sanchez de falar por duas vezes. Não foi um movimento institucional. Tudo isso é exagero do Reinaldo Azevedo."
Pois bem, quem pensa assim, ou está realmente ao lado dos censores e só não assume, ou então está fazendo o papel de ingênuo. Ingênuos foram vários cidadãos alemães em 1933 (ou até mesmo antes) quando pensavam que aqueles arruaceiros portando a suástica, nada mais eram que arruaceiros. Que não havia clima, nem condições, para que eles tomassem de assalto o poder, que iriam  acabar desaparecendo do cenário político por não conseguirem representatividade no parlamento, etc., etc.
Mesmo famílias judias se recusavam a admitir que o Estado alemão iria permitir a instalação daquela barbárie em seu seio. Tudo não passaria de arruaças provocadas por desocupados, sem qualquer conotação oficial ou institucional.
Os acontecimentos posteriores mostraram que estavam errados. Que aqueles grupos eram orquestrados, sim, e seguiam uma orientação não oficializada do partido, ainda assim uma orientação de seus líderes. Todas as atividades das SA eram planejadas dentro do partido e executadas sob seu comando e orientação. Tanto foi assim que as SA chegaram a suplantar em número e poder até mesmo o exército alemão. E, posteriromente, chegaram a ameaçar até mesmo Hitler, que, acuado e temeroso, mandou expurgá-las em 1934, na chamada Noite das Facas Longas, quando os principais líderes foram presos e executados sob alegação de complô contra o governo.
Pode ser até que os arruaceiros daqui estejam fazendo isso por conta própria, o que duvido, pois há uma inegável coordenação no movimento. O que houve em Feira de Santana e na livraria Cultura em SP não foi uma simples coincidência. O "capo" Gilberto de Carvalho já havia anunciado isso dizendo que "em 2013 o bicho vai pegar". Será isso uma demonstração do que vem à frente na hora em que os mensaleiros forem, finalmente, enjaulados?
O que se tem que fazer numa hora dessas, em que o direito de ir e vir e a liberdade de expressão estiverem sendo cerceados, é chamar a polícia e enquadrar esses meliantes, seja qual for o motivo alegado para a baderna. Antes que seja tarde. Delenda Carthago!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A serpente saiu da casca

Há 80 anos, quando Hitler chegou ao poder pelo voto do povo alemão, a SA, a tropa de choque do partido dos trabalhadores alemães (partido nazista), saía às ruas distribuindo pancadaria aos que não se alinhavam com a ideologia deles e aos demais alvos previamente escolhidos, como judeus e ciganos.
Foi assim na famosa "Noite dos Cristais".
Vejam o video abaixo. A história está se repetindo aqui. Se eles já estão no poder há dez anos e dominaram todos os escalões das instituições  por quê tanto ódio? Ainda não estão satisfeitos? O que querem mais? A uniformidade do pensamento e partido únicos obtida à força e sob ameaça?

Se a sociedade não der uma resposta dura a esses marginais e não os repelir desde já, e optar por ficar em silêncio, será obrigada a ficar calada depois, quando já for tarde para reagir.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um Nobel para Dilma

A presidenta insiste em nos chamar de idiotas. Segundo seu discurso ontem: "nosso modelo de desenvolvimento desafia a lógica das interpretações simplistas. Isso nos diferencia desse disse-me-disse, da pequena política e dos modelos ultrapassasos de análise". 
Quer dizer que Dilma desenvolveu algum modelo de análise que não seja ultrapassado! E que modelo é esse? É um modelo onde dois e dois são seis! Só pode ser, porque só assim se explica que o prejuízo da Petrobrás é lucro, que o aumento da inflação é um avanço econômico e que o reajuste no preço da gasolina vai ajudar a diminuir as despesas domésticas.
Além desse "muderno" modelo de análise, há também um "novo modelo de desenvolvimento". É tão novo esse modelo que nossa lógica de interpretação simplista não consegue mesmo entender. Nesse "novo" modelo, uma estrada caindo aos pedaços e cheia de buracos é uma autoestrada alemã, a gente é que não entende. Nesse "novo" modelo de desenvolvimento já estamos com IDH maior que a Suíça, os paspalhos é que ainda não perceberam. Nesse "novo" modelo de desenvolvimento, a transposição do S. Francisco e as obras do PAC estão cada vez mais baratos e mais eficientes, a patuléia é que burra demais para compreender. 
Realmente não merecemos ser tão especial na presidência. É uma sorte que não nos cabe, ter  uma presidenta de tão elevada competência, perspicácia e preparo intelectual; e cuja missão sublime é completar a obra do grande guru de Garanhuns.
Dilma está desperdiçada nessa função tão comezinha! Deveria é ser indicada para o prêmio Nobel de Economia da década e, com seu talento inovador e sua visão transcendente, ajudar a salvar a Europa do caos econômico que, segundo ela, foi provocado pelo pensamento conservador. Realmente! A compreensão de Dilma e de Lula do que acontece na economia mundial está longe de ser simplista! Quanta complexidade!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A oposição "light"

O que há com o PSDB? Por quê se tornou um partido abúlico, sem vontade? Há espaço para isso na política? Exercer a política sem garra, sem vontade? Nisso o PT dá lições. O PT sabe fazer oposição. Faz tanto que faz oposição até a si mesmo. Estando há 10 anos no poder o PT continua a vociferar, a atacar a imprensa, a "direita" e a "zelite", como se fosse um mendigo na chuva a almejar a mesa do banquete. Até parece que já não se banqueteia e empanturra há tanto tempo.
E o delicado PSDB finge que faz política na Suécia, onde está quase tudo resolvido. Até parece que aqui as estradas são excelentes; os portos, rápidos, eficientes e modernos; os aeroportos, de babar; as escolas, nem se fale; a segurança, invejável; a corrupção, inexistente...
Não dá para entender por quê o partido se esquiva de bater de frente. O quê o prende? O quê o impede de mostrar a carantonha de oposicionista, salvo o senador Álvaro Dias que constitui uma honrosa exceção?
O sen. Aécio Neves, por exemplo,  adota uma atitude muito "light", para dizer o mínimo, para quem quer ser candidato de oposição ao governo petista. Como será na campanha? Vai tomar bordoada de tudo quanto é lado e não sei se convencerá o eleitorado, uma vez que não assumiu até agora, na antevéspera da próxima eleição, uma feição e atitude verdadeiramente oposicionista.
E não faltam armas para a oposição, ao contrário, até sobram. Com os membros do alto escalão do governo sentados no banco dos réus e condenados a penas de até dez anos, nunca foi tão fácil fazer oposição. Mas cadê? Por quê a oposição se esconde? O que teme?
Parece que o que apavora o PSDB são os próprios telhados de vidro. A história do mensalão mineiro que ainda não ficou esclarecida, com o envolvimento de Eduardo Azeredo, Mares Ghia e Marcos Valério parece funcionar como um freio quando surge uma oportunidade de "bater" no adversário. E, como a coisa se passou em Minas, fica a dúvida no ar: será que há respingos também no Aécio? Só isso explicaria o cavalheirismo e as gentilezas do ex-governador de Minas para com o governicho da Dilma e do Lula.
Pode até não ser isso, mas que parece, parece. 
Como dizia Millôr Fernandes, o guru do Méier: "Mineiro nunca é o que parece, sobretudo quando parece o que é."

domingo, 17 de fevereiro de 2013

País da Não-oposição

E a arrecadação de impostos no Brasil em 2012 atingiu o récorde de 1 tri! Isso mesmo: um trilhão de reais, ou seja,  R$ 1.000.000.000.000,00. 
Na maioria das calculadoras não há dígitos suficientes para se escrever esse número. E o que recebemos em troca? Educação pública de alto nível para nossos filhos, um sistema de saúde impecável, aposentadorias de fazer inveja aos suecos, ruas limpas, estradas bem conservadas, cidades seguras, polícia eficiente... Por isso a nossa população está tão satisfeita e confere também récordes de popularidade aos nossos governantes! Por isso a nossa população não reclama!Por isso, nem a oposição reclama!

Veja aqui estudo da ONu sobre o custo do parlamentar brasileiro.



sábado, 16 de fevereiro de 2013

O grito do povo

Reproduzo aqui o texto melancólico e indignado de um cidadão, eleitor como nós, desanimado diante do haraquiri cometido pela Oposição no Brasil.

(Texto de autoria de Reynaldo-BH (Reynaldo Rocha). Reproduzido no blog Coluna do Augusto Nunes.)

O autor, depois de informar ter telefonado para os gabinetes dos principais Senadores da oposição por ocasião do manifesto contra Renan Calheiros, prossegue...
........................................
Porque resolvi agir assim?
Não creio que argumentos éticos, morais e de decência política façam alguma diferença quando exigidos dos petistas e da base alugada. Eles se sabem podres. E estão confortáveis na pocilga moral em que se escondem, com os focinhos de fora, entre montes de fezes e lama. Seria pregar no deserto. Eu não sou personagem bíblico…
O que nos resta é tentar fazer com que a oposição (mesmo que adormecida e anestesiada) entenda que existe uma parcela cada vez maior dos eleitores que não concordando com a dita situação, não se sentem infimamente representada pelas tais oposições. As oposições consentidas. Por eles, os outros. Os donos das coleiras de dóceis amestrados.
Grande parte da responsabilidade pelo estado de decomposição moral, ética e política que vivemos está com a oposição.
O estado de direito só é preocupação de quem não está nos parlamentos. Nós.
O aparelhamento estatal só é uma vergonha para alguns. Nós.
A corrupção só é ofensiva para nós. Eles fazem acordos para que CPI´s poupem os seus (deles).
Os senadores deveriam ter um ombudsman. Ao menos um poderia fazer a experiência! Algum teria coragem?
Um assessor em linha direta com os eleitores. Que pudesse aferir como o trabalho de cada um é visto e avaliado. Quem tiver interesse em conhecer esta experiência na mídia (na Folha de São Paulo), leia “O Relógio de Pascal” de Caio Túlio Costa.
Foi uma experiência assustadora. E deprimente. Em que pese a atenção e até revolta demonstrada por alguns assessores.
Dias antes do Carnaval, nenhum dos senadores em Brasília. Com um PIB em queda, uma inflação disparada, Renan em um Spa, co-presidentes em articulações para a continuidade do pesadelo e um Brasil sem esperanças. Em quem deveríamos ter.
Uma oposição inerte. Domesticada de tal forma que dá a impressão de ser concordante com os ladrões e usurpadores do poder, que dominaram o Executivo, tentaram intimidar o Judiciário e certamente, compraram o Legislativo.
O preço? Depende do que se entenda por preço e pelo valor que cada um acha que vale. Certamente bem menos do que nós avaliamos. Para uns, cargos. Para outros, apoio político em projetos futuros. Alguns mais pela promessa de não ser alvo como foi Artur Virgílio. E por fim, outros por dinheiro na boca do caixa. Tanto faz. O preço é detalhe. A venda é o crime.
O distanciamento destes senadores da WEB (blogs, opiniões de comentaristas-eleitores que se expõem diariamente em espaços como este aqui, redes sociais e comunicação intergrupos), é quase didático.Demonstram não terem consciência da Primavera Árabe, da primeira eleição de Obama, dos indignados da Espanha, da geração à rasca de Portugal, da indignação contra os estupros consentidos na Índia entre tantos exemplos.Ignorada e desprezada por quem deveria, pela sobrevivência, estar permanentemente atento às mesmas.Parecem ser os senhores do castelo dos horrores. Na Casa do Espanto, já não se espantam com nada. De costas para o país – tal qual um padre pré-concilio Vaticano II, de 1963, que rezava missas em latim! – continuam no dialeto estéril e bolorento: eles entendem tudo. Mas só eles entendem.Não se trata de ameaça, mas constatação.Esperam estes senadores de oposição em próximas eleições ter a recondução garantida? Ou a velocidade da Internet (na alteração de usos, costumes e visões) ainda não foi percebida por Vossas Excelências?Pergunta desnecessária, eu sei. Quem sequer ouve 1.500.000 brasileiros exigindo que se reveja o tapa que nos foi dado na cara, certamente é surdo para qualquer alerta do que acontecerá a cada ano.Um dia, um enlouquecido e desequilibrado desconhecido – ao qual a pústula Renan era assecla! – conseguiu ser presidente do Brasil com um discurso da “não-política” e do desprezo ao Legislativo. Suplantou Ulisses, Brizola e até o Imperador de Garanhuns. E ninguém parece ter aprendido nada.Não existe vácuo. Muito menos em política.Temo pelo ovo de serpente que possa estar sendo gestado em algum canto deste país. Que não se culpe os eleitores por outra escolha equivocada.A culpa será exclusiva de quem, devendo ser oposição, se contenta em ser cronista de vulgaridades falando para um plenário vazio. Como são quase todos os nobres senadores que se opõem ao projeto hegemônico do PT e da base alugada que se vende a qualquer poderoso.A oposição somos nós. Que não queremos mandatos nem cargos públicos.Exigimos somente um pouco de vergonha na cara!





sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Nem no meu

Fernando Gabeira faz uma análise (aqui), como sempre lúcida, sobre o manifesto contra Renan, assinado por mais de 1 milhão de pessoas. O título é "Não em meu nome". E eu ajunto a minha voz ao coro  e afirmo: Nem no meu.
Depois do que Gabeira disse não há muito a se acrescentar a não ser a concordância em gênero, número e grau. Gabeira é um caso excepcional de político que não se agarra a cargos e funções, nem mesmo a partidos. Não barganha posições, não está obcecado pelo "pudê", não faz o jogo para se dar bem, não faz demagogia, nem conchavos. Por isso tem sido meio que alijado do processo político. Esse é o político que a faz a política necessária no dizer da ministra Cármen Lúcia. A política é necessária, mas não qualquer política. Quando a atividade política se aproxima da atividade criminosa e com ela se confunde, deixa de ser necessária e passa a ser intolerável. É bom que o Gabeira, que já patrocinou a defenestração de um (o inesquecível Severino Cavalcanti), esteja agora se contrapondo a outro. Esse milhão de assinantes do manifesto precisam de uma cara e uma voz. Que sejam a cara e a voz de Fernando Gabeira a dizer para esse pretensos "representantes" do povo: podem falar em nome de si próprios, mas no meu nome, não!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Pra quê Senado?


Aproximadamente, metade das nações soberanas hoje tem seu poder legislativo constituído por uma só câmara. São exemplos: Suécia, Finlândia, Islândia, Noruega, Dinamarca, Israel, China, Cuba, Taiwan, Portugal, Honduras, Equador, Venezuela, Peru, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Grécia,  Croácia, Bulgária, Turquia, entre outros. E, mesmo entre os sistemas bicamerais mais tradicionais, prevalece para a câmara alta um caráter mais simbólico, como a Câmara dos Lordes na Inglaterra.
As vantagens do sistema unicameral são várias. 
  1. Redução de despesas públicas. Junto com os 81 senadores e seus maravilhosos salários e demais vencimentos,  vem toda uma "troupe" de assessores, secretários, chefes de gabinete, auxiliares, funcionários de diversos tipos, copeiros, garçons, vigilantes, motoristas, sistema administrativo e financeiro, sistema de segurança, sistema de transporte, comunicação, informática, gráfica, médicos, rádio e televisão, aposentadoria e por aí vai.
  2. Mais eficiência.
    Com duas câmaras, a lentidão já habitual do processo legislativo chega ao ponto da ineficiência quase total. O sistema unicameral produz mais agilidade na elaboração das leis e previne a diluição das responsabilidades.
  3. Mais transparência e simplicidade no processo.
    Quando uma lei é aprovada ou rejeitada fica muito mais fácil saber quais foram os responsáveis por isso. 
  4. Maior representatividade.
    O Senado não representa os cidadãos, representa os Estados. Em um país onde o Estado já é hipertrofiado e o cidadão tem tão pouca informação e acesso ao seu representante, o sistema bicameral é claramente elitista e antidemocrático.
Não perdemos nada e ganhamos muito se abolirmos o Senado de nossa estrutura política. E, considerando o nível ao qual baixamos, ficamos livres de ver a cara dos Sarneys e Renans zombando da nossa.





quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Bagagens extraviadas, um grande negócio

Cada vez mais as pessoas viajam e, cada vez mais, a probabilidade de extravio de bagagem aumenta nas companhias aéreas. A questão  é que depois disso, o problema permanece com o dono da bagagem. Além do desconforto de chegar a um lugar sem seus pertences, muitas vezes num domingo ou feriado, ou num horário em que o comércio já não funciona, o infeliz viajante ainda tem que percorrer o calvário que é contactar as companhias aéreas envolvidas no processo. Primeiro a espera na fila das bagagens até o último segundo, na vã esperança que ela surja, de repente, pela correia transportadora como quem não quer nada. Assim vai observando, um a um, seus companheiros de viagem com um sorriso interno de vitória se afastarem e só uns desolados gatos pingados restarem por ali, indo e vindo até  o ponto de onde as bagagens são desovadas e conferindo até os volumes mais estrambóticos para ter certeza que não é o seu.
Depois, a fila das reclamações. Em língua estrangeira você tem que explicar como é a sua bagagem, cor, peso, dimensões aproximadas, se é rígida ou flexível, se contém itens de valor. É claro que contém! Tudo que está lá tem um valor enorme para você, pobre e desprotegido viajante, cujo único contato naquele momento com o seu lar, seu ponto de origem,  é a tralha que você cuidadosamente empacotou em casa. 
Obtido um papel com um número mágico, cabalístico, que você não pode perder de jeito nenhum, vai se embora para o hotel ou qualquer outro destino. E recebe, à guisa de consolo, a recomendação: "pode acompanhar pela internet ou por telefone que estaremos fazendo todos os esforços para localizar sua bagagem o mais rapidamente possível".
Assumem que você tenha internet fácil e de graça em qualquer lugar que você esteja e que o "roaming" do seu telefone também é gratuito.
Depois, outro calvário é falar com o setor correto da companhia aérea, não sem antes ter que ouvir uma musiquinha intolerável e a publicidade da companhia exaltando a sua (deles) eficiência, rapidez e cortesia. Se você for um cara sortudo as malas afinal chegam um ou dois dias depois, quando você já gastou os míseros 100 dólares que a generosa companhia aérea diz que um dia vai reembolsar. Uma camisa custa 60 dólares, um par de cuecas, 20, meias, outros 20, escova, pasta de dentes e desodorante já estouraram a conta.
Se as malas não chegam você vai continuar por intermináveis 30 dias cumprindo a mesma rotina, antes de poder reclamar por uma compensação em dinheiro pela bagagem perdida. Essa compensação pode chegar a incríveis 1130 Euros!. Ou seja, você vai ficar rico! Basta começar a perder bagagens por aí, quando viaja.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Ideologia e pedagogia

É claro que não há processo pedagógico totalmente infenso à ideologia. A cultura dominante está inevitavelmente presente no processo com a carga ideológica que a define e não há como ser diferente. O problema de misturar ideologia com pedagogia começa quando se quer impor a um processo pedagógico, não a ideologia da cultura dominante, mas a de uma facção, de uma parcela, de um partido, de um grupo, que momentaneamente esteja no comando político.
O processo pedagógico visa moldar uma geração inteira e, ao se introduzir nele um viés ideológico (e pior ainda, partidário), o que se está tentando fazer é o que as ditaduras todas almejam: ter sob seu controle os corações e as mentes das pessoas.
A democracia não pode permitir tal coisa. O processo educativo tem que ser neutro. Na hipótese mais extrema, os dois (ou vários) lados de uma questão ou pontos de vista tem que ser mostrados e debatidos.
O que se vê no Brasil entretanto, nesses tempos de sombra, é a partidarização ideológica dos livros didáticos. É o aparelhamento da educação!
A história factual chega a ser adulterada, fatos são omitidos, outros são distorcidos, para apresentar à mente infantil e adolescente uma versão, aquela versão benévola para com quem está no exercício temporário do poder político. A sociedade não pode aceitar isso passivamente. Não podemos permitir que imponham às nossas crianças uma visão de mundo unilateral (no caso, marxista) como se fosse a verdade indiscutível.
Além disso, está cada vez mais presente nos livros escolares, um certo messianismo anti-progresso. Com disse muito bem, Vinícius Mota, em sua coluna na Folha:
"Mas é curioso notar como um pacote dito progressista vai sendo entregue a nossos alunos sem grande questionamento. Mistura elementos clássicos da esquerda, como o ódio à competição, ao lucro, ao capital e ao êxito individual. Agrega também itens de crenças recentes, absorvidos após a ruína do socialismo soviético. Destaca-se o comunitarismo ambiental, neopagão, que mitifica a natureza, as árvores e os bichos, elegendo a agricultura comercial, a indústria e o consumo de massas como inimigos. O padrão de ensino no Brasil tem interpretação em excesso e falta de ênfase no conhecimento básico. Enquanto isso, a China 'socialista" investe na matemática."
Não é preciso acrescentar mais nada.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Representantes do povo?

Como é que uma pessoa eleita para representar uma parcela do povo no Congresso Nacional pode se dar o direito de votar em segredo? 
Talvez seja essa a maior excrescência entre tantas que somos obrigados a suportar em  nosso sistema político. O voto não pertence a esse(a) senhor/senhora. O voto pertence a quem o elegeu, ou então não somoos uma democracia representativa! E quem o elegeu tem o direito de saber como é que seu representante está votando. Simples assim.
Qualquer coisa diferente disso, não importam os argumentos, é enganação. E é uma das razões pelas quais a política está tão divorciada da população e vice-versa. De que adianta votar em A ou B se nenhum deles depois mantém o compromisso com o seu eleitor?
A manutenção da permissão para o voto secreto para deputados e senadores configura uma violação do principio da representatividade. Não há razão para isso. O voto dos parlamentares, em qualquer situação, deve ser claro, para que os representados possam avaliar se o seu representante votou conforme o programa do partido e suas próprias promessas e posições. O voto secreto é um direito do eleitor, mas jamais dos eleitos no exercício de seu mandato.
Por isso foi duplamente vergonhosa a votação que elegeu Renan Calheiros, presidente do Senado.
Depois nao adianta falar que setores da sociedade estão depreciando a política. Quando um representante do povo deixa de fazê-lo para atuar em seu beneficio pessoal, nesse momento a política deixa de cumprir sua função para se transformar em farsa.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Quanto custa o silêncio

Há 80 anos (mais exatamente em 30/01/33) Adolf Hitler chegava ao poder. E, chegava, pela via democrática, ou seja, pelo voto. Em pouco mais de um ano, já tinha criado todas as condições para transfomar aquela democracia em um regime totalitário dos mais horrorosos que já houveram na face da terra. Hitler conseguiu a maioria no Parlamento alemão, fazendo acordos com outros partidos, ditos democráticos, depois os enguliu a todos, eliminou, um a um, dos seus opositores e instituiu o partido único, o Partido dos Trabalhadores Alemães (Deutche Arbeitepartei - que coincidência!), que tinha sido renomeado Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Foi com a conivência ou indiferença da sociedade alemã que o totalitarismo se implantou ali. Quem não era nazista, nem simpatizante do nazismo, porque não tinha gritado antes, foi obrigado a se calar depois.
Os tempos mudam, mas os métodos insistem em ser os mesmos: calar a imprensa, cooptar os outros partidos, reduzir ou silenciar a oposição, arrebanhar militantes aguerridos, pregar o ódio racial, dividir a sociedade entre os que apoiam e os "inimigos", confundir o partido com o Estado. Tudo isso vem se repetindo sob nossos olhos complacentes.
Estamos aceitando tudo, como se aceita um desígnio da natureza. Depois vai ser tarde para chorar. O custo do nosso silêncio de agora pode ser duro e difícil de ser pago mais tarde.
Uma grande culpa dessa situação pode ser atribuida à anemia da oposição. A tarefa de se opor politicamente não é das redes sociais, a tarefa é dos partidos constituidos que estão fora do governo. Esses partidos, em especial, o PSDB e seus líderes, são os que têm a  obrigação moral, política e institucional de fazer uma oposição digna do nome, para a preservação do jogo democrático. As redes sociais podem e devem gritar, mas é dever cívico do PSDB assumir uma oposição política de fato. Com a palavra o Senador Aécio Neves.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Brasil mostra a sua cara

Tá eleito! Renan Calheiros, acusado pelo Ministério Público de 3 crimes, que já havia renunciado ao mesmo posto no bojo de um outro escândalo que ainda não ficou esclarecido, é o novo presidente do Senado. As máscaras vão sendo deixadas de lado. Já temos alguns condenados por crimes de peculato (roubo de dinheiro público) e corrupção, que assumiram seus cargos de Deputados na maior cara de pau. O país nem treme. É normal! Ter mais um, ou menos um, indiciado fazendo parte do Parlamento, sendo chamado de Excelência, ou Nobre Senador, Nobre Deputado, é o achincalhe maior a que poderíamos supor submetida a classe política brasileira.
Há poucos dias, o presidente do PT dizia que a imprensa e o Ministério Público estão demonizando a política.
Quer dizer que quem demoniza ou desqualifica a política é a imprensa, que denuncia os crimes, e o Ministério Público, que os apura, não quem se utiliza da política para cometer esses mesmos crimes e ficar impune!
Com essa coleção de condenados e indiciados ocupando cadeiras do Congresso, chegou-se à desmoralização completa da atividade política, que já foi no passado, uma atividade de homens íntegros, como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Milton Campos, Afonso Arinos de Melo Franco, Ulisses Guimarães e outros.
O Brasil de hoje já despencou vários degraus nesse quesito e a cara feia da corrupção, da venalidade, da ganância e da desfaçatez está se apresentando sem máscaras a todos. Finalmente o pedido do Cazuza foi atendido. Chegamos ao "admirável mundo novo" da era dos Renans.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ineficência da PTBrás

D. Dilma aumentou o preço da gasolina, mas não nos explicou por que isso é necessário. Para ela que é economista seria fácil explicar, o que seria difícil é justificar. Vejamos: 

  1. A Petrobrás tem o monopólio da produção de gasolina e diesel no país. Teoricamente, quanto mais consumo houver desses produtos, mas dinheiro ganhará a empresa. Certo? Errado. No caso da Petrobrás, quanto mais ela vende mais perde. Apesar de ser uma empresa privada, com capital aberto, o sócio majoritário, o governo, obriga a empresa a vender gasolina e diesel fazendo prejuízo. A isso se chama subsídio. Isso significa que, se não fosse assim, o preço da gasolina estaria muito mais alto. E, significa também, que a Petrobrás tem uma estrutura de custos muito cara, porque, mesmo subsidiada, a gasolina aqui está entre as mais caras do mundo.
  2. A Petrobrás não consegue obter, com o refino de petróleo nacional, a quantidade de diesel e gasolina que consumimos no Brasil. Tem portanto que importar. Como a moeda brasileira perdeu 30% de valor em 2012 as importações ficaram 30% mais caras.
  3. A Petrobrás é o maior patrocinador de eventos de todos os tipos no país. Isso tudo custa muito dinheiro. Por quê a Petrobrás precisa patrocinar eventos? O que ela produz, ela vende, sem concorrência. Além disso, é o maior anunciante do país. Por quê precisa fazer anúncios? Para vender mais diesel e gasolina?
    Quando a Petrobrás patrocina e anuncia, quem paga a conta ao final somos nós, consumidores e contribuintes. Pagamos a conta duas vezes, uma quando compramos gasolina cara, outra quando o Tesouro nacional desembolsa para cobrir os rombos da estatal. E quem ganha com a publicidade e os patrocínios? Pergunta idiota, já sabemos que são os amigos do Rei, como sempre.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

País surreal em dois tópicos

País Surreal 1 - O Brasil é mesmo um país surrealista. Um sujeito, como esse tal de Renan Calheiros, que renunciou à presidência do Senado por corrupção, agora quer voltar a exercer a ...presidência do Senado! É certo que foi "absolvido" pelo povo idiota que votou nele novamente, mas, nem por isso, ou até mesmo por isso, a situação fica menos surreal.
Tente explicar isso para um sueco, para um inglês, ou mesmo para um norte-americano. Não dá. O que dá é vergonha de ser brasileiro, pois em países onde há minimamente algum compromisso com a seriedade na política esse tal de Renan não teria chegado ao Senado nem da primeira vez. E se tivesse chegado uma vez e renunciado, poderia se esquecer da atividade política.
Mas aqui tudo é possível, até um abraço de Lula em Maluf. Estavam certos os antigos que diziam que "não existe pecado do lado de baixo do equador".  Aqui vale tudo.

País Surreal 2 - Dilma inaugurou nova modalidade de campanha. Podemos chamá-la Dilmagogia. Foi à televisão e, com estardalhaço, desancando a oposição e os "pessimistas", anunciou sua grande vitória: a redução no preço da energia elétrica, que vai ser aplicada a partir de fevereiro. Ou seja, só chegará às contas em março, se chegar... 
Podia ter aproveitado o momento sublime para nos dizer também que antes de podermos nos regozijar com essa redução, já teríamos que meter a mão no bolso para pagar mais caro a gasolina (que já estava entre as mais caras do mundo). Mas a Dilmagogia não permite essas sinceridades. A Dilmagogia vive do engodo, da mentira, da desfaçatez, da cara-de-pau.
Depois que o PT devastou a Petrobrás, inclusive fazendo-a comprar uma usina velha e sucateada, nos Estados Unidos, por um preço dez vezes maior do que ela valia, temos mesmo é que pagar mais caro pelos derivados do petróleo, senão a Petrobrás quebra! Afinal somos, ou não somos, autossuficientes? Temos, ou não temos, o pré-sal? Por enquanto vamos nos contentando só com o sal, o valor salgado da conta de encher o tanque.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Tragédia brasileira II

A tragédia do momento é essa de Santa Maria, que nos espanta, que nos comove, que nos indigna. Mas não é a primeira, nem a única, infelizmente. Todos os dias ocorrem pequenas tragédias às quais nem damos mais importância. São as filas nos hospitais, são hospitais sem recursos, são médicos sem condições de exercer com dignidade e proficiência a sua função. Outras tragédias também acontecem por todos os cantos das grandes e agora também das médias e das pequenas cidades, com os roubos, os assaltos e os assassinatos de pacatos cidadãos que só estavam no lugar errado, na hora errada. E o lugar errado pode ser qualquer um, até dentro de casa, assim como a hora errada pode ser qualquer uma das vinte e quatro, não há o que escolher.
Mas a maior, a mais definitiva, a mãe-de-todas-as-tragédias é ter a classe política que temos,  com raríssimas exceções, e esse governo incompetente e corrupto que destrói os país já por 10 anos. Essa é a causa de todas as outras tragédias. Quando a atividade política se aproximou das atividades criminosas e lhe copiou os métodos e os fins, a ponto de não mais se distinguir uma da outra, criaram-se as condições para tragédias como a de Santa Maria e para todas as demais.
Em contraponto a isso ficamos sabendo que em 2012 pagamos a estonteante quantia de 1 trilhão de reais em impostos! Escrito com algarismos, isso é 1.000.000.000.000,00! Nem a maioria das calculadoras tem essa quantidade de dígitos!
E o que recebemos em troca? Educação pública de alto nível para nossos filhos, um sistema de saúde impecável, aposentadorias de fazer inveja aos suecos, ruas limpas, estradas bem conservadas, cidades seguras, polícia eficiente... Por isso a nossa população está tão satisfeita e confere também récordes atrás de récordes de popularidade aos nossos governantes!
Ah, e quando um(a) presidente(a) verte umas lágrimas (sinceras ou não, eleitoreiras ou não) diante de uma tragédia, que ele/ela nada fez para que não acontecesse, fica todo mundo de boca aberta.
Podem dizer que a presidenta não tem nada a ver com uma boate no interior do Rio Grande do Sul, mas tem, todos os políticos têm, todos nós temos, enquanto não mudarmos o nosso país.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia brasileira

Mais uma tragédia anunciada se abate sobre nós, o país da indigência mental. Por quê somos imprevidentes, despreparados, negligentes? Não sei. Sei que é, infelizmente, uma característica brasileira: não planejar, não prevenir, apenas chorar e se lamentar depois.
Lembro-me da época em que ainda não era obrigatório por lei o uso de cintos de segurança. Se alguém, no carro, o procurava e colocava, era olhado pelos demais com cara de espanto e risos maliciosos. Mesmo depois da obrigatoriedade do uso (e ainda hoje há casos) a resistência foi grande.
Casas noturnas sem as mínimas condições de segurança proliferam pelo país  afora. As tragédias até que são poucas, considerando o risco a que a população  de jovens está submetida. No país cartorial dos alvarás, carimbos e licenças, ninguém fiscaliza nada e tudo se resolve, não poucas vezes, por "debaixo dos panos". Se não é assim, como se explica que uma boate com capacidade para duas mil pessoas, só tivesse uma única porta de saída que era, ao mesmo tempo, porta de entrada e com as passagens obstruídas por biombos? Como se explica que o poder público tivesse concedido o alvará de funcionamento a uma casa de espetáculos nessas condições e, ainda, com revestimentos internos de poliuretano, material altamente inflamável e tóxico!?
Não há explicação dentro da lógica e dentro da lei. A explicação tem que ser buscada fora, nos meandros do nosso endêmico descaso e endêmica indiferença. O descaso é típico dos órgãos de governo que fingem que cumprem suas funções e a indiferença é típica do nosso povo que aceita passivamente qualquer coisa e finge que está tudo bem.
Não cobramos, não reclamamos, exceto uns poucos cidadãos, considerados chatos, ranzinzas, mal-humorados. E as autoridades desfilam por aí sua incompetência e sua venalidade sem se importar com nada, nem com ninguém, exceto na hora do voto.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Genocídio e escravidão feminina

O que acontece com as mulheres, em certos países, é simplesmente um genocídio de proporções catastróficas. Esse caso recente da menina indiana estuprada e morta por um bando de seres animalescos é apenas uma ponta infinitesimal do grande horror diuturno a que as mulheres são submetidas em inúmeros países em todo o mundo. India, Paquistão, Irã, Afeganistão, China, Palestina, Arábia Saudita, Síria, Egito, Argélia, Líbia, Mali, Libéria, Somália, Níger, Chade, Sudão, são alguns dos que nos vêm à mente de imediato quando se trata desse assunto, mas a lista é muito maior, onde as mulheres valem menos que objetos, e são submetidas aos mais terríveis sofrimentos, humilhações, desrespeito, agressões físicas e psicológicas.
Apesar de muitas organizações tratarem desse assunto, não se vê, quando se fala em manifestações de massa, uma grita mundial contra isso. Muito antes de, na ONU, se discutirem questões geopolíticas de distribuição de poder, muito antes de as pessoas, organizações e governos se preocuparem com as alterações climáticas, o que deveria ser trazido à pauta é como a humanidade vai se livrar dessa situação degradante para todos nós. 
A ONU deveria, sim, impor severas sanções contra os países que permitem esse tratamento às mulheres e às crianças. Somente quando essa questão estivesse plenamente resolvida, teria a humanidade o direito moral e ético de tratar de quaisquer outros assuntos. 
O sexo feminino representa mais da metade da humanidade. E é essa parcela de seres humanos - a melhor parcela, a mais bonita, a mais generosa - que sofre esses abusos. É preciso parar com isso, já.  É preciso acabar com o relativismo cultural que aceita, em nome do respeito às culturas diferentes, essa exclusão e esse genocídio.
As culturas devem ser respeitadas em suas características peculiares e diferentes, mas desde que essas características não impliquem em desrespeito aos valores maiores e absolutos que são os direitos humanos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Truques velhos

Cachorro velho não aprende novos truques, diz o ditado. Parece que é verdade e ontem isso ficou demonstrado na fala da presidanta na TV.
Dilma, coitada, até que tenta. Mas não convence. Ontem, por exemplo,  ficou claro que foi o seu marqueteiro quem escreveu o que ela leu. A não ser pelos gaguejos e interrupções típicos, não era a Dilma falando.
João Santana, o marqueteiro, pode até ter se inspirado no pensamento dilmista  - se é que existe um pensamento dilmista - mas ficou claro que o estilo não era o da locutora.
E essa história de atribuir à oposição a culpa pelos fracassos das ações de governo é história velha e requentada. Até porque não há atualmente no Brasil uma oposição política digna do nome. Oposição é o que acontece na França, na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos.
Dilma anunciou que o preço da energia elétrica vai baixar. Parabéns pela mágica! Quem não quer pagar menos pela energia elétrica ou por qualquer dos serviços prestados pelo Estado à sociedade? A questão é que dar com uma mão e tirar com a outra é mentira, é estelionato político. 
A conta, portanto, não pode ser fechada às custas do Tesouro, senão todos nós continuaremos pagando, só que em outra esfera, por outra via e sem saber. De onde saiu, pois,  esse valor de desconto? Onde ele estava embutido ou escondido? E por quê não veio antes? 
Ora, se o custo de produção de energia não baixou (até, ao contrário, aumentou), se não houve ganhos de produtividade, como é que se vai dar esse desconto?
Essas perguntas ficaram sem resposta, mas analistas já avaliam que o governo vai ter que desembolsar 8,46 bilhões de reais, por ano, para tapar esse buraco.
Essa notícia está, pois, com cara de demagogia eleitoreira. Sinto muito que D. Dilma esteja sendo pressionada pelo Molusco e queira devolver a bola, mas é o Erário que vai financiar a campanha eleitoral dela? É demais!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O terceiro mandato

Coincidentemente, no dia da posse do Obama, Lula tomou posse também no governo brasileiro. O cargo que ele ocupa ainda não tem nome, mas a função já está clara. É ele quem manda e "negocia" com a base aliada.
Nada mais, nada menos que isso foi o que aconteceu ontem no Instituto Lula em S. Paulo. Com a presença do ministro da Defesa, Celso Amorim (que comanda os militares) e de Luciano Coutinho, presidente do BNDES (de onde sai o dinheiro), foi dito, pelo amarra-cachorro Paulo Vannucchi em um seminário de política externa, que a partir de fevereiro é o Molusco quem vai "coordenar" a "articulação política" (leia-se "toma lá, dá cá").
Disso realmente ele entende. Como presidente da República disse que não viu, mas aceitou, que o Zé desenvolvesse um programa de corrupção e compra de parlamentares como nunca-antes-neste-país se tinha visto. Portanto, ele sabe "compor" interesses diversos.
O maior problema no entanto chama-se Dilma. Parece que ela não sabia. Se sabia e se concorda, por que cargas d'água não foi ela quem anunciou essa função do Desencarnado? E a Gleisi? Foi exonerada ou vai ficar lá, na Casa Civil, como uma barbie, de enfeite?
E por quê o ministro da Guerra, digo, da Defesa, foi chamado para "abrilhantar" esse anúncio?
Em política, tudo tem um significado e ninguém dá ponto sem nó.  O Desencarnado, já havia anunciado uma caravana pelo Brasil. Marcou uma reunião com Dilma para "destravá-la". Materializou-se dentro da prefeitura de S.Paulo, reunindo-se com os secretários e deu lições de como se deve governar a cidade. E agora vem com essa, trazendo um fato consumado para Dilma digerir.
O ano de 2013 está começando a ficar interessante!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O PIBinho em pé

O que mantém o PIB em pé? O PIBinho do Mantega, apesar de pequeno, ainda está de pé, ou seja, ainda está do lado positivo do sistema de referência. 
Mas, além da fajutagem nas contas (veja o texto do Stephen Kanitz, aqui) , o que o está mantendo do lado de cá é o consumismo, irresponsavelmente incentivado pelo governo e pelas baixas taxas de juros reais. São esses fatores que não deixam o índice cair de vez para o lado negativo.
A desorganização econômica começou no final do governo Lula, com a gastança desenfreada para eleger o poste. Mas a conta um dia tem que ser paga e ela está vindo a conta-gotas para nós, brasileiros, sob a forma do velho dragão conhecido de todos, o dragão da inflação! 
Nesses dez anos de petismo o orçamento do governo, uma ferramenta da administração, foi desprezado e abandonado. Passou a ser uma peça de ficção. Isso fica bem claro se olharmos o valor das contas denominadas "Restos a pagar", que é o nome que se dá às despesas feitas nos anos anteriores e que não foram pagas, transferindo-se essas obrigações para o ano seguinte.
Os "Restos a pagar" recebidos por Lula em 2002, eram de 20 bilhões de reais. Já não era pouca coisa, mas, de 2012 para 2013, D.Dilma transferiu, como restos a pagar, a fabulosa quantia de 200 bilhões de reais! Ou seja, só acrescentou um "zero". São dados oficiais.
Como sempre acontece nos domínios estalinistas, a presidAnta quer modificar a realidade às machadadas. Se os números não agradam, mudem-se os números. E corte-se a cabeça de quem discordar! diz a Rainha de Copas no País das Maravilhas tropicais.
Dilma conduziu o país ao desabastecimento de energia, desvalorizou a moeda, a Petrobrás e as geradoras/distribuidoras de energia elétrica. Fechou as portas às importações, para benefício de alguns poucos oligopólios e prejuízo dos demais brasileiros que são obrigados a comprar produtos de qualidade inferior por preços absurdos (como automóveis, eletrônicos, etc). Demonstra um pendor intervencionista tal, que afugenta os investidores e ainda se pergunta por quê a economia do país não cresce.
Estamos mal e, em 2013, há perigo de a inflação estourar nos dois dígitos. Afinal, não há almoço grátis e, com as contas públicas correndo desse jeito, o resultado não será outro que a corrosão do valor da moeda. E, na calada do final de ano, o governo Dilma enfiou, no bojo de uma Lei Complementar que troca o indexador da dívida de Estados e municípios, uma alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal que a descaracteriza e praticamente anula. Se o Congresso a aprovar, todo o avanço que tivemos nessa área vai por água abaixo. Se o Congresso aprovar...mas alguém duvida que aprove?

domingo, 20 de janeiro de 2013

Quem é o animal?

Um participante ridículo de um programa mais ridículo ainda, o tal do Bigue Bróder, resolveu contar uma estória em que seria o autor de atos de tortura e maus-tratos a um cão. Segundo o próprio, ele teria quebrado os dentes de seu cão com um machado! Desde já informo a todos que não assisto a tal "programa" e acho que uma emissora de TV que se respeite não deveria veicular uma porcaria dessas! Fiquei sabendo do caso pelas notícias de jornal e me dou o direito de opinar.
Acho que um ser abjeto desses, deveria, sim, ser processado não só pelo que fez ao cão, como por ter trazido o fato a público, entre risos, como se fosse uma coisa boa, a ser imitada. Parece que o Ministério Público já iniciou uma ação contra essa pessoa, cujo nome não quero nem mencionar.
Essa bravata mostra bem o tipo de "formação de opinião" que se quer impingir à uma sociedade iletrada e ignorante, como a nossa, seja de qual classe social for. O pior é que os participantes do programa acabam adquirindo o status de "celebridade", de modelos a serem imitados. Estão por aí os ex-biguebróderes que viraram "atores" e "celebridades" para comprovar o que digo.
Assim, com a nossa sociedade se espelhando nesse tipo de atitude, não é de se espantar que o Brasil, quando muda, muda pra pior.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Briga no escuro

A criatura é prisioneira do seu criador. Na verdade, para um poste na escuridão, até que Dilma faz muito. Não pediu para ser presidenta. Foi escolhida por artes necromânticas do Desencarnado, que queria... um poste na presidência! Isso muito lhe facilitaria (a ele, não a ela) as coisas em 2014. O poste ficaria ali,  esquentando o troninho, enquanto ele governaria das sombras de S. Bernardo, mexendo os pauzinhos através de seus representantes com cargo e assento no governo. Ainda não deu muito certo!
Dos lacaios lulistas, alguns foram defenestrados, como o "Palóffi", ou silenciados, como o Pimentel. Restaram Gilberto de Carvalho e Marco Aurélio Garcia, que além de fazerem espionagem  pro Molusco, não servem para muita coisa. 
Dilma não tem como tirá-los do governo, mas tem como deixar Lula acuado, nas cordas. Basta acionar a Polícia Federal. 
E, Lula, que de bobo não tem nada, fingiu que jogou a toalha. Superando o mutismo, mandou recado através de amigos, dizendo que desistiu de disputar a presidência em 2014. Vai disputar um cargo no Senado e apoiar a Dilma. Óbvio! Garoto esperto! 
Mas, ao mesmo tempo, dá o troco, fazendo-se presente no cenário a qualquer custo. Anunciou uma caravana pelo Brasil em fevereiro. Para quê? Para nos explicar o caso Rose é que não é!
E está convocando alguns ministros (Celso Amorim, Marco Aurélio Garcia, Luciano Coutinho, presidente do BNDES e outros) para um Seminário promovido pelo Instituto Lula, para falar de política externa!
Se o governante fosse FHC dava até pra entender os movimentos do Molusco, mas sendo o poste que ele escolheu, o que isso significa? Que briga é essa?

PS- Lula vai a Cuba visitar Hugo Chávez. Pela fama de pé frio do Molusco...


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

E agora, Joussef?

The Piauí Herald

E agora, Jousseff?
A festa acabou,
a luz apagou,
o PIB caiu,
a noite esfriou,
e agora, Jousseff?
e agora, PT?


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Alquimias Econômicas

Delfim, que não é santo, nem bobo, e velho conhecedor da manipulação de dados econômicos, mandou ontem um duro recado à equipe econômica do governo Dilma. Em sua coluna no jornal "Valor Econômico" disse Delfim: 
"A recente 'quadrangulação' para cumprir o superavit primário foi uma deplorável operação de alquimia. A repetição desses 'truques contábeis' está construindo uma incestuosa relação entre o Tesouro Nacional, a Petrobrás, o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Trata-se de uma sucessão de 'espertezas' capazes de destruir o esforço de transparência que culminou na magnífica Lei de Responsabilidade Fiscal..."
Quem está falando é aquele que, até pouco tempo, era o conselheiro do guru-mor. Só que nessa área o guru era esperto o suficiente para não fazer besteira e deixou tudo por conta do "Palóffi" e do Meirelles.
Infelizmente, esse não é o caso da gerentona, que se julga a dona da verdade, especialmente na área econômica em que ela pensa que toca bem o apito. Por isso vai, aos trambolhos, misturando as coisas e fazendo uma total bagunça no nosso "ambiente" econômico, espantando uns, acariciando outros e o resultado até agora foi o que se viu, ou melhor, o que não se viu: o pífio crescimento da economia.
O pior, destacado por Delfim, é a perda da confiança. O Brasil já tem uma história negativa, com um passado de total desorganização econômica e há relativamente muito pouco tempo conseguimos superar essas mazelas subdesenvolvidas. O governo do PT tem feito de tudo para destruir essas conquistas. Acabou com o papel mal-começado das agências reguladoras, destruiu a reputação do Banco do Brasil e da Petrobrás, superdesvalorizou a nossa moeda, atravancou o balanço comercial, e está agora avacalhando com a Lei de Responsabilidade Fiscal e a confiança nos índices econômicos. Parece que a presidanta tem uma vocação inabalável para copiar a Cristina Kirchner em tudo que a louca de Buenos Aires faz.
Com disse o Delfim: tem que tomar cuidado com a fumaça, senão "vai acabar matando os próprios alquimistas pela inalação dos gases venenosos que, todos sabemos, elas mesmas emitem..."

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Poste sem luz

Luminares da economia, Guido Mantega e Dona Dilma, explicam a derrocada do crescimento no Brasil em 2012, atribuindo essa baixíssima performance à crise internacional e à pisada de freio da China. Entretanto, sabe-se que as exportações brasileiras de minérios correspondem só a 3,7% do PIB e  as vendas para a China menos de 2% do PIB.
Há que buscar outras explicações para esse desempenho medíocre. Ainda mais que, quando se compara o Brasil com outros países, fica evidente que a crise econômica mundial não pode ser o fator determinante de nosso baixo crescimento. O Chile está crescendo a 5,1%, o México a 3,8%, a Colômbia a 5,3% e o Peru a 6,2%.
Por outro lado, a inflação no Brasil está a 5,4%, no Chile a 2,3%, no Peru a 2,9% e na Colômbia a 3,3%. A inflação que mais se aproxima da brasileira na América latina é a do México que está em 4,2%. Em outras palavras, temos a inflação mais alta e o crescimento mais baixo. O pior dos mundos possíveis.
Isso não vai mudar em 2013, nem em 2014. Enquanto D.Dilma persistir nesse modelo intervencionista e protecionista vai continuar afugentando o investimento, quer de capital brasileiro, quer de capital estrangeiro. Só para ilustração a taxa de investimento no Brasil tem sido históricamente de 18% do PIB, enquanto que no Chile, por exemplo,o investimento é  de 22% e no México de 25% do PIB.
Em economia a confiança é duramente conquistada e facilmente perdida. Todo o esforço que se fez nos últimos dois anos foi no sentido de jogar por terra a confiança que os investidores tinham no Brasil, sem falar na herança "bendita", a gastança do último ano do governo Lula.
Lula abriu os cofres para gastar o que podia e o que não podia, para eleger seu poste. Agora temos o poste e não temos luz.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Qual é o Genoíno, o verdadeiro?


"O poder no Brasil protege os corruptos. A estrutura do poder público é corruptora. Em paralelo, a estrutura fiscalizadora favorece a impunidade. Mas se a corrupção, sua proteção e a impunidade se tornaram estruturais, há uma vontade explícita de manter intacta a estrutura corruptora. Essa vontade se manifesta de várias formas. A principal é a falta de iniciativa das autoridades constituídas. Outra ocorre pelo bloqueio das mudanças institucionais e legais que visam a ampliar e aperfeiçoar os instrumentos de combate à corrupção. No Congresso, medidas de combate à corrupção e mudanças moralizadoras da Lei Eleitoral foram sistematicamente derrotadas pela maioria governista, com o apoio de chefes dos poderes superiores.
A sociedade já percebeu que a corrupção estrutural está albergada na falta de vontade de mudar e de punir e na vontade explícita de proteger. A racionalidade do cidadão não consegue compreender o porquê e o como de tantos casos de corrupção não resultarem em nenhuma prisão dos principais envolvidos. E porque a razão não consegue compreender essa medonha impunidade, o cidadão sente-se desmoralizado. A corrupção assume a condição de normalidade da vida política do país. A degradação e a ineficiência do poder público atingiram tão elevado grau que não se pode mais acreditar que, apesar de lentas, as mudanças virão."

O texto acima, publicado em 29/04/2000 no "Estadão" e republicado por Augusto Nunes em seu blog, não foi de nenhum membro da imprensa golpista, direitista, neo-udenista ou moralista! O texto é de autoria de... José Genoíno! 
Sim, ele mesmo! O réu do Mensalão, recém condenado a 6 anos e 11 meses de reclusão que, na cara de pau, aceitou tomar posse a um mandato de deputado federal! 
Escreveu Genoíno: "O poder no Brasil protege os corruptos". Falou com conhecimento de causa, ou será que ainda era virgem naquela época? Não acredito. Ninguém passa a aceitar, em função das circunstâncias,  aquilo que seus valores não permitem. Se aceitou é porque antes, só lhe faltava, talvez, a oportunidade.
Genoíno falava então como quem sabia como as coisas funcionam e mesmo assim lutou para chegar lá, para chegar ao ponto de poder fazer exatamente aquilo que acusava seus adversários de fazerem.
O pior é que isso não foi caso isolado. Parece fazer parte da ideologia petista acusar os outros daquilo que fazem, ou fizeram, ou irão fazer. Quando são eles que fazem tudo é justificado, tudo é em nome de um "bem" maior. Ninguém rouba para si, mas para o partido. Como se o partido tivesse o direito de se apropriar dos bens públicos e privatizá-los.
Seria interessante confrontar o texto da época com as falas iradas de agora. O que mudou no país governado nesses longos 12 anos pelo partido do autor daquele texto? Em qual Genoíno devemos acreditar? 
Uma pista:O Genoíno de agora, quando xinga a imprensa, fala o que realmente pensa, embora esteja mentindo. O Genoíno do passado, falou o que não pensava, embora estivesse dizendo a verdade.





sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O bicho vai pegar

O PT ia sorrateiramente solapando as bases da democracia e da República mediante a cooptação fisiológica e a compra do voto de parlamentares. Deu errado, e aí, pegos com as calças na mão, a princípio se desorientaram, mas depois foram aos poucos se recompondo e recompondo o plano original de tomar o "pudê" definitivamente. O plano é o mesmo de Hugo Chávez, só que um pouco mais "light" até mesmo porque aqui ainda existe uma parte da sociedade e um exército capazes de reagir. Nunca se sabe. 
Por isso, eles tem de ir aos poucos. Mas não escondem que desprezam toda essa chamada democracia "burguesa" que não lhes agrada exatamente por não lhes permitir fazer tudo o que querem. Daí os laivos de irritação ou de imperialismo sempre que ameaçados ou confrontados. Daí as bravatas, cada vez mais ousadas, de um Marcos Maia, presidente da Câmara. Daí o soco na mesa e a ameaça de Gilberto de Carvalho de que "nesse ano de 2013, o bicho vai pegar".
Estão impacientes. Enraivecidos. Mas, com o quê mesmo? Estão há dez anos no governo. Aparelharam todas as estruturas do Estado. Enfiaram apaniguados em todos os cabides de emprego de que puderam lançar mão. Controlam absolutamente o poder legislativo. Não sofrem oposição digna do nome. Dilma tem mais de 60% de aprovação. O Molusco saiu com mais de 130%. O que ainda querem? O que os incomoda?
É que, apesar de tudo isso, sabem que tudo em que se sustentam é frágil. Sabem que são incompetentes e que, cedo ou tarde, isso ficará evidente, mesmo para um povo apalermado e bovino como o brasileiro. E, sobretudo, não conseguem calar a todos. Não conseguem calar toda a mídia, que queriam subserviente e submissa. Não conseguem submeter o Ministério Público, nem o poder Judiciário.
Além disso, há um risco maior: O seu ídolo mor tem pés de barro e pode a qualquer momento ser desmascarado. Se isso acontecer, o partido terá perdido de vez seu maior símbolo. O sindicalista-que-deu-certo passará a ser relatado pela História como o pelego-que-se-corrompeu. Só pode ser isso,  o medo, o que motiva tanta raiva e exasperação.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ou chove, ou não chove

Disse o profeta de Lula, Gilberto de Carvalho, que em 2013 o "bicho vai pegar". Não é que acertou? A situação do Brasil é a seguinte: se chover o bicho pega, se secar o bicho come.
Se não chove, o apagão que de qualquer forma viria, vem mais cedo e com mais força. Mas, o fato de não chover ajuda nas explicações oficiais. A presidenta já disse que se usarem o raio como desculpa, devemos gargalhar. É falha humana! É mesmo, uma brutal falha humana de quem por longos 10 anos comanda, de diversos postos, o sistema energético do país. D. Dilma já foi a ministra das Minas e Energia e a presidenta do Conselho de Administração da Petrobrás durante esse período. Quais foram os investimentos que comandou durante sua "maravilhosa e profícua" gestão?
Por outro lado, se chove, as catástrofes anunciadas acontecem. Pessoas perdem suas casas e bens, quando não perdem a vida. Isso se repete nos mesmos lugares, com absoluta regularidade anual e nada se faz. Políticos? Não, não é nessa hora e lugar que serão encontrados. Outro efeito colateral das chuvas é que se chover e chover muito, qual será a explicação para o racionamento e apagões? Raios de novo? Gargalhemos!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O capitalismo do PT

Revista Veja 
O PT se dizia um partido de esquerda, socialista. Acusava o governo FHC o tempo todo de ser neo-liberal, como se realmente o Brasil estivesse vivendo sob o sistema econômico propugnado pelo liberalismo. Coitados de nós que ainda nem chegamos a ser capitalistasNo Brasil o capitalismo já está em decadência, antes mesmo de ter chegado ao apogeu.

Mas o PT se transformou. Tão logo chegou ao "pudê" (o paraíso terrestre, no imaginário dos pelegos do ABC) o PT vislumbrou as vantagens de ser...capitalista! Lula escolheu para seu vice, ninguém mais, ninguém menos, que um dos próceres da indústria têxtil (o mesmo tipo de indústria onde começou a Revolução Industrial capitalista). Logo depois, seu governo mostrou-se um belo aliado dos bancos. Em certos casos, como o do Rural, mais que aliado, cúmplice. Recentemente o próprio Lula declarou: "nunca-antes-neste-país os bancos ganharam tanto dinheiro como em meu governo". Sua sucessora também não se cansa de fazer gracinhas ao mercado e criar reservas, por exemplo, para as montadoras automobilísticas. 
Portanto, as más companhias a que se refere o petista Olívio Dutra não são só as políticas. Como sempre, continuam os mesmos grupelhos, as mesmas oligarquias, quer econômicas, quer políticas, a mandar no jogo. É o mesmo velho coronelismo vestido com uma roupagem "muderna". Sarney está aí para não deixar  ninguém mentir.

O capitalismo do PT porém tem algumas características que o diferem dos outros capitalismos. É um capitalismo de resultados. Resultados para o partido, fique claro,  e para o bolso de alguns. E dane-se o resto do país.

A cartilha neo-capitalista do PT reza o seguinte:

1) A livre concorrência é ruim para os negócios.
O que o PT quer é ajudar os oligopólios amigos. E todos os oligopólios, que não são bobos, nem nada, se tornaram amigos do PT. Pergunte-se à Telemar, por exemplo, por quê comprou as quotas na Gameport (do filho do Molusco) por alguns milhões.  
As boas fatias do bolo são sempre servidas para os amigos e as migalhas deixa-se cair ao chão, para que o povo não reclame.

2) Investimentos de risco devem ser evitados.
Os investimentos devem ser sempre bancados pelo BNDES, com juros subsidiados à custa do dinheiro do otário do contribuinte. Dinheiro de risco, não. Vindo de fora, então, nem pensar.

3) Crescimento econômico se obtém com discursos ufanistas. E equilibrio nas contas, com manipulações nos números.
Quando a economia não responde, jogue-se a culpa nas elites, que não colaboram e mexa-se nos índices. É mais ou menos como quebrar o termômetro, se a febre do paciente não baixa.

4) O Estado é uma vaca abstrata da qual se pode extrair leite indefinidamente. 
Aliás essa vaca passou a ser propriedade do partido, tão logo ele chegou ao curral, quero dizer, Palácio do Planalto! São também tetas dessa vaca, as autarquias e estatais que gerenciam orçamentos bilionários, tais como, Banco do Brasil e Petrobrás. Quando o leite secar, esprema-se mais um pouco aquele idiota chamado, ora eleitor, ora contribuinte, dependendo do momento em questão. 

Assim o PT reinventou o capitalismo no século XXI, como está reinventando o modo de fazer política, sempre descendo alguns degraus. Vamos ver onde estará o fundo do poço!




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